Marinette Dupain-Cheng. Franco-Chinesa de lindos cabelos azuis escuros e olhos claros trabalhava em uma cafeteira local para poder pagara faculdade de confeitaria de seus sonhos. Ficava todo dia no período da manhã e no turno da tarde, juntando dinheiro o suficiente para manter seu apartamento e a mensalidade da faculdade.

Era como um dia qualquer na cafeteria de seus pais, Miraculous, que como uma boa manhã de negócios, se encontrava lotada. Marinette se virava nos trinta para conseguir junto com suas colegas dar conta da clientela apressada para mais um dia de trabalho, nem tendo tempo para respirar direito com tanta correria. Mas o que não passou despercebido para as meninas de uniforme branco fora a entrada de dois amigos, sendo um deles o famoso modelo da marca Agreste.

Loiro de olhos verdes ostentava seu corpo perfeito para todas as mulheres que o cobiçavam com o olhar, coisa que pareceu não incomodar Adrien. Ele e seu amigo, que Marinette logo percebeu ser Nino namorado de sua melhor amiga Alya, sentaram-se à mesa de numero três começando logo a conversar animadamente sobre algo que não conseguiu escutar.

Focou novamente na bandeja em sua mão e caminhou apressada para a mesa que estava a espera do café. Quando enfim entregue ao casal de velhinhos, estava voltando para seu posto quando Nino acenou para ela. Com um lindo sorriso no rosto foi até a mesa três junto com seu bloco de notas. Chegou em poucos passos e parou em frente ao amigo.

—Bom dia, bem vindos ao Miraculous Café. Já decidiram o que vão pedir? –perguntou gentilmente.

—Bom dia, Marinette. Eu vou querer um cappuccino médio e um éclair de doce de leite. O Adrien vai... –Foi interrompido pelo amigo.

—Gostaria de um Moccachino grande e um croissant de chocolate. –Disse olhando fundo nos olhos da azulada a fazendo perder levemente o fôlego.

Marinette rapidamente se recuperou e anotou os pedindo, voltando ao seu posto dizendo que já levaria seus pedidos. Entrou na cozinha e se apoiou levemente na porta com um suspiro saindo entre seus lábios. Não sabia exatamente o que tinha acontecido mas tinha certeza de que não era bom. Sabia da fama do modelo e não deixaria se hipnotizar por ele facilmente. Ajeitou a postura e foi em direção a maquina de café para fazer os cafés.

Estava terminando o do loiro quando ouviu soluços vindos do vestiário. Como não era a primeira vez que escutava isso na semana, apenas pegou uma caixa de lencinhos que mantinha em cima da geladeira e foi em direção ao choro. Abriu a porta do pequeno cômodo e encontrou Alya limpando as lágrimas com a mão na maçaneta. A morena nada disse quando viu a amiga, apenas a abraçou fortemente e chorou mais.

—O que aconteceu dessa vez, Al? –perguntou preocupada.

—Minha mãe de novo.

Marinette sabia dos problemas que a amiga tinha em casa e de como sua mãe não apoiava nem um pouco seu relacionamento com o Lahiffe. Poucos meses antes Alya havia se mudado para morar com o DJ e finalmente se via livre de todo o maltrato que sofria dentro de casa. Mas como jarro ruim não quebra fácil, sua mãe achava outros jeitos de infernizar a vida da menor.

—Seu príncipe encantado está aqui, o que acha de sair mais cedo e ir ficar um pouco com ele? –Perguntou afagando seus cachos.

—Mas...

—Pode deixar que eu te cubro. –Disse sei nem pensar duas vezes.

—Mari...

—Só vai. –Afastou a amiga e secou suas lagrimas com os polegares. – Ele está na mesa três com um loirinho, vou levar café pra eles jajá e preparo algo ‘pra você.

