Somewhere Only We Know escrita por isa


Capítulo 1
I'm getting tired and I need somewhere to begin...


Notas iniciais do capítulo

Olá! :)
Essa é mais uma oneshot da safra de 2020. Esse foi o primeiro casal que escrevi a respeito quando criei o Nyah há muitos anos numa galáxia muito distante. De lá pra cá acho que já os reinventei na minha cabeça mil vezes. Parecia simbólico, para mim, escrever os dois adultos e tô contente de ter conseguido.

Essa one não é uma songfic, mas eu escrevi escutando a versão da Lily Allen para a música de Keane, Somewhere Only We Know, então caso você goste de ler coisas ouvindo música, essa é minha dica :)

Boa leitura!



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Dando por encerrado o seu horário fora do expediente, Rose Weasley tirou os óculos de leitura e os colocou em cima da pilha de livros mais próxima. Ela não pôde evitar a súbita impressão de que, no início da semana, essa torre de exemplares em específico – a que ficava em cima de sua escrivaninha – era ligeiramente menor.

Apertando os olhos, tomou coragem e olhou analiticamente para o próprio aposento: além da estante cheia que parecia prestes a ceder pelo peso indevido, havia pequenos montantes de livros para onde quer que se olhasse. Era possível que ela já pudesse protagonizar um episódio daquela série trouxa sobre acumuladores que seu avô Granger adorava.

Talvez fosse a hora de se mudar.

Suspirando, ela abriu a gaveta da mesa de estudo e mirou de novo a carta de oferta de Ilvermorny. Há dois anos atrás, quando ela fora admitida como professora titular de Poções em Hogwarts, ela havia achado o espaço do seu cômodo agradável e suficiente. Não vira necessidade de alugar um lugar em Hogsmeade ou em algum outro vilarejo próximo, porque havia algo de acolhedor em apenar voltar a morar no colégio, como quando era uma interna.

Ela sabia que o sentimento ainda estava ali, mas ele era soterrado mais vezes do que Rose gostaria, não só pelos muitos livros que se amontoavam pelos cantos e ela comprava mesmo sabendo que nunca teria tempo de ler, mas principalmente pelo cansaço diário que sentia.

Rose amava lecionar, amava seus alunos e achava que o sentimento era recíproco – mesmo entre os que não eram particularmente fãs de sua matéria. Isso parecia um feito muito grande para alguém com apenas vinte e sete anos. Ela estava contente com sua trajetória acadêmica até então, mas, em algum nível, se sentia anestesiada. Era bom ter uma carreira consolidada tão cedo – sua mãe lhe dizia isso o tempo todo e acreditava que ela poderia fazer grandes coisas pela educação bruxa no Ministério futuramente. Rose concordava com meio sorrisos. 

Era possível ser feliz e triste? Era possível sentir como se a própria vida fosse uma lagoa bonita de águas paradas com margens bem delimitadas e fixas que não davam em lugar algum? Parecia que ela estava boiando desde sempre. Era seguro, mas também entediante.

Estalando os dedos e espreguiçando o corpo, ela ouviu uma leve batida na porta. Era noite e poucas pessoas tinham acesso ao seu dormitório. Ela sabia que isso só podia significar uma coisa.

— Ei, prima. – Albus sorriu, encostado no batente da porta escura.

— Não adianta vir com título familiar para cima de mim, querido. – ela avisou, mas sorriu também antes de lhe dar um beijo na bochecha em forma de cumprimento.

— Sério? Não funcionou nem um pouco? – ele fez a cara de sofrimento que sabia fazer muito bem enquanto ela negava com a cabeça. – Eu prometi à tia Hermione que te convenceria a socializar por meia hora.

— Mesmo? Ela acha que pode falar alguma coisa sobre socialização? – Rose sorriu de lado, ainda bem-humorada.

— Bom, considerando que ela é a Ministra da Magia...

