A nova vida de uma alma sem lembranças escrita por DaiKenja


Capítulo 30
Capítulo 30 - Dois novos parentes.


Notas iniciais do capítulo

Postagem: 2020/11/29 20:05
Revisão: 2021/05/16 20:10



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Eu acabei de acordar.
Eu tirei um cochilo durante a tarde, pois como não dormi muito durante o voo, estava bastante cansado.
Estava na cama dos meus pais, pois meu quarto foi destruído por Umbaku durante seu sono.
Fazia muito tempo que não dormia na cama dos meus pais, fiz isso apenas quando ainda era um bebê.
Meu pai e meu irmão haviam saído para conseguir materiais e mão de obra para reconstruir a casa.
Minha mãe estava em casa como de costume.
Eu e ela havíamos limpado os entulhos e a sujeira que ficou.
Agora ela estava descansando na sala.
Eu peguei uma fruta para comer e fui até ela para conversar um pouco mais.
Enquanto conversávamos, eu senti uma magia sendo usada, mas eu já sabia o que era e fiquei quieto.
Então Umbaku se aproximou de nós.
Era final da tarde quando ele acordou.

— Eu...sinto muito. - O dragão se desculpou por ter quebrado parte da casa.
— Não se preocupe com isso. - Respondeu minha mãe com o habitual e lindo sorriso em seu rosto. - O importante é, como você está se sentindo?
— Estou me sentindo ótimo, sinto como se houve hibernado por décadas novamente.
— Fico feliz em ouvir isso.

Então Umbaku ajoelhou-se em uma perna e curvou sua cabeça em direção de minha mãe.

— Eu serei eternamente grato por vocês. - Então ele levantou sua cabeça e encarou minha mãe com uma expressão diferente, que eu não conhecia. - Permita-me tornar o servo desta família que me salvou.
— O que?! - Minha mãe se levantou de sua cadeira com um susto. - Não... Você não precisa...
— Por favor, se não fosse por vocês eu poderia ter me tornado um monstro e ter causado destruição e caos. - Então ele abaixou seu rosto com uma expressão triste e conflitosa. - Da mesma maneira que aconteceu com outros de minha espécie.
— Mas... - Minha mãe ainda parecia relutante.
— Mãe. - Eu coloquei a mão no ombro dela depois de me levantar também. - Eu agradeço muito sua oferta Umbaku. Você tem certeza disso?
— Sim. É o mínimo que eu posso fazer por aqueles que me salvaram.
— Então, por favor, fique em Khuma e cuide da minha família. - Então eu olhei para minha mãe e com uma pequena pausa. - E do meu irmão mais novo.
— O que? - Disse minha mãe com um susto novamente.

Minha mãe estava grávida.
Eu havia sentido isso quando chegamos em minha casa e demorei para entender.
Havia duas fontes de magia vindo dela.
Eu não sabia como contar.
Acabei aproveitando o assunto para facilitar com o assunto anterior.
Eu não conseguia identificar se era menino ou menina, só que havia um ser dentro dela.
Alguns instantes depois os olhos dela se encheram de lágrimas e ela me abraçou.
Algum tempo depois chegaram meu pai e meu irmão, e ela correu abraçar meu pai para dar a notícia.
Meu pai ficou super feliz e também ficou com os olhos cheios de lágrimas.
Depois da comoção e de explicar tudo, até do fato de Umbaku passar a morar e Khuma, eles aproveitaram para planejar a reconstrução da casa para acomodá-lo também.
Nós nos viramos para dormir aquele dia.
Acampamos fora da vila, mas bem próximo ao portão.
Eu não queria deixar Umbaku dormir sozinho lá fora, então fui com ele.
No dia seguinte eu fui para minha casa novamente para tomar café com a minha família.

— Eu voltarei para Khuma para conhecer meu irmão na época de nascimento dele. Quanto tempo levará?
— Se eu ainda não havia sentido nenhum sintoma, significa que eu estou no primeiro mês. Então deve levar mais 11 meses para ele nascer.
— 11 meses? Eu achei que levavam 9 meses.
— Não filho. - Respondeu minha mãe com um riso. - São 12 meses para nós, 9 meses são para os humanos. Como de costume você sabe mais sobre os humanos do que nós próprios.
— Desculpe por isso. - Respondi meio sem graça. - Por falar nisso, há algo que eu preciso te contar.
— Você ficou sério? O que foi filho?
— Myuka me contou sobre Yan, Oda e os Guardiões, mas ela disse que nós deveríamos nascer sabendo isso.
— Você não sabia? - Meu pai perguntou.
— Não, eu não nasci sabendo.
— Isso é realmente estranho, eu nunca ouvi falar de um elfo que nasceu sem saber. - Então minha mãe sorriu novamente. - Mas quando se trata de você, eu não fico muito surpresa.
— Como assim?
— Você parece um elfo negro apenas na aparência, mas é diferente de nós em muitos aspectos. Não é normal um elfo negro gostar de viagens e aventuras, nem ter tanta curiosidade ou vontade de aprender a ler e escrever. Você também parece não se importar tanto com o frio, enquanto nós não suportamos passar frio.
— É verdade. - Completou meu pai. - Você se parece muito com um humano nesses pontos, mas também você tem uma enorme facilidade para magia e combate. Mesmo isso sendo comum para nós, você está acima de nós nisso.
— Não sei se é por conta da doença de Estil. - Continuou minha mãe. - Mas você sempre foi diferente, desde o dia que nasceu, então não saber sobre os guardiões não parece tão estranho para mim, se tratando de ti.
— Entendo. - Eu respondi cabisbaixo.

Então é isso.
Eu sou muito incomum.
Imagino o quanto trabalho eu devo ter dado para meus pais.
Imagino também se eles tem algum medo ou algo assim sobre mim.
Será que eu fiz algum mal para eles?

— Não se preocupe, filho. - Minha mãe interrompeu meus pensamentos. - Nós te amamos do jeito que você é.
— Sim! - Continuou meu pai. - E temos muito orgulho de você.
— Obrigado. - Respondi com um sorriso no rosto e abracei os dois.
— Desculpe interrompê-los. - Umbaku se aproximou de nós. - Mas se você quiser voltar agora, eu me sinto completamente descansado e pronto para viajar. Se sairmos agora nós devemos chegar no meio do dia de amanhã em Fargath. Se demorarmos mais seus colegas seguirão viagem sem você.
— É verdade. - Eu respondi. - Mãe, pai, desculpe ter que sair assim, mas eu preciso continuar meu trabalho como guarda de carga, preciso ajudar Kurio com seu braço.
— Claro filho, nós entendemos. Volte nos visitar em breve.

Então nós arrumamos nossas coisas e partimos de Khuma.
Era minha terceira vez deixando a vila.
Minha família nos acompanharam até o portão da vila.
Muitos outros elfos nos acompanharam também, mas apenas por conta de Umbaku.
Nós deixamos a vila próximo do meio dia.


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Notas finais do capítulo

Caso encontre algum erro gramatical ou de digitação, fique à vontade para me enviar a correção.
Agradeço profundamente qualquer apoio.



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