After Dawn - Alvorecer escrita por Alina Black


Capítulo 9
PELO OLHAR DE RENESMEE- Seth Clearwater




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—Wow!

Meu avô falou em um tom alto de voz ao abrir a porta da casa acompanhado de Sue Clearwater, Rosalice correu ao seu encontro enquanto eu acompanhei os passos da  mamãe caminhando ao seu lado de mãos dadas com ela, vovô rodopiou com minha irmã em seus braços tirando seus pés do chão e arfou colocando ambas as mãos em sua cintura quando finalmente a deixou de volta no chão – Não sei se vocês cresceram demais ou eu estou velho demais para continuar fazendo isso! Ele murmurou ofegante.

Um tímido sorriso se formou no rosto de mármore de nossa mãe, Lice como sempre animada abraçou Sue carinhosamente, vovô manteve as mãos na cintura observando mamãe e eu nos aproximarmos, mamãe parou, nós sabíamos que mesmo tento um excelente autocontrole aquilo ainda era muito difícil para ela, então  eu segui o caminho aproximando-me dele – Eu não ganho um abraço seu? Vovô falou abrindo os braços e eu sorri correndo para ele.

— Você cresceu! Ele murmurou dando um beijo em minha testa – Está bastante alta, eu saí de seus braços indo para os braços de Sue enquanto vovô olhava para a mamãe – Senti sua falta! Ele falou em um tom mais alto de voz.

— Eu também! Mamãe respondeu acenando com a cabeça – Venho buscá-las amanhã de manhã! Ela completou olhando para mim e para Rosalice – Comportem-se!

Vovô concordou com uma expressão de insatisfação, apesar de sempre vê-la eu sentia em seu olhar que ele queria poder toca-la, por outro lado compreendia que ela também queria mais era difícil, mamãe jamais se perdoaria se o machucasse por isso apenas vê-lo mesmo que fosse de uma certa distancia era o acordo feito por eles, vovô a amava e por isso havia aceitado.

O ronco do motor do carro cortou a estrada e vovô virou seu corpo em nossa direção, as mãos pousaram em nossas costas puxando as pequenas mochilas com peças de roupas que havíamos levado para passar a noite com ele, embora Rosalice e eu tivéssemos achado suspeita a ideia de passamos a noite na casa de Charlie estávamos com saudade dele e havíamos amado aquela ideia, após puxar as mochilas alegando que poderiam estar pesadas nós entramos de mãos dadas com Sue e vovô entrou em seguida fechando a porta.

— O que acham de eu fazer aqueles hamburgueres que vocês adoram para o almoço! Sue falou enquanto vovô subia com as mochilas penduradas em ambas as mãos, como não era a primeira vez que dormíamos na casa dele deduzi que ele levaria para o antigo quarto da mamãe, Rosalice deu um sorriso largo ao ouvir a palavra hamburgueres, embora ela gostasse de caçar ela adorava uma carne de hamburguer mal passada.

— Me diga que fara fritas! Eu falei sorrindo enquanto a seguíamos para a cozinha, e nos sentamos na pequena mesa redonda do vovô.

O cheiro da carne frita e da gordura era delicioso, até mesmo para Lice que já havia reclamado diversas vezes que estava demorando demais, ri baixinho em meio a nossa bagunça enquanto Sue apenas sorria baixando o fogo do fogão e pegando alguns pratos e os colocando sobre a mesa.

— Charlie, almoço! Ela gritou em seguida seu olhar se direcionou para nós duas – Me digam como estão as coisas no Alaska?

— Frias! Rosalice respondeu, em seguida começou a contar a história sobre um casal de vizinhos que viviam tentando nos espionar, a voz de Lice se distanciou em minha mente quando o rosto do rapaz visto na nossa sala na noite anterior invadia a minha mente, Jacob, não sabia explicar o porque mais uma parte de mim desejava vê-lo novamente.

— Renesmee..

—Querida..

— Maninha!

— O que? Respondi um pouco confusa saindo de meu transe temporário, minha irmã, meu avô e Sue me olhavam com uma expressão que era um misto de preocupação e curiosidade.

— Você está bem querida? Vovô perguntou, eu sorri timidamente e olhei para o prato no centro da mesa – Desculpe eu só...

— Está no mundo da lua! Rosalice falou dando um sorriso, estendeu os braços sobre os pratos pegando um dos hamburgueres e colocou em seu prato – Sonhando com Jacob.

