A nova vida de uma alma sem lembranças escrita por DaiKenja


Capítulo 94
Capítulo 94 - Audiência real.


Notas iniciais do capítulo

Postagem: 2022/03/20 20:05

Se ficou curioso sobre algo que eu não disse mas você gostaria de saber, mande sua pergunta, eu juro que responderei à todos.



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Após a refeição eu fiquei um tempo meditando.
Não havia excesso de magia em mim, mas eu precisava ter certeza de que minha magia estava em ordem.
Felizmente eu estava bem recuperado.
Meus músculos doíam pouco, provavelmente por conta da magia de Mayi, pois eram para estarem doendo muito mais.
Vou pedir para a mestra ensinar essa magia, talvez me ajude quando eu precisar correr longas distâncias novamente.

Depois de relaxar um pouco após a refeição, eu fui até a porta do quarto e falei com o soldado.
Pedi para ele me levar até a primeira-ministra ou avisar que eu já havia terminado.
Pouco tempo depois uma pessoa entrou no quarto e recolheu as coisas da refeição.
Alguns minutos se passaram até que a primeira-ministra Var'nis aparecesse no quarto.

— Como está se sentindo, garoto? - Var'nis entrou no quarto e já perguntou.
— É difícil dizer, pois eu acabei de comer, mas acho que eu vou melhorar. - Eu respondi sinceramente com um sorriso. - Mas eu já estou conseguindo me manter de pé.
— Certo. Então me acompanhe.

Eu deixei o quarto e passei a seguir a primeira-ministra.
Nós ainda andávamos devagar, pois eu poderia sentir alguma tontura ou náusea.
Mesmo assim eu já estava bem o suficiente para acompanhá-la.
Nós fomos até uma parte do castelo bem ampla.
Existiam vários pilares no interior do cômodo.
Um grande e belo tapete enfeitava o centro da sala.
Grandes candelabros e tochas iluminavam o lugar.
Haviam algumas poucas pessoas ali, que me olhavam e conversavam entre si.
No outro lado dessa sala havia uma grande porta.
Devia ter mais de 2 vezes a altura de uma pessoa.

A grande porta foi aberta por dois soldados que estavam lá de prontidão.
Diferente dos soldados imperiais, os soldados do reino utilizavam largas espadas curvadas em sua cintura e uma lança simples.
Acho que essas espadas eram chamadas de cimitarra na terra.
Eles se curvaram para mim e para Var'nis e nós passamos pela porta.

O interior do outro cômodo era algo que eu já conhecia.
Era similar à sala do trono imperial em Vegúrlia.
Havia um comprido tapete que ia da porta até os tronos.
Os tronos ficavam em uma plataforma, deixando-os mais alto em relação ao restante do pessoal que estava na sala.
Apenas dois grandes tronos estravam na plataforma.
Eles eram do mesmo tamanho e das mesmas cores, mas o que ficava à minha direita era muito mais enfeitado.
O rei estava sentado no trono à minha esquerda e a rainha no da direita.
Mayi estava na plataforma, ao lado da rainha, apoiada em seu cajado.
Todas as outras pessoas de alto cargo estavam na plataforma, mas de pé.

Nas laterais da sala haviam várias pessoas que pareciam serem da nobreza.
Var'nis me acompanhou até frente aos tronos, então se posicionou levemente atrás da rainha.
Igual aconteceu no Palácio de Vegúrlia, aqui era um pouco mais escuro que os outros ambientes.

