James's Sacrifice escrita por DanMarFer


Capítulo 1
Capítulo 1




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— Pega o Harry e foge. Eu vou tentar atrasá-lo — gritou James ao ter sua porta arrombada.

Lílian correu para o quarto do menino com o mesmo nos braços. Enquanto isso James empunhou a varinha e correu para se posicionar ao pé da escada e bloquear o caminho. Logo Voldemort apareceu apontando a varinha para James.

— Saia do meu caminho.

— Não vou permitir você chegar perto da minha família.

— Seu sangue é puro, coisa que aprecio muito, então seria prudente preservá-lo e liberar o caminho, você não precisa morrer.

— Jamais deixaria você ir atrás deles.

— Eu só quero o garoto, você e mulher não tem motivos para morrerem, cada gota de sangue mágico derramado é um desperdício.

— Meu filho não precisa ser morto.

— O garoto não pode respirar, enquanto eu viver.

— Não vai chegar perto do meu filho.

— Sendo assim... — uma maldição da morte atingiu o Potter, liberando o caminho.

Com James morto, Voldemort passou sobre o corpo dele e foi em direção do quarto do menino, onde Lílian e a criança estavam.

— O Harry não, o Harry não, por favor, o Harry não! — Implorou Lílian com lágrimas nos olhos.

— Afaste-se, sua tola... afaste-se, agora... — disse o bruxo com a varinha apontada para a criança no berço.

— Harry, não, por favor, não, me leve me mate no lugar dele... — Lílian se posicionou entre Voldemort e o filho.

— Este é o meu último aviso...

— Harry não! Por favor... tenha piedade... tenha piedade... Harry não!

— Afaste-se... afaste-se, garota... — Voldemort a lançou para longe com um estupefaça, fazendo com que sua cabeça batesse na parede e ela acabasse desmaiando por conta da forte pancada.

Voldemort tentou lançar a Maldição da Morte sobre o menino, mas algo aconteceu e o feitiço ricocheteou, matando assim, Lorde Voldemort.

Se passaram apenas alguns minutos depois da tentativa de assassinato de Harry, e Severo Snape apareceu na porta do quarto e encontrou Lílian Potter, a garota que ele sempre amou, morta, ou assim ele pensava. Ao vê-la imóvel caída no chão, ele achou que Voldemort a tinha matado.

Severo chorou sobre o corpo de sua amada durante um longo tempo, até ouvir um barulho vindo do lado de fora, mas o que ele não ouviu por conta de seus altos soluços e o choro de Harry, era que o coração de Lílian batia e ele não sentiu, em momento algum, a respiração dela, que mesmo bem fraca, estava lá.

Snape, saiu do quarto o mais depressa possível e conseguiu sair da casa pela porta dos fundo, sem ser visto. Na mesma hora que Snape saiu, Sirius entrou no Chalé dos Potter e se deparou com uma das piores cenas da sua vida: seu melhor amigo morto nas escadas de sua própria casa. Ele se abaixou e conferiu o pulso de James. Nada, ele realmente tinha morrido, fazendo com que a última chama de esperança que Sirius estivera alimentando, fosse extinta.

Com a tristeza explícita em seu rosto através das lágrimas, ele subiu as escadas indo até o quarto do afilhado. Lá ele viu Lílian jogada em um canto do quarto e o menino de apenas um ano, chorando enquanto olhava para o corpo da mãe. Sirius se aproximou do corpo de Lílian e tocou em seu pulso, que para sua surpresa, apresentava sinal de vida.

— Lílian, Lílian — a esperança novamente preencheu o Black.

Vendo que ela não acordava, ele se levantou e apontou a varinha para seu corpo.

— Tomara que dê certo — suspirou ele —, foi você que me ensinou, não quero fazer errado — ele respirou fundo e... — Enervate.

Felizmente o feitiço deu certo e Lílian conseguiu abrir os olhos, assim saindo do desmaio causado pelo feitiço.

— Sirius? Onde... onde está Harry? — Conforme sua mente voltava a trabalhar ela começou a se recordar do que tinha acontecido. — Vol... Voldemort estava aqui, ele queria matar Harry.

Foi então que ela ouviu o choro de seu filho e tentou se levantar, mas sua cabeça estava latejando e isso fez com que ela quase caísse se não fosse por Sirius que a segurou antes que isso fosse possível. Ele a ajudou a chegar perto do berço sem que um acidente acontecesse.

