OBLIVION ━━━ MARAUDERS escrita por Lupin


Capítulo 1
━━━ prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos leitores!

Como esse é o prólogo, não tenho muito o que falar aqui. Mas não deixem de conferir as notas finais para alguns avisos importantes!



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"i look inside myself and

see my heart is black"

━━━ paint it black, THE ROLLING STONES.

 

 

 

 

MORGANA PODIA SENTIR as trevas dominando completamente cada recanto mais puro e benevolente de sua alma. Sentia a dor e o horror. Vivenciava o poder e a ambição. A incrível e prazerosa sensação de ter total controle sobre sua vida e suas ações. Não necessitava provar seu valor a mais ninguém que não fosse ela própria.

Alguns diriam que a bruxa estava alienada de sua essência. Desalinhada de seus ideais. Contrária a todos aqueles que ela, uma vez, amou. Na realidade, Morgana estava, finalmente, livre. Imersa em uma escuridão somente sua.

E tudo isso por ele. Tudo isso pelo mais terrível dos crimes ter sido, enfim, revelado. Tudo isso graças ao seu maior e mais renegado amor: Sirius Black.

Ela o encontrou quando estava escondida entre as vielas da Londres trouxa, logo após ter recebido uma mensagem única de Albus Dumbledore.

A mulher entrou rapidamente em uma cafeteria pouco frequentada, no centro da cidade. Havia acabado de receber a visita de uma coruja desconhecida, em meio aos trouxas, sem uma mínima discrição. Escondera o bilhete dentro de suas vestes escuras e juntara-se ao amontoado de pessoas que passeavam apressadas pelas ruas londrinas.

Estava congelando e apavorada, sem receber notícias de seus colegas de Ordem há semanas. Perguntava-se constantemente sobre o paradeiro de Remus Lupin e como ele estaria lidando com as luas cheias, sozinho, sem o auxílio de seus amigos. Pensava também sobre Severus Snape e Regulus Black, seus antigos colegas sonserinos que haviam sucumbido às trevas. Morgana havia os amado, um dia, e desejava com cada força de seu ser que eles voltassem para a luz, mesmo que mais ninguém acreditasse que aquilo fosse possível.

Se tivesse sorte, a misteriosa mensagem que recebera seria de algum de seus amigos. Talvez, Sirius tivesse conseguido encontrar Lupin e trazê-lo de volta para casa. Ou James e Lily estivessem completamente salvos do Lorde das Trevas. Ansiava, também, por algum sinal de Robert. Algum indício que comprovasse que o homem ainda estivesse vivo e houvesse vencido a insanidade que dominava, pouco a pouco, sua mente entorpecida.

Pediu um café preto ao único atendente do local e tirou o pequeno bilhete de seu sobretudo negro. Ela esperou alguns minutos antes de abri-lo, observando o fluxo de pessoas no ambiente. A Guerra havia acabado, claro, mas muitos Comensais ainda estavam livres, perambulando por aí, levando discórdia e terror por onde passavam.

Levou cerca de quinze minutos para sentir-se segura suficiente para abrir o papel desgastado e amarronzado que continha a mensagem. Tomou um longo gole de seu café e respirou fundo, rezando e clamando a todos os deuses existentes, esperando que aquela fosse uma notícia boa e não mais uma nota informando a morte de outro companheiro de batalha.

 

Lily e James Potter estão mortos.
Sirius Black é o traidor.
— A.D.

 

Os olhos esverdeados da bruxa analisaram a carta onze vezes seguidas, mas ela ainda não acreditava que aquilo fosse real.

Pensou se estaria insana. Talvez houvesse perdido toda a sua lucidez quando fugiu para o mundo humano. Sua mente estava enganando-a, manipulando seus sentidos. Sirius Black jamais trairia a família de seu melhor amigo. Morgana desconfiava profundamente que o Black mais velho amasse mais James Potter do que seu legítimo irmão de sangue, Regulus. Não existia possibilidade alguma de Sirius ter entregado James para a morte.

Mas, por outro lado, Albus Dumbledore havia lhe enviado aquela mensagem. E Dumbledore era o homem mais sábio que Morgana conhecia. Ele tinha profundo conhecimento sobre tudo que ocorria no mundo bruxo. Albus jamais mentiria ou brincaria sobre aquilo.

