Never Tell Me The Odds escrita por Lady Liv


Capítulo 2
I, parte 1.




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Cavaleiro Jedi Anakin Skywalker sentiu quando aconteceu.

No meio do campo de batalha, a energia forte o paralisou, e se não fosse por Rex dando-lhe cobertura, ele teria morrido por um tiro de blaster. Definitivamente não uma boa forma de se unir a Força.

Geralmente odiaria ter que abandonar a linha de frente para voltar a Coruscant, mas estava curioso. O que havia poderia ter causado tal impacto? E por que ele, de todos, estava sendo convocado para uma reunião no conselho?

No Templo, dirigiu-se logo para sala de reuniões.

“Skywalker, bom se juntar a nós.” Mestre Windu disse, o mesmo tom julgador sempre que o via. “Suas tropas?”

“Vivas,” Anakin respondeu, porque bem não seria verdade.

Sentindo seu desconforto, Obi-Wan Kenobi o cumprimentou. Junto de seu antigo Mestre, estavam Mestre Yoda, Luminara Unduli, Plo Koon, e também Ki-Adi-Mundi em um holograma.

“Então vamos começar,” Windu disse, apontando para Obi-Wan. “Mestre Kenobi.”

“Noite passada todos sentimos uma explosão na Força, temos motivos para acreditar que este homem,” ligando o projetor na mesa, ele apontou para imagens da enfermaria do templo. “foi a causa.”

Deitado sobre uma maca, um humano adulto se remexia inquietamente enquanto alguns Jedi trabalhavam para cura-lo.

“E quem seria este?” Mestre Koon perguntou.

“Ele foi encontrado nos jardins do templo, nu, machucado e febril.”

“Nos jardins do templo? Como ele conseguiu entrar?”

“E de onde ele veio?” Mestre Mundi adicionou, confuso.

“Esse é grande mistério.” Obi-Wan continuou a responder. “As câmeras de segurança quebraram no momento da explosão. Alguns Jedi disseram que ele simplesmente caiu.”

“Caiu?” Mundi voltou a perguntar. “Caiu de onde?”

“Não sabemos.”

“Luminara, você estava lá quando o trouxeram. O que sabemos?” Windu olhou para a mulher mirialana, que de modo hesitante, tirou um sabre de luz de suas vestes. “Mas o que-”

Ela deu um passo para trás e o ativou, energia instável escapando por três aberturas e causando ruídos altos.

“Vermelho!” Mestre Ki-Adi-Mundi exclamou, os olhos arregalados. “Vermelho sangue, como os de um Sith!”

“Foi encontrado perto dele. Mestre Allie está fazendo testes agora para calcularmos o nível de midichlorians, mas de qualquer forma, teremos de esperar para interroga-lo, ele está com muita febre.”

“Ele está delirando?” Koon perguntou.

“Bastante, chora por alguém chamado Rey, e... o Chanceler também.”

Anakin a olhou, intrigado. Palpatine?

“Por segurança, ainda não o avisamos, acham que deveríamos?”

“Sim!” Anakin exclamou ao mesmo tempo que Mestre Windu respondia: “Não.”

Os dois se encararam, puro desafio em seus olhos.

“Há mais para nos preocuparmos do que os políticos,” Mundi declarou. “Podemos estar dando proteção a um Sith.”

“Mas exatamente pela dúvida que devemos manter tudo em confidencial até descobrirmos.” Windu continuou, e Anakin voltou a dizer:

“Se ele chama pelo Chanceler, talvez seja porque o conheça! Não seria mais fácil se-”

“E você não?”

“O que?”

“Você não o conhece?”

“O que?!”

Anakin levou um momento para perceber que todos lhe encaravam.

“Conhecê-lo, você não?” Yoda ergueu a voz pela primeira vez.

“Não! É claro que não.”

“Ele chamou por você.” Mestre Windu disse, seu tom quase acusador.

“Por mim?

Ligando o áudio da projeção, Anakin passou a ouvir os sussurros aflitivos do homem.

“Skywalker... Skywalker... Não, não faça isso Rey! Palpatine... Skywalker...”

“Não sabemos se o Skywalker que esse homem se refere é Anakin,” Obi-Wan defendeu.

“Skywalker não é um nome comum, Mestre Kenobi.”

 “E a minha resposta não vale de nada?” Anakin os fez se calar. “Não conheço esse homem, eu nunca o vi antes.”

Houve um momento.

Os Mestres reunidos meditaram na Força, buscando sinais de mentira. Quando nada foi encontrado, Obi-Wan foi o primeiro a dizer:

“Há algo estranho nisso tudo... e mesmo não o conhecendo, queremos que fale com ele, Anakin. Ele pode reconhecer você... de algum modo.”

