AAAAAH! Virei o Cupido! escrita por danaandme


Capítulo 2
O Cupido Interino e a Mulher do Espeto




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Não. Ele não morreu. No entanto, nem mesmo Harry estava convencido disso. Ele ouviu o eco de uma voz ao longe, e tentou focar nela. Vai que era a voz de Deus chamando.

“...ouvindo? Exatamente por quanto tempo você pretende ficar deitado aí embaixo? ”

Okay, definitivamente não era Deus. Mas, aquela voz tinha até o potencial de soar agradável, e mesmo, angelicalmente melodiosa, senão fosse pelo tom seco e autoritário.

Harry abriu os olhos lentamente, ainda pregado ao chão, estirado sobre as pedras à beira do rio.

“Eu...morri?”

“Não.” Ela respondeu, olhando para ele com semblante irritado. “As chances de ocorrência de tal fatalidade são nulas perante a minha proteção.”

Ele torceu a cabeça para o lado, sentindo o pescoço estalar. Lá de cima, a mulher cruzou os braços. “Meu dever é cuidar de você, afinal.”

‘Oi? O que ela quis dizer com cuidar dele? Por causa dela ele estava à beira da morte!’ Harry começou a se questionar, esparramado no chão frio em seu atual estado de Ser-Humaninho-Estatelado, tentando mexer os dedinhos das mãos.

Ele devia estar mortinho!

Rolar ribanceira abaixo por quase cinco metros de altura, bolando feito um boneco de pano e caindo sobre um batalhão de pedras pontiagudas geralmente proporciona um fim trágico para qualquer um. Por isso, com certeza, ele já estava com os dois pés no além. Tanto, que seu mais recente pesadelo fora conjurado por seu inconsciente para atazanar seu juízo durante seus minutos finais de vida.

Oh, céus. Cadê a luz? Ele não merecia esse tormento.  

“Por acaso esse é um dos costumes bizarros dos seres humanos? Ficar arreganhado, completamente nu no meio do nada, ignorando o que os outros dizem?” Ela voltou a falar naquele mesmo tom de voz autoritário bastante descontente, porém repleto de uma irritante casualidade. Entretanto, se Harry não estivesse tão absorvido em procurar pela luz no fim do túnel, ele também teria notado os leves resquícios de genuína curiosidade no olhar dela.

“Só me diga aonde está a luz...”

A estranha visagem revirou os hipnotizantes olhos cor de jade e saltou até ele, aterrissando graciosamente a poucos centímetros da cabeça de Harry.

SO-COR-RO. ‘Agora ela queria afundar seu crânio!’

“Eu não tenho tempo para idiotices. Vamos logo.” Então a mulher do espeto o agarrou pela mão.

No segundo seguinte Harry foi jogado para cima com uma força inumana, e logo em seguida, seguro no ar feito uma noiva inocente, pelos braços da desconhecida que ao aterrissar junto a beirada da piscina termal largou o pobre rapaz dentro d’água sem nenhum pinguinho de compaixão.

Harry voltou à tona sacudindo a cabeça horrorizado, sentindo todo seu corpo arderrrrrrr.

“Você quer me matarrrrrrr?”

“Quantas vezes preciso repetir? Você não vai morrer. Não agora, pelo menos.” Ela deu de ombros, daquele jeito já padrão: desprovido de muita emoção, super casual, quase mecânico, como se estivesse conversando sobre o tempo! E acreditem, para uma pessoa nascida e criada no Reino Unido, isso é o um fator decisivo para demonstrar o quão alguém pode ser atrozmente desprovido de quaisquer habilidades sociais!!!!

Harry se agarrou a borda da piscina termal, sentindo-se zonzo. “Isso é um pesadelo. Quer saber, eu capotei de sono dentro da água quente e morri! É isso! Eu morri cozido na terma, por isso meus miolos estão alucinando sobre a Mulher Maravilha do mundo invertido!”

“Você tem obsessão com a morte. Isso não é saudável, sabia?” A mulher do espeto se agachou junto a borda segurando seu rosto dele com ambas as mãos. “Se você continuar dizendo que está morto teremos problemas.”

Foi quando Harry fixou o olhar nela pela primeira vez.

