Paternidade escrita por Auto Proclamada Rainha do Sul, KodS


Capítulo 8
Bônus: Gripe


Notas iniciais do capítulo

Oi! Eu sei, não postei na terça o capítulo, mas tenho uma boa desculpa justificativa. 31 agora recomeçam as aulas da faculdade em EAD e eu tive que correr atrás de consertar o notebook com câmera e microfone, além de adiantar o home office, então não sobrou muito tempo para escrever, até a história original que to trabalhando para o prêmio Machado foi renegada.

Mas ontem consegui já fazer uns capítulos de frente para Paternidade e também para a outra fic de Avatar que vou lançar em setembro, então semana que vem voltamos a programação normal, mas hoje fiquem com esse bônus fofíssimo.



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— Você pode encontrar a Suki — disse a mulher com a menina nos braços.

Lin contava, então, com 4 anos e tinha as bochechas avermelhadas de febre. Agora estava tranquila, deitada com a cabeça nos ombros da mãe, mas os dois sabiam que ela voltaria a chorar logo.

Katara havia sido obrigada a sair da cidade por alguns dias para ajudar um grupo de acólitos do ar nos templos, mas havia passado as instruções, não que a chefe de policia precisasse, já havia passado por outros resfriados com a filha, mas Sokka queria ter certeza de que estavam fazendo tudo certo.

Era engraçado, como se ele fosse o pai de primeira viagem ali, quando na verdade Lin era a 5 e última criança do time avatar.

— Eu tenho tudo sobre controle aqui, não é a primeira vez que ela fica doentinha — ela respondeu, embalando a criança — e eu e a Lin não queremos estragar o seu casamento.

— Eu nem pedi ela em casamento ainda — respondeu, passando as mãos na testa da menininha, também não era a primeira vez que ele cuidava de uma criança doente.

— Olha, a Suki tá de parabéns por se deixar enrolar por quase 20 anos — respondeu, sentindo o corpo dele cair no sofá ao seu lado.

— Eu não estou enrolando ela — tinha as duas mãos no rosto e então passou a encarar a carinha rechonchuda de Lin com o dedo de bebê descansando nos lábios rosados. — É só... — ele fez uma pausa pensando em como resumir todas as preocupações em uma só frase — Não sei se funcionaria um casamento com toda essa distancia. Zuko e Mai continuam na Nação do Fogo e o Aang mora com a Katara, mesmo que tenha que viajar quase todo dia, mas nós...

— Então se muda para Kyoshi — respondeu, trocando Lin para as pernas, ela já estava quase grande demais para um colo.

— E o que você faria sem mim aqui? — ele perguntou em tom de piada.

— Deixa eu ver... — ela fez que pensava e então acertou um soco no ombro do homem ao seu lado — Cuidaria da minha filha sem você surtando em volta.

Os dois riram por um instante. Era uma boa pergunta... O que Toph faria sem Sokka por perto? Eles haviam sido uma dupla por quase 20 anos agora, com alguns períodos de distancia é claro, mas os dois tinham uma dinâmica que Suki estragava quando estava por perto.

Por um lado, Toph gostava do fato dele estar negligenciando a namorada para estar ali. Era prova de que a amizade deles era mais importante.

Ele ainda encarava o teto branco quando respondeu de forma quase automática.

— Mas, de verdade, Cidade República precisa de mim aqui — ele respondeu — Eu sou o único fundador que pode estar aqui o tempo inteiro, sem precisar correr e resolver problemas políticos ou espirituais pelo mundo a fora.

— Hey!

— Desculpa, o único fundador que não tem um filho.

— Como se fizesse diferença ó grande "fundador sem filhos" — respondeu, voltando a arrumar a menina que escorregava. A febre já estava bem mais baixa agora.

— Você quer mesmo que eu vá embora, não é? — perguntou, a olhando diretamente.

Ela deu de ombros de uma forma indiferente e ali estava o outro motivo pelo qual ele tinha tanta hesitação em casar. Quem cuidaria de Toph e de Lin se ele não estivesse ali? Sim, ela podia cuidar das duas sozinha, mas ele gostava de fazer parte daquela família.

— Eu só acho que você tem que fazer alguma coisa antes de perder sua namorada. Tá! Você cometeu um erro, mas ela não sabe e você precisa superar isso. — então tomou a única decisão aceitável e se levantou — Bem ela não vai acordar até amanhã agora. — disse, ajeitando a menina em seus braços — Eu vou dormir e você faz o que achar melhor.

Ficou um longo tempo na sala, encarando a porta e se perguntando se talvez não fosse a hora de ir para a própria casa. Haviam discutido sobre isso naquela manhã, sobre como ele sempre abandonava tudo para cuidar de Lin.

Talvez Toph tivesse razão e ele estava a um passo de perder Suki, isso era algo perturbador para ele, haviam passado 20 anos juntos, não era um relacionamento qualquer, mas talvez não funcionasse se passassem o tempo todo juntos, talvez não funcionasse se ele saisse correndo para socorrer Lin e Toph no meio da noite, e isso era algo que ele não pensaria duas vezes antes de fazer.

Depois de quase uma hora, ele se sentia pronto para tomar uma decisão quando se levantou do sofá. Não queria encarar Suki naquela noite e talvez Toph precisasse de olhos para levar Lin no médico no meio da noite.

— Como você faz para conferir a febre dela? — perguntou se ajoelhando na cama ao lado da criança.

Toph nem sequer abrira os olhos e isso não fazia diferença para ela de qualquer forma.

— Você precisa deitar do lado dela — respondeu e então ele fez o que ela mandou, encostando a cabeça no espaço que a cabeça de Lin deixava vaga — Mais perto Sokka, você precisa estar encostando nela — falou mais uma vez enquanto sentia ele se mover para mais perto das duas — Agora você só precisa dormir — ela respondeu, colocando a mão no rosto dele — E me deixar dormir, por favor.

Ele riu baixinho, esticando o braço para tentar envolver o corpinho de Lin, mas sua mão acabou parando na cintura de Toph que apenas escorregou a mão até os ombros dele, se ajeitando.

— Pshiu, Sokka — ela resmungou mais uma vez, encostando o queixo na cabeça de Lin. Ele podia sentir os cabelos negros roçando seu rosto no meio da escuridão — Me deixa dormir e não esmaga a criança.

Ele sorriu mais uma vez, sentindo a mãozinha de Lin em seu peito, e então aninhou as duas até que os três adormeceram, sem febre ou dor.

 


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