Anakin assentiu, não estava gostando nada daquilo, mas não podia negar a curiosidade que sentia em relação ao estranho.

“Sob nossa proteção, ele ficará.” Mestre Yoda concluiu, olhos atentos ao holograma. “Em silêncio, lidaremos com a sua estadia. A Força, forte nele é, e mostrar o caminho da Luz, nós iremos. Mas se Sith for sua natureza...”

Ele suspirou, fechando os olhos.

“Meditar nisso, eu preciso.”

O clima dentro do Templo Jedi ficou completamente mudado desde a chegada do homem misterioso. Os Cavaleiros estavam mais atentos, os Mestres não mais prolongavam suas missões, e até mesmo os younglings eram afetados pela tensão, provavelmente sentindo como a Força se agitava com o passar dos dias. Anakin nunca havia visto nada assim.

Haviam olhos por todos os lugares agora, e com Anakin responsável para questionar o estranho assim que ele acordasse, era impossível escapar do Templo sem ter sua falta sentida.

Padmé...

Certo, não um bom momento.

“A ansiedade rodeia sua mente, meu amigo,” Obi-Wan disse, posicionando-se ao seu lado.

“Pode me culpar?”

“Não, nisso, eu acho que não.”

Anakin sorriu, tirando os olhos da janela pela primeira vez em horas. “Sei que é importante esse homem ser observado, mas... a guerra ainda segue lá fora.”

“Eu entendo, também me preocupo.”

“É? Não parece.”

Anakin.”

Ele o olhou, e Obi-Wan pareceu querer dizer algo, mas por fim escolheu o silêncio. Ele sempre escolhia o silêncio, sempre controlava suas emoções, e fazia parecer ser tão fácil... as vezes, Anakin o invejava por isso. Estranhamente, naquele momento, apenas o admirou.

Seu comunicador vibrou em seu pulso.

“Skywalker.”

“Ele acordou.”

Assentindo, caminhou com Obi-Wan até o quarto onde haviam transferido o homem misterioso. Permitiu que a curiosidade tomasse conta de sua mente mais uma vez, por que ele chamou seu nome? Por que chamar pelo Chanceler? Como ele os conhecia, de onde? Lembrou-se da preocupação de Ki-Adi-Mundi, sobre estarem dando proteção a um potencial Sith, e não pode deixar de pensar que a situação poderia ser pior, o Mestre Sith que há muito tempo procuravam.

Cumprimentando os guardas na porta, Anakin respirou fundo antes de entrar.

Olhos escuros o fitaram, confuso.

“Sabe quem sou eu?”

“Não.”

Anakin franziu o cenho, sem entender. Você me chamou, por sua causa estou aqui! Tantas perguntas, e ele foi obrigado a ignora-las. Sabia que o quarto estava sendo monitorado e quase podia ouvir a voz de Obi-Wan em sua mente, um passo de cada vez, Anakin. Pois bem.

“Se lembra de alguma coisa?”

“A batalha...” o estranho murmurou para si mesmo, logo em seguida tentando se pôr de pé a todo custo. O que ele pensava que estava fazendo? Foram dias de cama, precisava ir com calma! “Onde está Rey?”

“Ah, é, Rey, você chamou bastante por ele e pelo-”

“Como me encontraram?”

“Você que apareceu aqui.”

“E onde seria aqui?”

“Coruscant.”

“Coruscant?!”

Anakin resistiu a vontade de rolar os olhos, o modo que suas respostas eram retrucadas o fazendo suspirar. Nem mesmo Ahsoka foi tão defensiva.

Certo. Sem comparações. Ele ainda era um estranho.

“Os Jedi que trabalham aqui não se enganam quanto a ferimentos, ainda assim, me pergunto se é tudo uma atuação sua.”

“O que?”

“E quanto a isso,” tirou o sabre de suas vestes, e o olhar assustado que recebeu quase o calou. “Devo admitir, nunca vi design igual a este. Mestre Yoda disse que o cristal foi sangrado, que a técnica é muito dolorosa. Você mesmo fez isso?”

Você é um Sith? Devemos teme-lo? Saiba que não o temo e estou preparado.

“Ou o roubou de um Sith?”

Você é um ladrão? Devemos prendê-lo? Diga que é inocente e eu mesmo irei ajuda-lo com os caminhos da Força.

“Seu Mestre, talvez?”

Você é inocente? Devemos solta-lo? E por que eu meu importo com o seu destino?

Enterrando seus pensamentos, observou como as expressões dele mudavam, mas não pareciam ser em consequência das palavras de Anakin. De fato, parecia até que ele não o ouvia, estando preso em suas próprias dúvidas.