— Harry, graças a Deus, você está bem — disse ela erguendo o menino no colo. — O que é isso? — Ela moveu uma mexa de cabelo e viu a cicatriz em forma de raio na testa do garoto.

— Lílian, tudo bem se eu os deixar sozinhos? Tenho que resolver uma coisa.

Ela assentiu, mas o fez parar antes que ele pudesse chegar a porta do quarto.

— Sirius, onde está James?

Ele não se virou, não queria que ela o visse chorando, precisava ser forte.

— Ele... Voldemort... — ele respirou fundo antes que perdesse o controle de suas emoções — Voldemort o matou. E tudo é culpa daquele rato.

A raiva tomou conta de Sirius fazendo com que ele saísse atrás daquele rato traidor. O Black planejava confrontá-lo, mas não feri-lo, não se aquele covarde desse um bom motivo, mas se Sirius não se convencer ou não se agradar da resposta, ele tinha certeza que Azkaban ganharia um novo residente.

Lílian ao ter confirmada suas suspeita sobre seu marido estar morto, se pôs a chorar e lentamente caminhou até as escadas logo depois de ouvir a porta principal se fechar. Nas escadas ela encontrou o corpo de James jogado nos degraus iniciais. Lílian precisou se segurar no corrimão e se sentar na escada ao ver aquela cena.

A Potter só saiu do se estado de choque, quando um homem anormalmente alto apareceu no fim da escada.

— Lílian?

— Hagrid? O que está fazendo aqui? — Perguntou ela se levantando e obrigando seus olhos a desviarem do corpo de James.

— Eu... eu vim levar o Harry — inconscientemente Lílian apertou o garoto com mais forças. — Nós... Dumbledore disse que Você-Sabe-Quem tinha te... que você tinha...

— Eu não sei por quê, mas Voldemort — Hagrid estremeceu a menção do nome — queria poupar minha vida, pediu que eu me afastasse e quando me neguei a o obedecer ele me jogou para o lado e atacou Harry.

— Eu... eu acho melhor ir avisar Dumbledore — disse ele depois de um tempo. — Melhor vocês encontrarem outro lugar para fica. Em breve os trouxas vão começar a entrar na casa.

Lílian assentiu e observou enquanto Hagrid saia. Assim que a porta bateu, Lílian teve que lutar contra uma voz dentro de si que a dizia para voltar a se sentar e a lamentar a morte de James, mas ela sabia que ele não iria querer que fizesse isso. Ele iria querer que Lílian se preocupasse em se proteger e em proteger Harry, e nesse momento isso só seria possível, indo para o lugar que apenas os dois sabiam da existência dele graças ao feitiço Fidelius lançado sobre o lugar, anos antes.

Lílian voltou para o quarto de seu filho, pegou uma mochila e depois de a enfeitiçar, começou a colocar várias peças de roupas e outras coisas dentro dela. Depois fez a mesma coisa que algumas de suas coisas e as relíquias de família de James, que eram coisas como a varinha do pai dele e sua própria, tinha uma outra relíquia que estava com Dumbledore no momento, mas isso não importaria por enquanto. Ah, e Lílian não poderia esquecer de pegar a coleção de vassoura de James, seria uma catástrofe se elas fossem encontradas pelos trouxas, ela teria muitos problemas.

No armário de vassoura, Lílian encontrou um par de olhos brilhantes que a observavam atentamente enquanto ela encolhia as vassouras e as colocava dentro da mochila.

— Promete não estragar nada? — Perguntou ela.

Como resposta o filhote de gato ronronou e Lílian interpretou isso como um sim, pois abriu um pouco mais a mochila, permitindo que o gato entrasse dentro dela.

— Tome cuidado aí dentro — disse ela pela abertura da mochila.

Ela pegou a mochila e a apoiou no ombro, depois saiu do armário e encarou o corpo esparramado em sua escada.

— Wingardium Leviosa — disse ela apontando a varinha para o corpo que levitou poucos centímetros acima do chão.

Lílian se aproximou dele e se abaixou. Segurando em seu ombro, ela aparatou para o único lugar que poderia ser seguro nesse momento.

 

Na Rua dos Alfeneiros:

— Hagrid está atrasado — disse professor Dumbledore para professora McGonagall. — A propósito, foi ele que lhe disse que eu estaria aqui, suponho.

— Foi — concordou a professora. — E suponho que você não vá me dizer por que está aqui e não em outro lugar.

— Vim trazer Harry para o tio e a tia. Eles são a única família que lhe resta.

