Locked Out Of Heaven escrita por Dark Angel


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Eu estava ouvindo Locked out of heaven e a música soou perfeita para esse casal, então pensei, por que não? e aqui está!



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O loiro observou a multidão dançando de forma frenética e calorosa. Pareciam totalmente alheios ao fato de estar fazendo três graus lá fora.  

O inverno de Londres era rigoroso, mas isso não poderia impedi-lo de vir. Não, ele tinha um bom, um ótimo motivo para estar ali. E o motivo parecia estar se divertindo muito ao som da música trouxa.  

Ao longe, uma mulher dançava de forma animada ao som de Bruno Mars. Ela amava dançar. A energia de estar no meio da multidão com os amigos a fazia sentir conectada a algo maior. Era quase como se fosse só mais uma jovem, e não uma sobrevivente de guerra. 

Com o drink já em mãos e um dos cotovelos escorados no bar, ele se virou totalmente na direção de seu objeto de desejo. A forma como ela se movia era espetáculo à parte. Observou a forma como seus cabelos se agitavam ao seu redor, obliterando a visão total de seu rosto e instantes depois sendo colocados atrás da orelha pela mão direita. Havia uma pulseira adornando o pulso direito, visível até mesmo nessa distância.  

Com um sorriso ladino, era inevitável pensar no dia em que lhe dera aquele objeto. 

 

 

Os corredores da escola pareciam estranhamente vazios para uma sexta-feira, mas de certa forma, isso o agradava. Ao seu lado esquerdo estava a criatura mais teimosa e inebriante que já havia tido o prazer – e o desprazer – de conhecer. 

Não haviam iniciado um diálogo naquela noite, mas o clima não parecia pesado entre eles. Não, o que havia ali era uma cumplicidade tão grande que já dispensava o uso de palavras. 

Foi assim que ele soubera que estava apaixonado por ela.  

Apaixonou-se em silêncio, antes mesmo de levar aquele soco no terceiro ano. 

Parte dele achava até que aquilo o havia feito se apaixonar ainda mais. 

Depois de tantos anos usando da influência do sobrenome e do dinheiro para conseguir o que queria, percebeu-se incrivelmente só. Todos a sua volta eram compráveis, logo, eram substituíveis também. Mas não ela. 

A irritante sabe-tudo de Hogwarts. Sempre com a mão levantada para responder as perguntas, sempre com uma resposta afiada na ponta da língua, sempre pronta para lutar pelos que amava. 

Mesmo sem perceber, começou a observá-la enquanto andavam. Faziam a ronda, inerente à sua função de monitores, juntos. Era seu momento de paz. Ter alguns instantes podendo ter a atenção dela o fazia se sentir um novo homem. Como se fosse um pecador pronto para mudar. 

—Você está me encarando – disse ela, arrancando-o de seu transe hipnótico. 

—Desculpe – sussurrou ele, sentindo seu rosto ficar quente pela vergonha. 

Um pequeno riso soou pelo corredor, vindo da garota, ela ressoou como se fosse algum tipo de som idílico capaz de acalmar a mais feroz das criaturas. Ou pelo menos foi o que pareceu para o garoto loiro ao seu lado. 

—Sabe, você fica quase adorável quando fica com vergonha – disse ela, esticando o braço e tocando-o levemente nos cabelos. 

Por um instante, o garoto achou que aquilo era um sonho. Ou uma alucinação. Logo ele, que nunca colocou muita fé no amor ou em milagres, aquele que nunca quis arriscar seu coração. Ele estava rendido. Totalmente rendido por ela. 

Mas ele sabia que ela fazia parte de um mundo diferente.um mundo menos cruel, ele gostava de imaginar, mesmo sabendo que ela havia lutado na mesma guerra que ele. 

—O que acha de voltarmos para o salão e bebermos algo quente? - sugeriu ele, se agarrando a ideia de passar mais tempo com ela. Desejando, no âmago, passar o resto de seus dias com ela. 

Com um pequeno sorriso e um acenar de cabeça, a garota voltou a caminhar pelo corredor, acompanhada pelo garoto. 

A brisa noturna era deveras fria nessa época do ano, e, como consequência disso a heroína de guerra sentia-se gelada como a neve enquanto era acometida por calafrios que causavam desconforto. 

Ciente da necessidade de calor do alvo de seu afeto, o príncipe da Sonserina, como era chamado, retirou sua capa sem pensar duas vezes e a estendeu sobre os ombros da garota. Era quase cômico como ela parecia pequena sob suas vestes, mas a visão de ela usar algo verde, invés do vermelho tradicional causou um calor diferente dentro dele. Quase como se ela fosse dele. 

Tire isso da cabeça, pensou ele, ela nunca olharia para você dessa forma.  

E ao fim daquele caminho percorrido semanalmente ao que ele agora – secretamente – chamava de lar por dividir com ela, ele havia esquecido completamente do convite que havia feito. Era fácil demais se deixar ser tragado pela escuridão de ainda habitava dentro dele depois de ter sido um comensal da morte.  

Uma mão pequena encaixou-se na sua enquanto direcionava-se para seu quarto. 

Com um certo olhar de surpresa ele virou-se para ela e percebeu que aquele sorriso do corredor ainda estava ali. O sorriso que ela dava apenas para ele. O sorriso de quem parecia dividir um segredo. 

—Você prefere beber chá ou chocolate quente? - perguntou ela, trazendo-o de volta para o momento. 

—Chá, e você deseja chocolate – disse ele, conhecendo bem seu apetite por doces. 

