Diversus - Sede de Vingança escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 1
Capítulo 1 - Primeira vítima


Notas iniciais do capítulo

Se a primeira história era divertida, essa é mais sombria para dar um ar de herói mais dramático, espero que não se assustem, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/792671/chapter/1

Talvez por conta de Evan ainda ser um adolescente que precisa pegar firme nessa reta final dos estudos na faculdade, algumas pessoas que ainda se enxergavam criminosas costumavam cometer seus crimes durante a madrugada, quando ele estava dormindo para no dia seguinte acordar cedo. Evan não queria, mas embora já soubesse usar seus poderes durante a batalha, ele não controlava a ativação deles, era como se seus poderes ainda estivessem controlando seu corpo por vontade própria, sorte que por ele ser tão forte e poderoso, ele resolvia tudo em um piscar de olhos e logo voltava para casa e dormia. 

Mas, em uma dessas madrugadas em que dormia, no centro da cidade, uma casa é invadida e logo o rapaz ouve o barulho da janela sendo quebrada.

— Merda, que prejuízo! - pensou ele, já pegando uma faca pequena para tentar se proteger de seja lá quem fosse. Ou talvez não fosse nada, pode ter batido um vento que jogou algo na janela dele, quem sabe?

Com esse pensamento, ele caminhou calmamente para não fazer muito barulho até a janela quebrada, em seguida, ligou a lanterna do seu celular para iluminar o local, mas não encontrou nada, não havia qualquer objeto jogado no chão que confirmasse sua suspeita. Ao iluminar a janela, percebeu que o vidro todo havia se quebrado, o que o levou a crer que alguém invadiu a casa.

Trêmulo e angustiado, o rapaz começou a andar pela casa iluminando onde passava com a lanterna do celular, mas procurava manter a calma. Ao chegar na porta de entrada da sala, ele não encontrou nada, mas ouviu o barulho de uma respiração calma além da sua, atrás dele. Ao se virar, o coração quase saltou pela boca: havia uma pessoa à uns três metros de distância dele, com um moletom preto que possuía um capuz que cobria parte do seu rosto, apenas o seu queixo aparecia. A calça era cinza, as botas eram pretas e ele tinha um taco de baseball nas mãos. Se não fossem pela calça cinza ele acharia que era Diversus, pois o uniforme era igual, mesmo que não tivesse nenhum símbolo no peito.

Assustado, tremendo, ele praguejou:

— Q-que-quem é você? - perguntou.

Mas, o misterioso invasor não respondeu nada, começou a andar a passos lentos na sua direção. Ele tentou correr, mas as pernas tremiam demais, depois veio a sensação de estarem paralisadas. Ele então, pegou sua faca.

— Se afasta! Senão te esfaqueio todo! - ele disse, apontando a faca na direção do rapaz.

Mas, nada adiantou, quando estava perto o suficiente, em um piscar de olhos o invasor lhe deu o primeiro golpe com o taco, o fazendo logo cair no chão junto com a faca e o celular que com o impacto se quebrou e mergulhou o local em um breu completo. Mesmo assim, os vizinhos puderam ouvir os gritos do rapaz, assim como o som dos golpes do taco do invasor. Alguns segundos depois, os gritos cessaram, os golpes também, então, antes de perder a consciência, o assassino ligou uma outra luz para iluminar o local, pegou o rapaz pelos cabelos e olhou bem no fundo dos olhos quase fechados de tão inchados dele.

— Apodreça no inferno. - disse o invasor, num sussurro quase inaudível, com uma voz grave. 

Ele então soltou o rapaz, deixou um bilhete ao lado do corpo e foi embora pela mesma janela quebrada em que entrou. Evan não ouviu os gritos e nem a confusão que se seguiu porque estava combatendo outro crime, ainda que inconscientemente, por isso não se deu ao trabalho de tentar sequer impedir, mas isso não duraria pra sempre. 

                                        ...

Na manhã do dia seguinte, o corpo daquele rapaz estava no necrotério, já que um vizinho conseguiu entrar dentro da casa e chamar a polícia que eles pudessem ir até lá, mas como o assassino já tinha ido embora e levado todos os documentos dele, levaram o corpo ao IML e começaram as investigações.

— Encontramos isso aqui ao lado do corpo senhor.  - disse um investigador.

Ao pegar o papel amassado, o delegado o abriu e viu que o assassino era esperto, havia escrito o bilhete com letra de fôrma, o que deixaria a mesma irreconhecível, pois podia ser qualquer pessoa. No entanto, ele logo deixou isso de lado e leu o bilhete.

"ISSO FOI PELA TITA"

Confuso, o delegado coçou a cabeça e mostrou o bilhete pro investigador.

— Agora complicou tudo. Quem é Tita? Não conheço nenhuma mulher chamada assim! - disse ele.

O investigador então, abriu um sorriso enigmático pra ele.

— Mas eu sei quem sabe. - respondeu o mesmo.

Enquanto isso, na faculdade, Rebekah e Evan estavam saindo juntos da mesma com seus amigos. Ao chegarem no estacionamento, entraram no carro e ela dirigiu pra casa dele.

