For you, my brother escrita por Kagura May


Capítulo 6
Onde está o Tsukasa?


Notas iniciais do capítulo

Já peço novamente perdão pela demora (acho que eu pedi da última vez também, ou estou errada?). Fiz a escrita desse capítulo as pressas então pode estar um pouco ruim.
Tentarei não demorar muito pra postar nas próximas vezes!
Espero que gostem~~
Boa leitura ❤



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Passou 5 minutos desde que Hanako e Yashiro permanecem sentados no terraço da Academia Kamome. Nenhum dos dois se atreveram trocar uma palavra até então, cada um por motivos diferentes, mas não conseguiam tomar a iniciativa mesmo pensando em fazê-lo.

Yashiro abocanhou os hashis com um pouco de arroz. O único pensamento que tinha era se ele ia ou não começar o assunto, ou esperaria que ela comesse primeiro para falar algo? Por mais que esteja curiosa e paciente, não conseguiu deixar de se frustrar por não perguntar. Já está acostumada com as pessoas a achando estranha e hoje só piorou após ter dado um soco no vento de acordo com os novos boatos.

 

— Yashiro.

— Hanako-kun.

 

Ambos se olham ao mesmo tempo e um riso soltaram. Não acreditavam que acabou de chamar um ao outro ao mesmo tempo.

 

— Isso nunca mais vai acontecer! — Yashiro comentou.

— Realmente.

 

Hanako voltou a pensar em suas palavras, tentando buscar como tirar suas dúvidas ou pelo menos aquelas que conseguia. Por mais que detestasse ficar preso no passado, não tirou dos pensamentos a possibilidade de Tsukasa estar interessado em sua amada assistente e tinha medo de ser recíproco. Se ele não é o seu tipo, o seu irmão menos ainda, certo? Mas ter a possibilidade já é o suficiente para ele acreditar que ela poderia ser uma masoquista que se apaixona pelo cara que a trata mal pelo seu histórico de garotos populares ou bonitos que se aproveitam dela.

 

— E então, o que você queria me dizer?

 

Seus questionamentos foram interrompidos. Ela abocanha novamente sua comida pelo talher e aproveitou muito mais a comida como se tivesse um gosto diferente. Finalmente ambos quebraram o clima pesado do silêncio que ficou entre eles e para uma pessoa tão positiva como ela, foi um grande avanço.

 

— O que você pensa do Tsukasa?

 

Ele quase cuspiu as palavras tentando segurar sua insegurança.

 

— Ele é muito irritante, problemático. É um incomodo ficar lidando com ele o tempo todo — ela fez uma pausa para fechar sua marmita após notar que acabou toda a comida — E ainda fica me assediando!

 

Hanako não conseguiu evitar os risos. Foi exatamente a mesma coisa que ela falou dele quando estavam prestes a comer donuts no terraço, apesar de ter sido com mais carinho. Os olhos da garota mudaram de raiva para frustração. Por que ele está rindo dela sendo que acabou de passar por problemas por culpa de um certo alguém?

 

— O que deu no seu irmão? Não me lembro dele me tratando assim antes.

 

O seus olhares confusos observando a frente o fez se recordar do quão sincera é. Talvez tivesse ficado pensando o mesmo assunto desde os comportamentos estranhos do Tsukasa. Óbvio que nada o tiraria desse desconforto, não só o ciúmes. Sente que seu irmão está a fazer algo muito além do que uma simples paixão romântica, se é que está de fato apaixonado.

 

— Já disse, você é uma garota. Precisa ter mais cuidado.

 

Tentou para fugir de seus pensamentos. Aproximou-se dos lábios de sua amada para ficar bem perto de dar-lhe um beijo, sentindo sua respiração ofegante e a encarar para seus olhos brilhando. O clima está para isso? Ela nem mesmo sabia, pois Hanako sempre foi imprevisível e até hoje teve vários quase beijos com ele. Talvez desse vez ela daria o seu primeiro beijo? Seu coração palpita levemente assim como o dele, sem nenhum dos dois notarem o quanto estão calmos e esperançosos para esse toque.

Inesperadamente, um peteleco na testa Yashiro recebeu.

 

— Viu? Você abaixa a guarda muito fácil.

 

Ela queria ficar frustrada, mas não ficou. Queria estar revoltada ou decepcionada, mas também não conseguiu. Sua esperança em beijá-lo diminuiu nesses últimos meses? Yashiro realmente não sabe explicar o porque e nem se o que está sentindo verdadeiramente por agora.

Os lábios do seu amigo tocam em sua testa e junto com o afastamento, ele se levanta.

 

— Bom, dessa vez, eu vou deixar a Hitodama te acompanhar. Tenho algumas coisas para fazer agora.

