A Variável Não Planejada Parte 2 escrita por Miss Oakenshield


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Comentem o que estão achando pessoal, quero saber se querem que eu continue.



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Quando Thomas viu Teresa e chamou o nome dela em voz alta, vi que o garoto misterioso tirou seu capuz e olhou para ele como se não lhe fosse estranho.

Agora eu tinha certeza de que ele sabia alguma coisa, mas antes que eu pudesse ir até ele e perguntar, fomos mandados para os nossos dormitórios.

Depois de algumas ameaças e respostas ríspidas consegui com que me deixassem no mesmo quarto que os meninos. Depois de viver mais de 3 anos dormindo em redes cercada por garotos, não seria agora que isso se tornaria um problema, o problema seria eles nos separarem e eu não deixaria que acontecesse.

— Vou ficar em cima!

Minho foi o primeiro a pegar uma cama. Como sempre era o mais apressado, não era à toa que ele era um corredor.

— Vou ficar mal-acostumado. – disse Winston

— É, nada mal. – disse Newt observando as camas

A porta se fechou e escutamos o som das travas. Estávamos trancados.

— É como se fossemos prisioneiros. Se não tivessem nada a esconder não precisaríamos ficar presos aqui. – eu comentei subindo em uma das beliches.

— Acho que você já está exagerando Kathy. – disse Caçarola – Não podemos relaxar nem por um segundo?

— Pelo que sabemos Caçarola aqui fora não está tão melhor do que o labirinto. Essas pessoas coincidentemente salvaram a nós e todos aqueles jovens lá fora no mesmo momento, nos trazem para um local que dizem ser seguro, fazem exames conosco e agora nos trancam em quartos, não me parecem muito diferentes do C.R.U.E.L.

— Ainda acho que não deveríamos nos preocupar tanto, podemos relaxar por uns dias.

— Faça isso você, mas quando tivermos que sair correndo por nossas vidas de novo vou fazer questão de te dizer: Eu avisei.

Virei com o rosto para a parede e fechei os olhos tentando relaxar. Apesar de estar com o corpo cansado, minha mente estava à mil por hora.

— Quer que eu te faça companhia?

Era Newt. Agora me diga, eu tenho ou não o irmão mais fofo do mundo?

— Se você não se importar...

Newt tirou seus sapatos e se deitou ao meu lado. Fiquei de costas no colchão e virei a cabeça pra olhar pra ele. Newt começou a acariciar meus cabelos e rosto.

— Está se sentindo melhor?

— Acho que sim... na medida do possível...

— Também sinto saudades deles... até dos gritos do Gally, mesmo sendo chato ele era meu amigo... e pelo que vi seria meu cunhado...

Não aguentei e dei risada, soltei um suspiro olhando pro teto.

— Pelo menos eu me declarei pra ele... antes de tudo...

— Ah é? Então foi mais rápida que ele.

— Como assim?

— Digamos que no dia que você foi ao labirinto com Minho e Alby nós tivemos uma conversinha e eu o convenci a falar com você.

— Suspeito que ele tentou falar antes de mim, mas fomos interrompidos... até o dia que Thomas foi pro amansador e ele veio falar comigo do outro dia e... acabou saindo...

Ao me lembrar daquele dia, me senti melancólica, meu sorriso se apagou e meu olhar se perdeu.

— Sinto muito Kathy...

— Vai ficar tudo bem, eu só... sinto falta dele...

Newt e eu ficamos abraçados até que ele caiu no sono. Muito cuidadosamente eu desci do beliche e fui até o banheiro que tinha ali no quarto. Quando sai, percebi que Thomas não estava mais na cama dele, ao me aproximar vi que tinha uma entrada de ventilação aberta em baixo da cama.

Achei melhor esperar ele voltar e (ameaçar) ele a me contar onde tinha ido e o que tinha feito.

Assim que ouvi sua chegada, esperei ele se levantar, estava sentada de pernas cruzadas na sua cama e de braços cruzados.

— Vai me explicar onde o mocinho foi a essa hora da noite?

Depois que Thomas me contou o que viu junto do garoto misterioso, que agora sabia se chamar Aris, agora eu tinha certeza que tínhamos nos metido em uma furada, com certeza ainda estávamos nas mãos do C.R.U.E.L. mas, pelo que parece os outros estavam tão encantados pelas mordomias daquele lugar que não queriam acreditar na verdade.

No dia seguinte no refeitório, Janson estava chamando mais alguns nomes, que agora, pelo que Thomas me contou, levariam para uma sala misteriosa em macas estranhas e com tubos.

