A roseira e os espinhos. escrita por Misa Presley


Capítulo 43
Pequeno contratempo.




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            Depois que a neblina trazida pela presença de Debrah se dissipou, todos puderam respirar aliviados. De fato, até mesmo o ar parecia mais leve, desde a partida daquela mulher detestável. Nem podiam acreditar que já fazia mais de um ano, desde que tiveram notícias dela pela última vez. O que, por sinal, era um verdadeiro alívio para todos, principalmente para Castiel. Ele agora, podia viver sem o peso de tê-la ao seu lado, sugando tudo o que tinha. Era bem verdade que ele havia voltado a sorrir. Tudo prosperava! Sua carreira estava indo melhor do que nunca! Além é claro, de sua vida amorosa. Afinal, já estava namorando Montsserrat há um ano e o relacionamento de ambos parecia perfeito. Eles se entendiam muito bem! Eram parecidos em quase tudo! De modo, que as diferenças eram irrelevantes. Até mesmo o gosto por cães era o mesmo, de modo que no flat agora, além de Panqueca estava Amora, a Cocker spaniel de Montsserrat.

            Aquela era uma vida, da qual Castiel não podia reclamar. Estava ao lado de uma mulher a quem amava de verdade! E, que principalmente, também o amava. Nada mais de fingimentos ou jogos de aparências. Eram um casal sólido! Um se empenhava dia após dia em fazer o outro feliz. Algo diferente de tudo o que já viveram, quando separados.

            O mais agradável ainda, era que não havia estranheza do fato de ambos manterem uma amizade muito próxima, com Annelise e Lysandre. Eles sempre saíam em casais, para cinemas, teatro, shows, jantares... Sempre aos pares. Era agradável ver como a amizade deles fluía com naturalidade, de modo, que Castiel fora convidado para ser padrinho de casamento de Lysandre e Montsserrat a madrinha. Além é claro, de ser a fotógrafa que cuidaria do dia da noiva. Algo, que a ruiva fez com prazer, já que estava feliz em fazer parte de um momento tão importante na vida de Annelise.

            A noiva parecia esbanjar felicidade, enquanto era arrumada e maquiada, junto com as madrinhas, que fariam daquele momento algo inesquecível. E, Montsserrat não parava de tirar fotos e mais fotos, enquanto Annelise estava sentada sobre a cama de Leigh, sendo penteada por Chani e Agatha, que ajeitavam-lhe os longos cabelos em um semi rabo de cavalo, onde a parte inferior dos cabelos ficava solta, em ondulações perfeitas, enquanto a parte superior estava presa com muitos grampos em um coque volumoso, onde jazia uma tiara de flores brancas o envolvendo.

            A maquiagem, era sóbria, embora fosse bonita. Algo em uma paleta mais nude, embora houvessem toques evidentes de iluminador em suas pálpebras, contrastando com a sombra marrom e delineador preto, além dos cílios escuros e volumosos. Os lábios delicados, estavam tingidos em um batom rosa, quase em um tom nude, que trazia mais vida ao seu rosto, embora mantivesse a discrição.

            Nina terminava de dar os últimos retoques na maquiagem, quando Rosalya já foi entrando no quarto, trazendo o vestido de noiva, escondido em uma “capa” para terno. Em hipótese alguma ela deixaria Lysandre ver sua criação. Afinal, ele era o noivo! Dava azar! Ela não queria correr nenhum risco, então deixou todas as garotas de aviso, para que escorraçassem Lysandre dali, caso ele sequer passasse perto do quarto.

            A moça entrou animada no cômodo, trancando a porta atrás de si, para evitar qualquer visita indesejada -lê-se Lysandre-. Em seguida, caminhou em direção a Annelise, agora se aprumava um pouco, lançando-lhe um olhar ansioso.

             — Licença, meninas! Minha obra-prima está passando! — Rosalya disse em tom quase autoritário, enquanto ia abrindo a capa de plástico escuro, revelando o vestido à Annelise. Tão logo ela disse isso, as moças se afastaram de Annelise, que levantou ansiosa, ainda usando o roupão branco.

            Ela ficou embasbacada ao ver o vestido! Rosalya não estava exagerando: aquela era de fato sua obra-prima! Lindo em cada mínimo detalhe! Ele era perfeito! Muito além de qualquer expectativa criada! O decote coração, todo o acabamento em renda francesa sobre um tule transparente, que ia desde o decote até os braços em uma manga comprida que deixava os ombros desnudos. A saia longa e volumosa em estilo princesa, era igualmente enfeitada com a mesma renda, que descia delicadamente envolvendo todo o comprimento. Além, é claro, da cauda alongada que ia atrás do vestido, também coberta naqueles rendados florais.
           
