O nada e o tudo

Todos os tons numa existência pura

A pureza que se acha num segundo

de um ciclo do fechamento a tintura

Seu toque de toda parte

vira qualquer cor que se faça arte

sem dificuldade, transformadora

de uma ideia, realizadora

um quadro vazio a espera da obra de arte

no nada, faz sua parte

para que o tudo nasça

e renasça

Uma existência de um lado

a paz, a pureza

da pomba o voar imaculado

o violino a tocar com sutileza

Em sua paz de espírito

traz também o frio, conscrito

de um coração que bate belo

dançando sobre lâminas no gelo

um anjo que estende suas asas

enquanto voa, dentre nuvens, para o céu

nuvens que carregam as mesmas auras

e cobrem o mundo como um véu

como Yin e Yang a ambiguidade

do preto o outro lado da realidade

as imensas possibilidades de uma tela

a existência verdadeira e singela

nas asas, do cisne, uma escultura

o branco em plena formosura