Lua Crescente escrita por Starfall


Capítulo 7
Invasor


Notas iniciais do capítulo

Oie!
Estou de volta, e com um capitulo cheio de emoções!
Não vou me demorar, boa leitura!



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O clima entre os lobos estava muito tenso enquanto eles se organizavam para ir até Forks ajudar na procura do garoto que sumiu, Riley. Eu estava com uma sensação ruim, como se algo estivesse para acontecer, e eu não conseguia sair do lado de Jake.

         Depois de Sam definir quem ficaria comigo e Emily para nossa proteção, além de Jake e Jared ele achou que Embry ainda era novo demais para acompanhar os outros, tanto de idade quanto de tempo transformado. Ninguém estava muito no clima para conversas, e Jake e Embry ficaram na sala jogando videogame enquanto Jared estava patrulhando o terreno em forma de lobo.

         Fui para a cozinha e ajudei Emily a preparar uma quantidade absurda de comida, e eu sabia que era antecipando que a alcateia voltaria muito cansada e com fome da busca. Enquanto Emily terminava de assar bolinhos, eu terminava de fritar filés de peixe para nossa janta. Organizei tudo na mesa, pedindo orientação para achar os pratos e talheres. Quando terminei de arrumar, fui até a sala e me apoiei no sofá atrás de Jake, colocando as mãos em seus ombros.

         O movimento fez com que ele ficasse imóvel e eu percebi o que fiz segundos tarde demais, sendo algo tão natural que me assustei. Mas por ter me assustado e por perceber Jake imóvel sob minhas mãos eu deixei que elas ficassem lá, o que fez com que sua respiração ficasse irregular.

— A comida está na mesa, meninos. – chamei, retirando as mãos do ombro de Jacob quando Embry se virou para mim – Vocês vão chamar Jared?

— Vou comer primeiro e trocar de lugar com ele. – Embry respondeu, estreitando os olhos em minha direção, observando Jake imóvel

— Ótimo. – disse e voltei para a cozinha, quase que fugindo dos dois garotos na sala.

         Nós comemos em silêncio, somente os sons de talheres e respiração sendo ouvidos. Em minutos Embry já deixava seu prato na pia e ia para a porta de saída na cozinha, já tirando a camiseta para se transformar e deixar que Jared viesse jantar. Estava sentada ao lado de Jake, e já tinha terminado de comer quando senti sua mão gentilmente sobre a minha.

— Quer deitar, Bella? – ele perguntou, de forma delicada, parecia com medo da resposta.

— Claro. – respondi – Só vou ajudar Emily na cozinha e já vou...

— Pode deixar, querida. – Emily respondeu, com um sorriso aconchegante no rosto – O quarto de hospedes está pronto para vocês.

— Obrigado. – Jake disse, me puxando com ele para fora da mesa e em direção ao quarto.

         Ele esperou que eu entrasse no quarto e fechou a porta, dizendo para eu me trocar. Mexi na mochila até achar uma calça de moletom e uma camiseta de uma banda antiga que era da minha mãe, e que eu usava como pijama há alguns anos. Abri a porta delicadamente, com minha necessaire em mãos, e deixei que ele entrasse no quarto enquanto ia até o pequeno banheiro no outro lado do corredor para fazer minha higiene pessoal e voltei para o quarto, fechando a porta delicadamente atrás de mim e observando Jake deitado na única cama do quarto.

         Fechei os olhos e respirei fundo, sabia que o carinho que sentia por Jake estava se transformando e o medo era algo inevitável ao perceber isso. Não demorei muito para abrir os olhos e ir até minha mochila, guardando a necessaire e indo até a cama. Não seria a primeira vez que dormiríamos juntos, e eu sabia disso. Mas da outra vez eu estava passando mal, não tive tempo de pensar na importância do fato de passar a noite com Jake.

— Bella, eu não mordo. – ele disse, segurando minha mão e me olhando com os olhos castanhos – E a gente só vai dormir, já fizemos isso.

— Eu sei. – ele estava pensando na mesma coisa que eu – Mas... Eu tenho medo, Jake. – admiti baixinho, sentando na beirada da cama, evitando olhar para ele.

— Medo de que?

— De me machucar de novo, Jake. – admiti, sentindo um peso enorme sair de meu peito – De você ir embora. Quando ele se foi, quando todos se foram, eu não aguentei. Doía demais. Era como se eu não conseguisse respirar, como se mil agulhas estivessem sendo colocadas e tiradas do meu peito. E depois de um tempo tudo ficou vazio. E então eu me aproximei de você, e seus amigos me aceitaram sem nem pensar, e eu consegui voltar a conversar na escola. – respirei fundo, sabendo que o que falaria a seguir mudaria tudo – Mas principalmente você, Jake. Você se tornou meu sol, o calor que me mantém sã quando penso que estou enlouquecendo. Se você fosse embora, ou decidisse que não me quer por perto, eu não aguentaria. Não de novo, eu... eu nem sei o que faria. – senti meus olhos ficarem úmidos e lutei contra as lágrimas, respirando fundo algumas vezes antes de finalmente olhar para ele.