— Você não quer dizer, você não pode estar se referindo às pessoas que moram aqui?! — exclamou a Professora Minerva, pulando de pé e apontando para o número quatro. — Dumbledore, você não pode. Estive observando a família o dia todo. Você não poderia encontrar duas pessoas menos parecidas conosco. E têm um filho, vi-o dando chutes na mãe até a rua, berrando porque queria balas. Harry Potter vir morar aqui!

— É o melhor lugar para ele — disse Dumbledore com firmeza. — Os tios poderão lhe explicar tudo quando ele for mais velho, escrevi-lhes uma carta.

— Uma carta? — repetiu a professora com a voz fraca, sentando-se novamente no muro. — Francamente, Dumbledore, você acha que pode explicar tudo isso em uma carta? Essas pessoas jamais vão entendê-lo! Ele vai ser famoso, uma lenda. Eu não me surpreenderia se o dia de hoje ficasse conhecido no futuro como o dia de Harry Potter. Vão escrever livros sobre Harry. Todas as crianças no nosso mundo vão conhecer o nome dele!

— Exatamente — disse Dumbledore, olhando muito sério por cima dos óculos de meia-lua. — Isto seria o bastante para virar a cabeça de qualquer menino. Famoso antes mesmo de saber andar e falar! Famoso por alguma coisa que ele nem vai se lembrar! Você não vê que ele
estará muito melhor se crescer longe de tudo isso até que tenha capacidade de compreender?

A professora abriu a boca, mudou de ideia, engoliu em seco e então disse:

— É, é, você está certo, é claro. Mas como é que o garoto vai chegar aqui, Dumbledore? — Ela olhou para a capa dele de repente como se lhe ocorresse que talvez escondesse Harry ali.

— Hagrid vai trazê-lo.

— Você acha que é sensato confiar a Hagrid uma tarefa importante como esta?

— Eu confiaria a Hagrid minha vida — respondeu Dumbledore.

— Não estou dizendo que ele não tenha o coração no lugar — concedeu a professora de má vontade —, mas você não pode fingir que ele é cuidadoso. Que tem uma tendência a... que foi isso?

Um ronco discreto quebrara o silêncio da rua. Foi aumentando cada vez mais enquanto eles olhavam para cima e para baixo da rua à procura de um sinal de farol de carro; o ronco se transformou num trovão quando os dois olharam para o céu — e uma enorme motocicleta caiu do ar e parou na rua diante deles.

Hagrid desceu da motocicleta, mas de mãos vazias.

— Onde ele está o menino Hagrid? — Perguntou Dumbledore descendo da mureta.

— Lílian pediu para ficar com ele professor.

— Lílian? Lílian morreu Hagrid. O garoto deve ser criado pelos tios agora.

— Não, professor. Você-Sabe-Quem poupou a vida dela, eu mesmo a vi com o pequeno Harry no colo, sentada na escada chorando ao ver James.

— James sobreviveu? — Perguntou Dumbledore calmamente.

— Não... não, ele... ele foi morto, professor.

Dumbledore assentiu pensativo. Se Lílian estava viva, Snape havia mentido? Não, ele não ousaria mentir sobre isso, Snape amava demais Lílian para contar uma mentira como essa, principalmente em momentos como esse, principalmente sabendo que Dumbledore iria descobrir. Mas alguma coisa aconteceu naquela casa para que Lílian e o menino sobrevivessem.

Para Dumbledore, Lílian era um problema, uma pedra bloqueando o caminho, um empecilho que ele precisaria descobrir um jeito de lidar. Se as suspeitas dele a respeito de Harry estavam certas, e Voldemort tinha transformado o garoto no que ele pensa que tinha, só haveria uma forma disso ser destruído e Lílian poderia tentar impedir que isso acontecesse. Dumbledore precisava encontrar um meio de impedir que ela o atrapalhasse, ele teria que achar um meio de controlá-la e manipulá-la para que não estragasse seus planos. Mas para confirmar suas suspeitas, ele precisaria ver o garoto e confirmar se ele se transformou no que ele temia.

Porém ninguém poderia saber da existência de Lílian, caso algo desse errado e por um acaso ela falecesse, seria bem menos doloroso para seus amigos e familiares, se eles acreditasse que ela já estava morta.

— Cara professora, Hagrid, quero agradecer a vocês pela preocupação com o menino, mas acho que nossos caminhos para com ele se separam aqui.

