Our District| : The White Gate escrita por LittleWenee


Capítulo 2
I Wanna Go Home; Afraid


Notas iniciais do capítulo

Oioi! Espero que estejam gostando e achando curioso mesmo sendo apenas o segundo capítulo ~

Boa leitura!



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Completamente isolado, não se ouvia um som de poeira. O quarto era tão bem fechado que o mais novo podia ouvir seu coração trabalhando.

Tumtum-Tumtum-Tumtum

Chegava a ser assustador, estava acelerado com a ansiedade, com o medo do desconhecido. O número 9, Yang Jeongin, novo membro do setor 4, estava apavorado e paralisado em sua cama, sentado e agarrando o tecido de sua calça. Percorreu com os olhos ao redor do quarto completamente branco, era tanta claridade que machucava seus olhos. Teria que se acostumar com aquilo? Ser moldado por mãos desconhecidas? Mas uma coisa que não saia de sua cabeça, era o que havia visto antes de chegar em Equal Future.

Ao sair de casa, Jeongin saiu sem malas, não era permitido qualquer pertence pessoal na fábrica; permaneceu sentado, sozinho naquele ponto de ônibus, que era apenas usado para jovens que iriam para Equal Future, ele era o único naquele dia, isso era má sorte. Estava com um olhar triste fixado ao chão, lembrando do rosto de seus pais orgulhosos e ao mesmo tempo tristes em ver o garoto indo embora. Aquilo não fazia sentido a ele, mas sabia que se continuasse com esses pensamentos, acabaria se perdendo muito fácil lá dentro. Todo novato chega sem saber de nada sobre Equal Future e ele estava com medo do que iria enfrentar.
O som da noite era calma em Miroh, apenas se escutava grilos e aves noturnas ao longe, sem contar a leve brisa de outono que passava nos arbustos e árvores ali perto, a rua era vazia, por completo, não havia casas ao redor, apenas gramado e árvores, a cidade ficava mais para trás. Olhava para os lados sentindo suas mãos ficarem frias pela noite que a cada minutos que passava, ficava mais gelada. Juntou elas e levou a seus lábios soprando para esquentar, mas logo virou a cabeça rapidamente ao escutar o som do ônibus ao fundo da estrada. Jeongin pensou em correr, entrou em um leve pânico, mas sabia que poderia ser perseguido pelo governo de District inteiro.
O velho ônibus banhado em prata desgastado, rangia como lata-velha, parava em frente ao ponto, o garoto permaneceu sentado olhando assustado, sua respiração estava pesada e trêmula, se ele entrar, não tinha mais volta. Se levantou e a porta se abria, o motorista era um dos Homens de Brancos, cientistas, ficou encarando o menor que fazia um aceno se sentindo intimidado com aqueles olhos debaixo dos óculos de proteção. Por fim, subiu no veículo, olhou para o corredor de cadeiras e estava completamente vazio. Não era uma boa sorte ir para Equal Future sozinho, Jeongin sentia um pânico crescer mais ainda dentro do seu peito, o que fez sua mão subir ao tórax apertando o tecido da roupa, como se seu coração fosse sair para fora. O ônibus começou a andar sem avisos, Jeongin quase caia para frente, mas acabou se segurando na barra ao lado do motorista que não dizia uma palavra sequer. O garoto olhava o sujeito com o rosto surpreso pensando, como eles viviam daquela forma? Não diziam uma palavra? Será que são robôs? Andou até uma poltrona aleatória, não era confortável, mas não hesitou em sentar ao lado da janela. Uma cena melancólica, noite fria, um garoto confuso, triste e com medo, com o cotovelo apoiado no braço da poltrona e seu queixo pousava na palma de sua mão enquanto a ponta de seus dedos tocavam em suas bochechas.

“Equal Future! Um projeto de vida! Quer que seu filho seja um destaque em Equal Future? A regra para vocês, pais, é educá-los de forma severa e rígida. Faça com que tenham a ideologia de que eles precisam ser melhores que o próximo e vencer qualquer obstáculo! Uma crianças sábia, será um adulto sábio”.