Uau. Ela era linda. Mesmo com aquele aspecto sério, seu rosto era delicado, de traços suavemente definidos, emoldurado por seus longos cabelos castanhos levemente ondulados. O nariz era reto e elegante,  os lábios volumosos e rosados,  o queixo e a linha do maxilar, então, eram tão perfeitas que fariam inveja a qualquer modelo. E além de tudo isso, estavam os belíssimos olhos verdes...tão penetrantes e profundos que certamente seriam capazes de vislumbrar os segredos da sua alma.

Com toda certeza ela não era o tipo de mulher que passaria desapercebida na multidão.

“Quem é você?” Harry balbuciou abismado.

Ainda segurando o rosto dele entre as mãos, ela respondeu.

 “Eu sou a Comandante das Treze Divisões dos Anjos de Eros, a líder de todo o Exército Celestial dos Querubins. Lexa Kom Trikru.” Apesar da ausência de alguma expressão facial significante, os olhos dela brilhavam com orgulho e sua voz assumiu um tom solene.

Harry franziu o cenho piscando os olhinhos devagar, murmurando um simples: “Certo.”

Ele precisava pensar um pouquinho antes de responder algo como aquilo. Quer dizer, tudo bem, sua mente era um poço de criatividade – não era o momento de se enrolar em modéstia, ele era mega criativo – porém, era preciso admitir que nem mesmo em meio a um surto medonho de criatividade, seu cérebro ia viajar em algo assim.

Sendo assim, alguns pontos deveriam ser reanalisados, antes que ele retomasse sua teoria de ser apenas um defunto ‘vivenciando’ uma onda alucinógena qualquer.

A primeira conclusão seria: Ele definitivamente estava vivo.

Parando para pensar ele estava: Ardido, com frio, confuso, meio tonto e cheio de areia nas suas partes intimas. Nenhum desencarnado seria tão azarado de morrer e ainda sentir dor. Portanto, sim ele estava bem vivinho.

O que o levava a outra questão: A mulher diante dele era mesmo um anjo querubim, Comandante das tropas do caramba? Harry quis coçar a cabeça, mas não deu. A dita mulher querubim ainda estava agarrada na sua cara, olhando para ele como se Harry fosse explodir ou algo assim.

Sinceramente, talvez ele fosse...

Porque seu pensamento seguinte foi: Essa mulher só pode ser uma fã... uma fã capaz de desafiar as leis da física.

Ou...

Uma daquelas fãs psicopatas! Ela tinha drogado a água, o vapor, as jujubas que ele havia trazido consigo e agora ia se aproveitar dele!

AAAAAAH! Ele estava pelado, vulnerável e prestes a ser abusado sec-xu-al-men-tchi!

Harry sentiu seu rosto deslizando pelas palmas dela, enquanto ele dava um passinho para trás, se afastando da mulher. Suas mãos imediatamente desaparecendo dentro d’água, na tentativa de esconder o Hazza Jr.

Diante dele, a tal Lexa franziu o cenho desconfiada.

“Aonde você pensa que vai?” Ela perguntou inclinando a cabeça para o lado.

Ele engoliu seco.

“Eu pensei que talvez, de repente, quem sabe, todavia, no entanto, não seria mais confortável continuar nossa conversa...em um local mais público. Tipo, com muita gente ao redor para testemunhar tudo...”

Ela estreitou os olhos.

“Não.” Foi a resposta imediata em tom autoritário. “O que tenho para dizer, não pode ser dito na frente de outros humanos.”

Ela se levantou, cruzando os braços.

“Como assim humanos?” Ele tentou ganhar tempo, continuando a se afastar.

Lexa fechou os olhos por alguns segundos, respirando profundamente, e ao voltar a abri-los suas pupilas estavam inumanamente dilatadas. Um sorriso predatório adornou suas feições, ao mesmo tempo que ela murmurou entredentes.

Ou melhor dizendo, ela rosnou entredentes.

“Talvez você seja um desses que precisa de um pouco mais de persuasão para ser convencido.”

Não deu tempo de raciocinar. No instante seguinte Harry estava pairando acima do chão, de pé em meio ao céu estrelado, literalmente nas nuvens. Ao seu lado, Lexa brilhava gloriosamente agitando suas enormes asas – isso mesmo: asas! – Tão alvas quanto uma madrepérola lapidada.