Alya sorriu finalmente se animando um pouco e Marinette lhe deu um beijo na testa da maior. A morena entrou novamente no vestiário e a chinesa foi decorar o éclair do amigo. Estava tão concentrada que nem percebeu se Alya saira da cozinha, apenas ouviu o som da porta se fechando. Sorriu e decorou mais um doce e fez outro Cappuccino, afinal uma das coisas que faziam ela e seu namorado perfeitos um para o outro era o fato de gostarem da mesma coisa.

Colocou tudo na bandeja e saiu rumo a mesa onde eles se encontravam, estava tão focada em não tropeçar e derrubar tudo em cima de si que nem viu quando um a criança correndo passou do seu lado esbarrando levemente em sua perna, a fazendo perder o equilíbrio. Estaria tudo perdido se Adrien não tivesse pegado a bandeja em uma mão e sua cintura com a outra, a mantendo em pé e estável em questão de segundos. Colocou o pedido em cima da mesa e olhou para a azulada que se encontrava ainda em choque.

—Você está bem? –Perguntou com o olhar transmitindo certa preocupação.

Marinette apenas assentiu levemente e ajeitou sua postura agradecendo entregando o pedido para cada um, se despedindo logo em seguida.

Quando finalmente chegou o horário da tarde foi quando Marinette teve seu merecido descanso. Sentou em frente ao caixa onde passaria o resto da tarde e ficou observando as pessoas passarem pela loja. As outras atendentes saiam nesse período e só ficavam ela e Alya, mas como dispensou a amiga agradecia aos deuses pelo pouco movimento.

Sua atenção focou no casal de velhinhos que se encontrava em uma das mesas conversando. Era a primeira vez deles aqui e ficava feliz de estarem gostando do lugar. O senhor pegou a mão da esposa e fez um leve carinho, o que a pegou de surpresa arrancando um leve rubor em suas bochechas e um sorriso lindo. Para Marinette, aquela era a meta de relacionamento que queria. Infelizmente no momento focava em outras coisas. Estava na reta final da faculdade com seus 24 anos e não tinha tempo para entrar em um relacionamento amoroso, não conseguiria administrar seu tempo para ter algo em conjunto com outra pessoa.

Focou no material a sua frente e voltou a fazer o trabalho que começara. Aquelas poucas horas de calmaria eram os únicos momentos que conseguia focar nas coisas da faculdade, afinal tinha insistido a seus pais que pagaria a mesma com seu próprio esforço e não tiraria nada do bolso deles. Foi difícil? Sim, mas com o tempo conseguiu se adaptar a correria.

Levantou a cabeça em direção a porta quando ouviu o sino anunciar a entrada de um novo cliente. Alya entrou e com um leve sorriso no rosto indo em direção a amiga. Marinette abriu a boca para falar algo, mas a morena levantou a mão a calando.

—Eu sei que to de “folga” e tudo mais, mas me pediram para lhe dar algo e não podia esperar para depois. –Disse rapidamente, entregou um papel dobrado e saiu da cafeteria em passos rápidos.

Marinette apenas deu de ombros e observou o papel em sua mão. Parecia ter sido rasgado as pressas, mas não deu muita importância para isso. Abriu franzindo o cenho e se deparou com uma letra bem caprichosa em sua opinião. “Bom, primeiramente só queria dizer que foi o melhor Moccachino que já tomei (lhe dou todos os créditos). Você me despertou certo interesse Marinette, espero que não fique brava, mas Alya me passou seu numero. Então se chegar uma mensagem de um numero desconhecido, por favor, não ignore”.

Marinette já sabia quem lhe mandou o pequeno papel, afinal não eram todos que serviu tal café e esteve com sua amiga durante o dia. Como se tivesse um sensor na pequena folha recebeu uma mensagem de Alya logo em seguida...

“ ‘Ta na hora de ser feliz, amiga.”