O áudio assustou o garoto que deu um pulo na poltrona desconfortável, mas logo voltou em sua posição. Ouvindo aquilo se lembrava da educação de casa, sua mãe e seu pai não educam dessa forma… será que eles seriam apagados se descobrissem? Bem, tanto faz, aquilo não entrava na cabeça de Yang.
Adormeceu por um breve período de tempo quando já estava perto da fábrica, a paisagem já era apenas de campos verdes e bosques, colinas e campos de flores. Novamente foi acordado com a mesma mensagem de propaganda de Equal Future, abriu os olhos e bocejou sem se mexer direito, janela afora pode ver o ponto de ônibus, deviam ser quase onze da noite, estava bastante escuro. Antes mesmo do ônibus parar, Jeongin viu a figura branca sentada no banco olhando para o veículo, como se esperasse. Teria alguém o esperando? Levantou a cabeça curioso e seu coração foi parar na garganta quando observou.

– O que…?! - Saia de sua boca de forma quase engasgada enquanto seus olhos se tornaram enormes por conta do susto.

A figura era exatamente ele, como um clone! Jeongin estava boquiaberto, como aquilo era possível? Era alguma provocação ou teste da fábrica para os recém-chegados? Era uma sensação de ansiedade, medo, curiosidade subindo por sua garganta. Podia sentir suas mãos trêmulas!
Lentamente se levantava sem querer tirar os olhos do seu próprio Eu, que não saia do lugar. A porta do ônibus se abria e o garoto tratou de sair em disparada, logo descendo e correndo até a figura que por surpresa, ainda estava ali.
Os passos se aproximando eram curtos e medrosos, o corpo levemente curvado para poder ver o rosto e ter certeza que era um clone seu. Era como um sonho, até deu em si mesmo um tapa no rosto.

– Olá…? - Dizia baixo, não resultou em nada. Tratou de aumentar o tom de voz. - Olá?

A figura virou o rosto para ele, uma feição surpresa estampava e aquilo fez Jeongin dar um passo para trás. O clone lhe deu um sorriso labial, como se estivesse aliviado em vê-lo, se levantou e andou em direção ao garoto que assustado, completamente assustado! Se afastava andando de costas, até bater contra um poste. Os olhos arregalados mostravam o medo, a respiração acelerada e pesada, suava frio, não podia ser um sonho!

– Quem é você?! E por que se parece comigo?! - A voz trêmula de Jeongin saia falhada. - O que quer de mim?!

– Jeongin. - A mesma voz, era a exata mesma voz do garoto, aquilo fez o mesmo paralisar. - Não pareço com você. Eu sou você e eu não tenho tempo.

– Tem-tempo de que?

O clone agarrou os ombros do garoto, impedindo qualquer fuga, o que fez Jeongin se debater, mas ao sentir os dedos apertando mais contra sua derme, parou para ouvir.

– Não acredite neles, jamais.

– Neles? - Franziu o cenho, já imaginava que era da própria fábrica.

– Confie naqueles que olham, te escutam. - Largou os ombros do mesmo e apontou para o céu. - As luas, sempre estejam de olhos nelas.

– Elas? - O garoto cerrou os olhos observando a lua minguante. - Mas...só vejo uma.

– Ainda não é a hora. - Voltou a segurar os ombros. - Eu sou você. Eu sou Yang Jeongin, assim como você. Vá para a fábrica e quando souber de coisas a mais que os demais...não diga nada.

Se afastou de Jeongin que estava com uma feição confusa. Que diabos foi aquilo? O seu outro Eu saia correndo para longe, desaparecendo na escuridão do local desértico. Yang passou a mãos pelo rosto dando leves tapas no rosto.

– Estou enlouquecendo. Preciso dormir.

Se encolheu cruzando os braços e foi andando em direção que a placa dizia, apontando para uma passarela asfaltada em branco, ao fundo, era possível ver aquele enorme local.

