Last night escrita por moreutz


Capítulo 6
I wanna hold your hands


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!
Tudo bem?
Esse é o último capítulo dessa fic e eu espero MUITO que vocês gostem, sério!
Obrigada por acompanharem até aqui ♥



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Dormitório dos marotos.

6 de março de 1976

6º ano

Remus havia passado o dia com Sirius e quase não vira ninguém mais - não que estivesse reclamando já que o dia tinha sido ótimo.

Black apareceu de prontidão para aprender a jogar damas, um jogo trouxa que via Lily e ele jogando, e assim passaram a manhã, já a tarde ficaram no campo conversando sobre diversas coisas.

A situação entre eles permanecia na mesma, e, mesmo que Remus sentisse algo entre eles, não tinha a coragem suficiente para fazer isso, mas esperava que isso mudasse na comemoração que teria do seu aniversário - afinal, eles sempre comemoravam. Sabia que não deveria contar com a bebida, mas ela era a sua única amiga naquele momento, e jogaria todas as suas esperanças nela.

Várias vezes pegara Sirius o olhando, e, em específico, sua boca, e tem certeza de que o viu na mesma situação, mas simplesmente travara.

Por que tinha de ser tão difícil?

E agora, voltando ao dormitório tentava criar toda a coragem que podia para puxar o de cabelo preto para si e beijá-lo de uma vez por todas:

— Sirius? - Remus respira fundo e chama o amigo.

— Eu mesmo. - Sirius se vira sorridente a tempo de ver Lupin se inclinando na direção dele e tentar se convencer de que não estava sonhando.

Até que a porta se abre.

E Remus se afasta e fica corado.

E Alice grita:

— SURPRESAAAAAAAAA! - Seguida dos amigos dentro do quarto e Remus realmente assustado.

— ISSO É SÉRIO? - Ele entra no quarto, deixando Sirius parado na porta que tentava ligar os pontos do que acabara de acontecer.

— Você realmente não desconfiou? - Marlene perguntou quando ofereceu um copo para o amigo.

— Um pouco, mas não achei que ia ser antes.

— ISSO FOI MINHA IDEIA! - James gritou mesmo estando próximo do garoto.

— Sim, você merece um prêmio por pensar algo tão complexo, Potter. - Lily falou com um sorriso no rosto.

— Só se o prêmio for um beijo seu, Evans. - Dito isso a ruiva deu um tapa na testa de James e saiu de perto, enquanto ele ria e ia em direção de Sirius ainda na porta. - Você tá bem?

— Não.

— O que rolou?

— Remus ia me beijar.

— O QUE?

— SIM!

— POR QUE NÃO BEIJARAM?

— ALICE ABRIU ESSA BENDITA PORTA!

— ALICE!

— NÃO!

— Oi? - Alice apareceu ao lado dos dois.

— Nada. - James respondeu com um sorriso.

— O quanto já bebeu, Potter? - A garota perguntou com os olhos semicerrados.

— De água? Muito.

Após isso os dois amigos foram se misturar e conversar, mesmo que Sirius e Remus trocassem olhares durante toda a noite. E mesmo que ambos não tivessem conversado ou ficado próximos todo o tempo - propositalmente ou não.

Os amigos estavam distraídos dançando e conversando para perceberem o que estava acontecendo entre os dois - a bebida pode ser também uma influência nessa questão, pois, caso contrário, Lily já estaria em cima de Remus com um questionário completo do onde, como e porque.

Conforme a noite foi passando os olhares iam ficando mais frequentes e sem a necessidade de escondê-los. Remus sorria para Sirius do outro lado do cômodo, enquanto Sirius piscava para Remus quando estavam na mesma roda de conversa.

Os flertes continuavam e a imagem do que acontecera mais cedo - sem considerar o dia que tiveram juntos - passava pela cabeça de ambos, junto da questão de Quando Teriam Oportunidade Novamente?.

Mas ao fim da festa e com todos já com sono e cansados, Remus anima-se para começar a cantar e, de quebra, se declarar para Sirius. Da forma que esperava que realmente acontecesse: bêbado e inconsequente. E mesmo que não estivesse cantando diretamente para Sirius, sabia que ele receberia o recado.

— Oh yeah! I tell you something, I think you will understand, when I say that something.

— I wanna hold you haaaaaaaaaand! - James cantara junto de Remus, balançando as duas mãos.

— Oh please! Say to me you will let me be your man. - Ele tomara fôlego e sentara na cama - And please, say to me you will let me hold your hand, now let me hold your hand.

— I WANNA HOLD YOUR HAAAAAND. - Marlene e James cantaram juntos, se levantando para dançar.

— And when I touch you I feel happy inside. It’s such a feeling that my love…

— I CAN’T HIDE, I CAN’T HIDE, I CAN’T HIIIIIIIDE. - Os amigos o acompanharam novamente.

— Yeah, you got that something - Ele percebeu que Sirius o olhava com uma das sobrancelhas arqueadas e decidiu cantar diretamente para ele - I think you will understand when i say what something…

— I WANNA HOLD YOUR HAND, I WANNA HOLD YOUR HAND. - Marlene finalizou se jogando no chão e fazendo movimento como se tocasse uma guitarra.

Remus ficou por mais um tempo sustentando o olhar de Sirius, que sorria, até James passar na frente deles e se lembrarem de que não estavam sozinhos ali. Mas, sozinhos ou não, aquela sensação valia por tudo o que não acontecera.

