Um Plano Irrecusável Parte II escrita por ChattBug


Capítulo 15
Marivilhosa


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui está o capítulo quinze, espero que gostem!



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Marinette acordou sorrindo ao sentir os lábios de Adrien tocando sua testa em um beijo suave.
— Bom dia, my lady.
— Bom dia…
— Você não cansa de ser Marivilhosa não? — Ela riu levemente com o trocadilho e abriu os olhos, o puxando para um beijo.
Porém, algo veio em sua mente e ela se afastou de súbito.
— Ah não! Já amanheceu? São que horas? As meninas! Meus pais! — Ela falava, procurando Tikki e olhando para a porta do quarto, com medo de Nathalie entrar de repente.
— São… oito e dezoito… — Ele falou ao olhar o celular, com uma voz sonolenta. —  Como assim meninas? Vocês combinaram de sair a essa hora da manhã?
— Não, elas estão lá em casa! Fizemos uma festa do pijama ontem e vai ser um desastre se elas acordarem e eu não estiver! Como eu sairia de lá no meio da madrugada sem acordar as dez pessoas que estavam naquela casa? Elas vão descobrir que sou a Ladybug, Adrien! — Ele riu após Marinette falar quase sem respirar.
— Relaxa… a Alix vai ajudar a guardar seu segredo… — O loiro se levantou, ainda um pouco sonolento.
— Espero… — Ela lhe deu um beijo rápido e correu até a janela, esquecendo-se que ainda não tinha se transformado. — Tchau, te vejo mais tarde. — Acenou, prestes a pular da janela sem nem perceber que não estava com o traje de Ladybug.
— Marinette! — Ele gritou, segurando a cintura dela antes que pudesse cair da janela.
— Ah! A Tikki! — A azulada falou, arrancando gargalhadas do loiro com seu jeito apressado.
Logo, Plagg e Tikki entraram no quarto, segurando um pedaço de queijo e um cookie.
— Bom dia! — A kwami falou, entusiasmada, mas os dois jovens a encaravam surpresos.
— Que foi? Vocês não acordam para alimentar a gente, tivemos que dar um jeito… — Plagg falou e todos riram.
— Tikki, transformar! — Marinette falou e correu para a janela de novo. — Agora sim! — Os dois sorriram um para o outro. — Te vejo mais tarde. — Adrien beijou a própria mão e soprou na direção dela, que sorriu mais uma vez.

***

Marinette foi para casa o mais rápido que conseguiu e quase entrou no quarto com os trajes de Ladybug. Após desfazer a transformação na varanda, sentiu-se aliviada ao perceber que as meninas ainda estavam dormindo, nem deviam ter notado que ela tinha saído. Voltou para seu colchão em silêncio, tomando cuidado para não acordar ninguém. Deitou-se e sorriu ao lembrar da noite anterior.
Cerca de quinze minutos depois, ela percebeu que Alya tinha acordado e não demorou muito para que todas se levantassem.
Após o café da manhã com direito aos famosos croissants e doces da padaria dos Dupain-Cheng, elas conversaram um pouco e foram para casa. Porém, antes de sair, Alix se aproximou de Marinette.
— Ei, você e o Adrien vão ficar bem. Só… fala com ele, tá? — Ela disse e Marinette sorriu.
— Já nos resolvemos.
— Caramba, que rápido! Mandou mensagem pra ele?
— Eu fui até lá. — A azulada sussurrou.
— Mas como você saiu se… — Observou o sorriso cúmplice da amiga — Ah… entendi. Isso explica o barulho que ouvi agora de manhã… Espera, você saiu ontem à noite e só voltou hoje? — Alix lançou-lhe um sorriso malicioso e a azulada corou, envergonhada.
— Alix! Não aconteceu nad…
— Ok, vou fingir que acredito nisso aí. — Marinette fez uma careta e a garota de cabelos rosas riu.

***

Agora que não são mais três da manhã, quer ir ao cinema?

 

Eram duas da tarde quando Marinette recebeu a mensagem de Adrien, sorrindo ao lê-la.

 

E tem como recusar?

