A nova vida de uma alma sem lembranças escrita por DaiKenja


Capítulo 25
Capítulo 25 - Deuses de Oriohn.


Notas iniciais do capítulo

Postagem: 2020/11/02 02:10



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Nós estamos seguindo viagem lentamente.
Andando bem devagar com a carroça.
Louyi e eu estamos de vigia na traseira, enquanto Myuka cuida de Kurio, que ainda está desacordado.
Eu tenho usado tanta magia de rastreamento recentemente que eu até deixei de comer a fruta de Kojo para me sobrar caso precise.
Nós vamos evitar qualquer conflito, então não iremos continuar andando caso eu sinta monstros.
O problema não seria nós 3 lidarmos com os monstros, pois nós daríamos conta, mas não podíamos correr o risco de encontrar outros Renegados, e Louyi me disse que geralmente quando eles apareciam, é porque havia alguma caverna deles por perto.
Diferente dos Orcs verdes, que viviam em baluartes, os Renegados viviam em cavernas.
Se nós conseguíssemos chegar ao baluarte sem nenhum conflito seria o ideal.
Precisaríamos também avisar às autoridades que havíamos encontrado com Renegados, para que eles pudessem organizar uma caça de extermínio.

O Renegados eram uma ameaça para qualquer forma de vida em Oriohn.
Mesmo quando eles não atacavam ninguém, sua magia maligna afetava os seres por perto e criavam monstros, essa magia maligna podia corromper até os humanos, elfos e outros seres falantes.
Se houvesse um covil deles no interior do vulcão, os Orcs de Fargath, os elfos de Khuma e Maali, os elfos de Marima e os homens de Trucia estariam todos em perigo.
Louyi me contou uma história de que há muito tempo um exército foi formado entre os elfos, os homens e os anões para exterminar todos o Renegados, apenas os elfos dos mares não participaram desse exército, o ataque foi um sucesso, porém poucos dos Renegados conseguiram sobreviver e eles voltaram a se multiplicar.
Depois desse ataque houve muito tempo de paz, pois os Renegados focaram em se multiplicar e ficaram escondidos por muito tempo, mas depois de alguns séculos eles voltaram a atacar os seres de Oriohn.

— Mas porque esses monstros também são chamados de Orcs se eles são tão diferentes dos Orcs comuns? - Eu perguntei para Louyi durante nossa vigia na carroça.
— Na verdade eles nasceram iguais. - Louyi começou a me contar.
— Como assim?
— Assim como eu e o Kurio somos humanos, mas somos diferente apenas na cor da pele, cabelo e olhos, os Orcs verdes e os Orcs cinzas eram diferentes apenas nesses detalhes também.
— E como eles se transformaram nesses monstros?
— Quando Ekir condenou eles por atacarem os humanos, os Orcs cinzentos passaram a guardar muito ódio e rancor, esses sentimentos ruins se misturaram com a magia e foi transformando eles e os que estavam próximo à eles em monstros.
— Acho que entendi, mas quem é Ekir? - Quando eu perguntei isso Myuka e Louyi se espantaram.
— Como assim "quem é Ekir"? - Myuka entrou na conversa. - Ekir! O "pai" de vocês!
— "Pai"? - Ela usou a palavra pai, mas com uma entonação diferente. - Como assim "nosso pai"?
— Escuta aqui garoto. - Louyi ficou sério. - Todos os elfos nascem sabendo sobre os guardiões. Não tem como você não saber que é Ekir.
— Eu juro para vocês que eu não sei, ninguém nunca me contou sobre isso.

Myuka e Louyi se entreolharam.
Eles pareciam confusos e perdidos.

— Olha, os elfos não ensinam isso porque nós nascemos sabendo isso, mas parece que você nasceu sem saber, como acontece com os humanos, então eu vou te contar. - Myuka e Louyi trocaram de lugar na carroça. - Você sabe algo sobre Yan e Oda?
— Eu não conheço.
— Que curioso. Você realmente é diferente de tudo que vimos até hoje. - Comentou Louyi.

