Unstoppable escrita por Bellienz


Capítulo 3
Chapter II — High Voltage Puppeteer.


Notas iniciais do capítulo

HEYOOOU ABELITAS!
Tudo bom com vocês? Espero que sim!
Hoje apresento-lhe à vocês mais um capítulo bem gostosinho de ler, espero que gostem. Por favor! Não fiquem tímidos e cometem se gostam ou não, o que vocês querem ver ou o que não quer, sério. Me deum feedback legal!
Aqui está o capítulo para vocês!
Boa leitura!

Trailer: https://youtu.be/N-CWjY7ekZw

PLAYLISTS:
• INSPIRATION: https://open.spotify.com/playlist/7mpY2G271ch8ZQImu3DKny?si=Yyka8a4FT9-jGLi0o3SrDQ
• ALASKA: https://open.spotify.com/playlist/2nNJgWnnCrgJEa9qMgcFYc?si=0AOFuXfSTRSsOebQaU3KFg
• THOMAS: https://open.spotify.com/playlist/6W2z2fB9ruRT5sRP19j9qe?si=x1M-ppQPQNejG5TiYsgnDg



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/792663/chapter/3

“It hit me like a sucker punch
Just one look and I'm out of touch
I'm freaking out 'cause I'm scared this might end bad
But I'll still come back for that
Sucker Punch
Just one look and I'm out of touch
I'm freaking out 'cause I'm scared this might end bad
But I'll still come back for that."

Sigrid - Sucker Punch.

 

Ambos sentados na escada esperando por algo que uma pensasse que seria inevitável e enquanto o outro já achava completamente desnecessário. Thomas, com sua cabeça abaixada e os punhos cerrados, não conseguia compreender tamanha admiração que a garota ao seu lado tinha pelo pai. Ele era apenas uma pessoa que só lembrava-se deles quando achava necessário fazer o papel de pai de família, mesmo onde não havia uma. Para o garotinho, era apenas ele e sua irmã contra o mundo. E agora ela estava indo embora também.

Talvez fosse a raiva falando mais alto que seu subconsciente, não era possível fazer a mesma escolha que ela e tudo isso acontecia contra sua vontade, no entanto lá no fundo ele compreendia que era por medo de machucar alguém. Era uma criança complicada com grandes responsabilidades, e sendo uma; não tinha nenhum controle sobre si e nem pelos seus próprios atos.

— Você vai à festa do papai, não é? — O sorriso sincero da morena atraiu a atenção do irmão, mesmo que nenhuma palavra fosse dita por ele, o abraçou. — Não vou te abandonar, Thommy. Quando menos perceber, eu vou estar de volta.

Suspirou e retribuiu o abraço. Não conseguiam ficar bravos um com o outro por muito tempo, eram grudados até a alma. Levantaram do degrau, sendo acompanhados pelo professor X até o portão de entrada do instituto. O enorme carro preto foi avistado assim como as lágrimas de Aly e os pequenos fungos e soluços que interrompiam o silêncio que os rondava. A pequena tentou se sustentar com o abraço do irmão, numa tentativa falha de fundir ambos corações naquele exato momento. Eram novos demais para se separarem, contudo sabiam o que eram o melhor para eles, e mesmo que tivessem que seguir caminhos opostos, sempre seriam a âncora um do outro.

Após se separarem, Alaska correu para o professor, que a recebeu de braços abertos, enquanto Thomas que tentava inutilmente segurar o choro se afastou um pouco dos dois. Era demais tudo isso para ele, e se não se concentrasse provavelmente temeria pelas consequências.

E, assim, a garota conduziu-se para o carro que jazia um Happy em prantos. Rindo da situação, abriu a janela colocando metade de seu corpo para fora enquanto acenava para os dois que eram iluminados pelos postes de luz daquele amanhecer abafado.

No entanto, mesmo quando deixava o garoto sendo amparado pelo professor, sentia-se eufórica com a adrenalina sendo transportada em suas veias. Era a primeira vez que ficavam longe um do outro, isso seria péssimo de todas as formas, porém também era a primeira vez que estaria ao lado de seu pai por mais que algumas horas. Por tempo suficiente para conseguir sentir o amor paternal que incessantemente almejou.