— O que o senhor quer dizer com isso professor? — Perguntou Hagrid.

— Quero dizer que para vocês, nós o deixamos com os tios e apenas isso. Para você e o resto do mundo bruxo, Lílian e James Potter foram assassinados nessa madrugada e infelizmente Harry Potter foi o único sobrevivente ao ataque de Voldemort.

— Mas eu vi a Lílian...

— Obliviate.

Em um piscar de olhos, a memória de que Lílian Potter tinha sobrevivido foi alterada para fazê-los acreditar que ela tinha morrido igual ao marido. Da mesma forma foi alterada a lembrança que dizia que Harry estaria sendo criado pela mãe, para fazê-los acreditar que o menino que sobreviveu, estaria sendo criado por tios trouxas.

— Bem — disse Dumbledore como se tivesse acabado de deixar o menino na sala dos tios —, acabou-se. Não temos mais nada a fazer aqui. Já podemos nos reunir aos outros para comemorar.

— É – disse Hagrid com a voz muito abafada. – Vou devolver a moto de Sirius. Boa noite, Professora Minerva, Professor Dumbledore...

Enxugando os olhos na manga da jaqueta, Hagrid montou na moto e acionou o motor com um pontapé; com um rugido ela levantou voo e desapareceu na noite.

— Nos veremos em breve, espero, Professora Minerva — falou Dumbledore, com um aceno da cabeça. A Professora Minerva assoou o nariz em resposta.

Dumbledore se virou e desceu a rua. Na esquina parou e puxou o "apagueiro". Deu um clique e doze esferas de luz voltaram aos lampiões de modo que a rua dos Alfeneiros de repente iluminou-se com uma claridade laranja e ele divisou o gato listrado se esquivando pela outra ponta da rua.

Depois aparatou para Godric's Hollow, mas só o que encontrou foi trouxas revistando o Chalé dos Potter, o que muito claramente significava que Lílian já havia ido embora, mas para onde? Essa era a pergunta que assolava a mente de Alvo Dumbledore.

Ele decidiu voltar para seu escritório em Hogwarts e lá talvez conseguisse enviar uma coruja para Lílian, talvez descobrisse onde ela estava e conseguisse ir até ela para talvez cortar as pontas soltas. Mas caso não conseguisse, o melhor a se fazer era permitir que ela criasse o garoto, contanto que não se expusesse, para fazer todos acreditarem que ela estava morta de verdade.

Ao chegar em Hogwarts a primeira coisa que fez foi escrever sua carta e a enviar em busca de Lílian Potter. A coruja foi rumo sul, o que significava que provavelmente era naquela direção que o esconderijo de Lílian ficava. Mas ele estava enganado, a coruja deu meia volta, rumo norte assim que o diretor virou as costas.

 

Lílian aterrissou ajoelhada no jardim da mansão segurando o Harry e o ombro de James. Ainda tremula ela se levantou e tornou a apontar a varinha para James, fazendo-o levitar, o que tornaria muito mais fácil levá-lo para dentro da casa.

Ao chegar no batente da porta, Lílian só teve que usar um simples feitiço para abrir a porta e entrar na grande sala de recepção da Mansão Potter.

— Gostaria de alguma ajuda senhora Potter? — Um elfo doméstico feminino apareceu em frente a Lílian no momento que ela passou pela porta.

— Ainda tem estoque da poção polissuco?

— Sim, senhora.

— Pode tomar conta do meu filho por uma hora? Tenho que fazer uma coisa antes — disse ela lançando um olhar para o corpo flutuante a seu lado.

Hope mais uma vez assentiu e foi buscar a poção, voltando segundos depois. Lílian deixou Harry na poltrona mais próxima e bebeu o líquido. Quando a transformação se completou, ela imediatamente aparatou com o corpo para o cemitério de Godric's Hollow. Lá se deparou com uma figura alta que usava vestes bruxas, mas não teve tempo de confirmar se era isso que ela via ou era sua imaginação, pois logo a figura desapareceu, aparentemente não ouvindo o barulho de sua chegada.

Lílian não se preocupou quanto a isso, apenas manteve sua mente ocupada em encontrar o que procurava. Ela achou uma área vaga para o que pretendia fazer e dentro de uma pequena sala reclusa na igreja do local, encontrou um caixão apropriado.

