Paternidade escrita por Auto Proclamada Rainha do Sul, KodS


Capítulo 6
Capítulo 4




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176 Ag

Su estava parada em frente a grande estante atrás da mesa. Se apoiava na mesa com as duas mãos encarando a porta aberta quando Lin e Toph voltaram para dentro da sala.

— O que você tem ai? — perguntou a mãe voltando para a poltrona dela, esperava que mais perguntas viessem das duas, mas pareciam menos interessadas agora.

Lin, por outro lado, se aproximou da irmã e a envolveu em um meio abraço, mais preocupada em espiar o que havia dentro do armário.

— Um meteorito — ela respondeu, apoiando a cabeça no ombro da irmã — O primeiro na verdade.

Toph não precisava enxergar ou colecionar meteoritos para entender o que ela queria dizer. Tinha a sua a mais de 75 anos. Havia sido o presente mais importante que recebera na época da guerra, havia sido aquela rocha que lhe ajudara a encontrar os seus primeiros 3 alunos de dobra de metal, mas não era por isso que ela guardava e sabia que Su também tinha motivos melhores do que a coleção para guarda-la.

— Você tinha 5 anos quando acharam aquele meteoro — respondeu a mãe, com um sorriso nos lábios com a lembrança daquela época — Foi um verdadeiro tormento, vocês não paravam de brigar nunca.

— A Lin agia como se tivesse seis anos — respondeu Su, dando uma ombrada carinhosa na irmã que fechou o rosto. Adoraria responder que ela também, mas a caçula realmente tinha seis anos.

— Você era implicante — preferiu ao invés.

— Eu tinha seis anos — resmungou, apoiando a cabeça contra o ombro da irmã.

— Não é como se tivesse melhorado depois de mais velha — respondeu Toph de sua cadeira.

— Obrigada mãe — responderam as duas com tons diferentes, Lin tinha uma risada contida enquanto Su trazia uma ironia na voz.

132 Ag

— Você jura que vai ficar tudo bem? — perguntou, pela terceira vez desde que ele havia chegado e as meninas já não estavam a vista.

— Você vem tio Sokka? — perguntou Su, do alto de uma duna. Havia tido uma chuva de meteoros na noite anterior e Toph pode sentir o que ele caira não muito longe.

Suyin só se acalmara para dormir depois de três promessas de que iriam atrás da pedra espacial. Ela sempre fora apaixonada pelo bracelete da mãe e a chance remota de ter um pedaço de algo parecido era o suficiente para deixar a menina empolgada.

— Você não vai nem dar tchau para a sua mãe? — ele perguntou de volta, mas tudo que Toph recebera foi um grito.

— Tchau, mãe! — respondeu a pequena, sem se dar ao trabalho de mandar um sinal pela areia fina.

— Viu? — respondeu Sokka, segurando os ombros da mais jovem — Agora você pode ir trabalhar tranquila, nada vai acontecer com suas meninas enquanto eu estiver aqui.

— Sokka! — ela falou de forma pausada, segurando a frente da camisa dele — Se alguma coisa acontecer com elas…

— Eu sei — ele respondeu, as mãos grandes emoldurando o rosto elegante — Vou acabar no fundo daquela cratera.

— Eu to falando sério, Sokka.

— E eu não to duvidando de você — ele respondeu, antes de dar um beijo na testa da mulher, justo no momento em que a chamaram de novo: “Chefe Beifong, precisamos de você agora” — A gente vai ficar bem e quando você chegar em casa elas já vão estar dormindo, sãs e salvas.

— O seu charme de cunhado do Avatar não funciona comigo — ela respondeu antes de se afastar para voltar onde era mais necessária.

E então Sokka começou a descer as dunas para encontrar Lin e Su lá embaixo.

— Então a mãe não vem? — perguntou Lin, um meio sorriso torto nos lábios.

— Desculpa, Lin! — respondeu Sokka, puxando a garota para um abraço desajeitado, mas ela logo se desvencilhou — Ela teve um chamado no trabalho, mas ela queria estar aqui.

— Tudo bem — respondeu dando de ombros antes de se afastar — Eu to bem, vamos só encontrar o meteoro da Su.

— Vamos encontrar o meteoro da Su — respondeu a menor logo atrás, puxando a mão do homem que vinha logo atrás. Era pequena demais para entender o que estava acontecendo com Lin, sua única preocupação no momento era sobre encontrar a pedra espacial. — E um pedaço para a mamãe!

Mas Sokka entendia um pouco melhor, havia visto a mesma cara em seu sobrinho Bumi quando Katara e Aang se envolviam no treino da dobra dos dois caçulas. Era a expressão de uma criança abandonada, que precisava ser salva pelo tio favorito.