—Rosalice! Minha voz saiu em um tom mais alto e meu rosto foi tomado pelo aborrecimento, eu havia comentado com ela sobre a visita do amigo da mamãe na noite anterior, e o quanto eu havia o achado bonito, percebi os olhares de meu avô e Sue sobre mim, principalmente de Sue que deu um sorriso sem graça, eu ruborizei colocando um dos hamburgueres em meu prato – Não é nada disso...murmurei.

— Você conheceu o Jacob? Meu avô perguntou segurando seu hamburguer com ambas as mãos e o mordeu, suas bochechas inflaram-se enquanto ele mastigava me olhando – Você não é um pouco nova demais para pensar em garotos?

Rosalice riu e eu desejei imensamente cavar um buraco ali mesmo debaixo da mesa – Eu não, não estou pensando nessas coisas vovô, eu só o vi! Tentei me explicar, as gargalhadas de Lice se tornavam mais altas a medida que o assunto de estendia mas ela parou ao perceber meu olhar de irritação para ela.

— Desculpe! Ela tentou conter seus risos.

— Não teve a menor graça! Reclamei voltando a comer, Lice deu um beijo em meu rosto repetindo seu pedido de desculpas até me fazer sorrir, e graças a Sue conseguimos mudar o assunto.

Após o almoço ajudamos Sue com as louças, vovô convidou Lice para uma partida de xadrez e eu sabia que aquilo se estenderia por horas e terminaria com o jogo que passaria na TV mais tarde, eu me joguei no sofá ouvindo as apostas feitas por eles dois enquanto jogava um game no celular, mas ao ver Sue passar com dois cestos de roupas pulei do sofá largando o aparelho e peguei um dos cestos de suas mãos, decidi ajuda-la.

—Então você conheceu o Jacob? Sue perguntou enquanto separava as roupas por peças coloridas e me ensinava a por a quantidade certa de sabão nas máquinas.

— Sim e não! Respondi – Ele apenas foi em nossa casa, mas acho que ele brigou com os meus pais, eu apenas o vi, Lice exagerou – Justifiquei.

— Ele viu você? Ela perguntou segurando o amontoado de roupas claras com ambas as mãos e as jogou dentro da máquina.

— Sim! Confirmei – Foi estranho.

— Estranho como?

— A forma como ele me olhou, acho que eu o incomodei!

— Por que acha isso querida?

— Porque...

— Hey mãe!

O garoto passou pela porta nos interrompendo, ele era alto, trajava apenas uma bermuda surrada e estava descalço – Oi! Ele falou com um sorriso gentil olhando para mim.

— Oi querido! Sue respondeu instantaneamente, girou o botão da máquina e a fechou passando um dos braços em volta dos meus ombros – Conhece a Renesmee, neta do Charlie?

— A filha da Bela e do Edward! Ele falou em um tom animado de voz – Oi eu sou o Seth, então você é a Renesmee?

— Sou? Murmurei me perguntando se ele já havia ouvido meu nome em algum lugar.

— Eu sou o Seth! Ele respondeu novamente movendo seu corpo grande e musculoso em um tom de satisfação – Billy me pediu para dar um recado ao Chefe, ele está?

— Na sala! Sue respondeu voltando a atenção para as roupas, Seth manteve seu olhar sobre mim e sorriu largamente passando por mim, soltando um ‘Como ele pode fugir dela?” me deixando confusa.

Eu decidi segui-lo, confrontá-lo e perguntar a ele o que significava aquele comentário, porém assim que retornei a sala o vi parado um pouco próximo do sofá, vovô o chamava em um tom alto de voz, mas seus olhos estavam fixos sobre Rosalice que também o encarou por alguns segundos desviando seu olhar dos dele em seguida, por um breve instante lembrei do olhar de Jacob para mim.

— O que o Billy pediu para me dizer? Vovô insistiu, Seth o olhou um pouco agitado, caminhou pela sala de um lado para o outro enquanto repassava ao meu avô o que o Billy havia dito.

Após aqueles segundos confusos Seth pareceu relaxar, vovô reclamou do fato dele estar sem camisa perto de duas adolescentes e como esperado Rosalice se divertiu com a cena, eu também achei aquilo engraçado, minha irmã teve a ideia de jogarmos em duplas, me juntei ao jogo para fazer par com meu avô e ela fez com Seth, o mais  interessante disso tudo é que Lice mesmo sendo a garota mais difícil de se conviver havia se dado bem com Seth.

Após uma tarde inteira de jogos e discussões fomos interrompidos pelo telefonema recebido pelo vovô que encerrou o jogo indo vestir seu uniforme, Seth também precisou ir mas prometeu que voltaria mas tarde, apesar de mal conhecermos Seth já havíamos gostado dele, ele era muito divertido e ria de todas as piadas contadas por Lice, mas o que mais gostei foi em perceber que ele parecia gostar dela, agora eu poderia dar o troco quando ela tocasse no nome Jacob.

