Pov Bella

OMG. Quase morri e isso não foi muito legal, provavelmente estava em choque pelos recentes acontecimentos presenciados já que minhas pernas não obedeciam meus comandos. Olhei para o corpo inerte de Vick a poucos metros e fui em sua direção meio temerosa, dei um cutucão na morena e suspirei. E agora o que eu faço? É pra ambulância que eu ligo se a pessoa já tiver morrido?

Retirei o celular do bolso da minha jaqueta e disquei para emergência dando a localização de onde estava, mas sem me identificar. Saí daquele lugar às pressas e me surpreendi ao ver que os outros corpos já não estavam mais lá... Mas o que? Certo, provavelmente o tal Klaus sumiu com os corpos, do que adianta agora se eu já vi todos eles sendo picotados? Pelo menos não ia ter que ver de novo, né?

Cai algumas vezes enquanto saia daquele matagal dos infernos, logo avistei o carro da Vick que ela estacionou perto do Mystic Grill e entrei, ao lado do banco tinha umas garrafas de cerveja que prontamente abri. Joguei minha cabeça para trás fechando os olhos após absorver o líquido amargo, praguejei contra mim mesma por ter tido a estúpida ideia de se meter no que não era da minha conta, afinal quem eu era, a nova caçadora de mistérios?

Sirenes policiais começaram a se deslocar para o local, rapidamente os oficiais começaram as buscas e a interditar o local, de longe vi o que parecia ser a xerife Forbes, mãe da vaca da Caroline.

Parcialmente bêbada, sai do automóvel tomando cuidado para não ser vista e me locomovi para a casa dos Gilbert:

—Ei, Bella - ouvi a voz de minha prima soar assim que bati a porta, trancando-a com violência atrás de mim - Nossa, o que aconteceu com você?

Imaginei minha aparência, meu vestido sujo e cabelos desgrenhados pelos sustos apontava que não estava nada bem. 

—Eu bebi um pouquinho só - fiz o gesto com os dedos, avistei um homem estranho sentado ao lado de Jeremy que agora se colocava ao lado de Elena - E caí algumas vezes... 

—Ah, tenho que te apresentar ao Alaric Salztman, ele é nosso tutor... - me olhou semicerrado

—E professor de história - completou - É um prazer te conhecer, Bella

Maneei a cabeça em concordância, a última coisa que queria era ficar e ouvir aquela lenga lenga

—Acho que é melhor ir dormir, prima querida, está com uma aparência péssima - caçoou Jeremy

E que horas te perguntei alguma coisa, figurante? Mas o intrometido não estava tão errado assim, eu precisava pôr a cabeça no lugar e ir resolver quais seriam meus próximos passos.

—Tem razão - andei cambaleante deixando cair um abajur, não era bonito mesmo. Foquei meus olhos na escada e tropecei caindo de joelhos, ouvi risos abafados atrás de mim. Ohh minha gente, eu tô na merda mesmo, viu?!

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—Acha que foi uma boa ideia ela ter vindo pra cá? - continuei com os olhos fechados e a respiração calma enquanto ouvia a voz sussurrada do Saltzman no quarto

—Claro que não, mas não podia negar um pedido do meu tio - respondeu Elena - Só temos que tomar conta dela... Bella é terrivelmente determinada, se ela suspeitar de alguma coisa não vai parar de procurar até achar

—É bom deixarmos Klaus no escuro, ele pode usá-la como moeda de troca para nos atingir...

—Eu sei, eu sei. Mas é por pouco tempo, olha, Bonnie disse que está a um passo de conseguir trazer Esther de volta

—E então, será o fim dos Mikaelson - comemorou

Quem é Esther e como assim matar Klaus? Ele não era o tipo gostosão indestrutível? Oh céus, seria um desperdício...

—Olhando melhor, sua prima parece estar com o rosto esfolado. - sugeriu o homem meio confuso

Esfolado vai ficar você quando eu arrastar seu rosto no asfalto, abusado. 

—É parece mesmo - a voz da garota se tornou mais próxima de mim, pude sentir seu hálito a centímetros do meu rosto - Mas bem, amanhã quando ela estiver sóbria você vai perceber que ela é tão desastrada como quando fica bêbada 

Ignorei aquela implicância desnecessária comigo e tentei finalmente dormir um pouco. É Isabella, que começo de aniversário que você teve, hein.