Todos acabaram dormindo por ali, seja no chão ou dividindo a cama com alguém, e, no dia seguinte, foram ajudar a limpar, se arrumarem e ajudarem a lidar com a ressaca que sentiam:

— Eu já disse que não vou tomar suas vitaminas esquisitas, Alice! - Dorcas falava pra amiga que insistia em descer e preparar a sua milagrosa anti-ressaca.

— EU QUERO UMA! - Frank gritara. Estava ao lado de James na cama com travesseiros em sua cara.

— Já percebeu que sempre acabamos na mesma cama, Frank? - James perguntou para o garoto.

— Talvez eu devesse largar Alice e você desistir de Lily, isso pode ser um sinal.

— Eu concordo…

Sirius estava melhor do que todos, pois não bebera muito na noite passada. Tentava ainda entender os acontecimentos e não queria perder ou apagar mais nada que pudesse a ocorrer. Percebera que Remus saíra cedo de lá, e sabia exatamente onde encontrá-lo:

— Vou sair um pouco. Não façam nenhuma besteira! - Ele disse para os dois amigos na cama, que apenas resmungaram em concordância.

Black seguiu pelo caminho que conhecia nos corredores assim que atravessou o quadro que era passagem para a Sala Comunal da Grifinória. Sabia onde Lupin estaria, como sempre estava após um episódio que o deixasse nervoso ou triste: A torre de astronomia.

Ele sentia que podia se conectar com qualquer força que estivesse acima dele, e, se não desse em nada, poderia comer chocolates enquanto olhava para a imensidão do céu que tanto gostavam de discutir. E assim estava quando Sirius parou a porta da sala.

Sentado de costas, Remus Lupin tinha um livro ao seu lado, junto de um copo que parecia ser café e duas barras de chocolate, e ele olhava para o céu azul como estivesse em meio às nuvens, sem perceber o que acontecia à sua volta. Porém, soube quando Sirius entrou na sala - reconhecia seu cheiro de longe, e a forma que o mesmo andava.

— Posso sentar? - O de cabelo preto perguntou.

— Sempre.

Ficaram em silêncio por algum tempo. Muitos pensamentos e coisas a dizer mas nada que se esclarecesse e permitisse se expressar da maneira correta, e isso corroía tanto Remus quanto Sirius, pois um estava acostumado a conseguir demonstrar seus sentimentos de forma clara e precisa e o outro estava acostumado a falar. Mas naquele momento, mesmo com tantas possibilidades, estavam travados em suas próprias falas.

Depois de algum tempo Remus fala:

— O que foi aquilo ontem, Six?

— Fala de qual parte?

— Todas elas.

— Você quem começou.

— Eu?

— Você se inclinou.

— Eu estava tentando alcançar a maçaneta! - Remus deu um sorriso de lado, que Sirius percebeu mesmo o garoto não o olhando diretamente.

— Maçaneta ou não, eu queria um beijo. - Era essa a hora, o garoto pensou.

— Eu também.

E voltaram ao silêncio, mas agora com a certeza de que ambos estavam na mesma sintonia e queria a mesma coisa.

Sirius, que estava acostumado a sempre tomar partido de qualquer situação, principalmente em relacionamentos, não entendia o por que de estar sem movimentos ou reações o suficiente que fizessem ele pegar o rosto de Remus e acabar com a distância que os separavam. Nunca teve alguém que causasse tantas sensações boas ao mesmo tempo dentro de si que não fosse Lupin, e mesmo que tenha demorado a admitir isso, precisava saber que o que sentia era válido e real, com uma das pessoas que mais o deixava confortável para ser quem era.

Juntaram as mãos e assim ficaram até o horário do almoço se aproximar e eles se prepararem para ir até os outros.

Quando estavam saindo Sirius é puxado e se vê cara a cara com o loiro, a centímetro de si, suas respirações tão perto e conseguindo olhar cada detalhe do rosto um do outro:

— Sem interruptor imaginário dessa vez? - O de cabelo preto sorriu lembrando de dois meses atrás quando o Remus tentara lhe beijar.

— Sem nada para atrapalhar dessa vez.

E assim, Remus Lupin puxou Sirius Black para um beijo onde se afundaram da forma mais poética e carinhosa que é possível. Suas bocas se encontraram em um misto de desejo e vitória e o ritmo que se seguia era calmo e suave, combinavam em cada movimento e sensação que contrastavam.

Sirius tinha o gosto ainda de Wisky e mais alguma coisa salgada, e Remus com chocolate e café, como o esperado. Suas mãos seguravam e apertavam a cintura um do outro, enquanto a mão do mais alto acariciava o rosto de Black que sorria entre o beijo ao pensar nisso.

Se antes, quando estavam sozinhos, nada mais existia além deles, agora o mundo poderia cair que ambos não saberiam o que se passava além da conexão e da sensação de estarem juntos, dividindo um mesmo espaço e se sentindo tão perto do que jamais imaginaram - não na vida real, pelo menos.

Em intervalos, selinhos eram depositados dos lábios para apenas voltarem a se beijar intensamente, como em uma forma de demonstração do quanto esperaram por isso, e como, realmente, não acreditavam no que estava acontecendo.

Quando se separaram, ficaram com as testas grudadas e os olhos fechados, enquanto suas respirações continuavam em ritmo iguais, e seus lábios exibiam sorrisos de satisfação.

Sirius decide quebrar o silêncio ao abrir o olho e ser seguido por Remus que o encarava com seus olhos mel, tão próximos que causou em Black tremores bons dentro de sim:

— Rem?

— Eu. - Remus aumenta o sorriso em seu rosto com a sensação de ter Sirius o chamando baixo e perto de si.

— Finalmente. 


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