Aquelas poucas palavras rondaram a mente da azulada durante o resto do dia. Mal conseguira prestar atenção nas aulas que tivera e quase foi atropelada algumas vezes, mais que o normal. Sabia o sentido das palavras da morena, afinal ela era a única que sabia quase completamente seu passado e tudo por qual passou, mas por que tão de repente?

Quando finalmente chegou em casa sã e salva foi que notou que não pegara em seu celular até aquele momento. Buscou rapidamente o aparelho em sua bolsa nem mesmo entendendo o porquê de tamanha euforia, o que aumentou mais ainda quando percebeu a mensagem do loiro de mais cedo.

Meses se passaram e Marinette finalmente terminou sua faculdade, e como presente de formatura seus pais lhe deram a padaria na qual ficara anos trabalhando. Alegavam que estavam velhos demais e queriam descansar, e não teria alguém mais perfeito que sua filha para cuidar do lugar.

Estava sentada em uma das mesas ao lado da janela tomando seu precioso café quando a cadeira a sua frente foi puxada para logo em seguida ser ocupada por um loiro metido a besta que atazanava todas as tardes de seus dias.

—Bom dia ‘pra você também, Adrien. –Disse tentando transparecer tranqüila.

Seu coração batia rapidamente em seu peito com a aproximação do Agreste. Criaram uma amizade forte depois daquela amizade, mesmo que ambos os lados soubessem que no fundo queriam algo mais, Marinette colocava uma barreira por conta de seus estudos e trabalho. Mas ela não sabia que o loiro esperava ansiosamente esse momento livre da azulada, no qual chegara a hora de agir.

Não era novidade os efeitos que a Chinesa causava nele, afinal sentia essa formigação e batimentos fortes a meses, mas sabia que a partir de agora seria diferente. Estava decidido a não esconder absolutamente nada.

—Bom dia, Marin. - Pegou o café que estava a sua espera em cima da mesa e encarou a , até então, amiga. –O que vai fazer hoje?

—Hoje vou fechar mais cedo. Não tivemos muito movimento então vou pegar a noite de folga. – Colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, um pequeno ato que causou um grande efeito no modelo que a achou ainda mais adorável. –Focar em coisas importantes, como a minha série na Amazon.

Adrien já sabia disso, afinal Alya lhe contou a uma hora atrás. Planejou uma noite incrível para Marinette em comemoração ao livramento da faculdade, também conhecido como parede que os impedia de algo sério. Ele e a Chinesa estavam a meses de conversa e certo flerte. Consideravam-se melhores amigos, mas nunca abandonando um arco-íris que coloria essa linda relação. Alya e Nino já estavam de saco cheio da tamanha enrrolação que foi criada e não viam a hora de que finalmente assumissem algo. Mas não sabiam que o quase casal também pensava nisso.

Marinette não tocou no assunto depois que se formou, mas também não fez mais questão de esconder seus sentimentos. Estava enfim decidida em seguir o que sua amiga disse meses antes quando recebeu aquela mensagem e não colocaria mais nada para impedir isso. Só estava esperando a iniciativa de certo alguém.

—Sinto lhe dizer, mas não vai mais. –Ouviu o loiro dizer e o olhou com um bico. –Vou te levar ‘pra um lugar hoje.

—Posso saber ‘pra onde? –Perguntou segurando a mão dele em cima da mesa.

—Vai ser uma surpresa. –Sorriu a puxando para um leve beijo.

—Vou fechar seis e meia. –Levantou e voltou à cozinha, deixando um loiro sorrindo feito bobo para trás.

Quando deu o horário Marinette saiu trancando o a cafeteria. Olhou par ao outro lado da rua e viu o loiro encostado em seu próprio carro a esperando com um pequeno sorriso. Essa pequena cena fez o coração da azulada dar cambalhotas e piruetas, e saber que ele estava ali só para si a fez sentir ainda mais feliz. Atravessou rapidamente a rua para conter o pequeno nervosismo que Adrien gerava nela quase caindo, mas o loiro, como toda vez, a salvou a puxando para um abraço apertado.

