BOIN - Amor das Profundezas escrita por AJFrancklyn


Capítulo 9
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Foram leves as batidas. Pelo olho mágico a mulher reconheceu o rapaz e destrancou e abriu a porta.

— Olá, Juan.

Ela deu passagem para o jovem de, no máximo, 18 anos, filho de sua amiga Maria Guadalupe.

— Oi, Amparo… — O rapaz percebeu que havia alguma coisa de diferente na voz dela, principalmente na forma como ela o olhava. — Está precisando de mim?

— Sim… caso tenha um pouco… de tempo.

— Não muito. Estudando para as provas. Se atingir mais algumas notas 9 e 10 eu consigo me formar no secundário e escolher a universidade que eu quero.

— Você… é um rapaz muito inteligente e bonito. Sei que vai conseguir.

Ela se sentou no sofá observando-o de cima a baixo, como um grande felino analisando a presa.

— O que está bebendo? — Ele apontou para a xícara na mão de Amparo.

A mulher olhou para o objeto, como se não o reconhecesse, e o largou, deixando a caneca cair sobre o carpete.

— Bebendo? — Ela se levantou e, num puxão, abriu toda a frente do vestido — Nada demais. Apenas um pouco de conhaque… para… esquentar.

Juan tentaria se afastar, mas ela o agarrou entre a camisa e o short e, com uma força sobre humana, o puxou para si.

— Amparo! Amparo! O que está fazendo?

— Não parece muito esperto. — A voz dela estava diferente. — Não está claro?

— Amparo! O seu marido! Você é casad…

O beijo molhado o calou imediatamente e Loureço sentiu o hálito doce e agradável, além da língua, embebida em conhaque, invadir sua boca. A pegada, o desejo, o lançaram em um ledo momento de fraqueza, em que ela rapidamente abaixou-lhe o short e agarrou o membro já semi-rijo, que cada vez mais aumentava de tamanho. O rapaz sentia uma onda de prazer correr pelo seu corpo, o que lhe gerou uma alta dose de irracionalidade. Amparo o largou, virou-se de costas, suspendeu o vestido e se posicionou, ajoelhando no sofá e abrindo as nádegas.

— Bem aqui. Vem! Atola com gosto!

Juan sentia o coração batendo forte, enquanto se aproximava, ouvindo a voz de Amparo em sua mente:

“Soca… Fode… Rasga…”

A mulher gemeu assim que sentiu a carne dura invadir sua vagina.

— Isso! Agora estamos juntos…

Mas para a outra entidade que estava dentro do armário, e assistia pela fresta da porta os dois em suas peripécias sexuais, não era tão empolgante. E que se lembrasse ela só gostou de assistir aquilo nas primeiras vezes, depois cansou. Não tinha permissão para participar, nem conhecimento suficiente para executar. Por isso, logo enjoou das cenas e, agora, buscava qualquer forma de distração. Coisa que não era tão simples, mas se esforçava. Naquele momento ela fazia palavras-cruzadas.

“Enfado com 5 letras.” — Pensou um pouco, roendo a ponta do lápis com seus grandes caninos, até escrever a resposta: — “Tédio”.

Enquanto o encontro se desenrolava, e ela buscava respostas para as perguntas da revistinha, sentiu novamente a coceira no ombro, mas continuou focada nas indicações da tabela. Então um tênue brilho irradiou pela janela, chamando a sua atenção. Ela caminhou até a janela e, ao olhar através do vidro, percebeu que a claridade vinha da mesma posição da missão anterior, o que lhe trouxe certa dose de ânimo e curiosidade. Como operava no período entre noite e madrugada, e tinha que esperar aquele desfecho antes de ir embora, resolveu dar um pulo naquele apartamento. Tanto que não viu quando o marido de Amparo chegou do trabalho e pegou o casal de amantes em delito flagrante. Nem ouviu a dissimulação do traído em dizer:

“Está tudo bem…”.

A entidade se teletransportou para o terraço do prédio, e permaneceu parada e pensativa, observando possíveis movimentações de outras entidades que lhe ameaçassem. Mas não houve qualquer acontecimento.

“Será que só eu vejo essa claridade?”

Então ela desceu, passando por andares e paredes até encontrar o apartamento.

“É aqui.”

Atravessou a porta da sala sem qualquer cerimônia. Como tinha tempo de sobra, vistoriou o imóvel, vendo não ter nada de tão atrativo, na verdade, até um pouco mais bagunçado do que o que via comumente.

“Será por causa do gênero masculino?”

Outra coisa lhe chamou a atenção: havia poucos móveis na casa. Teve a impressão de que ele gostava de lugares com muito espaço. Apenas a impressão. Na cozinha se atentou para as cascas de frutas dentro da lixeira; o pequeno armário de duas portas; o fogareiro de duas bocas. Viu limpeza nas paredes e no chão. A pia de alumínio estava impecável, reluzente. A esguia geladeira limpa e com poucos alimentos.

“Praticidade? Talvez.”

Sem mais interesses ali, voltou-se para o quarto do rapaz. Até queria olhar uma ou outra coisa a mais, porém ela viu na cabeça dele, o mesmo brilho da vez anterior, e se aproximou. Assim que o tocou, novamente desapareceu.


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