 

—————————— ♦ ——————————

 

Quando a aurora chegou, os olhos de Alaska já não pesavam mais e sentia toda a energia de seu corpo corresponder aos estímulos que seu cérebro mandava. Sorriu para si mesma lembrando-se de algumas horas atrás, onde passará tanto tempo com seu pai tentando arranjar uma nova fonte de energia compatível que nem perceberam quando já era tarde o suficiente para uma criança ficar acordada. Talvez fosse disso que Pepper mencionava sobre os passinhos de tartaruga.

Tratou de levantar-se logo da cama sentindo a ansiedade espancar o seu peito. Escolheu sua roupa minuciosamente, um suéter roxo e uma jardineira era o suficiente para se sentir confortável e bonita. Era mais que claro o quanto estava radiante, e não deixaria nada estragar o dia. Pegou seu NDS e os patins, assim encaminhando-se rapidamente para a porta.

Como no dia anterior, M.A.R.C.U.S. colocou o prato em sua frente junto com um suco de laranja em seu copo do Scooby-Doo indicando o clima de hoje e as atualizações de seu sistema. Mal percebeu quando Tony apareceu de repente atrás dela roubando um waffle de sua torre trajando uma roupa esquisita de ginástica.

— Melhor que qualquer empregada, Rodney.

— Você sabe que o nome dele é MARCUS, né? — A mesma logo deu um gole em seu suco enquanto o outro somente deu de ombros saindo da cozinha.

Com seus patins já calçados nesse curto período de tempo, pegou seu copo de suco e equilibrando dois waffles em uma mão e outro em sua boca o acompanhou patinando pela casa até a academia particular, encontrando Happy dentro de um ringue com uma roupa mais esquisita ainda.

Tony roubou mais um waffle antes de começar a ignorar a garotinha que tinha se sentava em algum lugar para terminar de comer seu café da manhã. Entrou no ringue ignorando o motorista que se vangloriava por suas inexistentes vitórias. Deste modo, começaram a lutar resmungando dos risos da criança toda fez que algum deles recebia algum golpe.

— Pelo visto a coisa até que tá indo, ou é só impressão minha? — O amigo disse ao mesmo tempo em que tentava dar um gancho de direita, percebendo que Aly estava concentrada demais em prender o resto do suco no canudo de seu copo. — Não era você que tava se cagando de medo?

— Olha só... — Interrompeu-se esquivando de outro golpe. — Eu ainda estou tentando me acostumar com isso, okay?

— Dá para perceber. — Afirmou levando um combo de socos na barriga. — Não é todo dia que entro na sua casa e vejo um robô de avental fazendo o café da manhã enquanto escuta música clássica.

Ambos riram esquivando-se dos socos um do outro, até que o bilionário para de repente antes de dar outro golpe.

— O que quis dizer com isso?

— Olha, cara. Eu sei que você ainda não está pronto para essa responsabilidade de ser pai, mas olha lá. — Apontou com a cabeça para o amigo encarar a filha apertando os cadarços dos patins. — Ela já está aqui. Não faz mais sentido você querer fugir depois de todos esses anos. Tenta dar mais atenção para os dois antes que os perca. Então não deixe o robô fazer o teu trabalho.

Tony voltou com os olhos para o amigo ponderando sobre o que o motorista disse. Não era fácil para ele, mas sabia que não era justo para aquelas crianças também. Sentia que já havia perdido um, não queria a perder também.

— Eu juro que não é possível aquele robô ficar mais estranho.

  Após isso voltaram para a luta ao mesmo tempo em que Alaska começou a patinar em volta do ringue com seu Mario Kart já iniciado em mãos, esquivando-se dos pesos e do Toad que tentava ultrapassar sua Princesa Peach do primeiro lugar.

A garota mal percebeu quando Pepper chegou avisando para seu pai sobre os documentos de transferência. Patinou até ela com um sorriso no rosto ignorando totalmente a ultima volta da corrida em mãos.

— Olá, abelhinha! — A ruiva exclamou feliz com a intimidade e a puxou para um abraço. — Está melhor?

— Estou sim, Pepper.

— Ei! Que intimidade é essa toda aí?— Tony as interrompeu assim como a luta e encarava-as com uma sobrancelha arqueada. — Desde quando vocês se conhecem?

— Isso não te interessa Tony. — A ruiva respondeu ríspida bem antes de deixar sair algo da boca da garota que já estava aberta para falar. — O que lhe interessa são os documentos que precisa assinar.