 

Logo, os dois estavam conversando enquanto caminhavam até o cinema. Porém, sentiram que algumas pessoas tiravam fotos. Não foi nada que realmente os incomodou, mas ainda assim era uma sensação diferente para Marinette. Ela não gostava muito de ser o centro das atenções, mas sentia que aquilo não duraria muito.
— Está tudo bem pra você? Se quiser podemos ir para lugar mais vazio, para as pessoas não ficarem tirando fotos e…— Adrien foi interrompido.
— É um pouco estranho, mas está tudo bem. Na verdade, acho que isso é muito melhor do que fingir que somos só amigos… — Ela se aproximou, roubando um selinho.
— Qualquer coisa fala, tá? Aí nós vamos para um lugar mais vazio… — Ele segurou sua cintura e ela enrubeceu. — Ah não! Nem vou perguntar o que você pensou. 
— Eu não pensei em nada…
— Aham… — O loiro riu e ela fez o mesmo.
Algumas pessoas tiraram fotos quando os dois chegaram ao cinema, mas eles tentaram não se importar.
Depois do filme, foram até André, o sorveteiro dos apaixonados, que estava na Pont des Arts.
— Lembra de quando você disse que queria estar tomando esse sorvete com a garota que você gostava, sem saber que era eu? — Ela falou, referindo-se à vez que tinha ido ali com Chat Noir, na época em que fingiam estar juntos.
— E você também disse que queria estar com o garoto que você gostava…
— Que era você. — Eles riram com a lembrança. — Ai caramba! Acabei de lembrar o quanto eu fiquei tagarelando sobre o Adrien com o Chat sem saber que… ai que vergonha!
— Sorte sua que eu não lembro de muita coisa, se não ia te zoar até hoje.
— Já eu lembro de você tagarelando à beça sobre seu amor pela Ladybug. Tá achando que eu não vi aquela boneca no seu quarto ontem? — A azulada falou, com um sorriso provocante e ele corou.
— Não é uma boneca, é uma figura de ação! — Marinette começou a rir. — Ah! Já que é assim… Falou a garota que tinha um monte de fotos minhas no quarto. Tá achando que eu caí naquele papo de "eu gosto de moda"? — Desta vez foi ela quem ficou envergonhada, mas logo se recuperou.
— Nem vem que você caiu direitinho na época, até me chamou pra ir naquela sessão de fotos…
— É, e você ficou mais tempo babando por mim do que prestando atenção na "moda" que você disse que gostava. — Os dois riram.
Adrien e Marinette sentaram-se à beira do rio Sena, ela com a cabeça apoiada sobre o ombro dele.
— Meu pai te chamou para almoçar lá em casa, parece que agora que a gente "tornou público" o namoro, ele quer "tornar público" algumas coisas também, seja lá o que isso quer dizer… — Ela comentou.
— Eu sei o que quer dizer… Ele vai me dar um monte de recomendações constrangedoras que nem as da daquela vez. — A azulada riu. — Já consigo até imaginar… "Vocês têm que se proteger, hein? Tô muito novo pra ser avô…" — Adrien tentou imitar a voz de Tom, arrancando gargalhadas de Marinette.
— Não sei o que vai ser melhor… a cara de repreensão e vergonha da minha mãe ou a sua cara mais vermelha do que um pimentão.
— Com certeza vai ser a sua cara, vai parecer que vai até explodir de tão vermelha. — Os dois riram novamente.
Logo, estavam conversando sobre assuntos diversos. Marinette contou sobre Chloé e ele se surpreendeu ao saber que as duas se aproximaram ao ponto de a loira ter oferecido seu quarto para a próxima festa do pijama
— Espera aí! Que Chloé? — O loiro falou.
— Ué, a única que a gente conhece…
— Você está me dizendo que a Chloé Bourgeois foi à sua festa do pijama e ainda disse que a próxima vai ser na casa dela? Ok, como você clonou a Chloé e o que você fez com a original? — Ele brincou e os dois riram.
Estavam conversando ainda quando ouviram gritos e pessoas correndo na direção deles.
— Ok… ou eles estão correndo para tirar foto com a gente ou… — Marinette nem precisou terminar de falar, o novo vilão já estava atirando raios nas pessoas que corriam desesperadas.
Ela e Adrien trocaram sorrisos cúmplices e correram para um local seguro.