“AAAAAH! Tô sofrendo uma overdose!”  Harry não sabia se descruzava as pernas, se nadava no ar feito um daqueles paraquedistas, ou se simplesmente se agarrava com ela. Tudo era tão real e ao mesmo tempo tão surreal, e o rapaz já estava tão apavorado, que nada mais fazia sentido em sua cabeça.

“Harry Edward Styles.” Lexa chamou, e sua voz reverberou estrondosamente pelos céus. “Eu vim à Terra para incumbi-lo de uma missão especial. Você deve encontrar uma alma cuja a existência esteja marcada pela ausência do sentimento do verdadeiro amor, e com ajuda dos poderes confiados a você pelo próprio Eros, deve ajudar a recuperar seu coração.”

 “O quê você quer dizer com isso? Por que eu?” Ele gritou.

“Por que essa é a vontade de seu pai.” Ela respondeu como se fosse a explicação mais óbvia de todas.

“Meu pai? Impossível! Não conheço meu pai biológico! Minha mãe nunca...”

“Você é filho de Eros, também conhecido entre os mortais pela alcunha de Cupido.” Ela interrompeu, anunciando sonoramente, sua voz trovejando imponente pelos ares.

“EU, O QUÊ?” Ele berrou incrédulo.

Foi quando um relâmpago cortou o breu da noite, atingindo Harry em cheio.

‘AAAAAHgooooraaaa eu morriiii!’ Ele pensou enquanto despencava feito uma estrela cadente céu abaixo.

...

Mais tarde naquela manhã...

[Som de Grilo fazendo barulho]

Encolhidinho sob seu futon quentinho, Harry despertava lentamente ao som de seu alarme matinal. Reminiscências de um sonho maluco envolvendo a mulher do espeto, – recentemente rebatizada por seu inconsciente como Lexa: A Comandante Querubim – liderando várias tentativas de homicidio contra sua pessoa, flutuavam em sua mente como lembranças que iam e vinham de forma desconexa em sua memória.

‘Ele não deveria ter se metido na água quente depois de ter comido tanto.’

[Som de Grilo fazendo barulho]

Harry franziu o cenho, alcançando Toshio III e desligando o alarme. ‘Estranho.’  Ele não se lembrava de ter voltado para o quarto na madrugada passada.

Nesse momento um braço muito feminino esticou-se sobre seu peito, o puxando para trás. Então ele sentiu um corpo – definitivamente feminino – se aconchegar junto as suas costas. Uma pedra de gelo pareceu descer pela sua nuca, por suas costas, se dividindo por suas pernas, seguindo até seus dedões, só para fazer o caminho inverso até sua nuca novamente.

‘Não. Isso não é possível. Foi só um sonho...’

Extremamente consciente daquele corpo pregado junto ao seu, Harry pedia silenciosamente para que a mulher atrás dele fosse a Sadako e não a tal Lexa, vulgo: morena querubim.

Se contorcendo devagar, preso por aquele abraço de aço, Harry conseguiu vislumbrar as madeixas castanhas cobrindo o rosto de sua parceira de futon. Porém, antes que ele conseguisse mais espaço para manobrar melhor, o braço de aparência delicada – porém de força absurdamente sobrenatural – o girou de uma vez, fazendo com que Harry ficasse frente à frente com seu atual tormento.

Era ela, a tal Lexa! O observando sonolenta entre as brechinhas de seus olhos entreabertos. Seria uma fofura, se ele desconhecesse o caráter homicida dela.

“Você pode ficar quieto? Esse corpo está exausto.” Ela murmurou se aconchegando ainda mais junto dele. Sobre os ombros dela, Harry vislumbrou um pedacinho das magnificas asas angelicais, que ele vira na noite anterior.

Era tudo verdade. Ela era um anjo, apesar do temperamento nada angelical. A comandante querubim do te-rê-rê celestial todinho estava ali, nua, deitada com ele, dormindo toda aninhadinha sobre seu peito.

Harry sentiu todas suas terminações nervosas entrarem em choque, imediatamente tapando a boca com as mãos para evitar um daqueles gritinhos agudos recheados do mais absoluto pavor.

“Você está pelada!” Ele grasnou contra as palmas das mãos suadas.

Sem vontade alguma de lidar com tanto drama, Lexa gemeu baixinho, apalpando o rosto do rapaz até cobrir a mão dele com as suas em uma tentativa de impedir outros sons agonizantes de escaparem pela boca de Harry.