— Sir Dinus de Khuma e Seti, eu lhe dou as boas-vindas ao Castelo Velar. - A rainha falou e sorriu para mim. - Espero que nos hospitalidade tenha sido de seu agrado.
— É uma honra estar à sua presença, sua Majestade. - Eu me ajoelhei em uma perna e curvei minha cabeça.
— Hehe. - A rainha riu um pouco, enquanto todos os outros se comoveram ao ouvir minhas palavras. - Você continua me chamando de Majestade, então acredito que você não saiba.
— Você deve chamar de Majestade apenas o Imperador. - A primeira-ministra respondeu logo após a rainha falar. - A rainha você deve chamar de Alteza.
— Sinto muito pelo meu engano, sua Alteza. - Eu me corrigi.
— Está tudo bem. Pode levantar sua cabeça. Apesar de ser um Cavaleiro de Seti, você não é meu súdito e não me deve reverência. - A rainha falou isso mais uma vez, mas eu não sabia se isso significava que eu nunca devia abaixar minha cabeça para ela ou se eu deveria abaixar a cabeça e esperar ela dizer essas palavras. - Eu e meu marido estamos muito felizes em tê-lo aqui hoje, pois mais uma vez você nós ajudou com a saúde de nosso filho sem pensar duas vezes e sem pedir nada em troca.
— Sua Alteza. Eu estou muito honrado em ouvir essas palavras. - Como ela ficou em silêncio por um tempo, acreditei que ela esperava por minha resposta. - Acredito que isso não seja algo merecedor de tanto agradecimento. Eu não poderia deixar de ajudar alguém que sofre da mesma doença que eu, além de não achar justo pedir uma recompensa para ajudar uma criança com problemas. Até porque não é algo muito difícil para mim.
— Entendo. - A rainha me olhava nos olhos enquanto eu falava. - Mas não é isso que eu ouvi... Capitão Loufar!

A rainha gritou o nome de alguém.
Rapidamente um soldado se aproximou de nós.

— Sua Alteza. - O soldado se curvou ao meu lado. Ele usava roupas leves e não estava armado, diferentes dos soldados que guardavam a porta que usavam armadura e armas.
— Capitão Loufar. Relate aqui, diante de todos, o que você nos relatou mais cedo.
— Sua Alteza. Eu fui encarregado de levar a carta urgente ao Dinus na academia mágica de Vegúrlia, por conta de meu cavalo ser um dos mais rápidos do reino. Chegando na academia, eu fiquei surpreso ao ver a seriedade e predisposição que um garoto de 12 anos tratou o assunto, e quão rápido ele se mobilizou para sair à ajuda de nosso príncipe. Poucas horas depois de receber a carta ele deixou a capital imperial e chegou à Seti muito mais rápido do que eu poderia chegar com o meu cavalo. - Foi então que reparei que foi ele que me entregou a carta em Vegúrlia.
— Muito obrigado Capitão. Os seus serviços para com essa situação foram importantes e também serão reconhecidos. - A rainha disse e então dispensou o soldado. - Então, Sir Dinus. De acordo com as palavras do meu confiável capitão, eu entendo que não foi algo tão fácil para você, pois você entendeu a gravidade da situação e deu tudo de si para chegar aqui o mais rápido possível.
— Sim. Sua Alteza. - Eu disse ao perceber que ela aguardava minhas palavras. - Eu temi pela vida do príncipe, por isso me apressei até aqui.
— E com a sua pressa, você arriscou sua própria saúde, a ponto de desmaiar após concluir o tratamento do meu filho. Se isso não demonstra o tamanho de sua bondade ao próximo, eu não sei o que é. - A rainha continuou dizendo e então aguardou minhas palavras.
— Eu estou honrado pelo seu reconhecimento, sua Alteza. - Eu apenas respondi isso, pois não sabia mais o que dizer.
— Certo. - A rainha pareceu feliz, então ela estendeu o braço para Var'nis. - Então aceite nossa recompensa.
— Por toda a ajuda prestada por Sir Dinus de Khuma e Seti, a rainha disponibiliza uma propriedade na capital real para que Sir Dinus possa se instalar aqui quando desejar. - A primeira-ministra foi à frente e começou a falar.
— Essa seria a recompensa mais apropriada. - A rainha disse. - Mas como eu já ouvi uma vez, você não tem interesse em uma casa. Estou certa?
— Sim, sua Alteza. Eu acredito que uma propriedade seria mal aproveitada por mim. - Eu respondi sinceramente.
— Então me diga, Sir Dinus, existe algo que você deseja? - A rainha perguntou.
— Algo que eu desejo? - Eu pensei um pouco, a rainha não parecia impaciente enquanto eu pensava, mas eu não queria demorar muito. Então, por conta da aparência de todos dentro do castelo eu lembrei de Louis, que era filho de um nobre de Seti, mas ele mesmo não receberia o título de nobreza do pai, pois não era o filho mais velho. - Sua Alteza, eu tenho um amigo que, embora seja de uma família nobre, acabará se tornando um plebeu. É possível garantir um título de nobreza para Louis Galafar?
— Entendo. - A rainha disse e então olhou para Var'nis.
— Eu sinto muito, Sir Dinus, mas não podemos garantir títulos de nobreza como recompensa para alguém que não tenha méritos próprios. - A primeira-ministra respondeu. - Nós poderíamos garantir à você o título de cavaleiro, se já não fosse um cavaleiro, mas não ao seu amigo.
— Entendo. Então... - Eu parei para pensar novamente. O silêncio durou um tempo, até que as pessoas começaram a conversar baixinho entre si. - Se não for algo que eu não possa pedir, sua Alteza, o Capitão Loufar me emprestou um mapa para que eu pudesse chegar até aqui. Eu fiquei impressionado com aquele mapa. Se for possível, eu poderia ficar com esse mapa?
— O mapa mágico? - A primeira-ministra perguntou com um tom espantado.