Então Myuka começou a me contar sobre Yan, Oda e os guardiões.
Aparentemente essa é a religião deles, pois da maneira que ela me contou, Yan e Oda são os deuses que criaram Oriohn e todas as formas de vida, enquanto os quatro guardiões são como anjos que ajudaram com ideias e sugestões.
Yan e Oda representam o Tempo e o Espaço, respectivamente, e os quatro guardiões representam os quatro elementos, Ovath era o guardião dos Ventos, Suihc era dos Mares, Onah da Terra e das Florestas e Ekir era o guardião do Fogo.
O universo todo foi criado por Yan e Oda, mas quando eles foram criar seres pensantes para viver em Oriohn, que seriam os elfos, eles primeiro criaram os guardiões, do qual tinha o objetivo de criar os animais que viveriam aqui, para viver em harmonia com os elfos.
Ekir foi o único que não criou animais, mas sim os humanos, os anões, os orcs e todos os outros seres humanoides que pensariam como os humanos.
Pelo o que eu entendi, como os orcs e os humanos eram criações de Ekir, ele condenou os orcs cinzentos por atacarem seus "irmãos", com isso surgiu os Renegados.

— E onde estão Yan e Oda agora? - Eu perguntei, para saber se existia algo como um paraíso nessa religião.
— Yan e Oda estão pela imensidão do universo, cuidando de todas as Khadjin e Khondjin que eles criaram. - Myuka me respondeu. - Eles deixaram Oriohn para que os guardiões cuidassem.
— Então os guardiões vivem entre nós? - Tentei empurrar um pouco mais sobre essa religião.
— Sim, embora seja muito difícil encontrar com eles. Seria a maior honra para a vida de qualquer um encontrar com um dos guardiões. Mas você pode visitar os "templos" deles quando quiser.
— "Templos"? O que são "Templos"? - Uma nova palavra que nunca havia ouvido surgiu.
— São as casas deles, mas nós vamos lá para agradecer por eles pela nossa vida e pedir por conselhos. - Julgando em como Myuka chamou de casa, parece ser algo como uma igreja.
— Interessante, vou visitá-los um dia. - Eu respondi, mas ainda estava muito cético sobre essa religião.
— Faça isso. será uma experiência única para a sua vida.

Então ela me contou sobre a localização dos templos.
Eles ficavam exatamente na linha do equador de Oriohn, que eles chamavam de "a linha dos templos", cada um com a mesma distancia do outro, ficando nos "quatro cantos" de Oriohn.
Também me falou que existiam templos construídos em homenagem a Yan e Oda, um em cada polo de Oriohn, mas esses não eram casas dos dois e não era possível encontrá-los lá.

Eu era muito cético sobre essa crença, pois eu me lembrava da variedade de crenças que existiam no mundo de minha vida passada.
Mas também não poderia descartar a possibilidade de ser real, pois eu já estava em um mundo onde magia era real e existiam outros seres inteligentes além dos humanos.
Então eu decidi não julgar, mas também não acreditar até que eu pudesse confiar nisso.

No fim nenhum monstro foi encontrado, provavelmente porque os Orcs se alimentam desse monstros e eles foram caçados.
No último dia de viagem Kurio acordou, confuso, vomitando e sem equilíbrio nenhum.
Nós explicamos a ele o que aconteceu e onde estávamos.
Mesmo ainda passando muito mal ele estava bastante feliz por ter sobrevivido.

— Lutar contra Renegados e sobreviver... É uma história e tanto, hein? - Brincou Kurio enquanto contávamos sobre o ocorrido.

Myuka parecia se segurar para não chorar enquanto abraçava Kurio.
Eu não tinha ideia de quão próximo eles eram até ver um deles quase morrer.
Mesmo eu senti uma forte agonia em imaginar que Kurio poderia não sobreviver, mesmo depois do tratamento que demos à ele.
Tanto que foi para mim um alívio muito grande ver ele acordado novamente e ainda por cima fazendo piadas.

No final daquele dia, enquanto montávamos o acampamento, Kurio já estava começando a melhorar, não vomitava mais e conseguia andar sozinho.
Porém ele estava quieto em um canto, cabisbaixo, então Louyi foi até lá perguntar como ele estava se sentindo.

— Meu braço, eu não consigo mexer nem sentir ele. - O braço direito de Kurio estava enfaixado e sendo suportado por um tipoia.
— Dê um tempo, uma hora ele voltará a mexer. - Respondeu Louyi.

Nós fomos dormir como de costume, comigo assumindo a guarda que seria de Kurio.
Quando eu estava em minha guarda, a fala de Kurio ficava ecoando em minha cabeça.
Até que escutei Kurio resmungando em seu sono.
Notei que ele voltou a ter febre, não tão forte quanto antes, mas nos fez tratar sua febre durante nossas guardas.
E assim acabou a penúltima noite antes de chegarmos em Fargath.


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Notas finais do capítulo

Caso encontre algum erro gramatical ou de digitação, fique à vontade para me enviar a correção.
Agradeço profundamente qualquer apoio.



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