Rose girou os olhos e abanou as mãos, aceitando a perda.

Era o dia do reencontro após 10 anos de formatura da sua turma em Hogwarts. A diretoria havia permitido que os ex-estudantes utilizassem o salão principal para a cerimônia. Rose Weasley não poderia estar menos disposta a participar. Para ela, esse era o tipo de evento que ficava em algum ponto entre o voyeurismo social, a espetacularização do “eu” na sociedade moderna e a curiosidade mórbida.

— Vamos, por favor. Meia hora. – Albus garantiu, cruzando os dedos dentro do bolso do casaco verde esmeralda que estava usando. – A gente não se vê há meses, sinto sua falta.

— Ok. – ela suspirou. – Por você. Mas só um pouquinho e eu vou como estou. – Anunciou, olhando para a própria roupa. Era a mesma que ela usara para dar aulas durante o turno vespertino, então parecia adequada o suficiente.

— Sexy. – Albus aprovou, piscando.

— Tudo no mundo para você é sexy, Albus. – ela fez uma careta.

— É verdade. – ele assumiu, encolhendo os ombros. – Mas “traje professora universitária levemente depressiva em tons marrons”? É um clássico.

— Professora do ensino básico. E eu não sou depressiva.

Levemente, Rosie. Todos somos.

 O salão estava como de costume, mas as longas mesas de madeira tinham sumido e, em seus lugares, outras muitas circulares estavam dispostas para que as pessoas pudessem se sentar independente da casa para a qual haviam pertencido anteriormente.

Bastante gente, no entanto, apenas circulava de um lado para o outro, trocando amenidades entre si. Rose reconheceu Elizabeth Chapman, sua ex companheira de dormitório que estava fazendo muito sucesso em uma revista sobre maternidade solo bruxa; elas trocaram um aceno de admiração mútua.

Ela também viu Apolo Smith, um ex-corvinal com quem tinha trocado seu primeiro e desastroso beijo no quinto ano e torceu para que ele não a reconhecesse. E havia outros, um monte de gente que Rose reconhecia de rosto. Alguns pareciam preencher clichês clássicos, como Megan O’Brien, que parecia especialmente deslumbrante depois de sofrer a vida inteira com espinhas e William Burrows, que havia sido um símbolo sexual na adolescência e agora apresentava sinais de calvície prematura.

— Veio muita gente. – Albus comentou enquanto os dois observavam de longe a aglomeração.

— Você não esperava? – Rose girou os olhos, divertindo-se com a cara dele.

— Não sei exatamente o que eu esperava. – Al respondeu, mas seus olhos diziam outra coisa. Ele parecia muito concentrado em observar todas as pessoas presentes.

— Sei. – Rose sorriu e, sem nenhum remorso, apontou para um ponto aleatório. – Olhe, aquela ali não é Isobel Dawson?

O modo como ele por pouco não quebrou o pescoço para olhar para onde ela se dirigia fez com que Rose quase se sentisse culpada.

— Tão previsível...

— Isso foi péssimo da sua parte.

— Agora estamos quites. – Ela deu uma batidinha no ombro tenso dele. – Não precisa ficar com essa cara, vai, sente-se. Vou pegar uma bebida para nós dois. – Rose ofereceu e ele assentiu, ocupando-se da primeira mesa vazia que viu.

Num evento social, era bom manter-se ocupada. Uma simples e pequena missão como buscar bebidas, se executada com cara de quem estava prestes a salvar o mundo, podia evitar alguns transeuntes carentes. Rose estava quase cantando vitória quando voltou à mesa e Albus já não estava mais nela. Xingando-o por dentro, sentou-se, resignada.

Enquanto sua cerveja amanteigada ainda durasse, Rose Weasley permaneceria no local. Depois ela não podia prometer nada. Deixando a bebida com álcool que havia pegado para o primo ao lado, ela bebericou um gole do próprio copo.