*

Mayura tossia em seu esconderijo, ainda se perguntando o que fazia ali, ou melhor, por que tinha enviado aquele akuma.
Na noite anterior, ela podia ter certeza de que nunca mais voltaria a usar os miraculous. Se Gabriel quisesse tanto as jóias, ele que voltasse à Paris e lutasse por elas. O desejo era dele, afinal. Nathalie sentiu que nunca mais iria colocar ninguém em risco por causa daquelas jóias, mesmo que quisesse que a família Agreste fosse feliz de novo. Ela sabia que era errado, não podia alterar a ordem natural das coisas apenas para realizar o desejo de Gabriel. Estava decidida a não mais usar aquelas jóias novamente, porém, não as guardou, deixando tanto o miraculous do pavão como o da borboleta presos em sua roupa enquanto dormia.
Naquela noite, sentiu diversas emoções negativas. Uma garota que tinha brigado com o namorado, um menino que teve um pesadelo e sentia medo, uma mulher exausta e estressada após chegar tarde do trabalho. Nathalie mal tinha dormido e, a cada emoção negativa que chegava, vinha uma certa indecisão. "E se for esse o vilão que pode conseguir os miraculous? Eu posso estar desperdiçando essa chance!", pensava enquanto virava-se na cama, tentando afastar aqueles pensamentos. "Isso não vai ser certo! E com certeza há um preço a pagar por aquele desejo…", ela colocava as mãos sobre as jóias, decidida a retirá-las, mas sempre hesitava. "Mas o Adrien ficaria tão feliz se a mãe dele voltasse…", lembrava do olhar triste do garoto ao olhar fotos de Emilie e via sua indecisão crescer. Decidiu então ignorar aqueles pensamentos e voltar a dormir.
Porém, no dia seguinte, voltou a ser atormentada por causa daquelas emoções negativas e, em um ato impulsivo, correu até seu quarto e estava prestes a puxar as duas jóias que estavam presas às suas roupas, mas novamente hesitou, imersa em suas indecisões.
Ela resmungou antes de digitar em um quadro de seu quarto a senha que a levava ao esconderijo preparado por Gabriel.
Ainda sem ter muita certeza do que estava fazendo, enviou o akuma e o amok, sentindo uma exaustão fora do comum. Logo, sua crise de tosses voltou e ela pensou em trazer a borboleta e a pena de volta, mas elas já tinham encontrado a próxima vilã, que aguardava suas ordens.
Mayura se recuperou, tentando se convencer de que aquela seria a última vez que transformaria alguém em vilão e que aquele era o dia no qual finalmente pegaria as jóias de Ladybug e Chat Noir, e era por isso que aquele esforço valeria a pena. A família Agreste finalmente seria feliz de novo.
— Evil Writer, eu sou Mayura…

*

— Espera aí, então ela é uma escritora que não consegue achar o final perfeito para o livro dela? — Chat Noir falou enquanto lutava contra a akumatizada, após derrotarem seu amok. — É por cada motivo que as pessoas são akumatizadas…
— Nem me fala, lembra daquele garoto que foi akumatizado porque não conseguia abrir a tampa do pote de um doce? — Os dois riram.
— Pior que esse só aquele que foi akumatizado porque batia o dedo mindinho na cômoda toda hora… — Eles riram novamente.
Logo, o akuma foi purificado e Ladybug usou seu poder para fazer tudo voltar ao normal. Ela teve que correr para um local seguro antes que se transformasse de volta, assim como Chat Noir.
— Fazia alguns dias que não apareciam akumatizados… — Marinette comentou, entregando um cookie para Tikki.
— Pensei que eu tinha sido o único a achar isso estranho. — Adrien falou, novamente pensando na possibilidade de seu pai estar em Paris. Percebendo no que ele pensava, a azulada lançou-lhe um olhar reconfortante.
— Vamos passar por isso juntos, tá? — Ele assentiu e a abraçou. — Mas você realmente acha que ele pode estar aqui? A Alix disse que olhou em praticamente todas as câmeras da cidade. Nem o Markov conseguiu achar algum sinal do Gabriel aqui em Paris nessas últimas semanas.
— Eu não sei… Quer dizer, para onde ele iria? Não temos muito contato com o restante da família…
— Vocês têm alguma casa de praia ou algo do tipo?
— Não que eu saiba. Ele não era muito de falar comigo sobre sair da cidade… Nem de casa eu saía direito… — Riu pelo nariz — Mas eu posso procurar. — Ela assentiu e os dois saíram do local, caminhando pelas ruas iluminadas de Paris. 
— E a Mayura? Já tem alguma ideia de quem possa ser? — Marinette perguntou, um pouco hesitante. Não queria tocar naquele assunto agora que Adrien parecia tão abalado por causa do pai.
— Não… Mas também posso fazer uma lista das pessoas mais… próximas dele, se é que elas existem. — Ele riu sem humor de novo. — A única pessoa "próxima" dele é a Nathalie, eu acho…
— É, mas ela já foi riscada da lista de suspeitas… — Marinette completou. Aquele assunto ainda a incomodava. Ver Nathalie e Mayura juntas a surpreendeu de uma forma inacreditável. Como um estalo, lembrou da teoria que pensara há alguns dias com Tikki, de que Mayura poderia ter criado um amok de Nathalie e akumatizado para despistá-los, mas com tudo o que acontecera nos últimos dias, tinha esquecido completamente dela. Porém, antes que começasse a falar, Marinette viu o olhar triste de Adrien, e sentiu que era melhor deixar aquele assunto para depois. Eles tinham ficado tantos dias afastados e, agora que finalmente poderiam ter um momento só deles, ela não queria preocupar o loiro com isso. Com certeza conseguiria conversar sobre Mayura depois. Além disso, ali não era um local muito seguro para falar sobre aquele assunto.
A noite passou sem que percebessem. Estavam tão imersos em seus olhares e em suas conversas sobre os mais diversos assuntos que nem repararam a atenção que atraíam ao passarem pelas pessoas.
— Sério, de onde você tira esses trocadilhos? — Ela perguntou sorrindo, após ouvir mais uma das piadas de gato dele. 
O loiro puxou sua cintura e a beijou intensamente, como se não fizesse algo assim há muito tempo. Ela segurava sua nuca, desejando que aquele beijo nunca terminasse, enquanto ele descia a mão lentamente pelas costas dela.
Separaram-se, ofegantes, e permaneceram com as testas próximas. O loiro ainda estava com as mãos apoiadas na cintura dela.
— Ok… quer ir para um lugar mais vazio agora? — O garoto sussurrou, antes depositar alguns selinhos em seus lábios.
— Adrien! — Ela corou, arrancando risadas do loiro.