“Você também está pelado, então para que tanto alvoroço? Escute. Eu realmente preciso dormir mais um pouco. Resgatar você daquela cratera ao norte de Nagoya foi muito estressante. Também gastei muita energia interferido na sua trajetória, porque muito provavelmente seu histerismo colossal o teria feito cair no centro de Kyoto!” Ela suspirou tirando a mão do rosto dele, virando para o outro lado, puxando as cobertas sobre suas asas, que imediatamente se ajustaram sobre suas costas como uma manta extra. “Por favor, se for o caso, tente se distrair um pouco até toda minha estafa física passar.”     

Boquiaberto, Harry franziu o cenho, espremendo a mente na tentativa de se recordar dos eventos da madrugada passada. ‘O que exatamente ela quis dizer com ter interferido na trajetória dele?’

Finalmente dando de ombros, Harry abandonou o conforto do futon, decidindo por hora seguir a sugestão dela. Sendo assim, depois de uma visita ao banheiro, Harry enfiou-se na primeira roupa que viu no armário e escapou do quarto.

Seu relógio de pulso marcava quase meio-dia, seu estômago começou a roncar tomando consciência do horário no mesmo segundo. Visto a situação, não havia muito o que fazer, a não ser espairecer as ideias apreciando uma deliciosa refeição.

Harry desceu as escadas de madeira que levaram ao acesso da recepção. Ele precisava organizar os pensamentos para ponderar como interrogar Lexa mais tarde. Toda essa história de missão, poderes mágicos e de seu pai ser o cupido, era um tanto difícil de aceitar.

Sua mãe nunca havia mencionado, ou mesmo dado nenhum indicio de ter namorado um cara com asas, que ganhava a vida disparando flechinhas, fazendo matches por aí...

Peraí...

AAAAAH! Se Lexa estivesse falando sério, de agora em diante, ele seria um verdadeiro tinder ambulante!  

Harry suspirou profundamente. Isso ia complicar um pouco sua vida. Principalmente se Lexa resolvesse continuar aparecendo do nada com aquela cara de exterminadora do futuro. Como raios Harry ia explicar isso ao Jake?

“Hey, Harry. Bom dia. Eu já ia chamar você!”  Lincoln, o próprio Touro Ferdinando em pele de guarda-costas, disse sorridente junto a escada, já no corredor do lobby de entrada.

Vamos admitir, foi uma excelente ideia deixar o quarto. ‘Maluca Querubim 1 x Harry 0’

“Pronto para o almoço?” Lincoln perguntou jovialmente. “Eles já separaram sua mesa.”

Harry tentou parecer empolgado, levantando os polegares, sorrindo para ele. Nada seria pior que ter um de seus guarda-costas desconfiado sobre seu súbito de preocupação, ou algo assim.

Felizmente Lincoln só sinalizou com uma das mãos, indicando o caminho do restaurante, obviamente com a intenção de escoltar Harry até o local.

Sendo assim, os dois atravessaram o salão do pequeno restaurante, se dirigindo a uma mesa no fundo do saguão, em um dos cantos junto as grandes janelas de madeira. Era de admirar o local não estar muito cheio apesar do horário. Aparentemente os hospedes preferiam aproveitar os passeios nas montanhas durante o dia. Na noite anterior, Harry havia visto alguns panfletos na recepção. Passeios em trilhas pelas montanhas, opção com escalada e arvorismo, bondinho e canoagem, passeios a cavalo em um haras próximo. Todas eram opções tentadoras e relaxantes.

Ele fez biquinho imaginando o que sua Comandante Querubim de estimação diria, se ele sugerisse algo do tipo.  

“Octávia não vai descer?” Harry questionou, engolindo uma boa garfada de seu risoto de shimeji.

Sentado diante dele, Lincoln parecia contente ao apreciar seu chá-verde. “Vídeo- Conferência com Indra.” Ele disse simplesmente.

Harry ergueu a sobrancelha. ‘Essa garota não relaxa’, pensou, voltando ao seu risoto. Do outro lado do salão, os poucos hospedes presentes pareciam debater alguma reportagem que estava sendo exibida na TV. 

O volume estava alto o bastante para que ele ouvisse o apresentador falando, enquanto as cenas de um vídeo, do que parecia ser o céu noturno se iluminando de repente com um clarão, se repetirem incessantemente na tela do aparelho. Harry conseguiu distinguir duas palavras que eram repetiam constantemente pelo locutor.