Os dois foram interceptados quando ambos homens desviaram a atenção ao encarar a mulher desconhecida que acabará de entrar indo em direção a Pepper com uma pasta preta em mãos. Aly percebendo a situação começou a patinar para os fundos da sala sentindo os olhos da desconhecida sobre si. Ficou dando voltas e giros tentando focar no jogo recém-reiniciado, no entanto fora uma tentativa falha quando viu seu pai chamar a nova secretária para o ringue. Então, querendo saber o que estava acontecendo a mesma patinou em direção a ruiva e o filantropo, sentando no chão ao lado deles.

— Como soletra seu nome, Nathalie? — Tony questionou e quando a mulher respondeu começou a mexer na interface digital na mesa, murmurando com a ruiva ao lado. — Quem é que fala latim?

— Ninguém fala latim, é uma língua morta. — A mulher respondeu fazendo a Alaska dar um sorriso maroto.

— Unum ex maximis linguis Latina adhuc in mundo doceri et compluribus ad prestigious universitatibus¹. — Ambos olharam surpresos para a pequena que dividia a atenção entre eles e o ringue.

— Nerd. — Ironizou seu pai.

— Disse o Anthony Stark. — A mesma devolveu no mesmo tom que somente o fez abrir um sorriso culpado e dar de ombros.

Em vista disso, a atenção de todos foi para a nova secretária que logo após Happy falar alguma besteira arriscando-se a dar o primeiro golpe, a mulher pegou sua mão a torcendo, dando impulso suficiente para prender suas pernas no pescoço do motorista, assim levando os dois ao chão enquanto o homem tentava de todas as formas sair da posição para poder enfim respirar. Ao mesmo tempo em que Pepper e Tony se levantaram da cadeira para ajudar, a pequena levantou-se atrapalhadamente com seus patins e começou a bater palmas.

— Incrível! — A mesma gritou gargalhando ao ver seu padrinho todo vermelho no ringue.

Enquanto Nathalie conversava com o bilionário, a garotinha patinou até o grupo de adultos com um plano sendo formado em mente. Assim que Tony acabará de assinar com sua digital o documento que a ruiva chegou a pedir, a criança ficou de frente ao seu pai que a olhava intuitivamente.

— Quero aprender a fazer isso que a Nathalie fez.

— Lutar? — O mesmo a olhou com uma careta formada em seu rosto e logo sua atenção foi para Pepper. — Dá para acreditar nisso?

Pepper olhou para a criança, ignorando a cara de pidão.

— Nada disso, não olhe para mim.

— Qual é, pai. É bom para aprender autodefesa. — O mesmo a olhou incrédulo após escutar seu argumento.

— Você não precisa disso, você tem aquilo... — Começou a fazer os gestos com as mãos e a mesma revirou os olhos. Agora parecia que a criança na sala era ele. — E se for por mim, você nunca nem chega perto de uma luta.

— Olha, sem querer interromper o que quer que seja isso. — A secretária se interpôs gesticulando. — Eu concordo com a garota. É bom ela aprender ainda nova a se proteger, ainda mais sendo filha de quem é.

— Viu? — A pequena exasperou apontando para a mulher. — Ela sabe das coisas.

— Alaska, não. — Tony negou afastando-se do grupo e voltando a se sentar na poltrona. A garota só pôde respirar fundo e dizer:

— Tudo bem, então.

Nathalie tentando amenizar a situação propôs:

— Que tal ballet? — A atenção de todos voltou à mulher que encarava Aly com um sorriso no rosto. — É um bom começo para tornar o corpo mais flexível antes de começar a lutar.

A garotinha de patins brancos devolveu o sorriso e encarou Pepper e seu pai esperando a resposta.

— Perece ser uma boa. — O filantropo concordou dando de ombros e bebendo o líquido preto de sua garrafinha.

A garotinha fez uma pequena comemoração que fez as mulheres rirem.

— Você pode cuidar disso, Nathalie? — Pepper pediu e a mulher assentiu e antes que pudesse completar foi interrompida pelo som alto dos passos do tutor que atravessava a porta.

O mesmo ignorou a todos e foi em direção à criança que mesmo em patins conseguia ser menor que ele. Estava com uma bandeja com uma garrafa de água e um potinho prateado em formato de coração.

— A senhorita se esqueceu de tomar os remédios novamente. — O androide começou a dizer fazendo-a revirar os olhos e pegar uma pílula do pote. — O senhor Xavier foi bem claro com a senhorita ao avisar que se não tomasse pode-

— Sim, eu sei. MARCUS. — Engoliu fazendo careta ao sentir a pílula descer pela sua garganta.