O assunto das duas luas não parava de rodar na cabeça do menor que insistia a si mesmo em não olhar novamente para o céu, esperando que fosse ver. Quase xingava alto, era teimoso até para si mesma. Parou de andar, respirou fundo por alguns segundos; a lua estava atrás de si, relaxou os braços e se virou ainda olhando para baixo. Ergueu a cabeça e avistou a lua...as luas.

– O que…?! - Aquilo o fez cair para trás. - Como isso…?!

Uma lua vermelha estava alinhada horizontalmente em uma distância curta com a lua branca. A respiração de Jeongin voltou a ser acelerada e estava assustado, era muita coisa acontecendo. O silêncio do local o fez entrar em desespero, estava em crise de pânico, sentia que algo crescia dentro de si, como se alguma coisa fosse acontecer, então logo tratou de se levantar e sair correndo pela grande passarela, em desespero, sentia que a lua o observava e persegui-se.

Voltando ao quarto branco, Jeongin estava deitado, já pronto para deitar, pensando em tudo isso que acontecerá só naquele dia. Era loucura, assustador e confuso, mas não tinha saída, ele tinha que entender. Ouviu alguém batendo em sua porta, levantou a cabeça se assustando com o som espontâneo. se levantou e foi devagar abrindo uma pequena janela que eles tinham na altura de seus rostos, já que a as portas são apenas abertas nos horários corretos. Era o rosto era do número 8, Hwang Hyunjin, que sorriu nervoso ao ver que foi atendido.

– Achei que estava dormindo. Hesitei antes de bater. - O menor não respondeu, o que fez Hwang se sentir um pouco perdido desviando um olhar confuso levando a mão na nuca. - Deve estar assustado, então… eu tenho uma barrinha de chocolate.

O mais velho mostrou ao lado do rosto a barra e sorriu labial, Yang olhou o doce e depois o rosto do mais velho novamente.

– Não gosto de chocolate. - Por fim respondeu com uma voz seca.

– Ah…! - Fez Hyunjin olhando para o lado e ria, completamente sem graça. - Normal! Desculpe, deveria ter perguntado, antes, eu…

– O que quer? - Cortou o mesmo que olhava surpreso, quase que ofendido.

– Eu? - Engoliu seco. - Nada, eu… só vim falar um pouco com meu vizinho antes de irmos dormir.

– Agradeço em ver que me oferece sua amizade, mas… - Jeongin desviou o olhar. - Estou realmente exausto.

Tem razão, deve estar mesmo, desculpe o incômodo. - Hyunjin suspirou, mas logo sorriu se despedindo. - Te vejo amanhã.

Quando o mais velho saiu, Jeongin o observou ir embora. Não era de recusar amizades, mas também não estava afim no momento, mesmo que 8 parecesse um cara legal. Fechou a janela depois de um longo suspiro, aquilo era só o começo de um pesadelo, ele sabia, só não estava preparado. Voltou a cama e se deitou, notou que o colchão não era dos melhores, o que incomodava o menor já que sempre dormiu em uma cama de mola e não espuma. Ouviu a porta do quarto número 8 se fechando e logo depois, quando bateu exatamente onze horas da noite, as luzes foram apagadas e fez Jeongin tomar um susto e se encolher ali. Pobre coitado, estava apavorado, não iria conseguir pregar os olhos. Bem, isso se encaixava mais no cotidiano do quarto 1; Christopher.
Chris não dormia, literalmente passava a semana dormindo apenas 6 horas… a semana inteira. Tinha preocupações inúteis percorrendo sua cabeça de madrugada, que sempre o fazia acordar; tinha sonhos loucos e assustadores, pareciam visões, mas nunca aconteceram, então nunca acreditou delas, mas o aterrorizavam. Tentou dormir desta vez, novamente, era só alguns minutos com os olhos fechados que sua cabeça começava a doer e imagens passarem por seus olhos; jovens sendo queimados vivos, sendo jogados por um penhasco, largados com frio e fome no exílio, mas esses jovens eram seus amigos. Seu setor. Tudo isso era feito pelos Homens de Branco, era como se… ele sentisse que possível acontecer e isso era aterrorizante, ainda mais sendo seus amigos. Christopher acordou em um susto, rapidamente se sentando na cama encharcado de suor, a camisa branca do pijama molhada, todo seu peitoral e até o travesseiro. A respiração era rápida, pesada e alta, até gemia agoniada enquanto tentava pegar ar e tirar o suor que caia nos olhos. Levou as duas mãos aos cabelos se encolhendo ali mesmo na cama.

