Last night escrita por moreutz
Dormitório masculino da Grifinória.
Manhã de 4 de janeiro de 1976.
6º ano.
Comemoração dos marotos de ano novo após o recesso.
— Argh!
— Bom dia!
— AH!
— Outch!
— O QUE DIABOS ESTÁ FAZENDO AQUI?
—Evans acabou dormindo na minha cama junto de Remus e Frank. - O garoto de cabelos bagunçados dizia enquanto procurava o óculos - me expulsou quando sugeri de ela dormir na minha cama e chamou o Remus para jogarem algum jogo de cartas, quando olhei de novo os dois tinha dormido e Frank caiu em cima deles pouco tempo depois.
— Calma... Evans dormiu aqui? - O de cabelos compridos tentava recordar algo da noite passada enquanto piscava forte os olhos e apertava a cabeça.
— Oh, sim! Inclusive, temos de acordá-la para ela sair antes que os monitores estejam lá embaixo, um minuto.
Sirius se lembra do início da noite: dos amigos no dormitório deles, do feitiço a prova de som que Alice e Lily colocaram, de uma música trouxa tocando, de bebidas e de muitas risadas, e...
— AH NÃO! - Sirius arregala os olhos ao relembrar mais uma parte da noite passada. Quando procura por James vê que o amigo está admirando a ruiva com cabelos bagunçados deitada em sua cama. - Sério, James?
— O que foi? Ela é tão bonita e serena.
— Onde aprendeu essa palavra, Potter? Não parece estar em seu vocabulário. - Lily dizia com a voz sonolenta, ainda de olhos fechados. - Rem ainda está aqui?
— Hm, não. E, bom dia, Evans, você pode se surpreender das belezas que minha boca produz caso queira testar. - James dava um sorriso de lado, vendo que Lily abrira os olhos e ficava corada.
— Sabe que não tenho interesse algum em sua boca. Frank, acorde... FRANK!
O garoto cai no chão com o grito da ruiva, o que faz, por poucos segundos, Sirius esquecer dos acontecimentos da noite passada e dar uma gargalhada.
— Lily, avise Alice que estou esperando ela lá embaixo... preciso de um banho... - ele dizia se dirigindo a porta - até depois, gente.
O silêncio pairou no quarto com cenas isoladas: James, o garoto de 16 anos com cabelos incontroláveis e óculos que sempre caem de seu nariz admirava Lily Evans, sua paixão desde os 11 anos de idade; Lily, por sua vez, se espreguiçava e fingia não sentir o garoto a observando e focada em não corar como Marlene disse que sempre acontece quando ele fala ou chega perto dela; Sirius está em choque conectando os pontos e desesperado para conversar com o melhor amigo sobre a noite passada.
— Evans? Han...oi, então, será que vossa senhoria poderia se retirar? Tenho que ter uma conversa de homem para homem com James, sabe como é, a idade está chegando para ele e está ficando impossível controlá-lo perto de sua beleza inconfundível.
— Pode deixar, sei quando homens preciso conversar, vocês têm suas necessidades. - a ruiva levanta da cama colocando os sapatos de qualquer jeito e pegando a jaqueta que havia trazido, esta que pertencia a James e havia pegado emprestado em algum momento no terceiro ano, mas nunca a devolveu, e não sabia bem o porque - Mas saiba que se foi por Rem, ele com certeza está... extasiado por tudo.
E a porta se fechou assim que ela deu uma piscadela a Sirius que o fez variar da confusão que sentia e uma pontada de felicidade.
— O que aconteceu entre você e Remus? - o amigo o tirava de seu transe.
— Fico feliz de saber que não foi público.
— O QUE HOUVE?
— Certo, lembra como desde o quarto ano eu venho te dizendo que sinto coisas diferentes por Lupin, certo?
— Vividamente, depois que descobri e estamos perto dele ou ele passa por nós você fica com uma cara de idiota por umas boas horas. - James diz zombando do de cabelos compridos.
— Oh, como você com a Evans?
— Cale a boca e termine a história, Black!
— De qualquer forma, aparentemente, ontem na nossa reunião eu bebi e eu estava tentando me convencer que foi apenas um sonho novamente ou que eu tenha tentado pronunciar as palavras mas não tenha saído nada, igual já fiz várias vezes, mas... o que a Evans disse... eu realmente falei tudo, James.
— Tudo...?
— Bom, pelo o que eu me lembre eu disse que estava apaixonado por ele, que precisava dele, queria casar com ele e ter filhos, e por fim o chamei de perdedor. - Sirius terminou se jogando na cama e enterrando a cabeça no travesseiro.
— Oh... tudo mesmo... Espera, perdedor? - O de óculos senta na cama e expressa uma cara confusa com a última parte revelada.
— Sim, perdedor. Aparentemente, eu briguei com ele por ele não saber como me responder.