Após um momento, ele perguntou seu nome.

“Cavaleiro Jedi Anakin Skywalker... e você?”

 

 

“Ben.”

“Ben?”

Ben assentiu, e Anakin Skywalker, isto é, seu avô, isto é, Darth Vader, continuou a encará-lo.

Caramba. Darth Vader.

Não, não. Antes de se tornar Darth Vader. Oh pelas estrelas! Quanto tempo antes, exatamente? Ben estava com medo de perguntar e talvez, não devesse. Aquela situação toda era loucura.

“Você falou coisas enquanto dormia, Ben,”

Ah, que ótimo.

“Falei?”

“Esperava que pudesse esclarecer,”

Não, péssima ideia!

“Ahmm... Claro.”

“Então, esse sabre de luz-”

“Não é meu.” disse, e fechou os olhos. “Quer dizer, não mais, eu achei que... eu... não faço ideia de como veio parar aqui.”

“É? Também não sabemos.”

“Deve ser algum feito da Força.”

“Conhece a Força?” Ele voltou com aquele olhar de antes, um olhar que Ben aprendeu naquele momento a identificar como desconfiado. Seu avô, desconfiado. Darth Vader.

“Eu não sou um Sith, se é isso que quer saber.”

“E o que você é?”

Ah, se ele soubesse! Aprendiz, Mestre, Líder Supremo... filho. Esperava encontrar uma resposta mais concreta depois de Exegol, com tempo e com ajuda... a Força tinha outros planos. Geralmente ele não questionava as mudanças.

“’Tá, você falou sobre uma batalha,” Anakin disse, trazendo-o de volta. “Era lá onde você estava antes? Uma batalha?”

“Sim.”

“Na Orla Exterior? Você é um soldado?”

“Não.”

“Não?”

“Eu sou... um rebelde.” Era desconfortável o quão bem a palavra o definia agora. Me rebelei contra todos, e então contra mim mesmo. “Estava lutando, achei que tinha morrido.”

“Bom, você está vivo.”

“Eu sei.”

Por que? Ben se perguntou, se perdendo novamente em dúvidas. Por que ele, de todos, estava vivo? Qual era o significado? Ele só queria fazer uma coisa certa pelo menos uma vez, e isto era, salvar Rey... caramba, Rey! Ela estava viva, não estava? Ele conseguiu, a trouxe de volta, seria este o preço? Ser forçado a viver... no passado?

Subitamente, a porta se abriu, e um homem em trajes Jedi – céus, Ben era um idiota em não ter notado antes! –, entrou, um sorriso brincando no canto dos lábios.

“Como está o nosso paciente?”

“Até que cooperando, o nome dele é Ben.”

“Oh, olá Ben. Eu sou Obi-Wan Kenobi.”

Então aquele era Obi-Wan Kenobi, Ben pensou amargamente, lembrando-se de uma época de agonia e imposição, onde todos esperavam que ele vivesse para honrar o nome que lhe fora dado. O grande Jedi, a última esperança de Leia Organa. Ben nunca o odiou tanto.

Sentindo-se trêmulo, ele fechou as mãos em punho, engolindo em seco. “Posso perguntar... que ano é?”

Os Jedi trocaram um olhar, mas mesmo assim, Anakin respondeu:

“19 BBY.”

É, definitivamente no passado, mais especificamente, o ano do nascimento do Império, de sua mãe, de seu tio, o ano do nascimento de Darth Vader. Ele sabia disso – e odiou-se por saber –, só restava descobrir a razão da Força condena-lo para aquela época, longe de tudo, longe de-

Espere.

Fechando os olhos, abriu-se devagar para a energia que o cercou a vida toda, aqui, em Coruscant, no Templo Jedi, ela era poderosa em uma maneira que nunca havia sentido antes.

Teve a impressão que Anakin Skywalker estava lhe perguntando algo, mas não conseguiu distinguir o que era. Seu coração estava acelerado, a ansiedade tomando conta de sua mente e corpo e de repente, o ar não chegava mais em seus pulmões.

Ataque de pânico, reconheceu. Há quanto tempo não o tinha? Era tão comum na infância.

“Ben, respire comigo!”

Por que?

Estava no passado.

Por que?

Estava sozinho.

Por que?

Estava com uma parte faltando. Rey. A Força não mentia, a presença dela havia sumido. A díade estava arrebentada; sangrada. Não que ele não merecesse a dor, mas não aquela dor, por favor, não.

“Rey,” tolamente, ele clamou, e sabia que clamaria de novo, e de novo, e de novo. Me ajude. “Rey!”

Nada aconteceu.

Ele a perdeu para sempre.


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