– Merda… - Reclamou ele angustiado, as imagens ainda passavam pelos seus olhos quando fechava. Não sabia do porquê desses "sonhos", ficava louco por uma responde que não poderia obter ali.

Assim que levantou a cabeça, novamente começou a latejar e dessa vez um zumbido o ensurdeceu por alguns segundos, o fez levar as duas mãos as laterais da cabeça enquanto fechava os olhos com força e gemia agoniado rangendo seus dentes. A sensação de pavor e ansiedade extrema… era apenas mais uma noite para Christopher.
As noites também eram difíceis para Han, que não parava de se virar na cama, tirava camisa achando que era calor, mas depois tinha frio e se cobria por inteiro novamente. Jisung tinha problemas de ansiedade para dormir, com medo do dia seguinte e tudo isso era culpa do lado mais sombrio da fábrica que conheceram e tinha muito haver com os sonhos loucos de Christopher. Sinceramente, o garoto tinha problemas sérios psicológicos e isso já vinha de casa, Equal Future não ligava para isso, dizia mais que era problema seu e frescura, não tinham tempo para "curar" essas doenças. As vezes o garoto pensava em não querer nem acordar no dia seguinte, escondia esse seu lado macabro, mas… não queria deixar os garotos preocupados e perder a cabeça, pensar em ser mandado para o exílio, o fazia enlouquecer.
Nenhum dos meninos sabiam exatamente o que Equal Future tinham a oferecer para seus futuros perdidos, a única coisa que sentiam era a sofrência de sempre dar seu melhor, mas nunca mudar de nível. Isso é uma coisa que estressa muito Lee Minho, desde sua infância foi colocado em sua cabeça que deveria sempre melhorar, o que fez levá-lo á uma certa obsessão em ser O Melhor, mas desde conheceu Christopher, que lhe deu boas surras de como não ser hipócrita e egoísta, tende a não ser mais assim, porém… o programa o deixa louco de inveja. Minho amava Chris, como um irmão, mas tinha inveja de suas capacidades e especialmente pelo reconhecimento, mesmo sendo falso, dentro de Equal Future.
Se estão curiosos com Seo Changbin, digamos que ele não gosta de fazer amizades e que os garotos são seus únicos amigos, em toda sua vida. Sempre foi anti social, por ter sido severamente maltratado dentro de casa e escola, injustiçado só por ter uma aparência exótica, como diz ele. Changbin é muito próximo de Woojin, o mais velho, que já esteve no mesmo barco que o mais novo e queria estar lá por ele, ajudando e dando forças. Woojin sempre foi forte como um urso, sempre vê a vida com otimismo e positividade que florescem em seu sorriso simpático e isso às vezes isso acaba por irritar Kim Seungmin e outros membros, mas quando sozinho, tende a ser solitário e frio, como se algo estivesse preso em sua mente e só pudesse sorrir com pessoas em volta. Já Seungmin, apaixonado por fotografia desde pequeno, não leva muito jeito com controle de raiva e já teve várias brigas com Han e Hyunjin, até hoje.

Bem, se você notar bem, é algo desequilibradamente equilibrado. São nove garotos problemáticos, seja vindo de suas casas ou até mesmo paranóias criadas pela fábrica. É um time igual. Eles são iguais.


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