— E um bonito para a Lin? — ele perguntou, sabendo que a mais velha estava longe demais para ouvir.

— É… — respondeu a caçula incerta — Mas a Lin ta sempre carrancuda.

— E a sua mãe também — respondeu enquanto os olhos verdes e inteligentes o encaravam com interesse, ele quase podia ver a cabeça dela funcionando por trás daqueles olhinhos brilhantes.

— É eu acho que sim — respondeu, antes de se virar de volta para o caminho — Então vamos achar uma pedra bonita para a mamãe e para a Lin.

 

 

Ela pode ouvir a bagunça da sala antes mesmo de senti-la e por isso não foi surpresa nenhuma quando toda a vibração de Su sapateando ao redor da mesa de centro chegou até ela. Lin não estava a vista, mas a voz grossa de Sokka alcançava seus ouvidos quando parou na porta.

— Você não tinha dito que elas já estariam dormindo? — perguntou, os ombros apoiados no batente da porta e os quadris um pouco afastados.

— Elas estão sãs e salvas — respondeu, encarando a figura séria e esguia.

Antes que ela pudesse responder, os pés de Su vieram correndo em sua direção e ela logo a segurou, puxando para o seu colo.

— Eu fiz para você, mamãe — disse estendendo uma folha de papel, ela podia ouvir o som, mas não sabia o que tinha ali.

— É uma linda folha de papel, Su — respondeu, dividindo o peso entre os braços e o quadril. Su já estava grande demais para um colo daquele tipo e Toph cansada demais para segura-la assim por muito tempo, mas não importava — Eu não vejo a Lin.

Sokka chegou a abrir a boca para responder, mas a pequena fora mais rápida.

— Você não vê muita coisa mamãe.

— Você — disse a mulher, colocando a menina sobre os próprios pés — Cama. Agora.

Ela nem discutiu, nem falou duas vezes, apenas seguiu correndo pelo corredor. A mãe fechou a porta atrás de si e então se sentou no sofá, praticamente arrastada, soltando as costas contra o braço do sofá e os pés no chão.

— Dia difícil? — perguntou puxando, os pés dela para cima das pernas dele.

— Você não faz ideia — respondeu, colocando as mãos na cabeça dolorida — Como foi com elas? Brigaram muito?

— Não — ele respondeu, apertando os pés com os dedos — Na verdade, eu acho que precisamos falar sobre a Lin?

— Não dá para ser outro dia? — perguntou, sentindo o corpo reagir ao toque — Pensando bem, você não quer uma filha para você?

Ela ajeitou as costas, se sentando sobre o sofá com o braço apoiado no encosto.

— Isso é uma proposta? — ele sentiu o soco no braço antes que ele realmente acontecesse e por instinto segurou a mão da amiga.

— Uma proposta para levar uma delas com você — respondeu rindo — Não leve a mal, não é sobre você — respondeu, sentindo os dedos longos acariciando a sua mão — Mas eu nunca mais vou passar por isso de novo.

— Eu só achei estranho — respondeu — Afinal você vem me evitando há seis anos.

— O que você quer dizer? — perguntou — A gente se vê sempre e eu até chamei você para cuidar das meninas.

— Você sabe que não é disso que estou falando — ele disse mais uma vez.

A mão que estava na sua, desceu até a dobra do joelho, a puxando para mais perto. Ela podia sentir o corpo dele pairando sobre o dela e logo antes que pudesse responder qualquer coisa já tinha a boca contra a dele, as mãos enroscadas na frente da blusa, o puxando para mais perto.

Já não tinha resistência nenhuma quando apoiou o pé no chão e sentiu a vibração que vinha do quarto das meninas.

— Elas tão brigando de novo — respondeu se ajeitando, se alguma forma havia parado sobre o colo dele e isso não era bom.

— Tem certeza? — perguntou com as mãos ainda nas coxas da mais nova.

— Absoluta — disse se levantando — Você precisa ir, eu vou resolver isso e ir dormir.

— Tem certeza? — ele perguntou enquanto ela tentava ouvir o que acontecia lá — Eu posso ficar e ajudar.

— Não, você já fez demais cuidando delas — colocou a mão sobre o peito dele, tentando empurra-lo em direção a porta, mas então sentiu os braços dele a envolvendo pela cintura e puxando para perto.

— Vamos continuar esse assunto depois — não era uma pergunta quando ele a beijou com calma, a segurando mais perto.

— Boa noite, Sokka — ela respondeu, usando o chão de pedra para empurra-lo para longe e fechando a porta atrás dele.

 


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