Nós passamos o restante da tarde contado a Sue sobre os lugares mais interessantes do Alaska, Sue era a única mortal além do nosso avô a qual tínhamos contato, e o que mais gostávamos era a naturalidade com que ela nos tratava, Charlie as vezes ainda ficava um pouco incomodado com nossas mudanças, principalmente com o fato de tínhamos cronologicamente quatro anos e biologicamente sermos adolescentes, mas Sue não, para ela ser o que éramos era algo bastante natural.

Mamãe e vovô já haviam ligado diversas vezes para saber se estávamos bem, ou para saber se Sue não havia virado a refeição da Lice, preferi acreditar que era preocupação de pais e avô, Rosalice olhava esperançosa pela janela enquanto eu tentava controlar minha fome com um pacote de chips na mão.

— Ele chegou! Lice deu um salto abrindo a porta antes mesmo que a campainha tocasse, Seth sorriu passando pela porta com duas grandes pizzas nas mãos.

—Prontas para nosso Pique nique noturno?

— Vamos fazer um piquenique? Perguntei faminta.

— Sim ele respondeu em um tom de animação, acho que o Charlie não vai reclamar!

— Então vamos logo que eu estou com fome!

— Nossa! Ele me lançou um olhar surpreso.

Rosalice rolou os olhos – Não liga, Renesmee tem uma solitária hibrida em seu estomago.

Seth riu olhando para ela e eu caminhei passando por ele pegando uma das caixas da sua mão e segui para a porta.

—Ei! Ele reclamou indo atrás de mim, Rosalice riu saindo logo atrás.

Como Seth não queria preocupar Charlie não nos afastamos muito, seguimos uma pequena trilha pelos fundos da casa que terminou em um pequeno monte, era como uma pequena clareira rodeada por poucas arvores e de onde podíamos ver parte do bairro, as luzes das casas brigavam com as luzes das estrelas que apareciam timidamente no céu nublado.

Nos sentamos no chão e Seth sentou entre nos duas dividindo uma das caixas de pizza com Lice enquanto eu comia a outra sozinha, conhecíamos Seth Clearwater a apenas algumas horas mas ele já havia ganhado a nossa amizade, principalmente da minha irmã para quem ele olhava como se fosse sua melhor amiga.

— Seth, você conhece o Jacob? Lice perguntou enquanto mordia a fatia de sua pizza, olhei para ela se soslaio repetindo a mim mesma que eu a atiraria de cima do monte.

Seth sorriu timidamente comendo sua pizza e sorriu – Sim, ele é meu melhor amigo.

Lancei sobre ele um olhar de curiosidade – Sério?

— Viu, eu deduzi que ele conhecia o Jacob! Lice falou orgulhosa de si mesma.

— Você o conheceu, não é? Seth perguntou direcionando o olhar para mim.

— O vi na casa dos meu país! Respondi – Só ficamos curiosas.

— Ficaram? Seth olhou para Lice.

— Corrigindo! Lice respondeu – Renesmee ficou, eu não faço a menor ideia de quem seja Jacob.

— Sim, mas não para de falar nele! A confrontei.

— Porque você estava dormindo e repetindo esse nome quando acordei!

— Calma meninas, nada de brigas! Seth tentou nos conter.

— Eu estava?

Seth novamente olhou para mim – Você gostou dele?

Neguei com a cabeça – Eu só o vi, e eu , ugh, será que podemos mudar de assunto, além disso, ele nem deve lembrar de mim, eu apenas o vi e depois ele sumiu.

— Ele está viajando! Seth falou dando um sorriso – Mas sábado, teremos noite da fogueira na reserva, o que acham de ir comigo?

Lice e eu trocamos olhares e ela sorriu largamente – Claro que aceitamos.

— Temos que falar com nossos pais.

— Eu falo com eles! Seth falou em um tom animado e voltou a pegar um pedaço de pizza entregando a Lice, falou algo engraçado em seu ouvido a fazendo rir e voltaram a olhar para o céu.

Peguei o ultimo pedaço de pizza e o comi olhando para as casas que pareciam pequenas vistas daquela altura, apesar de meu aborrecimento com Lice falando o tempo todo de Jacob precisava admitir que tinha algo de estranho acontecendo comigo, eu só tinha o visto uma única vez por poucos minutos, mas tinha uma parte dentro de mim, em meu subconsciente que chamava por ele, eu precisava vê-lo novamente.


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