— Tudo bem se eu me sentar aqui? – Rose encarou a figura de Malfoy. Em Hogwarts, ele havia sido melhor amigo de Albus. Era possível que essa fosse também a razão para ele estar no ambiente, quando sua expressão dizia claramente que ele preferiria estar em qualquer outro lugar.

Como não havia nenhum indicio de que ele pretendia algo além de se sentar, Rose concordou com a cabeça. Até onde ela podia se lembrar, não se tratava de uma figura inconveniente. As pessoas mudavam, é claro, mas ela estava disposta a arriscar.

— Obrigado. – Malfoy murmurou. – Quem será que achou que isso seria uma boa ideia? – disse, mais para si do que para Rose, mas ela riu.

— Aposto três dedos em Lu Peabody. – Rose apontou com o queixo para a ex-lufana de cabelo curto que parecia se divertir muito ali perto. Ao observá-la por um instante, Rose considerou como era curioso que nos olhos de todos os escritores houvesse aquele brilho estranho. – Ela nunca resistiu aos clichês.

— É? – Malfoy franziu o cenho. – Eu não saberia dizer.

Ele não seria capaz de nomear sequer um terço daquelas pessoas. Nunca havia sido exatamente popular. Seu ciclo de amizades em Hogwarts se estendia aos dois irmãos Potter e mesmo isso parecia surpreendente, já que eles não poderiam ter personalidades mais distintas. Além do mais, sua memória não era das mais afiadas e ele era péssimo com fisionomias. A moça ao seu lado, por exemplo. Estava certo que tinha estudado com ela (ainda que essa afirmativa valesse para todos, no caso) e havia algo de familiar em sua voz, mas isso era tudo.

Ele se permitiu olhá-la de esguelha. Era possível que fosse uma das muitas parentes de Albus por conta do número excedente de sardas no rosto, apesar de a cor do cabelo não parecer certa.

— Me desculpe, você...

— Weasley! – ela sorriu, genuinamente divertida por ele não saber. – Rose Weasley.

— Weasley! – ele repetiu, surpreso e envergonhado. – Você não é mais ruiva. – Constatou o óbvio.

— Não, não sou. – ela inconscientemente passou uma mão pelo cabelo, preso num coque prático. – Eu achei que escurecer o cabelo me ajudaria a passar uma imagem mais adulta para os meus alunos. – admitiu.

Ele concordou com a cabeça. Ela parecia mesmo muito responsável e séria.

— Funcionou. – ele disse e esperou que soasse como um elogio, porque era. Malfoy não reconhecia muitas pessoas, mas havia se assustado com o fato de que algumas se pareciam as mesmas de dez anos atrás, como se tivessem congelado no tempo. Era um pouco triste, em sua visão pessoal.

— Obrigada. – Rose respondeu, tomando mais um gole de sua cerveja amanteigada. Mais três e ela poderia partir.

— Imagina. Você por acaso não viu o Albus, não é? – ele perguntou, afrouxando a gravata escura. Sua fisionomia cansada sugeria que talvez, assim como ela, ele estivesse contando os minutos para poder ir embora.

— Eu o perdi de vista. – Rose apontou para a taça solitária que aguardava ao seu dono relapso. – Mas ele deve voltar em breve.

Malfoy aquiesceu e então os dois ficaram em silêncio. Scorpius Malfoy havia aparatado da Alemanha direto em Hogsmeade e ainda se sentia nauseento da viagem, mesmo após o longo banho que o fizera se atrasar para o evento. Além disso, todo o sono acumulado dos muitos dias que ficara em turnê finalmente parecia estar cobrando o seu preço.

— Ele te convenceu também, não é? – Rose se pegou dizendo.

— É. – Malfoy coçou o olho irritado, fazendo Rose reparar nas finas linhas arroxeadas que ele tinha abaixo dos cílios quase brancos. – Era de se imaginar que depois de todo o drama sobre não nos vermos a mais de um ano ele estaria aqui por perto.