—Com uma pitada de canela – disse ela, inclinando-se em sua direção como se compartilhassem um segredo. 

Alguns instantes depois os dois repousavam no sofá da sala, devidamente enrolados em um cobertor – o que fora ideia dela – e munidos de canecas fumegantes de suas bebidas. 

Draco estranhou, num primeiro momento, ela ter conjurado apenas um cobertor e tê-lo mantido junto a ela, tão próximos que compartilhavam o calor de seus corpos afastando o frio da noite. 

—O que pretende fazer depois de se formar? - Indagou ela. 

—Eu não sei ainda – responde ele, com o semblante levemente pesaroso. - Não tenho ideia de quais serão minhas opções devido os erros do passado. Ele sentiu um pequeno aperto em sua mão direito, feliz por ainda estar segurando a mão dela. Em momento nenhum ela o havia soltado, nem mesmo para conjurar o cobertor. - Mas imagino que você já tenha planos. 

O garoto inclinou um pouco o corpo, permitindo-se observar o rosto dela. Cada detalhe o encantava, desde a boca rosada as sardas de salpicavam sua pele. 

—A primeira coisa será ir à uma balada – disse ela com um grande sorriso. 

O rosto dele se contorceu em confusão, causando um pequeno riso em Hermione. 

—É um lugar onde as pessoas vão para dançar, beber, se divertir – explicou ela. 

—Como um baile? 

O sorriso dela aumentou ainda mais em pura diversão. 

—Não, não mesmo! Mas melhor do explicar para você como é, eu posso mostrar. Vá para a balada comigo. 

Draco não sabia dizer porque, mas aquelas palavras lançaram uma onda de expectativa sobre ele. Deus, ele não sabia o que era balada, mas com ela iria até mesmo para guerra novamente. E ela nem precisaria pedir. 

—Okay, Granger. Eu vou para essa tal de balada com você. Mas tenho uma condição. 

Um olhar de interesse passou rapidamente pelos olhos da garota, mas não fora despercebido pelo loiro. 

—Além de te fazer o favor de apresentá-lo ao mundo das baladas preciso cumprir uma condição? Você é audacioso. 

Com um sorriso ladino que usava para roubar o coração alunas desavisadas, Draco apenas respondeu: 

—É por isso que sou o príncipe da Sonserina. 

E sem dar nenhuma explicação, Malfoy se levantou do sofá, deixando ali uma atordoada Hermione enquanto ia até seu quarto. 

Quando ele sentou-se novamente diante da garota, portava uma caixa retangular em suas mãos. 

—Minha condição para me submeter a essa experiência social chamada balada, é que você aceite meu presente de formatura. 

Hermione não podia crer no que estava acontecendo. Ela havia chamado Draco Malfoy para ir para a balada com ela e agora ele estava ali, na sua frente, segurando uma pulseira de aparência muito cara para ser apenas bijuteria. 

A boca da castanha abriu-se mas nenhum som saiu. Ele havia finalmente conseguido deixá-la sem fala. 

Diante do estado catatônico de sua companheira de diálogo, Draco retirou o objeto da caixa colocando-o no pulso de sua nova dona. Ao admirar o brilho das esmeraldas e diamantes em contraste com a pele dela, Draco pegou-se dando um leve beijo no pulso da castanha, tendo o prazer de sentir sob suas mãos como a pulsação dela ficou acelerada com sua aproximação. 

—Eu... Eu não tenho nada para você - sussurrou ela. 

A proximidade entre eles dispensava a necessidade de falarem alto, mesmo que houvesse apenas os dois no salão comunal dos monitores chefes. 

—Eu não quero nada em troca, eu só queria que você tivesse algo meu. 

E com o fogo percorrendo seu corpo através da pulsação de seu coração, Hermione colocou ambas as mãos ao redor do rosto do loiro. 

—Então acho que seja justo que você tenha algo meu também. Nem que seja isso...  

E sem esperar nem mais um segundo, a castanha colou seus lábios aos do loiro. 

Havia sido um longo ano de espera e antecipação, recheado de conversas e pequenos toques durantes as rondas e sua convivência como colegas de quarto, mas ele nunca tentava nada mais. Era quase como se ele não fosse o pegador que todas as garotas de Hogwards conheciam. E de fato, não era. Não foi preciso muito tempo para que Hermione percebesse isso e se visse irrevogavelmente apaixonada pelo homem que ele apresentou ser. 

Cada segundo de esperava havia valido a pena por aquele beijo. Era como se ela tivesse ido ao céu, como se tivesse sido impedida de entrar no céu por muito tempo, e agora, estava liberta. 

As mãos deles não eram ansiosas sobre o corpo um do outro, eles tinham tempo, tinham a noite toda. 

 

 

E com um sorriso ainda maior do que aquela que estampava seu rosto ao observar a morena dançar, Draco Malfoy se encaminhou na direção de sua redenção, aquela que o pôs de joelhos e o fez querer testemunhar. 

Rodeando sua cintura e movendo-se no mesmo som da música, ele aproximou sua boca da orelha dela para perguntar: 

—Pronta para ir para casa, Senhora Malfoy? 

E com um sorriso de quem iria aprontar mais noite adentro, Hermione cantou o pequeno trecho: 

—’Cause your sex takes me to paradiseYeahyour sex takes me to paradise, ‘Cause you make me feel like, I've been locked out of heavenFor too long. 

E ao som de Bruno Mars o casal Malfoy deixou a balada trouxa para qual foi naquela noite. Apenas mais uma que conheceram ao longo de seus cinco anos de casados. 


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