 

A alma aproximou-se dela se envolvendo em várias voltas em torno de sua cabeça até parar em suas mãos abertas como se a estivesse segurando. Yashiro não conseguiu olhá-lo em seu rosto, apenas ficou observando a Hitodama-chan tentando entender o que realmente aconteceu agora. Ele normalmente a daria o Hakujoudai, certo? Será que os confundiu? Mas tinha total certeza de identifica-los pelo círculo preenchido que Hakujoudai tem, diferente de Hitodama-chan que possui o círculo oco.

 

 — Hitodama-chan, o que eu devo fazer?

 

Yashiro cutucou a pequena alma em sua mão. Apesar da Hitodama-chan não entender o que ela perguntou, conseguiu notar o quão distante está o seu olhar. O que um ser que não fala pode fazer por ela?

O sinal tocou indicando o fim do intervalo do almoço. Yashiro arrumou suas coisas e seguiu sua rotina. Primeiro o Clube de jardinagem com Aoi, depois limpar o banheiro junto com Kou. Se focou em fazer apenas o que tinha que fazer, tudo para forçar-se a esquecer o Hanako que teima em continuar em seus pensamentos.

 

— Terminamos!

 

Comemorou após guardas os itens de limpeza. Quando Hanako não está junto, sua faxina acaba em alguns instantes com a ajuda de Kou.

 

— Senpai, agora que terminamos, pode me explicar por que isto está contigo?

 

Kou apontou para Hitodama. Ela deu um pulo, surpresa. Tinha se esquecido da presença de Hitodama-chan.

 

— E cadê o Hanako?

 

Um sorriso sem graça se abriu no rosto da garota que coçou levemente sua bochecha. Somente agora ele notou? Não é como se Hanako fosse tão quieto ao ponto de ser incapaz de notar sua presença e ela nem conseguia o imaginar dessa forma.

 

— É uma longa história.

 

Os dois foram em busca do fantasma sumido. Yashiro aproveitou para lhe contar sobre os últimos ocorridos com Tsukasa, sem muitos detalhes já que não conseguia se concentrar em mais nada além do seu objetivo atual.

Depois de algum tempo perguntando as entidades que encontram pelo caminho, sobrou somente ao professor Tsuchigomori para ajudá-los que normalmente está na sala de preparação de Ciências.

 

— O Ha-... — Yashiro fez uma pequena pausa ao encontrá-lo em pé em frente ao Tsuchigomori-sensei — Hanako-kun... O que ficou fazendo esse tempo todo?

 

Yashiro se aproximou de Hanako para intimidá-lo. Até seus passos fortes no chão indicam o quão irritada ficou com o sumiço. O garoto deu dois passos para trás tentando recuperar seu espaço íntimo de volta para si.

 

— Umas coisas. Tive umas coisas para resolver.

— O que são essas coisas? — Yashiro insistiu.

 

Hanako teve seu braço segurado fortemente pelas mãos de sua assistente que insistiu em invadir seu espaço íntimo. O que ela imagina que ele fez? O que ela queria que ele falasse? Independente do que fosse, seu coração dispara tão rápido que qualquer coisa que ele diga, parecerá mentira aos olhos da garota. E também, dizer que foi atrás de seu irmão por ciúmes é constrangedor demais para se fazer em frente dos seus amigos.

 

— Se vão ficar flertando aqui, podem sair da sala — ordenou Tsuchigomori-sensei encarando os dois com a mão apoiando seu rosto.

 

Dessa vez, foi a vez de Yashiro se constranger e soltar, finalmente, Hanako das seus questionamentos autoritários.

 

— Voltando ao assunto, Número 7-sama. Aqui está o livro — tirando de baixo da mesa um livro preto parecido com aqueles da Estante de livros das 16 horas, Hanako o pegou e ficou o olhando por um tempo preocupado — e como prometeu, quero saber o que pretende fazer.

 

Muitos a volta esperam pela resposta dele que apenas ficou mais tenso ainda. Nunca o viram dessa forma e com certeza é de se preocupar. Kou que apenas ficou na porta observando os três por todo esse tempo, decidiu entrar e colocar a mão no ombro de Hanako, ficando do lado contrário de Yashiro buscando ver o livro que ele acaba de segurar.

 

— Quero saber onde Tsukasa está e o que está planejando.

 

Após Hanako responder, folheou o livro buscando a data atual. Sua culpa o rodeia por estar buscando seu irmão, que tanto evitou encontrar, por um motivo tão fútil.

 

— Quero mais detalhes quando estiver disponível.

 

Hanako concordou.

Kou e Yashiro se aproximam mais ao notar que a página do dia foi encontrada. Apesar de não quererem descobrir nada, estão curiosos para saber os detalhes do dia de Tsukasa. O líder dos 7 mistérios suspira fechando o livro, fazendo-os se decepcionar. Os dois se afastam notando as expressões faciais de incomodo e irritação do garoto.