— É possível que ele tenha encontrado algum dos muitos amores de sua vida. – ela verbalizou o que vinha presumido desde o início.

— Sim... – Scorpius considerou. – Albus é muito disposto quando o assunto é relacionamento amoroso.

— Mais do que o aconselhável. – Rose concordou.

— No entanto... É um jeito de sentir, no fim das contas. – de novo Malfoy falava daquele jeito que poderia ser tanto para ela quanto para ele próprio.

— Perdão?

— Um jeito de se sentir vivo, não? – ele esclareceu, passando a mão pelo rosto mais uma vez. – Desculpe, eu estou muito cansado, é possível que eu não fale nada com sentido. Acabei de voltar de uma longa viagem a trabalho.

— Tudo bem. De cansaço eu entendo. – Rose sorriu de maneira solidária, pensando que na manhã seguinte ela tinha que acordar muito cedo.

— Você mencionou os seus alunos. Você dá aula aqui?

— Isso. Poções.

— Corajosa.

— ...Ou péssima em tomar decisões? – as vezes a fadiga a deixava num humor autodepreciativo.

— Corajosa. – Ele repetiu, rindo.

— Obrigada. E você? – Rose considerou que já que Albus não estava ali, ela poderia cumprir o trato com o seu amigo mais próximo, de modo que teria argumento para jogar na cara do primo na primeira oportunidade possível.

— Ah, nada tão digno de nota. – Ele encolheu os ombros. – Pianista numa banda bruxa de música clássica.

— Soa bem legal na verdade.

— Não depois de uma turnê, acredite.

— Oh. Então é isso que suas olheiras querem dizer.

— Provavelmente. – Scorpius sorriu e se perguntou o que as pequenas e adoráveis ruguinhas que surgiam nos cantos dos olhos dela quando ela sorria aberto queriam dizer também. – Embora sempre exista a possibilidade de ser apenas uma marca de família.

Rose o olhou atentamente, sem saber porque nunca tinha feito isso até então. Ele tinha um rosto bonito e um maxilar que provavelmente só tinha atingido aquelas linhas firmes na vida adulta. Mas não era só a sua aparência física que parecia agradável. Scorpius Malfoy tinha algo que fazia com que Rose Weasley pensasse porque eles nunca haviam sido amigos.

Nos últimos anos, ela vinha repensando muito a sua adolescência ao observar os seus alunos. Era uma fase tão caótica, dramática e bonita... No meio de um turbilhão como esse, era muito fácil se perder ou perder coisas que poderiam ser interessantes.

A vida adulta não era muito diferente, se ela quisesse ser muito honesta consigo mesma. Talvez fosse por isso que, apesar de sua vida ser boa, suas escolhas serem seguras e ela ser uma das professoras efetivas mais novas de Hogwarts, ela estivesse tão assustada por dentro.

— Eu acho que nunca dá pra saber direito. – Ela murmurou, refletindo sobre a fala dele. – O que é nosso ou que é marca de família.

Malfoy a encarou com uma atenção redobrada.

— Você está certa. Ainda assim... Isso não nos impede de passar a vida inteira tentando descobrir, não é? – havia uma nota de tristeza na risada que ele deu. E na de Rose, quando o acompanhou.

— Não mesmo.

— Você imaginava que essa seria a sua vida? Dez anos atrás?

— Em parte, sim. – Rose confessou. – Mas eu esperava ser mais... E aqui uso sua palavra: corajosa.

— Mesmo? – ele franziu o cenho, interessado. – Eu sempre te achei corajosa o suficiente.

— Mesmo? – ela repetiu, surpresa.

— Sim, você e as pessoas da sua família sempre me passaram a impressão de que sabiam exatamente o que estavam fazendo.

— Até Albus? – ela provocou e ele se permitiu rir com vontade.

— Não, Albus não, mas num geral. – ele sorriu de novo.