A garota sentiu o olhar de todos em cima de si e decidiu ignorar patinando em direção ao seu NDS jogado no chão onde antes estava sentada. Percebeu que todos voltaram ao que estavam fazendo, Nathalie conversava com Pepper sobre documentos ainda não autorizados enquanto Happy e Tony discutiam sobre os golpes. Viu que seu tutor ao seu lado encarava a secretária e logo virou para a garotinha.

— Desculpe pela intromissão, Srta. Camundongo, mas há um erro em meu sistema operacional.

A garotinha olhou atentamente para a luz LED que brilhava em seu peito, colocou o NDS no bolso do macacão observando os adultos na sala e somente seu pai e a secretária ninja perceberam a situação.

— Preciso ir consertar isso... — A mesma explicou para os dois gesticulando seu tutor e a porta.

— Quer ajuda? — Tony se ofereceu tentando pensar em algo para poder se aproximar mais da filha.

— Não, não. Precisa não, pai. — A mesma negou rapidamente, patinando em direção à porta com o androide ao seu lado. — Mas obrigada por perguntar!

 

—————————— ♦ ——————————

 

Alaska estava ficando bem acostumada a sair da sua zona de conforto, mas aquilo ainda era novidade. Era a primeira vez que acompanhava seu pai em uma de suas viagens de negócios e tinha que admitir que ver cada um quieto em seu canto, presos em seus próprios pensamentos, era estranho e angustiante, podia sentir energia suficiente para ganhar uma maratona crescendo na ponta de seus dedos dos pés, e aquilo a deixava enjoada.

Ao chegar a frente ao hotel com seu ouvido zunindo com os gritos das fãs do bilionário, a garotinha alisou seu vestido amarelo e seu cabelo, mas parou ao perceber os olharem de ambos adultos sobre si.

Tony retirou os óculos encarando a morena sentada como uma princesinha a sua frente e deu um sorriso bobão, no entanto logo se desmanchou ao perceber que provavelmente a chatearia no momento. Ao ver que nenhum som era emitido conforme o planejado e que ele estava ali com a mão parada no ar no sentindo da garotinha como um completo idiota, fechou a boca e balançou a cabeça para a ruiva ao seu lado, voltando a mesma posição em que estava antes e pousando os óculos de volta em seu rosto.

— Abelhinha, você não poderá sair conosco. — Pepper introduziu as palavras com cuidado, repensando nas possibilidades da garota poder ficar ressentida com isso. — Você vai ter que entrar por trás junto com Happy, tudo bem?

— Ah... — Aly ponderou na ideia, tendo em vista que ninguém além do círculo deles sabia sobre a existência dos herdeiros Stark. — Tudo bem.

Ao ver que a morena sorriu, Pepper sentiu o alívio em seu peito e se preparou para sair. Tony assentiu com a cabeça para filha antes de abrir a porta e deparar com milhares de fãs chamando pelo seu nome, acenou para eles esperando a ruiva chegar ao lado dele para, enfim, entrar no hotel.

  Alaska virou-se para o padrinho que saia da entrada do evento, o mesmo a olhou pelo retrovisor e piscou sendo devolvido com uma careta engraçada que fez ambos rirem.

— Você está bem com isso mesmo? — Ele questionou assim que estacionou o carro em frente à porta de trás do hotel. — Não precisa estar, sabe?

— Tá tudo bem mesmo. — Riu com a preocupação dele. — Eu sei que nem ele e nem o mundo está pronto para saber que Tony Stark é pai.

— Sendo assim. — Revelou um sorriso maroto. — Vamos comer até cair hoje.

Os dois gargalharam ainda mais tirando certo peso das costas da garota; sentia a saudade incomodar seu coração e não conseguia parar de fazer suas pernas e mãos se remexerem. Entretanto mesmo que parecesse bem, Happy sabia quando alguma coisa estava errada com ela.

Após finalmente entrarem no evento pela porta de saída a garotinha percebe que não estava mais ao lado do motorista e estava sozinha naquele enorme salão cheio de gente alta demais para precisar usar salto. Começou a andar em volta, desviando de ternos e roupas de marca, a procura de alguém conhecido. Já tinha perdido a conta de quantos grupos de pessoas empurrou para poder passar, até uma mulher loira com um sorriso de trinta e dois dentes reparou na única criança naquele salão.

— O que uma garotinha tão bonitinha como você faz aqui, querida? Cadê os seus pais?