Lily Evans e James Potter estavam realmente mortos. E Sirius era o culpado.

Antes que Morgana pudesse absorver e lidar com aquela terrível notícia, um som estrondoso foi ouvido por todo o centro londrino, e uma multidão havia se formado no lado de fora da cafeteria.

Morgana espiou pela vidraça do local. Pessoas correndo apavoradas, gritando por ajuda. E, naquele instante, só havia uma coisa em sua mente: Comensais da Morte.

Em um gesto instintivo, a bruxa segurou sua varinha, escondida dentro de seu casaco escuro, e seguiu o amontoado de pessoas.

O grupo avançou até uma das ruas que cruzava a avenida. Muito provavelmente, a mais frequentada daquela zona da cidade.

Os trouxas se aglomeraram em uma espécie de semicírculo, mantendo uma distância minimamente segura da cratera que havia se formado exatamente no meio da via. Mas a bruxa não se deteve. Compreendia que sua obrigação era investigar o ocorrido.

Morgana colocou a mão sobre os lábios, tentando impedir que um grito de pavor escapasse de sua garganta. A cratera a sua frente mais se assemelhava a uma cova. Uma cova contendo doze corpos. Corpos queimados, inocentes e absortos. E não havia comensal algum por perto. Só havia ele. Ainda com a varinha em mãos e um sorriso maníaco no jovem rosto, Sirius Black se encontrava no meio da carnificina.

— Sirius? — a voz de Morgana era um sussurro. A bruxa mal conseguia distinguir seus pensamentos de suas palavras. Sentia-se anestesiada. Seu corpo estava ali, presente naquele abominável desastre, mas sua alma e mente estavam distantes. Num lugar que ela jamais ousou visitar.

— Rabicho. — Sirius olhou em volta, sobressaltado, perturbado e agressivo — Aquele rato miserável está aqui. Ele é o culpado. Ele...

E os olhos escuros como uma noite vazia de estrelas de Sirius se arregalaram. Era como se ele tivesse enxergado Morgana pela primeira vez em anos. Caminhou a passos rápidos em direção à sonserina, segurando-a pelos ombros com uma força descomunal.

— James e Lily estão mortos. — o grifinório encarava a companheira de Ordem com desespero. Seu corpo vibrava em adrenalina — Peter era o verdadeiro fiel do segredo. Ele é um rato. Ele os matou. James está morto. James está morto. James está mor-

Não havia sinal algum de Peter Pettigrew nas proximidades. Existia, entretanto, doze corpos destruídos e incendiados ao redor do herdeiro dos Black. Peter nunca havia proferido palavra alguma que machucasse Morgana ou duvidado da índole da sonserina. Sirius sim.

Morgana o empurrou para longe e empunhou sua varinha contra aquele que acreditava ser o traidor da causa. Sirius caiu no chão, esgotado, de joelhos, quase clamando por um perdão que ele jamais precisou.

— Morgana, me escute. — seus lábios estavam trêmulos e sua face mórbida — Você precisa acreditar em mim. É a única pessoa capaz de fazer isso agora. Eu juro que não sou um traidor.

Mas Morgana não o ouviu. Não podia acreditar no cinismo do Black mais velho. O mesmo bruxo que a havia chamado de impostara diversas vezes. O mesmo bruxo que havia difamado sua casa e sua família. O mesmo bruxo que havia entregado o melhor amigo para a morte.

E então, ela apontou sua varinha contra ele, deixando que toda sua fúria se manifestasse naquele ínfimo momento de poder.

Ela o amava, acima de tudo, mas o repudiava ainda mais por ter trazido a desgraça ao seu povo.

— Crucio! — proferiu Morgana, assistindo o horror dominar o rosto de seu amante.

E Sirius Black experimentou a tortura mais violenta e excruciante de todas. Enquanto Morgana MacGyver finalmente entregou-se às trevas.


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Notas finais do capítulo

Sim, esse foi o prólogo. Espero que vocês tenham gostado, porque eu ainda não sei dizer se gostei tanto assim.

Enfim, esse capítulo se passa no futuro, ok? Os próximos seguirão a linha temporal normal que eu tenho planejada para a história, com alguns flashbacks aqui e ali.

Beijos e até o capítulo 1!



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