*

Nathalie apoiava-se nas paredes frias do quarto ao sair do esconderijo. Deitou sobre a cama, sentindo-se exausta.
— Está tudo bem? — Nooroo ousou perguntar. Ela parecia menos cruel do que seu antigo portador, mas mesmo assim não o respondeu.
— Ela não está bem! — Disse Duusu, com uma voz triste, logo antes de chorar escandalosamente.
A mulher sorriu de forma sincera para os kwamis, que realmente pareciam preocupados com sua saúde.
Ela tinha desrespeitado a ordem de repouso e agora sofria com o retorno das tonturas e das crises de tosses, consequências do uso do miraculous quebrado.
Na época que fizera aquilo, tinha dito a Gabriel e à si mesma que valia a pena correr aquele risco para que ele conseguisse o tão sonhado desejo de conquistar o poder absoluto dos miraculous de Ladybug e Chat Noir. Mas ela tinha decifrado o livro dos guardiões o suficiente para saber que aquele desejo tinha um preço. Até então, vinha ignorando aquilo, pensando no quanto aquela família voltaria a ser feliz se Emilie retornasse. 
Mas não dava mais para ignorar os próprios pensamentos. Ao unir os miraculous, estava gastando mais energia que o normal, o que certamente contribuiu para piorar seu estado. Além disso, suas últimas reflexões ecoavam em sua mente. Será que valia a pena arriscar tanto, todos os dias, se nem sequer havia chegado perto das jóias desde que Gabriel saíra da cidade? Colocou Adrien em risco diversas vezes ao akumatizar algum colega de turma dele e até mesmo quase chegou a akumatizá-lo!
E, seguindo a lógica do desejo escrito no livro, alguém teria que ficar no lugar de Emilie, caso conseguissem trazê-la de volta. Há alguns meses, Nathalie estava disposta a pagar esse preço, mas agora ela hesitava, perguntando-se a razão de fazer tudo aquilo.
Em um ímpeto, tirou os dois miraculous que estava usando e os guardou em um lugar seguro, decidida a não mais pegá-los de volta.

 


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Notas finais do capítulo

Eitaaa será que a Nathalie finalmente caiu na real e a "Evil Writer" foi sua última vítima? Hahah!

E... poxa, Marinette! Por que você não conta sua "teoria" pro Adrien? Vai ficar enrolando de novo? Igual você fez com o Chat Blanc? AAAAAAA

kkkkkkkk



O próximo capítulo sairá amanhã. Obrigada por ler!



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