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Uma claridade invadiu o ambiente, abri os olhos minimamente para ver Elena atravessando o quarto se arrumando, provavelmente tentava ficar tão bonita quanto eu

—Bella, acorda! 

—Shiiii, olha o barulho - cobri minha cabeça com o edredom. Acordar com a voz irritante da Gilbert não era um bom começo e juntando isso a ressaca então... 

—Estamos indo a escola... - e blá blá blá - chegaremos às... - blá blá blá - cuidado quando for sair... - blá blá blá 

—Aham - não dei importância e voltei a dormir, o dia mal começou e eu já quero dar um grito! 

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Abri os olhos visualizando o teto, alguém me diz que a noite anterior foi um sonho? Eu quero ir embora antes que a próxima esquartejada seja eu. Suspirei longamente sentindo minha cabeça latejar, fechei os olhos com força e me virei na cama, foi quando minhas mãos encostaram numa superfície lisa. Num sobressalto me sentei deixando a curiosidade me invadir, um papel dobrado delicadamente e uma pequena caixa preta aveludada com um laço de cetim vermelho por cima.

Peguei o papel e arfei com o que estava escrito:

"Minha sweet heart, 

Sinto muito por presenciar os acontecimentos da noite de ontem, espero não tê-la assustado e como pedido de desculpas te deixo esse singelo presente com os votos de que tenha um feliz aniversário.

Seja bem vinda à Mystic Falls Isabella

Seu Klaus"

Fiquei paralisada por uns instantes quando abri a pequena caixa e dei de cara com uma linda pulseira cravejada em diamantes, no centro um pingente de coração que deixava o objeto ainda mais perfeito. 

Eita, se for pra ganhar presente toda vez que eu for ver alguém morto, sua filha está preparada, Senhor!

Pov Klaus

"... eu realmente tinha gostado de você" - a morena choramingou apertando meus braços em suas mãos trêmulas. Não sei qual foi a última vez que alguém ficou feliz em me conhecer, afinal eu como grande besta e lunático sempre fui mais temido do que amado até mesmo por meus pais...

Como um ato de misericórdia poupei a vida, pelo menos por enquanto daquela humana peculiar, quem sabe me seria útil?

Aguardei no meu carro a metros de distância da casa da duplicata Elena alguma movimentação. Não demorou muito para que a própria, seu irmão e a Alaric sairem, me questionei o porquê da mais nova habitante não ter saído e fui ver com meus próprios olhos. Com a velocidade sobrenatural que era acompanhada pela vida sobrenatural, entrei pela janela e dei de cara com a humana dormindo.

Isabella Swan estava com o mesmo vestido justo que ressalta suas curvas, a roupa agora estava com algumas sujeiras de terra, me agachei para vê-la melhor: a maquiagem de algumas horas atrás estava um pouco borrada, me chamou a atenção um pequeno esfolado no seu rosto e algumas leves escoriações nas suas pernas desnuda que o edredom já não cobria, ajeitei uma mecha de cabelo que caía sobre seu rosto me impedindo de ver sua face com perfeição. Me levantei e cobri a garota de pele pálida quase translúcida, então deixei ao seu lado um pequeno presente, lutei contra a vontade de ficar naquele lugar, como se algo me puxasse de volta para aquele quarto e dei as costas à humana que ressonava tranquilamente.

Pov Bella 

Banho tomado, maquiagem feita, roupa trocada e um belo salto alto nos pés e eu nem parecia mais a mal acabada de ontem a noite. Pus meu recente presente no pulso lendo mais uma vez a carta do Mikaelson... "Seu Klaus", alguém me chicoteia porque sempre quis um homem daquele para chamar de meu.

