Kiss and make up escrita por Daiane Okumura


Capítulo 1
Capítulo 1




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Ele não conseguia parar de tremer!!!!!

Seus lábios ainda estavam aquecidos. A memória tátil encravada na mente apertada de pensamentos entre: desespero, medo, felicidade, histeria, explodindo em realização de que ele realmente conseguira criar coragem para realizar sua meta de formatura.

 Suas pernas não estavam se provando estáveis. Sentou-se no vazo sanitário do banheiro masculino. A porta fechada do box dando a privacidade necessária para o pobre Izuku tocar os lábios.

Inacreditavelmente ele ainda estava vivo. E o salão não soava nenhum toque de alerta ou sirene de incêndio. Kacchan não parecia disposto a explodir o salão de festas e arruinar a formatura dos heróis da UA.

Um som estranho ressoava aos seus ouvidos. Definitivamente era a sua risada. Mais parecida com um vilão doido de quadrinhos herdados pela sua mãe. O nome, se ele não estivesse enganado, era Coringa. O vilão ficara bem mais conhecido historicamente do que o herói Bruce Wayne um playbozinho filantropo com síndrome de abandono que lutava para proteger e limpar a sociedade de Gotam City de seres corruptos e vilões em geral.

Midoriya estavam se sentindo perder um pouquinho de sanidade com o passar dos minutos. Sem chances de ele voltar para os amigos agora. De jeito nenhum. Ok mas ele ainda tinha que aparecer na foto de formandos e sua mãe deveria estar começando a ficar nervosa com a sua demora.

Izuku parou olhando a porta fechada em determinação. Hora de aguentar as consequências dos seus atos.

Assim que pôs os pés no salão iluminado seus olhas se fixaram na figura pequena e fofa de Inko olhando para se com o cenho franzido em contrariedade. All Might estava sentado do outro lado da mesa deles. A cadeira vazia de Midoriya no meio.

Andou em passos apressados até os dois. Um sorriso nervoso estampado na cara.

─ Tudo bem com você, jovem Midoriya? ─ perguntou o homem, vestido de preto casual em sua forma já não mais herói, neste nível do campeonato ele conseguia manter a outra forma por meros segundos, não valiam o esforço.

─ Sim, claro! Eu só estou nervoso. Nem dá pra acreditar que enfim estamos acabando o curso. Eu... nem sei o que sentir. ─ respondeu, voltando a sentar enquanto focava o olhar em retribuir a mirada de olhos extremamente azuis do seu sensei.

─ Falando nisso. Senhor Toshinori, acho que aquele homem está lhe chamando. ─ A voz doce de Inko se sobressaiu o dedo gordinho apontando para o ser espalhafatoso ao lado do palanque, com um microfone numa mão e a outra levantada acenando sem para na direção deles.

─ Bem parece que o professor Hizashi solicita minha ilustre presença, com licença.

Deku acompanhou a trajetória do seu sensei distraído. Tudo indicava que a entrega dos diplomas estava prestes a começar. Ele estava deliberadamente evitando pensar no incidente de à pouco. Seus olhos inconscientes saltaram de All Might para a mesa mais para esquerda.

Katsuki Bakugou estava sentado conversando concentrado com o pai. Ele aparentava estar imperturbável.

Izuku não evitou a onda de decepção. Ele preferia ver o outro explodir a mesa e saltar gritando em sua direção rosto enfurecido e tudo mais.

O tempo seguiu-se como o cronograma do evento previa. Alunos subiam ao palanque ovacionados por gritos animados de amigos e familiares. Sentimentos quentes fluíram do peito se espalhando pelo corpo todo do jovem, a noite prometia muita festa e comemoração.

A vez de Midoriya veio e acabou num piscar de olhos. Ele estava tão eufórico que o tropeço no primeiro degrau e seu cabelo caindo e amassando uma ponta no chão nem abalou seu estado de espirito. Sua mãe riria da sua cara alguns dias no futuro, nada fora do normal.