— O que tem atrás daquela porta? – sussurrou Thomas

— Já conversamos sobre isso. – disse Newt de volta – Você disse que tavam cobertos então não sabe o que viu. Podiam ser qualquer coisa.

— Eu sei exatamente o que eu vi, eu vi corpos. O Aris disse que toda noite entram novos corpos.

— Mas quem é Aris? – perguntou Minho

Thomas apontou para o garoto.

— Ah, me convenceu... – disse Minho

— Pode parar com preconceito Minho, só porque ele é meio avoado não quer dizer que seja louco... além disso, Thomas também viu os corpos. – disse eu – E todos sabemos muito bem quem gostava de corpos, o C.R.U.E.L.

— Tá, mas até a gente ter certeza é melhor ficarmos de olho e tentar não chamar muita atenção, beleza? – disse Newt, sempre como o líder depois que perdemos o Alby

Mas, pareceu que Thomas era surdo do ouvido esquerdo e não ouviu o que meu irmão disse, porque se levantou de súbito e foi andando determinado até a porta por onde os jovens eram levados. Claro que o tentar ser discreto dele não deu certo.

Ele tentou seguir com os outros, mas como previsto foi impedido, quando deu a entender que voltaria, ele tentou mais uma vez e aí sim, arranjou confusão.

Fomos correndo até Thomas para tentar contê-lo, Janson apareceu perguntando o que estava acontecendo.

— O que está acontecendo?! – gritou Janson – Thomas, não confia em mim?

Janson colocou a mão no ombro de Thomas, eu fiquei furiosa, tanto pela pergunta quanto pela atitude dele, óbvio que não confiávamos nele.

— Sai de perto dele! – empurrei a mão de Janson e me coloquei entre ele e Thomas (tentando) parecer ameaçadora

— Por que a agressividade Katherine? Sabe que estamos todos do mesmo lado.

Senti nojo quando ouvi o meu nome saindo da boca dele, definitivamente não estávamos do mesmo lado.

— Tenho minhas dúvidas sobre isso, sempre fui meio do contra.

Ele olhou pra mim com um sorriso torto e debochado. Seria tão ruim se eu desse um soco na cara de rato dele?

— Levem os aos beliches.

Pode imaginar o que aconteceu, sim, fomos pro dormitório. Fomos praticamente jogados lá dentro e trancados como prisioneiros.

— Aí, que que foi aquilo hein? – disse Minho

— É Kathy, que que foi aquilo? E Thomas, jura que você achou que eles iam deixar você passar? – disse Newt

— Aquilo Newt foi o começo da nossa rebelião. E é claro que Tommy não pensou nisso, a ideia foi minha.

Thomas levantou a mão mostrando o cartão de identidade do guarda que quase bateu nele há minutos atrás.

— Eu vou descobrir o que tem atrás daquela porta. – disse Thomas

— Ou melhor, NÓS vamos descobrir. – disse pegando o cartão da mão dele

— O que?! Nem pensar, você não vai seguir as ideias malucas do Thomas! – disse Newt

— Temos que descobrir quem são essas pessoas Newt, eles não são quem dizem que são, não confio nem um pouco naquele Janson.

— O Thomas não tem certeza, e você nem viu nada, só está se baseando na sua intuição. A única coisa que a gente sabe é que eles salvaram a gente do C.R.U.E.L. – continuou Newt – Eles deram uma roupa pra gente, comida, uma cama decente...

— E o que o C.R.U.E.L. fez, hein Newt? Eles mandavam comida pra gente, mandavam medicamentos, tínhamos tudo pra sobreviver e olha o que aconteceu com a gente! Perdemos quase todos nossos amigos, e agora qualquer um vem e te dá um pouco de comida e diz ser seu amigo e você já vai aceitando?! O C.R.U.E.L. também achou que estava fazendo o bem pro mundo sacrificando crianças, e se o que Thomas viu estiver certo estamos nas mãos deles de novo e eu não vou deixar que ninguém mais seja sacrificado pra essa “cura”.

Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, ouvimos o barulho da grade do tubo de ventilação caindo, assim que viramos vimos Aris saindo por baixo da cama.

— Pronto Thomas?

— Estamos prontos, aliás, meu nome é Katherine, mas me chame de Kathy.

Sem esperar por mais nenhuma reclamação já fui me dirigindo para o túnel.

— Kathy! – chamou Newt e olhei pra ele – Tome cuidado.

— Pode deixar, qualquer coisa uso Tommy de escudo. – disse brincando

Agora era a hora. Iria descobrir de uma vez por todas se ainda estávamos nas mãos do C.R.U.E.L.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que estão achando pessoal, quero saber se querem que eu continue.



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