         A expressão de Jake me confundia, ele parecia com raiva, aliviado, feliz e angustiado ao mesmo tempo. Ele ficou me olhando por um bom tempo, até me puxar para si e me apertar em seus braços. Deixei que as lágrimas caíssem, sentindo a segurança de seus braços me envolver, sentindo o amor irradiar de seu corpo.

— Eu nunca vou embora, Bella. – ele disse contra minha cabeça, me empurrando levemente para olhar para mim, colocando as mãos em meu rosto – Você se tornou meu mundo. Você estava lá quando Billy explicou sobre o imprinting, Bella. Eu não conseguiria sair de perto de você, em nenhuma situação. E ver você sofrer me mata um pouco por dentro, e me faz ter vontade de caçar cada um daqueles sanguessugas que te magoaram, principalmente ele. – ele passou os dedos em minhas lágrimas, que escorriam livremente agora – Dói ver você se retrair quando alguém fala algo que te lembre deles, saber que você não consegue ouvir música. E me mata saber que por culpa deles você está em perigo, esteve em perigo. Mas eu prometo, Bella, que não vou embora. E que vou proteger você com a minha própria vida.

         Eu deixei que suas palavras fossem absorvidas, procurando em seus olhos por qualquer sinal de que não eram sinceras. Não encontrei. Parecia que horas tinham se passado quando soltei o ar que nem tinha percebido que segurava e deixei minhas mãos irem até seus cabelos, fazendo carinho. Jake deixou que as mãos caíssem até minha cintura, repousando ali delicadamente. Sem me permitir pensar no que estava fazendo, ou eu teria uma crise de pânico, me aproximei vagarosamente dele, respirando de forma irregular, e vi quando Jake percebeu o que faria, pois seus olhos ganharam uma chama que nunca tinha visto nele antes, e ele ficou completamente parado. Devagar, quase como que experimentando, encostei meus lábios nos de Jake. Com os olhos fechados, senti seu hálito amadeirado e suas mãos apertarem minha cintura, me puxando para si. Em instantes o beijo passou de casto para algo urgente, quase como se eu precisasse do beijo dele para continuar viva.

         Jake me puxou para seu colo, deixando uma mão em minha cintura e levando a outra para meu rosto, fazendo carinho com o polegar. Eu puxava seus cabelos, querendo que o beijo não acabasse. Cedo demais nos afastamos, e eu mantive os olhos fechados enquanto encostava minha testa na dele.

— Olha pra mim, Bella. – a frase sussurrada, junto do carinho em meu rosto, fez com que eu abrisse os olhos e encontrasse seus olhos com uma chama nova, diferente da que vi antes de beija-lo, quase como se estivesse em um estado de felicidade absoluto – Eu estou aqui, pra sempre. E você está segura.

— Eu sei. – respondi – Só tenho medo. Estou arrumando a bagunça que eu me tornei, Jake, mas demora... e é difícil. Mas você tem ajudado.

— Eu sempre vou te ajudar, no que você precisar.

         Com uma sensação de felicidade que não sentia há meses tomando meu corpo, e com a segurança que sempre sentia ao lado de Jake, deixei que ele nos deitasse e me apoiei em seu peito, sentindo ele puxar a coberta por cima de nós. O cansaço, não somente do dia, mas de tudo que aconteceu desde a maldita festa de aniversário, tomando conta de mim e eu dormi. Pela primeira vez em meses dormi tranquila, com sonhos sem sentido, normais. O rosto de Jake aparecendo em meus sonhos mais de uma vez, e sempre que aparecia trazendo uma sensação boa.

         Acordei com o som de vozes sussurradas perto de mim, e senti que estava sozinha na cama. Fiquei imóvel, imitando a respiração ritmada de quando estava dormindo, e tentei distinguir o que estavam falando.

— Ela está mal pra cacete, Embry. – a voz de Jake era baixinha, mas eu saberia que era sua voz em qualquer lugar – Mas isso não é nada perto do que descobriram. A ruiva tá caçando ela, cara. E vai ter uma hora que a gente não vai conseguir proteger ela.

— Eu sei, sei disso. – foi a resposta, também sussurrada – E Sam disse que ela tava lá dentro da casa dos Swan. Imagina se ela tivesse voltado para casa, a gente não teria conseguido chegar lá a tempo.

— Eu sei... Mas – Jake parou de falar e eu senti um peso na cama seguido da sua mão em minhas costas – Da pra saber quando você está acordada, Bella.

