A roseira e os espinhos. escrita por Misa Presley


Capítulo 13
Erro fatal.


Notas iniciais do capítulo

AVISO!!!
Nós aqui repudiamos o uso de álcool! Há o uso no capítulo, todavia, não o aconselhamos. Então, por favor, fiquem longe de bebidas alcoólicas.



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            Finalmente o show acabou e os membros da banda poderiam aproveitar o restante da noite. Depois de cantar por tantas horas, a garganta de Castiel estava seca. Precisava de uma bebida.

            Caminhou até o bar da boate, sentando em um dos bancos. A noite rendera muito mais do que ele imaginava! Estava realmente satisfeito. O show fora um sucesso! Os gritos dos fãs ainda ecoavam em seus ouvidos. Mal podia esperar para chegar em casa, e contar tudo para Annelise.

            Mas, antes de ir para casa, iria beber algo. Precisava comemorar! Aquela noite fora excepcional de muitas formas.

            — Um uísque duplo, sem gelo! — Castiel disse ao barman, que secava um copo com um pano.

            — Para já, senhor! — O barman respondeu, pousando o copo sobre a bancada do bar, pegando a garrafa transparente, repleta de um líquido âmbar. O rapaz começou a encher o copo com a bebida, entregando-o a Castiel, que o pegou rapidamente.

            Ele tomou a bebida em um gole, sentindo-a queimar sua garganta. Em seguida, colocou o copo sobre a bancada de madeira. — Outra dose! — Pediu, esperando ser servido. Aquela era uma noite que valia ser comemorada.

            Todavia, tão logo foi servido novamente, Debrah sentou ao seu lado.

            — Olha só, quem eu encontrei aqui. — Ela disse, se virando para Castiel, esboçando um sorriso deslavado.

            Ao ver quem sentara ao seu lado, Castiel imediatamente, assumiu uma expressão carrancuda. Não suportava aquela mulher! Ainda guardava muito ressentimento sobre tudo o que ela lhe fizera no passado.

            — Cai fora, Debrah. — Ele disse secamente, levando o copo aos lábios e sorvendo a bebida.

            — Nossa, que mal humor, para alguém que acabou de se apresentar para uma multidão enlouquecida. — Ela comentou, puxando o banco para mais perto dele. — Não vai me pagar uma bebida? — Ela indagou, cruzando as pernas diante do rapaz.

            Castiel, por sua vez, a olhava com desprezo. Sentia-se enojado com a presença dela. — Você pode pagar seu próprio consumo. — Ele respondeu, do mesmo modo grosseiro.

            — Ah, qual é, Castiel! Ainda chateado por causa da minha travessura na época da escola? Você precisa deixar de ser rancoroso, gatinho... — Agora, Debrah começava a deslizar os dedos pelos cabelos vermelhos de Castiel.

            Todavia, ele segurou seu pulso de modo brusco, forçando-a a parar. — Eu já disse: cai fora, garota! Some daqui, antes que eu faça uma besteira! — Ao terminar de dizer, soltou o pulso de Debrah, que agora sorria de modo sarcástico.

            — Nossa, é assim que trata uma amiga? Tudo bem, então. Eu só vim aqui para contar uma coisa que pode te interessar muito. Mas, já que não quer ouvir, eu fico na minha. — Debrah comentou de modo lacônico, esperando chamar a atenção de Castiel.

            — Nada que venha de você me interessa, Debrah! — Ele disse da forma mais rude possível.

            — Ah, é mesmo? E se eu te disser que hoje pela tarde, eu vi um lindo casal em um piquenique romântico no parque? — Ela indagou, ouvindo Castiel pedir mais uma dose de Uísque.

            — Eu já disse que isso não me interessa. — Castiel respondeu, sem olhar para ela, começando a tomar a bebida que lhe fora servida.

            — Mesmo se for a sua namorada com o ex dela? — Debrah indagou, retirando o celular do bolso e abrindo a galeria de fotos.

            Aquele gole de uísque, desceu queimando mais ainda, trazendo um gosto amargo. De fato, quase engasgou ao ouvir o que a moça havia dito. Castiel pousou violentamente o copo sobre a bancada, olhando para Debrah, que lhe sorria de modo cínico.

            — O que acha que está fazendo, Debrah?! Quem você pensa que é para falar uma merda dessas?! Eu não caio mais nas suas mentiras! O idiota que você namorou não existe mais! — Agora ele praticamente berrava, com o rosto vermelho pela raiva que se alastrava em seu corpo.

