A roseira e os espinhos. escrita por Misa Presley


Capítulo 18
Uma nova promessa.




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            Zack estava afinando sua guitarra, antes de começarem os trabalhos daquele dia. Estava estranhando a demora de Castiel, já que ele era sempre pontual. De fato, jamais chegou atrasado um só dia.

            A verdade, era que não o via desde o final do show na noite passada. Perguntava-se a todo o momento, o que poderia ter acontecido. Afinal, ele não era de sumir sem dar nenhuma explicação.

            — Alguém tem notícia do Castiel? — Zack indagou, sentado em um sofá, ainda afinando a guitarra.

            — Nenhuma! Eu liguei para ele, mas o bonito não atende o celular. — Leopoldine respondeu, enquanto ia montando sua bateria.

            — Acha que devemos ligar mais uma vez? Talvez algo tenha acontecido. — Gabin sugeriu, enquanto afinava o baixo.

            Porém, o assunto se encerrou quando Castiel entrou no estúdio. Ainda estava com as mesmas roupas da noite anterior, além de um aspecto cansado. Todos os sinais claros de que não dormira em casa.

            Zack espantou-se ao ver Castiel ali, com um enorme hematoma roxo acima do nariz e abaixo dos olhos. De fato, sua cara estava totalmente inchada.

            — Estávamos preocupados com você, Castiel! O que aconteceu, cara? Por quê chegou tarde, e o que aconteceu com seu rosto? — Zack perguntou, ainda assustado com o estado de Castiel.

            — Andou se metendo em alguma briga, bonitão? — Leopoldine perguntou, agora se aproximando dos três rapazes.

            — Digamos que sim. — Castiel respondeu secamente.

            — Foi por isso que sumiu ontem? Isso aconteceu na boate? — Gabin perguntou, um tanto preocupado.

            —Não, mas tem ligação com algo que rolou lá. — O ruivo não se sentia muito à vontade para falar sobre aquilo.

            — O que aconteceu na boate, Castiel? — Leopoldine perguntou, um pouco mais séria. De fato, a garota já imaginava que o companheiro de banda teria se metido em alguma confusão grave, pelo estado no qual se encontrava.

            — Eu encontrei a minha ex-namorada. Estava um pouco bêbado na hora, então eu acabei indo para a cama com ela. O pior é que A Annelise acabou descobrindo. — Castiel respondeu, causando espanto nos companheiros de banda.

            — Foi a Annelise que fez isso em você?! — Gabin indagou, totalmente pasmo.

            — Pior. Foi o ex-namorado dela. — Castiel respondeu, se sentando no sofá, ao lado de Zack. — Mas isso é um pouco culpa minha, eu que comecei. Achei que ele tinha dormido com a Annelise então fui para cima dele. Acontece que depois que saímos na mão, eu descobri que não tinha acontecido nada entre eles. O foda, é que já era tarde. Eu já tinha dormido com a Debrah e a Annelise já tinha terminado comigo. — Ele terminava de falar, enquanto Zack ouvia pacientemente.

            — Que situação de merda, mano. — Zack começou. — É melhor cancelarmos o ensaio de hoje. Você precisa ir para casa. — Ele disse, pousando a mão sobre o ombro de Castiel. — Vai descansar, está precisando. Nos vemos amanhã se já estiver melhor, tudo bem? — O rapaz dos longos cabelos castanhos, perguntou ainda com a mão sobre o ombro de Castiel. O ruivo, por sua vez, não teve outra escolha senão concordar. Precisava mesmo dormir um pouco.

            Depois de se instalar, Annelise se sentia bem melhor. Claro, ainda estava angustiada com a decepção que sofrera mais cedo. Todavia, só pelo fato de saber que Lysandre estava ali, sentia-se infinitamente mais segura.

            Poderia, finalmente, fechar os olhos e esquecer tudo o que havia acontecido naquela manhã infernal. Precisava pôr a cabeça no lugar e acalmar seu coração inquieto. Ainda estava muito ferida. Um tempo para si, era algo que se fazia necessário.

            Lysandre a aconselhou a ficar em casa, naquela manhã. Não conseguiria ter um dia produtivo, quando se estava com a cabeça tão cheia. Ele estava certo; precisava de um dia de folga. Um dia, onde pudesse descansar e esvaziar sua mente conturbada.

            Ela estava sentada no sofá, abraçando as pernas um tanto encolhida sobre o assento. Ainda parecia refletir sobre tudo o que acontecera naquela manhã, quando Lysandre veio trazendo uma xícara de porcelana branca estampada em flores vermelhas.

            — Eu fiz um chá, para você. Imaginei que se sentiria melhor. — O rapaz disse, entregando a xícara fumegante para Annelise. — É de morango, com duas colheres de açúcar. É assim que você gosta, não? — O rapaz perguntou.

