Outubro de 2032  

— Posso falar com você, Júlia? — Pergunto parando ao seu lado no armário. Ela vira a cabeça me olhando 

 _ Claro — Ela responde sorrindo voltando a guardar seu livro no armário.  

— Você sabe por que o Thomas não está falando comigo? — Júlia franze a testa fechando o armário se virando pra mim  

— Desculpa Sarah, mas ele não me disse — Respiro fundo olhando para minha esquerda tentando não ser rude com ela — Eu sei que você sabe. Mas tudo bem — Falo voltando a olhar a deixando sem graça — Até mais tarde — Volto a falar saindo em seguida quando vi Thomas vindo em nossa direção com a cara irritado como sempre. E como não queria discutir com ele

 Sigo pelo corredor até sair para o estacionamento. Graças aos céus a manhã passou rápido, eu não aguentava mais assistir aulas. Agrr! O dia estava frio e ventando, mas sem chuva o que não quer dizer que não vá chover a qualquer momento. Afinal aqui é La Push onde chove a maior parte do ano. 

 _E aí, quer carona? — Olho para direita ao ouvir a pergunta parando de andar  

—Eu até aceitaria, mas seu carro não entra na floresta — Respondo apontando para a trilha mais à frente. O mesmo faz careta.  

— Entra aí. Nós vamos também— Emma fala sorrindo colocando a cabeça para fora da janela— Não faz essa cara. Além do mais nós viemos te chamar para ir com a gente fazer um lanche. — Ela fala ao ver minha cara de desgosto. Eu precisava caça. Mas queria ir sozinha. — Mamãe disse que tem leões da montanha por perto — Ela volta a falar sussurrando como se contasse um segredo.  

—Tá bom — Falo vencida entrando no carro no banco de trás, ainda a ouvir bater palmas — Não quero nenhum dos dois perto de mim, entendido? — Falo depois que Jayson para o carro no acostamento, mas dentro da floresta e longe da escola. Os dois me olharam confusos, mas concordam — Ótimo! — Volto a falar começando a entrar na floresta com os dois atrás de mim. 

— Dom disse que você tem dificuldade com isso — Emma fala depois de um tempo. Paro de andar me virando para ela a olhando séria. — Ah ele não entrou em detalhes, ele  

— Ele só disse "Fiquem de olho nela quando for caçar. Ou a levem junto" — Jayson fala tentando imitar a voz do Dominic 

 _ Porque você tem dificuldade — Emma volta a falar sorrindo de leve —Tá tudo bem Sarah. Somos seus irmãos e te entendemos. Também somos vampiros — Suspiro sorrindo em seguida os fazendo sorrir aliviados ao perceber que não fiquei irritada 

 _ Não é dificuldade. Eu só não consigo aceitar bem isso. Eu evito o máximo que consigo sem me alimentar. Mas eu sei que é errado — Falo ainda os olhando — Eu não sou como vocês que conseguem ficar meses sem se alimentar de sangue. Eu preciso todos os dias. Mas 

 _ Você tem nojo do sangue — Jayson fala como se fosse óbvio. Concordo com a cabeça desviando o olhar para o chão 

 _Mas não importa. Vamos logo, eu ainda tenho que trabalhar — Eles riem começando me seguir  

—É a primeira vez que vejo um vampiro que não goste de sangue — Jayson fala divertido  

—Vale lembrar que o vampiro em si é parte lobo Quileute e lobisomem, e que ambos desprezam o vampirismo. Sem contar que passei anos os odiando — Falo enquanto pulava em cima de uma árvore os olhando. Os mesmos me olham confusos — Sabiam que os animais para o nosso povo são sagrados? — Pergunto os olhando sérios, eles discordam com a cabeça. — As histórias dizem que séculos atrás os Quileutes não só veneravam os lobos como também alguns animais que andavam pela floresta. Então prometeram protegê-los. Até que o primeiro transformo surgiu, e sem ter noção do que fazia ele o matou para se alimentar. Sua parte lobo estava faminta. Mas quando o chefe o descobriu logo pensou nos frios. Os frios alegaram que não tinha sido nenhum deles, mas o chefe não acreditava. Até que sem saber o lobo apareceu querendo matar os frios como vingança. Mas o que ele não sabia era que um dos frios podia ver além do que era dito… — Jayson e Emma estavam vidrados enquanto me ouvia. Se me perguntasse onde ouvir isso eu não saberia dizer. Às vezes eu sonho com partes dela, e as vez uma voz de mulher a conta para mim  