As pessoas ficaram assustadas quando eu pedi isso.
Parecia que esse mapa era algo muito valioso para o reino e eu não devia ter pedido.
A sala ficou tumultuada e barulhenta em questão de segundos.

— Silêncio! - A rainha gritou e todos se calaram. - O mapa mágico é um preço pequeno a se pagar pela vida do meu filho. Nós entregaremos o mapa mágico para Sir Dinus como recompensa por toda a sua ajuda.
— Se não for incômodo, sua Alteza. - Agora que eu já havia pedido, não podia voltar atrás.
— Entenda que esse mapa é um tesouro real e muito valioso. Para entregá-lo você promete nos ajudar com meu filho sempre que precisarmos? - A rainha continuou.
— Sim, sua Alteza. Eu faria mesmo sem nenhuma recompensa. - Eu me curvei novamente.
— Ótimo, está decidido. - A rainha disse, então olhou para Var'nis, que se apressou para pegar algo que estava por perto. - Receba agora a Medalha da Semente da Vida, pelos seus esforços pela saúde da Família Real.

A rainha pegou do estojo que estava na mão de Var'nis uma medalha e colocou em mim.
A medalha tinha o formato de uma muda de planta em ouro e esmeralda, com uma faixa branca e bordas verdes.

— Essa medalha é entregue a aqueles que salvaram a vida de um membro da Família Real. - Disse a primeira-ministra.
— É uma honra. - Eu me curvei em agradecimento.
— O mapa havia sido removido dos seus pertences, mas lhe será entregue mais tarde. - A primeira-ministra concluiu.

As pessoas da sala começaram a aplaudir
A própria rainha e rei se levantaram e aplaudiram junto.
Encabulado com a situação, eu apenas fiquei quieto.
O rei finalmente se aproximou de mim e estendeu sua mão.

— Como Rei Consorte e pai, eu agradeço do fundo do meu coração, Sir Dinus.
— É um prazer ajudá-los. - Eu tentei responder algo decente.

O rei se parecia muito com Louis, mas o rei era mais baixo, menos musculoso e seu cabelo era escuro como o da rainha.
Assim a audiência acabou e as pessoas deixaram a sala.
Ficaram apenas a rainha, a primeira-ministra, uma empregada e eu.

— Se você quiser passar um tempo em Seti, podemos hospedá-lo pelo tempo que quiser. - A primeira-ministra falou.
— Eu desejaria muito conhecer a cidade, mas eu preciso voltar aos meus estudos na Academia. - Eu respondi sinceramente.
— Claro. Então nós disponibilizaremos uma carruagem para levá-lo de volta junto com o seu animal.
— Eu agradeço. - Eu me curvei em agradecimento.

Eu passei um tempo passeando pela cidade acompanhado de Lara, a empregada pessoal da rainha, enquanto a carruagem fosse preparada.


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Notas finais do capítulo

Caso encontre algum erro gramatical ou de digitação, fique à vontade para me enviar a correção.
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