— Relaxa, logo você consegue carteira e um carro. - disse ela.

Sim, Evan tinha habilitação, mas ela foi tirada na Inglaterra, quando ele morava em Londres, ou seja, não servia. E além disso, toda a sua história meio que "manchou" o nome dele em alguns aspectos no Brasil. Por causa disso, tanto as autoescolas quanto sua própria mãe não achavam que ele teria mais condições de dirigir um carro, então ele sempre ia de carona com Rebekah. Já ela, parecia totalmente recuperada de tudo o que havia acontecido, ela nunca perguntou onde Evan foi e nem como tinha sido sua aventura na busca por novos heróis, mas preferia mesmo era deixar isso de lado, pois se ele contasse, alguém espalhava e daria muito ruim.

Ao deixar Evan em sua casa, ela dirigia para a sua quando, de repente, foi abordada por uma viatura.

— Rebekah, precisamos que venha com a gente, um rapaz foi brutalmente assassinado esta noite e queremos que você nos ajude. - disse ele.

Rebekah assentiu, a notícia de um assassinato a chocou, pois fazia muito tempo que não morria ninguém na cidade. Mais especificamente, desde que o avião em que Robert foi atingido, caiu e matou todos a bordo.

Chegando lá, o delegado a levou até o corpo, mas parou antes de descobri-lo.

— Antes de tudo, você tem medo dos mortos? - perguntou ele.

— Não, é só um cadáver, o que pode fazer comigo? - ela deu de ombros.

— Fisicamente nada, mas na aparência pode assustar. - retrucou, tirando o lençol de uma só vez.

Ao ver o estado do cadáver, Rebekah quase foi ao chão, se tivesse almoçado, teria vomitado tudo o que comeu. Além de o corpo estar todo roxo, coberto de hematomas, feridas abertas e ensanguentado, o rosto também estava tão inchado que parecia que ia explodir se espetassem uma agulha.

— Você o conhece? - perguntou o delegado ao ver que ela se recompôs.

— N-não, nunca o vi na minha vida. - disse ela, trêmula, mas com voz firme.

— Então, faça o seguinte: ligue pra sua amiguinha, Tita, ela deve saber quem ele é. 

— Por quê?

— Olha isso... 

Ele a entregou o bilhete, Rebekah franziu a testa ao ler, mas fez o que o delegado mandou. Após a ligação, ele mandou a garota esperar a amiga do lado de fora. Demorou quase meia hora, até que ela chegou.

— Ufa, ainda bem que você chegou. - disse Rebekah, abraçando Tita.

— Amiga, me conta o que está acontecendo, eu tinha acabado de almoçar quando você me ligou, já perdi uma amiga e tenho medo de necrotério, estou ficando nervosa. - respondeu Tita, ainda no abraço, a olhando.

— Calma, eu vou entrar com você. - garantiu ela.

Ao vê-las, o delegado as conduziu novamente até a sala onde o corpo estava.

— Bem, chamamos você aqui porque encontramos um bilhete com o seu "apelido" ao lado do corpo, então suponho que você conhecia o assassino. - afirmou o policial. Quando ele o descobriu por completo, perguntou:

— Conhece esse rapaz? 

Ao vê-lo, Tita levou as mãos à boca e desabou no chão, chorando copiosamente, Rebekah só pôde ficar a abraçando até que ela se acalmasse um pouco.

— Amiga, tá tudo bem? - perguntou a olhando.

— Ele... foi ele. - ela disse, entre prantos e soluços.

— Ele quem?

— Foi ele quem me estuprou quando criança...

Rebekah ficou abismada, se por um lado ela não tinha nem como ficar contente pelo livramento de um monstro na vida de uma grande amiga dela, por outro lado, aquilo significava que alguém além de Evan sabia daquela história. Mas quem? Ela só lembrava de ter contado ao namorado, que prometera guardar segredo.

— Bom, então as coisas ficam mais fáceis. Provavelmente o assassino desse rapaz já sabia disso há muito tempo ou soube disso recentemente e matou ele para se vingar, mas agora temos que descobrir quem. Você tem alguma suspeita Rebekah? - perguntou o delegado, num tom de ironia, como se ele já desconfiasse que fosse Evan.

— Não... E caso desconfie do meu namorado, o Evan nunca soube do ocorrido. - mentiu ela, olhando pra ele sem soltar Tita.

O delegado ficou um tempo a encarando, com desconfiança, mas logo acabou cedendo. 

— Ok, vamos continuar investigando sobre esse assassino para tentar achá-lo. Liberadas. - disse por fim.

Assim, Rebekah levou Tita de volta para sua casa quando ela se acalmou, não quis deixar a amiga sozinha naquela situação, mas no dia seguinte tentaria descobrir se Evan abriu o bico para alguém sem querer, pois querendo ou não, ele ainda era um garoto confuso e perturbado, podia deixar qualquer coisa escapar, não é?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Que tenso hein? Quem será o assassino? E será que o Evan contou algo?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diversus - Sede de Vingança" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.