Antes mesmo que pudesse responder a moça, um vestido rosa choque entrou em sua visão, atrapalhando o que provavelmente poderia ser uma longa e estranha conversa. Olhou para cima encarando os cabelos vermelhos da secretária de seu pai, ignorando completamente a conversa das duas e olhando em volta a procura de Tony.

Aly sentiu a mulher pegar em sua mão e a puxar para um canto perto da mesa onde Happy estava sentado com aperitivos em sua mão.

— Senhorita Stark, não pode chegar para estranhos e dar informações pessoais desse jeito. É perigoso, assim pode acabar comprometendo a si mesma e ao seu pai. — Explicou enquanto consertava o cabelo já bagunçado da garota.

Alaska fita os olhos azuis da mulher a sua frente percebendo que talvez a mesma dissesse isso por experiência própria. Tinha que reconhecer que ela era estranha e deveria ser o novo interesse romântico de seu pai, mas sentia que lá no fundo se importava verdadeiramente pela garota.

— Desculpe. — A mesma lamenta enrolando as pontas de seu cabelo. — Mas, obrigada Natash- quer dizer, Nathalie.

A criança anda rapidamente para se sentar na cadeira ao lado de seu padrinho, deixando a vermelha desconfiada por suas palavras. Pegou um dos aperitivos em cima da mesa mastigando um pedaço e ao sentir o gosto ruim, uma careta formou-se em seu rosto que fez Happy engasgar ao rir. Cuspiu a comida em um dos guardanapos, pegou um copo de água que o mesmo fez questão de tirar da sua mão antes que pudesse colocar em sua boca. Parecia que todo mundo estava sendo interrompido por algo ou alguém naquele dia.

— Está doida? — Indaga colocando o copo na mesma novamente.

— Não tem nada que preste aqui? — A garota questiona manhosa.

— Vai por mim, tudo aqui presta. — Riu mastigando mais um daqueles. — Só não para você.

A garota bufou e encarou a pequena televisão que transmitia os preparativos da corrida para voltar a olhar o homem ao seu lado com a taça em mãos.

— Happy... — O chamou tirando a atenção do motorista de seu celular. — Pode me levar até lá? Quero ver a corrida de perto.

Depois de ele pensar no assunto de uma maneira extremamente irritante, o mesmo avisou a Pepper e logo ambos já estavam dentro do carro com a playlist do Tony tocando no volume máximo. E foi quando um aperto em seu coração começou a incomodar ao sentir um pressentimento ruim, olhou para a maleta com a armadura de seu pai ao seu lado no banco de trás e desviou para seu padrinho. Aproveitando o refrão da música onde ele fazia questão de cantar, pegou discretamente a chave no bolso dele e lentamente fez a armadura escorregar até cair sobre seus pés, onde escondeu atrás do banco do motorista. Ao chegar ao destino, antes de abrir a porta para poder sair, questionou à Happy:

— Onde está a armadura do papai?

O homem virou na mesma hora vendo que a maleta não estava onde deveria, a garota negou após olhar debaixo dos bancos e ele começou a se desesperar.

— Tá de brincadeira comigo... Você. — Apontou para a garotinha. — Entra e não saia de lá, vou procurar essa merda e já volto.

Assentiu saindo vendo o mesmo arrancar com o carro praguejando diversos xingamentos.  Deu de ombros, segurando firmemente na chave e virando-se para as arquibancadas com a maleta chamativa em mãos, arrumou um lugar na primeira fila e prendeu a maleta entre suas pernas esperando a corrida começar.

Uma multidão começou a se formar e logo Tony Stark foi visto entrando em seu carro de corrida, todos ficaram surpresos e começaram a assobiar e gritar, enquanto a garotinha só segurou o cabo da maleta e a chave com força, com aquele pressentimento ficando cada vez mais forte em seu peito. Quando a corrida finalmente começou sentiu o zunido do barulho da torcida latejar sua cabeça e a ponta de seus dedos formigarem, tentou ignorar tudo focando apenas em seu tênis amarelo e a maleta vermelha brilhante.

Então, um homem estranho começou a andar em direção a pista tirando o uniforme laranja e puxando dois chicotes elétricos escondidos nas mangas, o macacão começou a pegar fogo até somente sobrar a parte de baixo. E quando a parte da frente de um carro foi cortada pelos chicotes, o pânico começou a crescer na maioria das pessoas.  Porém, à medida que os cidadãos saíram das arquibancadas correndo e alguns gritando de pavor, a garotinha segurou na maleta, ficando nas pontas dos pés para poder enxergar o carro azul que seu pai pilotava.