Dali a turma da I-A seguiu para sua própria festa. Uma casa de karaokê famosa na região, uma sala grande alugada especialmente para eles até o amanhecer.

Deku evitou Bakugou o quanto pôde. Infelizmente o garoto parecia ter decidido por conta própria a hora de encará-lo.

Izuku não teve a chance de escapulir antes de Bakugou sentar na cadeira estrategicamente do seu lado esquerdo, no direito a parede fechava o cerco. Engolindo em seco, Midoriya virou na direção do loiro. Eles estavam muito perto todo o lado do seu corpo prensado ao do outro.

Ansioso Midoriya começou gaguejando:

─ Não me mata eu juro pelo All Might que foi no impulso eu não quero morrer agora minha mãe vai ficar órfã de filho você ainda tem toda uma carreira pela frente eu não valho a pena eu nem fiz sexo ainda imagina morrer virgem ai que vergonha de mim eu não mereço tal destino cruel e olha que o drama é herdado de família mas se eu morrer agora não vai ter mais ninguém eu deveria ter pensado antes em guardar sêmen no congelador lá de casa isso não iria funcionar mesmo mamãe mataria meus filhos sem saber...

Bakugou observava calmamente o outro se afundar em mais uma daqueles monólogos malucos onde Midoriya não parava de falar se afundando na própria mente em surto.

O loiro negou-se a esperar a crise de Deku passar com um gesto bastante simples.

Izuku sentiu pele macia tocar sua bochecha, seu cérebro travando enquanto racionalizava que a pele encostada a sua pertencia a uma mão, que se estendia ao braço grudado no corpo do Kacchan. Olhando o loiro de tão perto assim dava para ver a ruga entre as sobrancelhas em irritação, a curva da boca para baixo também dando ideia de desagrado, porém os olhos, o vermelho das íris passavam outro sentimento: uma mistura de ternura e contentamento.

─ Porra. Você fala demais! ─ em seguida Deku acompanhou em lentidão o rosto do loiro se aproximar e sua boca selar os lábios dele num beijo.

O mundo parou pela segunda vez aquela noite. Ele não ouvia mais a voz esganiçada do Iida no microfone, nem o Mineta infiltrando-se nada discreto no banheiro feminino, muito menos a cacofonia dos garotos dançando em cima das mesas e sofás ao redor da sala.

Um língua atrevida abriu espaço e adentrou sua boca, a mão antes em sua bochecha seguiu adiante se infiltrando em seus cabelos verdes. Deku cogitou nem por um segundo resistir, passivo, acompanhou os movimentos do Kacchan sentindo todos os pelos do seu corpo arrepiarem em contentamento. Se depois disso Kacchan quisesse verdadeiramente assassiná-lo, ele deixaria.

Algumas mordidas depois, os dois se soltaram.

Relutante, Deku não conseguia respirar sem imaginar o fim do mundo na sua cabeça.

─ E ai, vai correr de novo não? ─ suspirando, mexeu a cabeça em discordância. Sem condições da voz dele dar o ar da graça naquele momento.

Sentia o rosto fervendo, com certeza ele estava mais vermelho que os cabelos tingidos do Kirishima.

─ Caralho Deku seu merda, o gato comeu sua língua? ─ e Izuku conseguiu se encolher no cubículo.

─ Por que fez isso? ─ perguntou, sem entender como ambos haviam acabo nessa situação. Não fazia sentido Katsuki Bakugou retribuir seus sentimentos enquanto ele vinha alimentando esse amor desde os tempos de criança! Sua admiração, seu empenho em se igualar, a evolução como ser humano, a ideologia de herói que o garoto loiro mantinha firme. Todos esses detalhes Deku acompanhou sem nunca embaralhar as coisas, sempre se policiando.

 ─ Eu quis. Minha vez, por que fez isso naquela hora?

─ Sabe Kacchan, eu não quero te dizer. Então se for ficar tirando brincadeira sobre isso amanhã. Prefiro ir embora agora, vamos evitar discutir ao menos hoje. ─ era um dia de festa afinal, Izuku pretendia aproveitar até o fim do dia com os amigos.

