Mini World escrita por Spiral Universe


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Personagens de Stephenie Meyer, só estou brincando com eles...



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Capítulo 8

Bella não achou que encontraria tanta insistência. Vinha de Phil, ela tinha quase cem por cento de certeza. Renée, querendo agradá-lo, vinha pedindo para Charlie outro encontro. Infelizmente, o choque inicial de Charlie parecia ter passado e ele encontrava-se um pouco zangado com Bella, devido ao seu comportamento.

— Entendo seus motivos, Bella – Ele lhe disse após ela se recusar a um novo encontro pela terceira vez – Realmente entendo, mas está agindo como uma criança. Agiu como uma criança na lanchonete e continua agindo. Ela é sua mãe. Vocês precisam ter uma conversa longa e civilizada!

Bella podia compreender as palavras do pai, mesmo que isso não a agradasse. Ele só pegou a última parte da discussão, afinal; a única coisa que vira foi a filha gritando palavras cheias de ira. Ainda sim, não estava disposta a ceder. Não voltaria atrás. Não faria parte do teatrinho de Renée, não importava o quanto Charlie se aborrecesse com isso.

As duas semanas seguintes ao desastroso encontro não foram fáceis, ao menos em casa. O pai todo hora dizia que devia tentar conversar com a mãe de novo, cada vez mais acalorado, e Bella se pegou sentindo uma imensa vontade de contar para ele o real motivo de Renée estar ali.

— Não acho uma boa ideia – Edward falou uma noite, quando ela revelou sua vontade – Ele não vai acreditar, Bella. Seu pai acha que você está fazendo... Um pouco de birra.

— O que?

— Renée tem ligado diretamente para cá – Ele contou – Ouvi os dois conversando ontem. Charlie disse que vai insistir até você parar com a "birra" – gesticulou com os dedos – e aceitar ir.

— Não posso acreditar que ele esteja fazendo isso! – Bella indignou-se – Fala sério, ele me conhece melhor do que isso!

— Eu gostei da cena que vi, Bella, não vou negar. Mas acho que Charlie ter visto não foi uma boa coisa. Pelos olhos dele, você berrou com Renée simplesmente por berrar... E sabe-se o que lá Renée anda falando pra ele.

Bella bufou, irritada.

— Se ele não vai acreditar nisso, jamais vai acreditar nas coisas que ela me fazia!

— Ao menos, não agora – Edward comentou desanimado – Nada do que disser agora vai ajudar.

A escola estava razoavelmente mais fácil. Já não se incomodava mais com os ataques de Lauren, não como antes, e o constrangimento que surgiu em Portland se esvaiu. Todos aparentavam ter deixado aquilo de lado, e não estava nos planos de Bella trazer o assunto de volta. Até mesmo Mike parecia ter desistido dos convites para sair e, embora soubesse o motivo por trás disso, ela não se importou. No trabalho, um grupo grande de campistas, vindos de uma viagem pela costa, acabou por lhe render uma ótima comissão. O dinheiro compensou a baixa temporada e o Sr. Newton, feliz, lhe deu alguns dias de folga seguidos. Não foi exatamente um bom presente, uma vez que quanto mais ficasse em casa, mais Charlie ficaria em cima dela.

Dito e feito, o pai continuava insistindo, de modo que Bella passou a maior parte daquelas folgas dentro do quarto, fazendo os deveres e conversando com Edward sobre faculdades. Não havia nada que realmente quisesse fazer. Nenhum dos cursos chamou sua atenção, deixando-a um pouco aborrecida, e Edward começou a brincar com seu mau-humor.

— Não é possível que não tenha nada de interessante – Ela olhou para os diversos folhetos em cima da cama, irritada – Tem que ter alguma coisa que não me mate de tédio!

— Tem coisas boas, você só uma chata – Ele respondeu – Medicina?

— Não quero abrir pessoas, obrigada.

— Medicina tem vários ramos, não só cirurgias.

— Não, obrigada.

— Gastronomia?

— Não tenho paciência de ficar cozinhando o dia todo.

— Tecnologia da Informação?

— Edward, eu sei lidar com computadores tão bem quanto sei pilotar um avião, você sabe disso – Ela o lembrou.

— Faculdade é para aprender, não é? – Ele rebateu.

— Não vou me jogar em curso que não tenho a menor chance de me dar bem – Bella disse com firmeza – Se vou mesmo ter que fazer faculdade, quero seja o menos sofrido possível.

— Tarefa difícil, você não gosta de nada.

— Tem que ter alguma coisa que eu goste – Ela pensou – Em algum lugar.

— Tente medicina legista – Ele sugeriu brincando.

— Ah, não, definitivamente não. Já lido com muita gente morta, obrigada.

Era uma tarefa um pouco chata, e ficava pior porque Bella não encontrava nada que lhe dava vontade o suficiente. Com um movimento brusco ela jogou todos os folhetos para o chão, deitando-se.

