Kurai passeava calmamente pelas estreitas ruas daquela vila que parecia quase que como esquecida no tempo. Em cada lado da rua, filas e filas de vendedores ambulantes tentavam ganhar a sua vida vendendo legumes, fruta e até alguns animais. «Acho que voltei á Idade Média… foram tempos horríveis…» pensava ele enquanto se encaminhava lentamente pelas pequenas ruas de Kaze. Rapidamente a noite se abateu sobre a vila sem Kurai dar conta. A vila agora parecia um lugar sinistro, já que os pequenos candeeiros pouco ou nada iluminavam as ruas, e não se via nem um sinal de vida por ali aquela hora. Ele continuou a caminhar até que começou a ouvir gritos vindos de um pequeno beco. Rapidamente correu até lá e observou dois vampiros a tentarem atacar uma bela jovem que gritava desesperadamente por ajuda. Kurai matou-os num abrir e fechar de olhos e apressou-se prontamente a verificar se a jovem estava bem.

- Eles magoaram-na? Está bem? – Ele perguntou, ajoelhando-se perto da jovem.

Ela não respondeu. Estava bastante assustada, embora intrigada ao mesmo tempo. Aquelas criaturas de olhos vermelhos cor de sangue que a tinham tentado atacar, vampiros… e aquele rapaz, com os mesmos olhos tinha-os morto… seria ele um vampiro também? Porque matou ele alguém da sua espécie para salvar uma simples humana? Era muita confusão para a cabeça dela naquele momento. Kurai continuava a perguntar-lhe se estava bem mas ela apenas o olhou antes de desmaiar nos seus braços. Ele sorriu e pegou nela gentilmente ao colo, levando-a para a sua casa, uma pequena mansão fora da vila. Entrou com cuidado num quarto espaçoso e deitou-a cuidadosamente na confortável cama que se encontrava no meio do quarto. Cobriu-a com dois cobertores quando a sentiu tremer e puxou uma cadeira de madeira para se sentar perto da cama.

A noite passou rapidamente e ele continuava ali a observá-la, tentando perceber que sentimento era aquele que o assolava cada vez que ele a olhava. Acariciou-lhe o longo cabelo castanho, enquanto se aproximava lentamente do seu rosto para a beijar. Quando estava prestes a alcançar os seus lábios, ela abriu lentamente os olhos e ele afastou-se envergonhado.