Entraram no carro sem dizer nada e foram em direção ao destino escolhido pelo mais velho apenas aproveitando a companhia um do outro. Marinette estava focada no céu estrelado que se estendia fora do veículo que nem percebeu quando sua mão foi tomada por um beijo carinhoso nas costas.

Chegaram em poucos minutos e Marinette pode enfim ver o lugar que se tratava. Um lindo campo florido estava a sua frente, a Luz da lua refletia no pequeno lago que se encontrava um pouco mais a frente deixando a azulada hipnotizada com tamanha beleza do lugar. Sua atenção foi cortada pelo leve riso de Adrien que abria o porta malas do carro, tirando de lá uma bolsa térmica, dois travesseiros e uma manta.

—Qual é a graça? –Perguntou curiosa indo ajudar o maior.

Ele não respondeu. Apenas lhe deu um leve beijo nos lábios a deixando com um leve rubor nas bochechas pálidas. Marinette revirou os olhos e pegou um dos travesseiros e a manta de suas mãos começando a caminhar até a frente do lago, onde estendeu a manta sentando em cima logo em seguida. O loiro fez o mesmo e começou a tirar duas embalagens de comida de dentro da bolsa junto com os talheres.

—Como foi a conversa com seu pai? –Perguntou abrindo o recipiente em sua mão, se assustando levemente ao perceber que era sua comida favorita.

—Foi estranhamente tranqüila. –Respondeu começando a comer, vendo os olhos azuis que tanto amava ganhando um brilho de alegria.

—Conseguiu sair da empresa? –Gritou animada vendo Adrien assentir com um grande sorriso.

—Vou poder seguir meu sonho agora, Marin. –Disse baixinho.

Sentiu ser puxado para um abraço apertado e a única coisa que pode fazer foi retribuir. Somente ela sabia de seus problemas com seu pai e de como foi difícil convencer seu pai a o libertar. Iria finalmente conseguir se tornar o professor que sempre quis ser, ter sua própria casa... Viver uma vida normal, mas sentia que ainda faltava alguma coisa que logo conseguiria.

Afastou levemente a azulada e olhou em seus olhos, suas lindas orbes refletiam o luar deixando-a ainda mais atraente para si. Sorriu levemente e a puxou para um beijo cheio de amor. Finalmente chegou a hora que a meses estava esperando.

—Feliz aniversário, Princesa. –Disse em um sussurro.

—Como você sabe? –A azulada sorriu minimamente afagando seu cabelo. –Me deixe adivinhar... Alya?

—Seus pais. –Isso ela não esperava. –Conversei com eles durante essa semana e me disseram.

—Por que conversou com meus pais? –Perguntou confusa.

—Precisava da opinião deles para uma coisa. –Disse se ajeitando e colocando a mão em um dos bolsos da calça. –Sabe, desde o primeiro dia em que te vi senti algo. No momento não sabia o que de fato era, mas depois de um tempo acabou crescendo cada vez mais. –Levou sua outra mão a face da garota. –Quando começamos a conversar não pensava que iria acabar em apaixonando por você. Mas quando percebi isso já era tarde demais, cai completamente em seus encantos, Dupain-Chang. Sabendo de toda a sua história, aceitando seus erros e acertos, seus problemas, defeitos e inseguranças. Tudo o que vier de bom e ruim, quer finalmente quebrar essa barreira comigo? –Tirou a aliança de prata do bolso. –Quer finalmente ser feliz comigo, Marinette? Em outras palavras... –Se ajoelhou em cima da manta. –Aceita ser minha namorada?

A azulada fechou os olhos e abriu rapidamente, derramando algumas lágrimas.

—Sempre fui sua, Adrien. –O puxou para perto, estendendo a mão para o loiro logo em seguida colocar a Aliança. –Você é minha felicidade.