—Os frios eram os Cullens? — Emma pergunta curiosa  

—Eu não sei 

 _Como acaba? O que fizeram com o lobo? — Jayson questiona fazendo careta  

— Ele foi punido. Os frios podiam caçar em sua terra, mas não na nossa. Mas o lobo não só matou um animal que devia ser protegido, mas também matou em nossas terras. O que foi pior. E como punição o chefe o matou como forma de se desculpar com os espíritos. Séculos depois a tribo estava faminta e a única coisa capaz de saciar a fome deles era ele. A quem devia proteger. O novo chefe não sabia o que fazer. Ele perderia seu povo de fome se não fizesse algo. Então o chefe pegou seus melhores guerreiros e foram para a floresta. Ali no meio dela ele se ajoelhou e pediu aos espíritos respostas. Ele disse que se fosse da vontade deles que todos da tribo vivessem que ele os transforma-se em lobos ali mesmo, que seria uma forma dele saber que estava fazendo o certo em ir caçar o animal que eles deviam proteger —Paro de conta ficando séria. Deixando um suspense  

— Eles se transformaram — Jayson fala sério. Concordo com a cabeça mesmo não sendo uma pergunta. 

 _ Por que caçar aquilo que eles protegiam? Não faz sentido — Emma questiona confusa. Acabo sorrindo  

—Porque se eles não tivessem os mantido seguros ao longo dos anos. Naquele momento a tribo Quileute teriam morrido todos. — Falo dando de ombros 

—Onde ouviu essa história? O papai nunca contou — Jayson questiona confuso 

Salto da arvore caindo em pé no chão os olhando —Eu não sei. Acho que foi um sonho bem maluco. — Respondo voltando a andar —Agora vamos antes que eu mude de ideia — Nenhum dos dois falaram nada. Apenas concordou com a cabeça me seguindo.  

(...) 

—Que cara é essa, Sarah? —Essa foi a primeira coisa que Renesmee pergunta quando passamos pela porta de casa. Desvio o olhar da escada a olhando a vendo sentada na mesa com o notebook na frente com caderno e livro – Deveria estar estudando –Mais logo se levanta vindo em direção a sala me olhando preocupada.  

A quatro semanas eu estava morando aqui. A quatro semanas que ele está viajando. Ao que parece não deu para resolver o que tinha que resolver em uma semana.  

Renesmee não se opôs quando a perguntei se podia morar aqui. Ficou surpresa claro, mas logo disse que sim. Que eu era bem-vinda. Ela disse que eu nem precisava estar a fazendo aquela pergunta.  Em três dias me mudei. Foi o tempo que eu precisei para ajeita minhas coisas e trazer para cá. Emma logo disse que me ajudaria com a mudança toda feliz. 

Quando contei a Tia Rachel e Tio Paul eles ficaram supressos. Tia Rach ficou feliz por eu dar esse passo, Paul ficou de cara feia mais não se opôs. Mas eu sabia que era só implicância com o Jacob. Quem não gostou muito foi o Thomas, e ele nem tentou disfarçar. Mais eu sei que esse não é motivo para ele estava me evitando

Suspiro indo até a ponta da escada sobre o olhar confuso dela, paro escorando no corrimão a olhando — Você costumava dizer que era legal ser vampira quando era pequena. Eu discordo de você — Falo a olhando descrente. Ela faze a testa e olha para os filhos que estavam com a boca em linha reta tentando não falar nada — Animais fedem. Eu odeio admitir mais sangue humano é melhor —Ao me ouvir fala ela me olha seria, até mesmo me repreendendo com o olhar como uma mãe faria. Mas eu sabia que ela não falaria o que ela queria dizer  

—Sarah 

—Eu vou tomar um banho —Falo a cortando antes que ela falasse algo. Volto a subir as escadas sem olhar para trás, mas eu a ouvir suspirar. 

Estávamos bem. Bem até de mais, o que fazia as pessoas acharem estranho. Ao menos os mais jovens. Não que eu fale sobre isso, mais quando eu era pequena antes dos ciúmes que eu tinha dela com o Jacob, eu podia dizer que éramos amigas. Quer dizer temos a mesma idade cronológica, mais o fato dela ter o crescimento acelerado ela sempre foi a mais velha, até mesmo que Elizabeth, ao menos na aparência. Nessie sempre esteve presente. Sempre ajudou o Jacob a cuidar de mim. Quando ele precisava trabalhar na oficina ou ficar na ronda, ela sempre se oferecia para cuida de mim, claro que Bella sempre estava de olho a ajudando. Afinal Renesmee era uma criança também. Pode parecer estranho mais me lembro dela me arrumando para uma noite de pijama no chalé, dela fazendo transas no meu cabelo, de Elizabeth me ajudando a fazer um desenho... 

