The Wiltshire' Mission escrita por Mille


Capítulo 14
Capítulo 14 - Hermione Granger




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O fim de semana foi muito confuso e caótico.  

O meu corpo doía demais, ou melhor a minha cabeça, mas o pior tinha sido no domingo, estava mais mal disposta, cheia de enjoos e qualquer som fazia doer-me a cabeça. Tinha-me isolado completamente da casa, descuidando-me das minhas prioridades, mas eu não podia fingir que estava tudo bem.  

No sábado à noite, eu ainda me sentia alcoolizada e apostava que se tivesse que soprar ao balão, acusaria. Pansy veio até ao meu quarto dizer que tínhamos que ir a uma inauguração qualquer com o Draco, eu disse que não ia, estava mal disposta e queria apenas dormir. Agradeci por ela não insistir muito no assunto. Aproveitando que estava sozinha, fui para o Jardim de Inverno fazer o relatório semanal que tinha que enviar para o Director. Mr. Dobby deixou-me um chá que me acalmou o estomago, quando terminava o relatório e devorava um dos livros que tinha encontrado na biblioteca. Quando acordei, já não estava no Jardim de Inverno, mas confortavelmente na minha cama.  Eu só podia ter perdido a cabeça a ficar maluquinha se não me lembrava novamente como tinha ido parar ao quarto e acordar numa cama. Sentada tentei-me lembrar, mas só me recordava de fechar os olhos e pensar: só cinco minutos. E foi isso. Como ali cheguei era uma incógnita. Será que alguém me tinha trazido para ali? Duvidava que tivesse sido Pansy. Mas esse assunto morreu quando uma ânsia de vomito me fez arrastar para a casa de banho. Depois de um banho, voltei para o Jardim de Inverno e lá fiquei com um livro nas mãos. O tempo lá fora era como o meu espírito naquele momento, tempestuoso e escuro. Se no sábado tinha sido horrível, no domingo estava insuportável. Quando me juntei a eles no almoço, mal tinha sentado e Draco já se levantava sem dignar-se a olhar para mim. Começava a ponderar se tinha feito bem em mentir-lhe. Parva Hermione, tinhas mesmo que o beijar não era? Era ótimo agora ser ignorada por ele, pensei irónica. Pansy tentou fazer uma piada sobre o ego dele ainda estar dorido, já Theo dizia que ele estava penas a recuperar de uma bebedeira da noite anterior, mas eu não ligava e aquele fabuloso almoço que estava à minha frente perdeu todo o encanto. Senti-me um monstro por o ter magoado. Fiquei fechada na biblioteca a tarde toda, olhando pelas janelas, vendo a chuva a cair, lavando os vidros. Narcisa e Lucius ficariam mais uma semana fora, segundo Pansy que tinha vindo ter comigo à biblioteca, convencendo-me a ver um filme com ela. Contou-me sobre a noite anterior e eu apenas ouvia, na verdade sem grande interesse, mas fiz um esforço.  

Não sabia que se passava comigo, mas algo estava quebrado e eu não me conseguia libertar dessa sensação.  

Segunda-feira amanheceu cinzento, mas não chovia. Eu sentia o cheio a relva e terra molhada quando abri a minha janela para olhar para fora do meu quarto, respirando aquele ar fresco e reconfortante.  

A amanha foi terrível. Não vi Draco nem Theo, fomos sozinhas para o colégio com o motorista. Já no colégio sentia todos os olhos sobre mim e os cochichos, eu sabia que falavam de mim. Inspirei fundo, aquilo era o menor dos meus problemas. Concentrei-me nas aulas, mas sentia sempre um olhar nas minhas costas, como se tivesse ali um alvo.  