            Debrah, no entanto, estava mais calma do que nunca! Já esperava que Castiel tivesse aquela reação. Conhecia perfeitamente seu temperamento. — Não estou mentindo. Se não acredita em mim, então veja com seus próprios olhos. — Ela disse, entregando o celular ao rapaz.

            Meio ressabiado, Castiel pegou o aparelho. Aprendera da pior forma possível a não confiar em Debrah, mas, desde que Lysandre chegara receava que ele e Annelise reatassem.

            Quando os olhos cinzentos vislumbraram a fotografia de Annelise abraçada a Lysandre de modo tão íntimo e entregue, foi impossível não perecer ante a fúria.
 
            Seus dentes trincaram! As íris faiscaram em um ódio intenso, tal qual suas feições se deformaram movidas pelo mesmo sentimento destrutivo. Seu corpo todo parecia acender em meio as chamas do inferno. Ciúme, ódio, ira, esses sentimentos mundanos ardiam em seu âmago. Tudo o que queria, naquele momento, era arrebentar a cara daquele que um dia fora a pessoa em quem mais confiava no mundo. Agora, o via apenas como um maldito traidor, que voltara unicamente para destruir sua vida.

            — AQUELE FILHO DA PUTA! —  Castiel esbravejou, esmurrando o balcão com a mão livre. — EU VOU ARREBENTAR ESSE DESGRAÇADO! — Castiel havia enlouquecido pelo ciúme. — EU VOU ACABAR COM A RAÇA DELES DOIS! — Ele berrava a plenos pulmões, sem se importar com os olhares inconvenientes que atraía.

            Debrah o assistia enfurecido, como quem contempla um espetáculo magnífico. Aquela, era exatamente a reação que queria ver. O ódio! A mágoa! Seu orgulho desmoronando, ante a face da traição. Estava maravilhada com o que havia conseguido fazer. Mais uma vez, mostrava que sabia perfeitamente como se valer da manipulação. Castiel era novamente uma marionete em suas mãos, movido por seus dedos em um joguinho doentio.

            Foi então, que ela se levantou de onde estava, pousando as duas mãos sobre os ombros de Castiel, os massageando pelas costas. — Eu te disse, gatinho... — Ela sussurrou próximo ao ouvido dele. — Não estou mentindo para você. Na verdade, estou do seu lado. Sou sua amiga, Castiel. A única que teve coragem de lhe dizer a verdade. Aquela garota o enganou! Brincou com seus sentimentos! E quando o Lysandre apareceu, o descartou sem a menor dificuldade. Pobrezinho... Sempre saindo magoado. — Debrah continuava massageando os ombros de Castiel, tentando tranquilizá-lo.

            — Outra dose para ele, por favor. O pobrezinho está precisando. — Ela disse ao barman, que novamente serviu uísque para Castiel.

            O ruivo tomou a bebida em um único gole novamente. Nunca se sentira tão traído em toda a sua vida. Estava certo de que fizera papel de idiota! De que agora, em um quarto, Annelise e Lysandre riam dele! De sua patética e cega confiança!

            Debrah sabia perfeitamente como se aproveitar daquela situação. E, claro, não perderia tempo em fazê-lo. Conhecia todas as fraquezas de Castiel! Sabia perfeitamente como desarmá-lo. Como deixá-lo vulnerável!

            — Ela não te merece, gatinho. Nunca foi honesta com você. Só te usou! Sempre o tratou como um brinquedo. Olhe para eles! É nítido que estão juntos. Só o fizeram de idiota. — Ela continuava sussurrando ao ouvido dele.

            Castiel agora virava o rosto lateralmente, olhando para Debrah por cima do ombro. Ela, por sua vez, sorriu de modo pérfido. — Acho que está na hora de mostrar a ela que você também conhece esse jogo. — A garota disse de modo provocativo, antes de unir os lábios aos de Castiel.

            Ele, por sua vez, não a repeliu. Ao contrário! Levou a mão à nuca de Debrah, embrenhando os dedos entre os longos cabelos castanhos, puxando-a mais para junto de si, em um beijo intenso.

            Aquilo era exatamente o que Debrah queria! Mais uma vez, mostrava que Castiel estava em seu domínio! Ele sempre fora um fraco! Um idiota que caía facilmente em sua conversa. O modo desesperado como a língua dele buscava pela sua, apenas mostrava que certas coisas jamais mudam.