Depois de colocar o corpo de James entro do caixão, Lílian o lacrou com magia e o pôs ao lado da área vaga que ela tinha visto antes. Nesse espaço de terra, ela pegou a pá que encontrara dentro da igreja e se pôs a cavar o buraco sem usar magia, algo que para ela era mais respeitoso e de certa forma era um meio de a acalmar, pois enquanto cavava conseguia colocar seus pensamentos em ordem.

Quando o buraco estava fundo o suficiente, Lílian percebeu que estava com lágrimas escorrendo por toda a sua face. Ela havia conseguido pensar em tudo nesse tempo em que ficou realizando o trabalho manual, desde seus anos em Hogwarts com James, até a madrugada daquele dia, onde haviam se separado para proteger Harry. Onde ele havia se sacrificado.

Depois de colocar o caixão dentro do tumulo, Lílian tornou a cobri-lo de terra e no fim, criou uma placa de pedra com um aceno de sua varinha. Por fim, ela já havia chorado tudo que achava possível para um ser humano, e resolveu sair do cemitério antes que o efeito da poção passasse. Mas antes de aparatar, fez flores brotarem da terra e envolverem a lápide de James.

Ao voltar para a mansão, o efeito da poção já havia passado. A Mansão Potter com certeza tinha feitiços anti-aparatação envolta da propriedade, mas sendo quem ela era, tinha alguns privilégios. Como fiel do segredo e atual proprietária da mansão, as defesas se curvavam a seu favor.

Ela entrou dentro da casa e encontrou a sala de recepção vazia, sem sua bolsa ou Harry a vista.

— Hope — chamou ela preocupada com seu filho, não que ela não confiasse no elfo, apenas queria ter certeza.

Com um estalo ela apareceu na frente de Lílian se curvando em uma referência.

— Onde está o Harry, Hope?

— No quarto designado para o neto do senhor Potter.

— Harry tem um quarto? — Fleamont Potter, pai de James, havia falecido dois, quase um ano antes de Harry nascer, como tinha um quarto reservado para ele?

— Dois meses antes do casamento da senhora com o filho do meu antigo senhor, ele mandou que um quarto fosse reformado para o futuro neto dele — explicou o elfo.

— Obrigada Hope, pode me mostrar o quarto?

O elfo assentiu e a guiou pelos inúmeros corredores e pelas escadarias, até finalmente parar enfrente a um quarto com a porta entre aberta. Lílian entrou e para a sua surpresa, era um quarto imenso, decorado com paredes vermelhas e douradas, típicas cores da Grifinória. Lílian se lembrou vagamente que aquele era o antigo quarto de James, por isso a decoração envolvia a sua casa de Hogwarts e alguns pôsteres de times de quadribol estavam na parede leste do quarto, de forma que quando entrava tinha que olhar na direção da porta para os ver.

O berço dourado se encontrava no meio do quarto e dentro dele estava um belo garotinho adormecido. Nem parecia que tinha perdido o pai e no mesmo dia quase fora morto. Quase. Lílian não sabia o porquê a maldição da morte não tinha matá-lo, mas estava agradecida, para dizer o mínimo.

A Potter foi guiada para seu antigo quarto e do marido, o quarto que foi separado para ela pouco tempo depois de anunciarem o noivado. Aquele foi o lugar onde Lílian dormiu durante suas visitas aos Potter, também era ali, que ela e James deveriam ficar quando fizessem visitas depois do casamento, o quarto foi reservado para os dois e o antigo quarto de James tinha sido separado para algo especial, nas palavras de Fleamont. Hoje ela sabia que "algo especial" , era porquê o quarto estaria em reforma para o futuro neto.

Aquele também seria o quarto deles para quando fossem passar o Natal com a família de James ou quando fossem fazer uma longa visita durante as férias escolares de seu filho... mas essas coisas nunca chegaram a acontecer. Poucos meses depois que Lílian e James se casaram, Fleamont e Euphemia sucumbiram a varíola do dragão e morreram dias depois.

Agora, estando ali, parada na porta de seu quarto, observando as fotografias de James, de seus sogros, de seus pais... todos mortos, todos haviam morrido, se não naquele ano, alguns antes. Lílian não conseguia encarar aquelas fotos, não conseguia ficar olhando para aquele casal de dezoito anos rindo, sem preocupações, achando que teriam uma vida inteira pela frente. Ela não conseguiu permanecer ali por muito mais tempo, as memórias tomavam conta de sua mente.

 


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso... espero que tenham gostado.
Espero postar todo domingo, então amanhã tem o segundo capítulo.
Malfeito feito, e até amanhã.



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