            — Que gracinha! Você ainda se lembra! Obrigada, Lys, você é um amor. — Annelise disse, enquanto pegava a xícara, soprando o chá antes de tomar um gole. De fato, ele tinha acertado em cada mínimo detalhe. Aquilo estava ótimo.

            Lysandre se sentou ao lado de Annelise no sofá, a olhando um tanto penalizado. Seu coração doía, ao ver a mulher amada naquela situação. Se fosse possível, tomaria toda a dor dela para si, apenas para que ela não sofresse mais.

            — Sabe o que eu acho que vai te fazer bem? — Lysandre indagou, esboçando um sorriso paciente.

            — O quê? — Annelise perguntou, de forma curiosa, antes de tomar mais um gole do chá.

            — Uma maratona de filmes, embaixo das cobertas. A Rosalya tem uma coleção de filmes de comédia romântica. O que acha de assistirmos?  — Ele sugeriu.

            Imediatamente, as feições de Annelise se iluminaram. Era uma ideia ótima! Além do mais, seria algo nostálgico. Podia se lembrar de cada uma das vezes que fizera aquilo, com ele. De fato, quando namoravam, sempre viam filmes românticos juntos, embaixo das cobertas.

            — É uma ótima ideia! — Ela respondeu um pouco mais animada.

            — Perfeito! Então eu vou preparando os filmes e você pega as cobertas, pode ser? — Lysandre perguntou, já se levantando do sofá.

            — Ótimo! Onde estão guardadas? — Annelise indagou.

            — Estão na parte superior do guarda-roupa. — Lysandre respondeu.

            Annelise então, tomou o último gole de seu chá, levando a xícara para a cozinha. Lavou-a rapidamente, depois voltando ao quarto do casal. A ideia de Lysandre a havia deixado animada, isso era nítido. Abriu o guarda-roupa, começando a procurar pelas cobertas.

            Logo, encontrou uma manta felpuda em tom chumbo, retirando-a do roupeiro e voltando rápido para sala. Deparou-se com Lysandre abaixado diante ao DVD, com alguns filmes em suas caixinhas, ao lado.

            — Qual vamos ver primeiro? — Annelise indagou.

            — O que acha de começarmos com Doce Novembro? — Lysandre perguntou, virando o rosto para olhar Annelise.

            — É uma boa! Eu amo esse filme. — Annelise respondeu de forma mais alegre.

            — Eu sei, o assistimos juntos uma centena de vezes. — Lysandre riu, abrindo a caixa do DVD e colocando o disco no aparelho.

            — Ah, não foram tantas vezes assim! — Annelise riu, se sentando no sofá, ajeitando a coberta sobre si.

            — Foram sim! Mas não posso reclamar! Afinal, também adoro esse filme. — Lysandre respondeu, rindo.

            Tão logo o filme começou a rodar, o rapaz se sentou ao lado da garota no sofá, cobrindo-se enquanto encontrava uma posição confortável. Envolveu os ombros de Annelise com o braço destro, enquanto ela aninhou a cabeça contra seu peito. Parecia ter voltado ao tempo em que ficavam assim: juntos, quando ainda eram adolescentes.

            — É tão bom estar assim com você. — Annelise sussurrou.

            — Eu digo o mesmo. Você me fez tanta falta... — Lysandre confessou.

            — Promete que nunca mais vai me deixar? — Annelise indagou. — Eu não suportaria perdê-lo outra vez, Lys. — Ela agora, elevava o olhar para fitar Lysandre.

            O rapaz sorriu, segurando o queixo de Annelise, olhando-a nos olhos. — Eu prometo. Não vou te deixar. — Ele disse em meia voz, unindo carinhosamente os lábios aos dela, em um beijo doce. Ela, o retribuiu ternamente, afagando o rosto do rapaz com a mão destra. Finalmente, poderia beijá-lo sem sentir que era errado. Estava livre para amá-lo! Livre para estar ao lado do homem a quem realmente amava.

            Conforme o filme ia passando, Annelise parecia vidrada a tela da tv. Aquele filme era tão lindo! Não podia evitar as lágrimas, mesmo quando já o assistira incontáveis vezes. Afinal, era seu filme favorito.

            Lysandre, por sua vez, não conseguia tirar os olhos dela. Annelise era tão linda! Tão doce! A sensibilidade daquela garota o deixava encantado.  Ao vê-la soluçar com o filme, Lysandre a abraçou com um pouco mais de força. Trazia a garota para junto de seu peito, deslizando a destra sobre os cabelos alvos, que o inebriavam com o aroma floral que emanava daquelas madeixas extensas. Só Deus sabia o quanto ele a amava. O quão feliz estava em poder tê-la ao seu lado, novamente. Nunca mais queria passar pelo inferno de perdê-la.


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