 

— Yashiro, se não tem mais nada pra fazer, vá pra casa.

— Mas-

— Eu não tenho tempo para ficar te seguindo agora.

 

Seu olhar impaciente a fez estremecer. Queria insistir mais um pouco, queria ajudá-lo a resolver o que está por realizar, mas provocar a ira do seu chefe seria pedir muito já que está sendo um peso para ele desde ontem e, como líder dos mistérios, suas responsabilidades devem ser bem altas para ficar gastando tempo cuidando de alguém.

 

— A senpai-

— Kou, acompanhe a Yashiro para fora da Academia.

 

Ordenou Hanako, tirando totalmente o direito de ser questionado. Hitodama voltou junto a Hakujoudai e seguiu seu mestre passando pelos dois, caminhando, em seguida, pelo corredor. O livro foi aberto na página em que ele deixou marcado por seu dedão, buscou pelo horário dos possíveis acontecimentos  e...

 

— Sala de transmissão...?

 

O único lugar que menos pensou em encontrar é o lugar onde ele está agora? Deixando suas dúvidas de lado, correu para o local apontado para encontrar seu irmão. O buscou por todos os cantos a tarde inteira e se existe alguma pista de onde ele possa estar, Hanako vai para descobrir. Passando para o final do corredor do terceiro andar, olhou por todos os lados tentando se lembrar do caminho exato. É aqui? Ou ali? Essa Academia é enorme para descobrir.

Respirou fundo, insistindo sua mente para não desistir, mas a frustração o tira de qualquer esperança que tenha tido.

 

— Me procurando, A-ma-ne!?

 

Tsukasa o abraçou por trás como normalmente faz quando encontra seu irmão. Está empolgado por finalmente ter sido procurado e curioso para saber o que se dá a sua visita, mas não podia negar seu desejo de prolongar o momento.

 

— Sim, estive te procurando a tarde toda — Hanako respondeu com arrogância, evitando trocar olhares com seu irmão mais novo.

 

Soltando seu irmão, Tsukasa ficou o olhando pelas costas tentando entender o que está acontecendo. O provocou demais? Ele não iria tão longe ao ponto de procurá-lo por nada, mas e daí? O que importa o motivo, seu amado Amane finalmente veio a encontrá-lo. Isso de fato é um grande avanço.

 

— Eu sei o que você anda fazendo. Dá para parar? Isso é assunto meu.

 

Amane se virou encarando-o com desdém, quase como se o estivesse metralhando com os olhares. Exagerou? Tsukasa não se importa, apenas sorriu para seu amado irmão mais velho.

 

— Por que? Parece que está tudo dando certo.

 

Os passos vindo até ele foram altos, quase como batidas de um tambor, e foi agarrado pela gola da camisa social, sendo empurrado para a parede de uma das salas. Por sorte, não havia ninguém que pudesse escutá-los.

 

— Eu já disse que é problema meu! — berrou Amane, como nunca havia feito contra o seu irmão mais novo. Mal sabia ele que suas atitudes agressivas são como demonstrações de afeto para Tsukasa.

 

Mesmo após morto, Amane continua sendo sincero em suas atitudes e expressões, o que faz Tsukasa amá-lo ainda mais a cada momento em que passam juntos. Provocá-lo mais e mais é o seu único desejo no momento. Queria saber até onde ele chegaria pela humana que tanto está apaixonado, queria que ele parasse de se segurar e mostrasse de uma vez o que realmente deseja fazer com a assistente de pernas de rabanete. 

Tsukasa segurou os pulsos de Hanako com delicadeza, abrindo um sorriso convencido, esperando pela próxima fúria que o faria sentir pelo ciúmes do seu amor possessivo.

 

— Então eu posso ficar com ela? Tenho certeza que eu consigo fazer a Nene-chan se apaixonar fácil por mim.

 

Hanako o soltou. Notando suas provocações, tentou tomar o controle de seu corpo novamente apesar de estar a tremer de raiva.

 

— Se algo acontecer com ela, terá graves consequências — o alertou antes de se afastar totalmente do seu irmão.

 

Observando Hanako se afastar em fúria foi um grande troféu. Está finalmente conseguindo o que deseja de seu irmão mesmo sabendo que ele ainda não percebeu. E imaginar que tudo isso seria por uma garota humana que não tem nada demais além de uma personalidade divertida de se provocar.

 

— Eu adoro ver suas expressões de quando para de se segurar.

 

Falou, quase como um elogio virtuoso para se admirar. Teria que pensar agora no seu próximo passo para conseguir estar a um passo mais perto do seu objetivo final. Amanhã será outro dia divertido para ele.


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