─ Eu também não, seu otário. Agora cala a boca e aproveita.

Nem um guindaste tiraria Deku dos braços de Bakugou, um agarramento tão tal que quando se separaram novamente os rostos vermelhos, os lábios da mesma cor e a respiração ofegante. O cheiro de álcool atacou seus olfatos.

Bakugou tirou um tempinho para monitorar ao redor para constatar o obvio. Um amontoado de formandos bêbados jogados por todas as superfícies disponíveis. Não era surpresa ver Hanta pendurado no ventilador. Uraraka com o vestido sujo de vomito, Tokoyami deitado por cima da caixa de som.

Daí você conseguiria formar uma ideia de como os jovens haviam aproveitado a noite, bem diferente deles dois que permaneciam lúcidos.

─ Quer uma dose de sakê? ─ perguntou Katsuki levantando do sofá.

Deku perdeu-se em vagar os olhos na estrutura corporal do outro, se esticando para alongar os músculos e relaxar as articulações, dentro do terno preto ele aparentava a virilidade de um homem. O tecido marcava onde precisava, ressaltando os pontes fortes da anatomia masculina, fora feito sob medida.

─ A baba tá escorrendo. ─ Bakugou disse, um sorriso presunçoso surgindo no rosto bonito.

Izuku olhou para baixo, envergonhado e fez que sim com a cabeça.

Atordoado, Deku iniciou a analisar a situação. Primeiro, Kacchan não gritara com ele sequer uma vez desde que se encontraram. Segundo, o loiro retribuirá e tomara por conta e risco a atitude de beijá-lo varias e varias vezes. Terceiro, ele estava confortável, mais que o próprio Deku!

Conclusão, Izuku Midoriya estava fodido.

Avistando a cabeleira espetada, Deku ajeitou a postura. Era agora, ele imporia toda a sinceridade da alma na declaração de amor mais inusitada da história.

Esperou inquieto o outro sentar do seu lado, colocar as garrafas de bebida sobre a mesa na frente deles e num folego só de olhos fechados ele gritou:

─ Eu gosto de você Kacchan. Tipo, gosto mesmo de verdade, tipo namorar. Gostar romântico.

Ai ele parou, o ar preso nos pulmões. Se negando a abrir os olhos, suor começando a brotar dos poros reagindo ao medo que acionava a adrenalina percorrendo pelo corpo. Fizera isso sem pensar numa possível rejeição. Era muito idiota mesmo.

Ar quente batendo na pele do seu pescoço despertou-o para a realidade.

─ Nerd maldito, tá achando que eu sou burro é? Fica todo vermelho e tremendo quando eu chego perto. Parece um coelhinho assustado. Se prestasse mais atenção, não iria precisar dessa baboseira toda pra perceber que eu também gosto de você. Hora de ir pra casa bebêzão.

Deku foi puxado feito uma boneco de trapos todo o caminho até a estrada, pegaram um taxi e fora deixado em casa com um beijo violento de despedidas.

Ele não trocou de roupa, deixou apenas os sapatos na entrada e se largou na cama. A noite de sono fora povoada de sonhos misturados com pesadelos que envolviam principalmente um diabo loiro extremamente parecido com o Kacchan, celas, roupas de coro e muito, muito fogo por todos os lados. Em compensação ele teve a lembrança antes de acordar de ser abraçado, o calor do conforto de um corpo maior embalando o seu.

Apesar do horário de chegada próxima das duas horas da madrugada, Deku acordou antes do almoço. O celular vibrando dentro do bolso da calça do terno.

Com os olhos cerrados ele leu a mensagem na tela.

“Tá me devendo uma ressaca, a conta do sakê é sua. Hoje as oito no bar do senhor Ishin!!

 É BOM NÃO SE ATRASAR INÚTIL!!!!!!!!”


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Notas finais do capítulo

Obrigada a quem leu. Tenham um bom dia!



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