            Annelise se levantou completamente, caminhando ainda pasma, em direção a Rosalya, que segurava o vestido, enquanto exibia um sorriso orgulhoso. De fato, ela tinha se superado.

            — Ele é lindo, Rosa! — Annelise disse estupefata, ainda olhando para o seu vestido.

            — Eu sei, ele está perfeito! O Lysandre vai pirar quando o ver. — Rosalya comentou rindo. — Agora, vamos vesti-lo em você, porque todo mundo já chegou e o seu noivo já passou aqui na porta duas vezes. — Ela advertiu, pousando o vestido sobre a cama, para ajudar Annelise a colocar a armação que o sustentaria e manteria o volume das saias.

            Enquanto as meninas terminavam de arrumar Annelise, Lysandre parecia mais nervoso do que nunca, terminando de se arrumar em seu quarto. Ele tremia! Não conseguia nem mesmo dar um nó na gravata verde que usaria, com o terno preto.

            Ele começava a ficar irritado, se olhando espelho enquanto ainda “lutava” com a gravata, que não queria ficar presa ao pescoço de jeito nenhum. Eis, que ouviu batidas à porta do quarto, fazendo-o virar o rosto na direção por onde vinham as batidas. — Entre! — Ele disse, voltando a dar atenção a gravata.

            A porta se abriu e Castiel surgiu por ela, fechando-a atrás de si. Ele arqueou a sobrancelha, ao ver que Lysandre parecia desesperado, tentando arrumar o nó na gravata. — Acho que cheguei em boa hora. — Castiel disse rindo. — Calma, desengonçado. Deixa que eu arrumo isso. — O ruivo comentou, enquanto Lysandre se virava em sua direção. Em seguida, começou a atar o nó na gravata.

            — Está tudo bem lá embaixo? — Lysandre indagou, enquanto ficava parado na frente de Castiel, que o ajudava com a gravata.

            — Tudo tranquilo! Os convidados já chegaram, inclusive seu sogro estava te procurando. Acho que vai rolar aquela clássica ameaça, antes de levar a filha ao altar. — Castiel comentou em tom brincalhão.

            — É justamente isso o que me preocupa. Não tive oportunidade de falar com ele, desde que Annelise e eu reatamos. Presumo que ele não esteja encarando isso muito bem. — Lysandre afirmou, um tanto apreensivo.

            — Relaxa, irmão. Vai dar tudo certo. Na pior das hipóteses, vou deixar o carro ligado. Aí você pega a Annelise pelo braço e a gente foge para o México. — Castiel brincou enquanto finalmente terminava de dar o nó na gravata de Lysandre.

            O noivo riu do comentário de seu padrinho, parecendo um pouco mais tranquilo. Não podia negar que aquilo o fizera se acalmar um pouco. — Bem, as alianças nós já temos. Podemos ir para Las Vegas, também. — Lysandre retrucou, em tom descontraído. — Aliás, elas estão com você, certo? — Ele indagou.

            — Claro! Por acaso acha que sou como você, que perde tudo? — Castiel disse em meio a um riso. — Estão bem aqui no meu bols---!!!! — Quando ele meteu a mão no bolso da calça, percebeu que a caixinha com as alianças não estava mais lá.

            — Algum problema? — Lysandre indagou, já perdendo totalmente o ar risonho e esboçando um semblante tenso.

            Castiel continuava tateando ao interior daquele bolso, já metendo a mão no outro. Ele estava cor de cera, com os olhos arregalados. — As alianças!!! — Ele disse totalmente alarmado, ainda procurando pelos bolsos.

            Lysandre nessa hora, empalideceu por completo, sentindo a vista escurecer. Não estava acreditando no que estava ouvindo. — Castiel, por favor me diga que não perdeu as alianças. — Ele disse, ofegante.

            — Prefere que eu diga o quê? Que elas ouviram nossa conversa sobre México e acharam uma ideia tão boa, que foram na frente?! — O ruivo indagou, já em tom mal-humorado.

            — Nós precisamos achá-las! Devem estar em algum lugar por aqui! — Lysandre afirmou, apavorado.

            — Ah, não me diga, Sherlock! Você jura que uma caixinha minúscula está em algum lugar de uma fazenda desse tamanho? Nossa, eu nunca teria pensado nisso. — Castiel disse em tom sarcástico.