— Relaxa, nós vamos encontrar alguma coisa legal – Edward a tranquilizou vindo se deitar ao seu lado.

— Eu podia simplesmente ficar aqui...

— Mas não vai deveria.

— Vamos voltar à velha discussão?

— Vamos, se você teimar nessa história de desperdiçar sua vida nesse lugar.

— Eu gosto...

— Daqui, eu sei – Ele interrompeu – Gostar de algo não torna isso bom.

— Nem mau – Bella replicou – Você tem preconceito com a cidade, só isso.

— Não, não tenho. Meu problema é você querer se prender aqui para sempre sem motivo.

— Eu tenho motivo! Eu gosto daqui! – Bella voltou a se indignar.

— Grande motivo – Edward revirou os olhos – Por que não tenta conhecer outro lugar para gostar?

— E daí o ciclo recomeça.

— Bella, você está indo tão bem, porque quer retroceder?

— Não é retrocesso! – Ela insistiu – Eu só gosto daqui e não vejo real necessidade de sair por aí desbravando o mundo como você fez.

— Não fez muita diferença para mim, certo? Eu já estava morto quando meu aventurei pelo globo.

— E por que vai fazer para mim? – Quis saber Bella – Lugares são apenas lugares – Ela recitou a frase dele, ganhando uma careta em resposta.

— Você está viva – Edward a lembrou.

— Nós dois sabemos que é uma condição passageira.

— Sabe, você deveria tentar Direito. Daria uma advogada sensacional.

— Papéis e mais papéis? Você detestava isso...

Bella se assustou um pouco com a súbita entrada de Charlie no quarto. Ele abriu a porta bruscamente e a encarou, as sobrancelhas erguidas.

— Bella, tem mais alguém nesse quarto? – Perguntou seriamente – Faz cinco minutos que estou ouvindo você falar.

Ela sentiu uma onda de pânico.

— Eu estava... Hm, estava...

— Celular – Edward sugeriu.

— Falando no celular! – Ela exclamou aliviada – Com uma amiga!

— No celular?

— Sim, não posso?

Bella viu que sua fraca mentira não o convenceu. Charlie a olhou desconfiado, passando os olhos pelo quarto como se tentasse achar alguém escondido. A cena foi uma pouco cômica; seus olhos passaram por Edward deitado na cama, que o encarava de volta, mas apenas ela sabia de sua presença. Seria menos engraçada, talvez, se o pai demorasse seu olhar para o celular dela, parcialmente escondido por dois livros, na escrivaninha, bem longe da cama. Ela ficou um pouco tensa, temendo que Charlie reparasse nisso. Felizmente, seus olhos não se demoraram.

— Você deveria estar cuidando dos assuntos da faculdade, se bem me lembro – Ele falou após terminar sua inspeção – E não é hora de ficar no telefone com ninguém.

— Era sobre a faculdade que eu estava falando – Bella sentiu um pouco de irritação.

— Certo, então.

Ela esperou que Charlie fosse recomeçar o discurso sobre Renée, mas ele não o fez. Murmurou um boa-noite e se retirou, fechando a porta de volta.

— Nós nos empolgamos, eu acho – Edward disse – Ou estava tentando ouvir de propósito.

— Segunda opção – Bella resmungou em voz baixa – Ele devia estar querendo falar comigo sobre minha mãe de novo e subiu e acabou ouvindo.

— Que tal deixar isso para outro dia? Você tem aula amanhã e já está tarde.

— Ok.

Bella se enrolou nas cobertas e tentou adormecer. Não teve sucesso. Pouco mais de uma hora depois ela se virou de frente para Edward, que a observava.

— Se eu for para a faculdade, você virá comigo? – Perguntou para ele.

— Que pergunta, Bella, até parece que não me conhece – Ele sorriu – Você não vai se livrar de mim tão cedo.

— Não quero me livrar de você nunca.

Bella estendeu a mão para ele. Era uma coisa boba de se fazer, ela pensou. Sabia que eles não podiam se tocar, não importava o quanto ela quisesse ou tentassem. Contudo, Edward aproximou a mão dele e abriu os dedos, e ela repetiu o gesto, aproximando as palmas até estarem unidas, porém sem se atravessarem. Não havia tato ou calor, mas não era necessário. Eles se olharam nos olhos, sem separar as mãos, e Bella viu, refletido naquele belo verde esmeralda, o reflexo de seu sentimento.

Ela ainda estava pensando nele quando, na manhã seguinte, saindo da escola, sentiu alguém cutucando seu ombro. Ela se virou, distraída, e deu de cara com Renée.


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Notas finais do capítulo

A música que me ajudou nessa fic se chama "Mini World - Indila". Eu gosto muito. Me deu uma boa idéia a seguir.



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