Nesse meio tempo, Pepper já tinha chamado Happy e estava preparada para ir atrás do bilionário quando percebeu uma garotinha de cabelos castanhos e vestido amarelo segurando uma maleta quase de seu tamanho em pé nas arquibancadas no meio daquele caos. Sentiu o pânico crescer até suas mãos começarem a tremer, gritou novamente pelo motorista e saíram correndo para o carro.

— Por que você deixou a armadura com ela, Happy?! — A mesma gritou sentindo todo o pavor esbravejado em sua voz.

— Eu não vi que ela pegou, tá bom?! — O homem tentava colocar em sua cabeça que de forma alguma a garota ia sair machucada, mas não podia confiar nesse pensamento.

Enquanto isso, Alaska ignorando todos os avisos que sua mente mandava, facilmente entrou na área restrita agachando-se perto da porta de entrada da pista e vendo que ainda estava longe da briga entre os dois, se escondeu atrás de um dos carros capotados. No entanto, percebeu que a chave já não estava mais em suas mãos e sim no meio do caminho atravessado, e percebendo que ainda havia pessoas em sua volta e repórteres gravando todo o caos, engatinhou até lá torcendo para que ninguém tivesse a visto. Voltou correndo para onde estava destrancando a maleta o mais rápido possível e lançando a armadura que caiu exatamente ao lado de seu pai, segundos depois do carro verde explodir. Deste modo, aproveitando o momento, a garota correu de volta à porta de entrada, agachando-se e encolhendo as pernas, tentando não ligar para toda a energia e adrenalina que corriam em suas veias.

Ao mesmo momento em que a armadura era moldada no corpo do Tony, um carro preto em alta velocidade atingia o homem dos chicotes, quase atropelando o próprio bilionário.

— Você queria me pegar ou pegar ele? — Questionou sarcasticamente para Happy que respirava pesadamente olhando para o desconhecido e logo os dois começaram a esbravejar um com o outro.

— Você ficou maluco?! — Pepper berrou para ele tentando inutilmente acalmar-se. — Cadê a Alaska?!

— E eu tenho que saber disso?! — O mesmo já falava no mesmo tom que todos os outros. — Ela tinha que estar com vocês!

— Ela quem estava com a maleta! — Os dois berraram em uníssono.

— O quê?! — Gritou ele com a parte do rosto da armadura sendo montada. — Agora são vocês que estão de brincadeira comigo! Mas que merda é essa?

O mesmo deu a volta no carro preparando-se para tirá-los de lá e procurar a criança, mas foi impedindo quando um chicote atravessou a porta dividindo-a em duas.

— Fala sério.

Tentou acertar o cara, mas foi empurrado pela outra metade da porta quando Happy deu ré para acertá-lo novamente. Agachou olhando para o amigo enquanto o estranho grunhia de dor e raiva.

— Olha, agradeço pela ajuda, mas são vocês ou eu.

Uma chicotada tirando menos que a metade do carro os atrapalhou de responder, então Tony levantou o pé e empurrou o carro para longe.

— JARVIS, localize a Alaska.

A imagem da garota abraçando suas pernas escondida atrás de uma das portas da pista apareceu na interface, na mesma hora em que um chicote bateu em seu rosto da armadura.

 — Vem cá, tu tem que parar de se intrometer onde não é chamado.

O homem grunhiu novamente e foi para cima dele prendendo ambos os chicotes na armadura e a puxando para longe, ao mesmo tempo em que erros apareciam na tela por causa dos fios elétricos de alta voltagem. Eles começaram a brigar como marionetes desgovernadas até o momento em que Tony pega o chicote em volta de seu pescoço e lentamente vai enrolando-se até dar um combo de socos no peitoral e no queixo, pegando o homem e o jogando brutamente no asfalto para que enfim tirasse um reator amador de seu peito.

Ao momento em que o bilionário escutava coisas estranhas ditas pelo homem dos chicotes elétricos, Pepper e Happy olharam para trás fitando a garotinha que os observava de longe ainda agachada no portão da pista.

 

¹ “Latim ainda é um dos idiomas mais importantes do mundo e é ensinado em várias universidades de prestígio.”

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, abelitas? Gostaram? Não? Comentem!
Quero muito saber se estão gostando ou não.
Até o próximo capítulo!

XOXO
— B.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Unstoppable" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.