            Lysandre obviamente se aborreceu com aquilo, fechando a expressão. — Não é você quem deveria estar irritado, Castiel! Eu lhe confiei as alianças e você as perdeu! Agora, é melhor pararmos de discutir e começarmos a procurá-las antes que a Annelise saiba o que houve! — Lysandre disse em tom seco, enquanto se abaixava no chão do quarto, começando a procurar pelas alianças, enquanto Castiel também procurava nas gavetas. Tinha certeza absoluta de tê-las levado à fazenda!

            Depois de um bom tempo procurando as alianças pelo quarto, não encontraram nem sinal delas. Aquilo foi deixando Lysandre ainda mais desesperado. — Aqui não está. — Lysandre disse, se levantando.

            — Aqui também não. — Castiel respondeu.

            — Elas precisam estar em algum lugar! Vamos olhar no carro, na cozinha, em qualquer lugar! — Lysandre disse, já saindo apressado do quarto e sendo seguido por Castiel. Eles precisavam encontrar aquelas alianças, nem que tivessem de revirar a fazenda!

            Quando estavam saindo da casa, Lysandre foi interceptado pelo pai de Annelise, que o deteve na porta. — Ah, finalmente o encontrei rapazinho. — Phillip disse. — Precisamos acertar algumas coisas, antes do casamento. — Ele disse, segurando Lysandre pelo braço.

            Lysandre ficou ainda mais desesperado quando o sogro o deteve. Sabia que não tinha muito tempo e precisava achar as alianças antes da cerimônia. — Senhor Dawson, eu estou um pouco ocupado agora. Há algo muito importante que preciso fazer. Ficarei feliz em ter essa conversa com o senhor mais tarde. Mas, preciso mesmo ir agora! — Lysandre respondeu, tentando se manter o mais educado possível, embora suas feições demonstrassem toda a urgência que ele tinha.

            Castiel, por sua vez, não parecia compartilhar dos modos do amigo. Então sua sutileza não foi das maiores. — Sai do caminho, porra! Nós estamos com pressa! — Ele disse a forma mais rude possível, ao pai de Annelise.

            — Isso é jeito de falar, moleque?! — Phillip indagou, totalmente irritado.

            Mas, antes que Castiel ou Lysandre pudessem dizer alguma coisa, Nathaniel cruzou a porta da cozinha, vindo em direção aos dois, acompanhado por Rayan e Alexy. — Lysandre, todo mundo já chegou. Podemos preparar a entrada dos padrinhos? — Nathaniel indagou.

            — Não! Por favor! Tentem segurar a cerimônia ao máximo! Estamos com problemas graves! — Lysandre afirmou, totalmente desesperado.

            — Mas afinal, o que diabos aconteceu?! — Phillip indagou, notando todo o nervosismo do genro.

            — Eu perdi as alianças, tá legal? Culpa minha! Agora precisamos achar antes que a Annelise descubra. — Castiel explicou. Phillip, Nathaniel, Alexy e Rayan, olharam pasmos para ele, incrédulos sobre o que tinham ouvido.

            — Você fez o quê, idiota?! — Nathaniel indagou.

            — Me chama assim de novo, pra ver se o casamento não vai começar com um UFC. — Castiel disse de forma irritada.

            — Acalmem-se todos! — Lysandre disse. — Poupem suas energias para a busca pelas alianças! Depois vocês dois se resolvem. Mas, por ora, esta é nossa prioridade! — Ele completou, tentando acalmar os ânimos.

            Mesmo a contragosto, Nathaniel e Castiel se acalmaram. Lysandre tinha razão: precisavam encontrar as alianças. Rayan parecia ser o que estava mais calmo, dentre eles, já que o pai de Annelise também ficara nervoso.

            — Vamos nos dividir em grupos. Assim poderemos cobrir uma área maior e teremos maior eficácia na busca. — Rayan sugeriu. — Lysandre e Nathaniel, vocês procuram nas malas. Castiel, olhe nos carros. Revire tudo! Não deixe passar nada! Senhor Dawson, reviste os banheiros. Eu vou dar uma olhada pela sala de estar, onde os presentes estão. Em algum lugar teremos de encontrá-las. E você, Alexy, mantenha a Annelise no quarto! Não a deixe sair de lá em hipótese alguma. Por favor, peço que todos mantenham a calma! Vai ser mais difícil de achar, caso fiquemos irritados. — O professor afirmou, antes de começar a ir em direção à sala de estar, enquanto os outros iam procurar nos respectivos cômodos.  


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