Scorpius estava consciente de que não era exatamente um homem sorridente. No entanto, ali estava ele, tendo uma conversa agradável com alguém por quem nutrira uma certa queda no quarto ano. Rose Weasley não se parecia em nada com o que ele se lembrava e, ainda assim, agora que reparava bem, de algum modo assustador, era igual, percebeu.

Não daquele jeito triste de quem não havia mudado nada e sim do jeito encantador de quem possuía a mesma essência, mas mais camadas.

— E o que você faria com mais coragem, afinal de contas? Dominaria o mundo?

— Acho que eu pediria demissão de um emprego muito sólido e aceitaria uma bolsa de pesquisa mal remunerada em Ilvermony para me especializar em poções nativo americanas.

— Isso parece bem especifico.

— É. – ela desviou o olhar, terminando a cerveja. – E você? Achou que essa seria a sua vida?

— Não. Eu achei que seria bem pior. – Quando a sua mãe falecera, ainda no seu último ano escolar, Scorpius achou que nunca se recuperaria. Mas aparentemente era essa a lição póstuma de Astoria: tudo era reversível. Ele seria grato a ela para sempre por isso.

—  Eu fico feliz por você. – Rose disse com sinceridade.

— Obrigado. Na maior parte do tempo, eu fico feliz por mim também. – Admitiu.

Weasley encarou o seu copo vazio.

— Bom, foi um prazer conversar com você, Malfoy. – Sorriu, a título de despedida. – Mas eu preciso ir agora.

— Sério? – Havia um quê de desapontamento que tocou Rose. Ela decidiu que pediria o contato dele para Albus depois no mesmo instante em que ele decidia o mesmo, embora ela não tivesse como prever.

— É – ela encarou o relógio de pulso. – Está ficando tarde e eu trabalho amanhã cedo.

Ele assentiu com a cabeça, decidido de que queria vê-la outra vez.

— Você pode xingar Albus por mim? – Rose acrescentou, vestindo o blazer.

— Com certeza. – Malfoy garantiu e Rose se debruçou para beijá-lo no rosto. No entanto, algo sobre a conversa ainda ressoava em seu íntimo e isso fez com que ela vestisse também um pouco mais de coragem e experimentasse encostar os lábios perto dos dele. O jeito como Scorpius se virou um pouco apenas para lhe dar mais espaço fez com que ela sorrisse de maneira boba antes de se levantar.

— Boa noite, Weasley.

— Boa noite, Malfoy. – Com as mãos nos bolsos da calça, ela saiu do salão sentindo um misto de expectativa e de fantasia que há muito tempo não sentia.

Não precisava significar nada, ela sabia, era só um flerte bobo. Mas as vezes uma pedrinha jogada no meio de uma lagoa era o suficiente para gerar uma pequena ondinha que desenhava novos contornos infinitos.


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Notas finais do capítulo

É isso! :)
A fic tem um final propositalmente aberto, porque eu não queria que o Scorpius servisse como "solucionador súbito de todos os problemas" da Rose. Eu queria só mostrar o quanto as vezes uma situação ou uma conversa podem ajudar a gente a tomar folego, a ter mais perspectiva das coisas. Eu sou encantada com a ideia de que coisas simples podem gerar outras coisas simples que, no fim das contas, geram coisas grandes e importantes. É claro que na minha cabeça eles ficam juntos depois, hahaha. Mas a graça é justamente que isso não fique estabelecido.
Se você leu até aqui e gostou - ou não - por favor, me conte :) eu adoraria saber.

Um beijo.

Obs: quando pensei em "somewhere only we know" como título, eu quis que fosse uma referência à Hogwarts mesmo. Eu acho que funciona tanto pros personagens quanto pra mim (enquanto leitora, ficwriter e fangirl). Revisitar esse lugar sempre movimenta minhas próprias águas (tanto para o bem quanto para o mal). É isso ♥