            Ela agora afastou os lábios dos dele, ainda mantendo os rostos bem próximos. Os dois ofegavam, era nítido o desejo entre eles. Ninguém sabia melhor do que ela, como deixar Castiel aceso.

            — Vamos para o meu apartamento. Teremos mais privacidade. — Debrah disse, vendo que Castiel concordara com um aceno positivo com a cabeça.

            Agora, ela chamava novamente o barman, que se dirigiu aos dois. — Por favor, traga uma garrafa de uísque. Nós vamos precisar. — Ela disse em tom malicioso, antes de voltar a beijar Castiel, que correspondera com a mesma volúpia que outrora.

            Tão logo o barman voltou com a garrafa, Debrah a pegou, esboçando um sorriso discreto, enquanto Castiel pagava a conta. Em seguida, ambos deixaram a boate juntos.

            Annelise havia acabado de chegar em casa, reparando que o namorado ainda não havia chegado. Não estranhou muito, já que imaginou que ele ainda estaria se apresentando.

            Enquanto o esperava chegar, deixou o celular sobre a mesa da cozinha e foi pôr comida para panqueca, que parecia faminto. O cachorro pulava, latia, arranhava suas pernas, abanava a cauda. A alegria do animal em vê-la, a fez rir. Adorava aquele bichinho. Seu coração ficaria partido, se tivesse de deixá-lo com Castiel, quando fosse embora daquela casa.

            Depois de servir comida ao cachorro, começou a dar uma arrumada na casa. Céus! Aquilo estava uma desordem total! Precisaria dar uma limpada e ajeitada nas coisas. Com toda a correria que fora sua semana e a de Castiel, não era de se estranhar que a casa ficasse desmazelada.

            Optou por começar pelos pratos que Castiel deixara na pia, quando viera almoçar. Riu, ao ver a quantidade de louças que ele sujava, apenas para esquentar o almoço. Amarrou um avental azul claro, na cintura fina, para não sujar a roupa que ainda vestia. Logo, começou a lavar a pilha de louças.

            Enquanto lavava as louças, ouviu o celular tocando sobre a mesa. Secou as mãos no avental, virando-se para pegar o celular. Sorriu ao ver que era uma chamada de Lysandre. A atendeu imediatamente.

            — Oi, Lys! Como está? — Ela perguntou, segurando o celular perto do ouvido.

            Ao outro lado da linha, Lysandre segurava o celular com o ombro, enquanto com as mãos segurava uma tigela e uma colher de pau. O rapaz estava com as mangas da camisa verde, dobradas a altura dos cotovelos e um avental laranja, amarrado em seu pescoço, e cintura. Ele batia a massa de um bolo, se sujando todo com a massa de chocolate. — Oi, Annelise! Eu atrapalho? — Ele perguntou, fazendo com que ela ouvisse o som da colher batendo contra a tigela.

            — Não! Eu acabei de chegar. Não está atrapalhando em nada. — Annelise respondeu, puxando uma cadeira e se sentando. — Mas você sim, parece bem ocupado. — Ela comentou.

            — Na verdade, eu estou testando algumas receitas! Passei a tarde cozinhando! Fiz Tortas, Cheescakes, biscoitos e agora estou fazendo um bolo. Tem sobremesa aqui para um batalhão! — Lysandre riu, ouvindo a risada de Annelise ao outro lado da linha.

            — Meu Deus, Lys! Você está mesmo empenhado! — Ela disse em tom risonho.

            — Sim, eu estou! Eu disse que ia te ajudar, não disse? Já estou fazendo a minha parte. Você vai ver, nós vamos levantar esse café! Acha que consegue vir aqui amanhã, para experimentar os doces? Assim vai ficar mais fácil de irmos selecionando as receitas que vão, ou não, para as vitrines. — Lysandre sugeriu, ainda batendo a massa do bolo.

            — Claro! Assim terei mais um pretexto para vê-lo antes de ir para o trabalho. — Annelise respondeu.

            Lysandre corou inevitavelmente, esboçando um sorriso bobo. — Está bem! Até amanhã, então! Amo você. — Ele disse, ouvindo um: “também amo você!” ao outro lado da linha. Em seguida, desligou o celular, despejando a massa do bolo sobre uma forma já untada.


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