— Uh, isso pode ser ruim, mas Lily disse que ele estava ''extasiado'', e isso é bom, né? - James desfazia as mãos em aspas que formou.
— Sim, eu acho. Mas não sei o que falar para ele. Culpo a bebida?
— Pode ser uma boa, não seria a primeira vez que você faria uma besteira pela bebida. Da última vez você jurou que o Peter era Remus e tentou beijá-lo, a sorte é que Rem não estava lá e que eu consegui te segurar, porque Peter pensava que você era Mary.
— Por Merlin! Ele é tão lindo James.
— Acredito em você, Sirius, ele não se compara a Lily, mas tem um charme parecido.
— Minha cabeça dói. - Eles se viram para uma voz vinda de um monte de cobertores no meio do quarto.
— Pete? - Sirius pergunta.
— Mais baixo. - Peter sussurra e depois grita ao ver a luz do dia em seus olhos por ter os cobertores retirados de cima de si pelos amigos - ESTÃO LOUCOS? VOU MORRER!
— Você não vai morrer, seu maníaco, só está de ressaca. Precisa de um banho, ficar deitado e de uma gororoba que Alice prepara para esses dias. - Sirius agacha ao seu lado e dá empurrões leves para o menino levantar.
— Não é a sua primeira vez, Peter, sabe disso e... pode deixar, vamos fingir que não é por causa da Mary, ok? - James disse olhando de cima, e dando risadas leves.
— Queria tanto que ela estivesse aqui... da próxima temos que trazê-la na capa. - Peter examina o quarto enquanto senta e lembra-se de implorar para trazerem Mary em certo momento da noite.
— Faremos o possível. - Sirius bate em suas costas ao mesmo tempo em que a porta de abre.
''Ele é tão lindo a cada dia, isso é mesmo possível?'' Sirius vê um garoto alto, com cicatrizes no rosto e nos braços, que estão a mostra dada a sua camiseta amarela que ganhou de natal de Peter. Natal este que Remus organizou e buscou comida para nós na cozinha pois sabe como encantar os elfos - e todos os demais a sua volta. A festa pós-ano novo também foi ideia sua.
— Vejo que acordaram... Lily apenas comentou que James a expulsou da cama dele. - Sirius percebia um sorriso se contendo na boca do loiro, claramente uma provocação para James.
— O que? Como? Eu... nunca fiz... não foi minha... Rem, o que? - James dizia fazendo os amigos caírem na gargalhada. - Haha! Só por conta disso, Peter, você não terá Mary em nenhuma festa, Remus, eu espero que você nunca mais beije, e Black, espero que alguém corte seu cabelo.
— COMO OUSA, POTTER? - Sirius dizia alto com a mão no peito.
— Preciso ir até a minha cama, se me permitem... - Remus tentava passar sem pisar nos amigos que agora encontravam-se todos no chão.
— Ah não, não permitimos. - E com essas palavras Remus foi puxado pela mão por Sirius, o que fez com que ele caísse ao seu lado, e, parcialmente em cima do amigo. - Vamos conversar, Remmy.
— Oh, não, conversa não. Dor. Cabeça. Morte. Mary. - Peter dizia se deitando novamente no chão e cobrindo a cabeça com os cobertores.
— Está de ressaca, han, Pete? - Remus perguntava levantando o cobertor e colocando a cabeça para dentro.
James estalou o dedo para chamar a atenção de Sirius, apontando para o loiro e fazendo sinais de conversa, em resposta, Black o mandou ficar quieto e disse que se virava. A comunicação funcionava de forma telepática, como Remus costumava brincar sobre os dois amigos, os quais eram irmãos de alma.
— Então, Rem, gostou de ontem? - James pergunta arrumando os óculos e vendo a cabeça do amigo ressurgir.
— Ah, sim! Adoro dançar com as meninas e dar risada, e ainda mais beber enquanto como chocolate.
— VOCÊ COMEU CHOCOLATES E NÃO ME OFERECEU? - Sirius batia em seu ombro.
— Sirius, você comeu quase todo ele quando te ofereci... - Remus olhava o amigo de perto, este que sentiu todo o corpo estremecer por estarem perto daquela forma parecia uma cena repetida. - Não vá me dizer que esqueceu do que houve.
— Apenas algumas partes.
O silêncio que prendeu o olhar um no outro parecia calmo e comunicativo ao mesmo tempo. Pareceu-se uma eternidade e ao mesmo tempo milésimos de segundos. Um contraste atrás do outro. Até que a voz do Peter reclamando de dor os faz emergir dos próprios pensamentos: James tentava ajudar o menor a levantar mas as suas mãos escorregaram e o mesmo despencou para trás, batendo a cabeça e reclamando alto de dor, e com a frase mais alta saindo de sua boca.
— Tudo o que eu queria era a Mary, James.
Fazendo os amigos rirem e a sensação de felicidade surgir mais forte no dormitório.
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