— Victoria estava na minha casa? – perguntei, sem me mexer, sentindo o medo tomar conta de mim – Meu pai está bem?

— Está. Ele está bem... – Jake me respondeu, e eu ouvi Embry saindo do quarto e fechando a porta atrás de si.

— Mas? – perguntei, sentindo que havia algo que não estava sendo dito.

— Mas o Velho Harry acabou de falecer. – foi a resposta que tive – Interromperam as buscas para se organizar. Billy mandou avisar a gente, e nós vamos até a sua casa para pegar uma muda de roupas para o Charlie, ele está na casa da Sue com meu pai, tentando acalma-la... – senti a pausa em sua voz.

— Tem mais alguma coisa? – finalmente me sentei, virando para olhar atentamente suas expressões – O que aconteceu, Jake?

— O filho dele, Seth, se transformou quando ouviu a notícia... ele é só uma criança, tem 14 anos... Está assustado.

         Respirei fundo e me levantei, colocando meu tênis e pegando minha mochila. Se a família dele precisava de apoio, então precisávamos nos apressar. Jake me seguiu, e percebi que não tinha mais ninguém em casa.

— Todos já foram para a casa da Sue. – Jake me informou, vendo a pergunta em meus olhos. O jeito que ele disse isso me fez pensar que alguma coisa a mais teria acontecido, o que me deixou mais em alerta ainda.

         Quando saímos, Jake trancou a porta e escondeu a chave no beiral da porta, me levando até o lado do passageiro da caminhonete e depois indo até o lado do motorista. Ele deixou sua mão em minha perna durante todo o trajeto, e ficamos em silêncio. Eu estava pensando em todas as pessoas em perigo e sofrendo por conta de minhas escolhas, no momento a mais evidente sendo o falecimento de Harry.

         Assim que estacionou na entrada de carros, Jacob enrijeceu no banco ao meu lado. Observei sua expressão, e vi que tinha algo desconhecido ali.

— Que foi? – olhei dele para minha casa, engolida em sombras – O que foi, Jake?

— Tem alguém na sua casa.

         Olhei a nossa volta e percebi uma Mercedes preta estacionada um pouco abaixo na rua, e meu coração parou. Era o carro de Carlisle. Ele estava aqui, na minha casa.

— Jake, o carro do Dr. Cullen está na rua. – apontei o carro pra ele – Acho que é seguro entrar, eles não me machucariam.

— Já machucaram, Bella. – ele rosnou, as mãos tremendo – Acho melhor a gente...

         Não deixei que ele terminasse de falar e sai do carro, correndo todo o caminho até minha casa, e encontrei a porta entreaberta. Hesitei com a mão na maçaneta, pronta pra empurrar a porta... Isso poderia ser um truque de Victoria, poderia estar me fazendo de idiota como James fez em Phoenix. Balancei a cabeça e abri a porta, me recusando a pensar nisso, e vendo de relance que Jake estava vindo a passos rápidos em minha direção. Acendi a luz e em segundos Alice estava na minha frente.

— Bella! – ela falou, a voz alta demais, me puxando para um abraço – Gostaria de me explicar como você está viva!?

— Oi? – estava em choque, sem reação, não sabia o que sentir com Alice em minha frente, não estava esperando ela em minha casa.

— Eu vi Victoria dentro do seu quarto, Bella! E depois disso não consegui mais te ver! – sua voz estava beirando o histerismo – Achei que tivesse morrido!

— Não morri. – disse, dando um passo para trás e levando minha mão para trás de mim, procurando Jacob, que segurou minha mão, o que fez o gelo em meu peito diminuir – Estou bem. Mas tenho algo para fazer, com licença. - apertei a mão de Jacob e empurrei Alice para uma caixinha, evitando pensar nela ou eu quebraria aqui mesmo.

         Deixei Jake na sala com Alice, ambos se encarando com ódio, e subi as escadas de dois em dois degraus. Fui direto para  quarto de Charlie, abrindo as gavetas e pegando uma camiseta. Ao me virar para deixar a camiseta na cama e procurar uma calça, meu corpo travou. O medo tomou conta de mim, fazendo com que a minha voz não funcionasse, com que minha respiração ficasse descontrolado e que a camiseta caísse de minhas mãos. Victoria estava aqui. E me olhava com um sorriso sádico, me lembrando demais de James. Merda!


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Notas finais do capítulo

E aí, gente? Muita coisa pra processar, eu sei!
Mas me contem, o que acharam?
Primeiro beijo da Bella e do Jake. Eu achei um momento de carinho muito lindo, sério. ela falar sobre o que passou com ele é algo tão intimo, eu amei.
E esse final? Ansiosos?? Bom, eu perguntei o que vocês achavam da Bella se tornar vampira, vamos ver o que vai acontecer, né?
Até logo! ♥



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