Com a auto estima no ápice olhei meu reflexo no espelho, camisa e minissaia jeans num tom sobre tom e cabelos no estilo selvagem, abusei do perfume:

—Caraca, eu tô muito gata - assobiei, fazendo uma dancinha - Eu estou tão sensual

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Passeando pelas ruas da minha atual cidade, vi uma cafeteria e qual não foi minha surpresa ao ver pela porta de vidro Klaus Mikaelson tomando um café calmante? Nem parece o lunático que partiu todo mundo no meio com uma espada... Respirei fundo e decide entrar, não sabia que merda é essa e claramente eu estava fodida, então como diz o ditado: "Está no inferno, abrace o capeta"

—Olá, Klaus. Espero que tenha tido uma ótima noite após esquartejar e assustar mocinhas indefesas - disse irônica me sentando

—Oh love, só de estar aqui me prova que de indefesa você não tem nada - riu irônico - Aliás, vejo que minhas desculpas foram aceitas

Apontou com a cabeça para o meu braço onde estava a pulseira, dei de ombros:

—É um presente muito bonito, mas se quer minhas desculpas vai ter que me contar tudo o que sabe - exigi, arqueando a sobrancelha

—Por onde quer que eu comece? - perguntou como se comentasse sobre o tempo

—Pelo começo e como Jack Estiprador - respondi casualmente, pude observar seu cenho franzido sem entender, revirei os olhos e completei - Por partes

Com um sorriso incrédulo pude ouvir uma história muito longa.....

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Pedi um café extra forte pra poder me despertar e dar conta de saber todos os pormenores daquela louca história, tinha vezes que eu interrompia o loiro pra ter certeza que ele não estava chapado na droga o que o mesmo garantia com um sorriso sabichão no rosto e continuava sua narrativa.

—OMG, eu tô chocada! É eita atrás de vishi - fiquei alguns segundos com a boca parcialmente aberta absorvendo todos os detalhes recém descobertos. 

Fui literalmente jogada no meio das covas dos leões, não sabia o que fazer. Bem até agora ninguém me matou, então talvez seja o suficiente para pensar com calma antes de dar o próximo passo. Eu só me fodo, não é possível...

— Como é que pode eu atrair tanta gente doida assim? - Meio segundo depois percebi que havia falado em voz alta na qual o loiro divertido respondeu:

—Você já se olhou no espelho, love? - perguntou presunçoso ao se ajeitar na cadeira

—Já, por isso que o dia está uma maravilha - respondi passando as mãos pelos cabelos e o mesmo me olhou me estudando.

Pov Klaus

Transtorno. Com a mais absoluta certeza eu podia afirmar que Isabella Swan tinha um ou mais distúrbios.

Pov Bella

—Então, love, estou curioso por do porquê não ter virado as costas e fugir o mais depressa possível dessa cidade deplorável 

Suspirei. Agora já estávamos no lado de fora da cafeteria em passos lentos.

—Não é o primeiro vampiro que conheço. Sei de outros que moravam em Forks, uma população indigena os chamava de frios ... - comentei

—Por sua pele gelada - completou e o olhei confusa - Conheci uma vampira dessa espécie uma vez, tinha o poder de telecinese, era descontrolada e causava alguns pequenos estragos quando ficava com raiva - riu consigo, provavelmente se lembrando de algum fato que eu duvidava que houvera sido engraçado

—Queria eu poder usar a força da minha raiva, moveria montanhas ... - assenti em concordância, eu queria era estrangular a cadela Clearwater até aquela peste morrer, mas eu era apenas uma camponesa indefesa que já estaria morta no primeiro "a". Meu pai sempre me disse para parar de implicância com  Leah, pois ela acabara de perder o pai, e bem, não vou repetir o discurso de vitimismo, porém Charlie sempre quis que eu perdoasse a loba por qualquer inconveniente para poder ficar em paz. Mas sinceramente?! Eu consigo tranquilamente odiar uma pessoa e querer matá-la de forma tortuosa e me sentir muito bem por isso.

O gostosão híbrido e eu saímos para dar uma volta. 

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(...) E foi assim que Elena hoje é doppengaler de Katerina Petrova - concluiu

—Estou perplexa! Tô passada na manteiga da terra. Quantos babados mais tem nessa de ninguém, hein?! 

—Alguns séculos de mistérios, intrigas e confusões, my dear - respondeu sorridente, suas mãos cruzadas atrás do corpo passavam uma imagem distraído - Mas me fale um pouco sobre você

Desgraçada, solteirona e desempregada. Sorri amarelo e sentei num banco a minha frente, o mesmo me acompanhou. 

—Você e Matt..? Ainda o ama? Pelo que ouvi ontem a noite me parece ter ciúmes ainda dele - indagou 

—Primeiro, que eu nunca o amei - joguei o cabelo para o lado e admirei umas crianças brincando no parque - Só insisti uns dois anos porque não tinha nada pra fazer