Balanço a cabeça afastando essas memórias indo direto para o banheiro tomar um banho. Eu me sentia imunda. Conseguir me alimenta, não vomitei como das outra vez, o que foi ótimo. Mas ainda assim eu me sinto mal.  

Estava penteando meus cabelos quando alguém bate na porta —Posso entra? —Coloco a cabeça para fora do closet olhando em direção a porta vendo Renesmee apenas com a cabeça para dentro do quarto —Jake ligou —Ela fala entrando no mesmo quando disse que podia entrar. A olho confusa voltando ao espelho. A escuto vim em direção a porta do closet parando no batente se escorando me olhando de braços cruzados —Ele disse que se tudo der certo ele volta amanhã 

—Foi o que ele disse nos últimos dias — Falo a olhando através do espelho, a mesma faz careta suspirando em seguida  

—Ele já queria ter voltado. Sabe disso — Renesmee fala me olhando com um meio sorriso — Ele também disse que você parou de atendê-lo 

—Estou ocupada quando ele liga. Não sei se ele lembra mais ele deixou uma oficina para mim administra — Falo deixando a escova na mesa passando por ela indo em direção ao quarto. A verdade é que eu estava o evitando mesmo. Des do dia que ele disse que ia estender mais a viajem. O que ocasionou de eu não dizer a ele que me mudei para cá. E também disse para ninguém conta. No fundo eu queria que fosse surpresa, e acho que mesmo não dizendo as pessoas intenderam. —Eu tenho que ir —Falo pegando minha chave e celular saindo do quarto em seguida.  

(...) 

—Tomem cuidado com isso —Escuto Quil falar assim que passo pela porta da Oficina 

—O que aconteceu? — Pergunto confusa o vendo olhar preocupado para cima 

—As vigas estão soltando — Ao ouvi-lo olho para cima vindo a viga que prendia o cabo do suporte que levantava os carros meio solto — Avisei a todos para não mexer ou se aproxima daqui. Podemos conserta, mas não dá para mexer agora com humanos aqui. Já avisei ao Collin, assim que fechar a oficina nós concertamos — Quil fala baixo só para mim ouvir me olhando 

—Está bem —Concordo analisando o estrago —Eu posso ajudar também  

—Ok. Como foi o colégio? —Ele pergunta passando seu braço pelo meu ombro me abraçando de lado enquanto íamos em direção ao balcão  

Suspiro o abraçando também, fazendo careta em seguida —Uma chatice. Eu tinha me esquecido de como aquilo é chato e entediante — Falo o fazendo rir discordando com a cabeça  

—Só falta mais alguns meses, passa rápido — Quil fala beijando de leve minha cabeça — Eu tenho que ir. Prometi a Claire que iria com ela e a Liz em Seatlle hoje 

—Nos vemos depois então. Diz para Liz que mandei um beijo — Falo sorrindo me afastando dele 

—Falo sim. E está devendo uma visita  

—Prometo aparecer depois — Falo o vendo se afasta. Quil concorda com a cabeça me mandando um beijo. Sorrio mais.  

—Espero que ele não esteja dando em cima de você, porque ai teremos um problema  

—Ele pode tentar, mas eu amo outro homem — Falo sentindo os braços de Nathan passando pela minha cintura enquanto ele beija me pescoço  

—E eu posso saber quem é? — Me viro para ele passando meus braços pelo seu pescoço levando minha mão direita aos seus cabelos da nuca 

—Você — Sussurro lhe dando um selinho que logo virou um beijo mais intenso. O que não durou muito pois logo depois deu um estrondo nós fazendo se afasta  

—THOMAS CUIDADO — Me afasto de Nathan olhando para trás ao ouvir o grito da Julia, vendo Thomas olhando para cima onde estava o suporte se soltando. Tudo parecia em câmara lenta, mas foi só alguns segundo. Eu não pensei em nada depois disso, nem nos humanos que estava ali. Quando eu vir eu tinha usado minha velocidade para ir até eles os empurrando para longe, já que Julia tinha ido em direção a Thomas, na intensão de tirá-lo de lá 

—SARAH — Escuto Nathan grita quando o suporte cai batendo no chão com tudo. Eu não vir o que era, eu apenas sentir rasgando minha pele