A nova vida de uma alma sem lembranças escrita por DaiKenja


Capítulo 22
Capítulo 22 - A imortal.


Notas iniciais do capítulo

Postagem: 2020/10/10 23:56
Revisão: 2021/05/16 20:05



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Já estava na hora de voltar a pegar a estrada.
Como de costume, eu acordei no primeiro sinal de claridade.
Comi minhas frutas, meditei e preparei minha bagagem.
Taime acordou quase que junto a mim e já foi preparar a carroça.
Não havia muita coisa para preparar, pois ela já estava pronta, ele só precisava montar os cavalos na carroça, que estavam descansando soltos em algo parecido com um estábulo, mas no estilo que só os Elfos da Floresta poderiam criar.
Então nós partiríamos de Marima em direção ao Baluarte de Fargath, um cidade de Orcs de pele verde, e depois iríamos para a capital, que ficava fora da floresta onde nós vivíamos.
Os Orcs desse Baluarte, apesar de bravos guerreiros e adorarem uma luta, eles não eram agressivos e só lutavam por diversão ou em guerras e batalhas que eles consideravam justas.
Eram o que eu poderia chamar de Guerreiros Honrados.
Pelo menos foi isso que eu ouvi quando perguntei sobre.

Depois de terminar de preparar minhas coisas, ainda sobrou um tempo até estar tudo pronto para a viagem, então eu decidi passear pela Aldeia Marima mais um pouco antes de deixá-la.
Analisando um pouco mais, entendi que as frutas que iluminava a aldeia absorvia magia da árvore e usava para gerar luz.
Enquanto passeava, encontrei uma velha elfa meditando no chão.
Era uma visão estranha, pois era difícil um Elfo chegar a ficar com aparência de velho.
Essa elfa parecia uma mulher de quase 50 anos, ainda muito saudável, parecia muito mais nova que Mayi.
Ela era a única que não estava dentro de casa nesse horário, pois era muito cedo ainda e não havia clareado.
Enquanto meditava, ela cantava usando palavras que eu não entendia.
Percebi que era um encantamento, pois também era possível sentir a magia emanando do corpo dela.
Não quis atrapalhá-la, mas queria continuar escutando sua canção.
Apesar de ser um encantamento, a musica que ela fazia era bela e muito agradável.
Então eu sentei um pouco distante dela, no chão também, e fechei meus olhos para apreciar a musica.

Pouco tempo depois o encantamento acabou.
Eu abri meus olhos, mas ela ainda estava sentado no chão na mesma pose com os olhos fechados.
Eu senti que ela já havia notado minha presença.
Então ela falou sem sequer abrir os olhos.

— A criança que sobreviveu, você deve ser, certo? - Sua voz era estranha, pois era grave demais para uma Elfa, mas não era rouca.
— Sim, muito prazer, meu nome é Dinus. - Eu respondi me curvando, mesmo sabendo que ela não estava me olhando.
— Maari'ima, meu nome é. A protetora dessa aldeia, eu sou.
— Então esse encantamento é uma magia de proteção?
— Isso mesmo, uma magia que as árvores encanta, fazendo com que aqueles com más intensões na floresta se percam e aqueles com boas intensões, se encontrem. - Então ela abriu os olhos lentamente e me encarou por um instante. - Minha idade, você deve estar se perguntando, certo?
— Eu não... - Mal tive a chance de terminar e ela continuou.
— Vergonha você não precisa ter. Acostumado com essa pergunta, eu estou. - Um pequeno sorriso surgiu em seu rosto. - Minha idade eu não sei. Mais de 3000 anos eu acredito ter. Desde antes dos Renegados viva eu estou.
— Muita sabedoria você deve ter. - Tentei ser gentil em minhas palavras.

Mais de 3000 anos de vida. É muita coisa.
Eu não consigo imaginar o que deve ser estar vivo por todo esse tempo.
Quantas pessoas ela deve ter conhecido.
Quanta coisa ela não deve ter vivido.
Enquanto eu viajava em meus pensamentos, a elfa voltou a falar.

— Muita curiosidade em você eu sinto, muita vontade de aprender você tem, mais do que qualquer outro. - Os olhos dela estava aberto e seu olhar transmitia uma sensação de serenidade.
— Isso é verdade.
— Magia de proteção eu posso te ensinar, se magia de vento você puder usar.
— Eu ficaria honrado.

Então ela me ensinou uma magia de proteção de vento.
O encantamento era um pouco grande, mas ela explicou de maneira que foi fácil de decorar.
Porém quando eu usei, eu senti a magia sendo sugada de mim, só que nada parecia acontecer.
Foi aí que ela jogou uma pedra em mim, então eu senti a magia usar o ar em minha volta para defletir a pedra, criando bolha de vento no local onde ela me atingiria.
Eu percebi que eu poderia melhorar essa magia, fazendo-a consumir magia apenas no momento que eu era atacado, porém se eu usasse o encantamento ela seria uma magia passiva, defendendo-me sem que eu precisasse prestar atenção.

Logo depois de aprender, Myuka apareceu para me avisar que estávamos de partida.
Eu me virei para agradecer Maari'ima, mas ela havia desaparecido.
Procurei à minha volta, mas não pude encontrar sinais dela, como se ela nunca tivesse passado por lá.
Então nós deixamos a aldeia.
Só na carroça que eu percebi que o nome da aldeia levava o nome daquela elfa.


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Notas finais do capítulo

Caso encontre algum erro gramatical ou de digitação, fique à vontade para me enviar a correção.
Agradeço profundamente qualquer apoio.



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