‘Ryusei’ e ‘Nagoya’

Okay... Na sua cabeça, ‘Ryusei’ e ‘Não Sei’ eram irmãos gêmeos separados ao nascimento, mas... Nagoya? Nagoya fazia sentido.

Ele lembrava muito bem desse nome. Foi algo que ficou gravado em sua memória depois daquela aposta abençoada que ele fez com Luna. Eles haviam apostado sobre a localização do tão famoso Monte Fuji. Luna havia dito que ele ficava em uma região montanhosa, mais ao oeste de Tokyo, no sentido de Nagoya, enquanto Harry ingenuamente apostou que ficava em Tokyo, já que por diversas vezes, ele viu referências ao vulcão adormecido figurando ao fundo por entre os arranha-céus da cidade.

‘Ele é grande o suficiente para ser visto de praticamente todas as províncias localizadas na ilha principal do país, bobinho.’ Disse sua Personal Stylist apertando suas bochechas. ‘Nós vamos sobrevoar ele amanhã quando voarmos para a sessão com os fãs em Nagoya.’

No dia seguinte, Harry sentou a bunda na poltrona do jatinho e fuxicou a internet, lendo tudo sobre turismo na região de Chubu, e consequentemente, Nagoya.

‘Nagoya é maior cidade da região de Chubu, área central e mais montanhosa do Japão. É a capital e maior região metropolitana da província de Aichi e quarto centro urbano mais populoso do país com aproximadamente 2.266,249 habitantes. Situada entre Tokyo, a leste, e Kyoto, a oeste, Nagoya é considerado o maior centro econômico da região central do Japão, a cidade detém um dos maiores portos do Japão, contribuindo para que seja classificada como a terceira mais rica do país, atrás apenas de Tokyo e de Osaka.’

Yes, exatamente. Sua memória não falhava. Ele ainda era capaz de recitar tudinho que leu. Estava tudo bem explicadinho e decoradinho, made in Wikipédia.

Então ele arregalou os olhos. A voz de Lexa ressoando em um loop infinito. ‘Resgatar você daquela cratera ao norte de Nagoya foi muito estressante.’

Nagoya!

O vídeo mostrava o que parecia ser um meteoro caindo do céu nas montanhas próximas a Nagoya?!

AAAAAH!

Harry lembrou da ventania fria em sua cara, do céu brilhante de uma noite repleta de estrelas, de sobrevoar o Monte Fuji, lindo e adormecido lá embaixo, da Comandante Querubim extremamente irritada se aproximando dele no ar, e da dor abominável advinda do chute fenomenal que aquela Demônia Alada lhe deu bem no meio de suas costelas.

AAAAAH!

O ‘Ryusei-Não-Sei’ significava meteoro? Era ele! Aquele meteoro no vídeo, cortando os céus com um tremendo estrondo era ele! Como era possível que ele ainda estivesse vivo?

“Cuidar de mim uma ova! Ela vai é me matar, essa querubim insana!” Harry reclamou baixinho com um muxoxo.

“Harry?”

Ainda atordoado, o rapaz desviou o olhar para Lincoln.

“Tudo bem?” O guarda-costas perguntou visivelmente preocupado.

Mais uma vez buscando disfarçar seu pânico, Harry levantou o prato, que agora estava quase vazio, dizendo.

“Tava gostoso e acabou.”

Isso fez Lincoln voltar a sorrir. “Posso pegar algo no buffet. Que tal?”

‘Como um homenzarrão desses podia parecer mais uma dessas mães-corujas?’ Harry fez que sim, e Lincoln levantou, se dirigindo a um pequeno buffet montando próximo entrada.

Olhando mais uma vez o vídeo exibido pelo noticiário, Harry suspirou levando as mãos à cabeça. Ele e Lexa precisavam encontrar uma maneira de impedir que esse tipo de situação se repetisse. Ser constantemente atirado por ribanceiras, jogado para cima, chutado no ar e removido de crateras, não fazia parte de seu plano de vida.

Essa coisa de ser filho do cupido em missão especial na terra não estava parecendo ser algo que iria lhe proporcionar boas experiências.

“Por que eu tenho a leve sensação de que isso tudo é só o começo?” Ele murmurou.


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