Na hora de almoço, fui com Pansy para o pátio de uma cafetaria fora do colégio onde a maior parte dos alunos ia almoçar e era para onde nós íamos. Ela falava com Daphne, enquanto Astória sentava-se ao nosso lado, agitada com o teste que faria naquela tarde agitando os papeis que tinha nas mãos, fazendo-me lembrar que devia aproveitar a hora livre da tarde para rever matéria de química para o teste, também. Questionei-a se ela precisava de ajuda e ela olhou para mim com alívio, acenando. Nem meia hora tinha passado, quando vi ele a entrar para dentro do pátio seguido por Blaise.  

Draco estava a dirigir-se para a nossa mesa e eu suspirei. Ele não falava comigo desde de sábado, depois de lhe revelar que o beijo, que não me lembrava, frisei bem essa palavra, tinha sido uma maldita aposta entre mim e Pansy, e que só tinha feito por estar bêbada. Claro que não foi a melhor ideia visto que agora era ignorada como um cato velho. E ali não foi diferente, fui ignorada com toda a força. Nada, nem um olhar e aquilo magoou-me.  

— Preciso de ir Astória, continuamos depois - levantei-me, com Astória a acenar e a dizer que eu tinha-a ajuda muito naquele bocadinho. Sorri para ela e olhei para Pansy, fazendo sinal para o meu relógio, ela saberia onde eu estaria.

Se eu ia ser ignorada não fazia nada ali e avancei para longe da mesa onde estavam sentados. Ia voltar para o colégio e enfiara minha cabeça nos livros.  

Era essa a ideia.  

Mas fui barrada por uma morena com ar irritado e eu revirei os olhos, bufando sem paciência.  

— Olha lá...  

— Estou a olhar – eu disse cínica para ela quando ela se aproximava de mim, com a manada das amiguinhas atrás dela. Definitivamente eu não tinha paciência para aquilo. Nunca tinha gostado dela, ou melhor, gostado não é o termo. Eu não a suportava.  

— Tu pensas que és quem? - bufei, olhando-a de alto a baixo. Filha, sou melhor que tu de certeza, pensei eu, mordendo o lábio para não dizer nada – Qual é a tua de te meteres onde não és chamada? Pensas que chegas aqui, e só porque és nova, começas a fazer ao piso? Achas mesmo que ele olharia para uma simplória como tu? - eu olhei-a sem perceber e depois um clique e percebi do que ela falava. 

— Oh – mudei o meu olhar de falta de entendimento para divertido, relembrando as palavras que Pansy me tinha dito sobre Romilda Vane - Não gostaste da concorrência, por ser melhor? - Hermione Jean Granger tu não acabaste de dizer isso!  

Olhou-me com ar escandalizado, colocando a mão na anca – Deves achar-te muito boa.  

— Querida, eu sou boa. 

Um riso histérico veio dela – Achas mesmo que o Draco Malfoy vai olhar para ti? Coitadinha. 

— Vê lá a quem chamas de coitadinha, ó ordinária! – aquela gaja esta a enervar-me, odiava aquela palavra, sem conseguir evitar encostei-me mais a ela e senti uma mão a agarrar o meu braço, soube que era Pansy que me puxava para longe daquela ordinária.  

Inspirei tentado me acalmar, aquela conversa começava a azedar se ali continuasse e virei-lhe costas, fazendo a vontade a Pansy que me puxava.  

— Ordinária é a tua mãe - e foi quando tudo parou, eu perdi a cabeça. Ninguém, ninguém falava da minha mãe. A minha mão já voava na direção da cara dela, o meu nome foi gritado por Pansy e o olhar chocado de Romilda depois do estalo que recebeu. 

Silencio percorreu aquele pátio, estava tudo mudo à nossa volta. A maioria que ali estavam eram do colégio.  

Eu olhei para a minha mão e abri a boca para lhe pedir desculpa, não sabia o que me tinha dado, mas nem deu tempo para o fazer, ela já vinha na minha direção, agarrando os cabelos e eu retribui, estava pronta para desfazer, mas não deixei uma dor horrível no meu lábio. Senti uns braços a agarrarem-me pela cintura e afastarem-me daquela maluca. Mas eu não queria afastar-me, eu queria acabar com a raça dela.  

— Parem! - era Draco que me arrastava, mas eu debati-me para soltar eu ia acabar com a raça daquela maluca, ia desfaze-la em picadinho.  

— Larga-me! - tentei-me soltar sem sucesso, ele era forte, tinha que reconhecer que cada vez me apertava com mais força.  

— Não, está quieta! Queres arranjar problemas? - eu queria era desfazer aquela gaja toda, tirar-lhe aquele sorrisinho cínico e arrancar toda aquela crina de cabelo.  

— TU VAIS VER SUA ORDINÁRIA ISTO NÃO FICA ASSIM! – gritou Romilda, tinha sido agarrada por outro rapaz que a puxava para longe de mim, também se debatia para se soltar na minha direção, com as pernas a balançarem no ar quando a puxavam para fora do pátio.   

— JÁ ESTOU A TREMER DE MEDO! LARGA-ME MALFOY! – gritei-lhe, debatendo-me. 

— NÃO! – gritou-me, problema teu.  

Mandei-lhe uma cotovelada nas partes baixas, senti que o tinha apanhado de surpresa e o aperto afrouxou, mas mesmo assim não me largou. Romilda já era puxada para fora do recreio para dentro, para bem longe de mim e os gritos ainda se ouviam e eram dirigidos a mim. Ai, que ela não esperava pela demora. Se a encontrasse sozinha, ela estava feita.   

— O que é que se passou? - Theo pareceu ao nosso lado a correr, juntando a nós. Blaise e Daphne ali estavam também, como Crabble e Goyle que pareciam um pouco confusos, mas ao mesmo tempo mostravam um sorriso que tinham apreciado toda a cena.  

 – Que aconteceu? – Blaise fez a pergunta para mim, mas foi Draco que começou a explicar o que tinha acontecido, pelo menos tentou porque só disse que de repente viu eu a dar uma estalada a Romilda e de seguida estávamos a puxar os cabelos a uma a outra. Com isto, não me largava. Parecia que estava com medo que fosse atrás da outra, só podia. Eu não ia, por agora.  

— Já me podes largar, não? - mexendo-me para soltar e foi o que ele fez.  

Pansy olhava para mim, o rosto não mostrava qualquer tipo de reação ou emoção.  

Theo fez um ar sofrido - Não acredito! Perdi toda a cena de duas miúdas a lutarem? Fodasse para isso! Alguém filmou? - eu fechei os olhos, passando as costas da mão pelo lábio dorido, esperava que não tivessem filmado, porque se assim fosse chegaria rápido aos ouvidos de Hogwarts – Como é que ninguém filmou? Hermione, meu, estás horrível pareces... Ei! - não precisei de olhar para perceber que o tinham mandado calar.  

Uma saca de gelo foi colocada à minha frente, olhei para cima e vi que era Astória que tinha ido buscar e me entregava – Obrigada – agradeci enquanto agarrava e colocava junto da boca. Aquilo não era nada, terrível era as nodoas negra que ficávamos depois dos exercícios de defesa com o professor Lupin. O gelo queimava a minha pele, mas eu não me importava, o alívio que aquilo proporcionava era ótimo. Ousei levantar o olhar para o pessoal, vendo Theo, Crabble, Goyle, Daphne e Blaise aos murmúrios, Pansy olhava para mim e Draco que parecia ausente encarando-me até perceber que eu estava a olhar para ele. Suspirei, passando a mão pelo cabelo e entendi que já não tinha trança no cabelo e tentei ajeitar.  

— Devias ir para a Mansão, não parece boa ideia voltares para o colégio... - foi Pansy que falou para mim e eu concordei. Aquela pequena explosão tinha-me esgotado - A sorte dela foi que bateste-lhe como uma rapariga normal - murmurando só para mim agora e eu revirei os olhos.

Mais valia ter dado continuado o meu isolamento do fim de semana.   


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Notas finais do capítulo

Música: Break the Rules - Charli XCX



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