BOIN - Amor das Profundezas escrita por AJFrancklyn


Capítulo 20
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Quando saiu do sonho, imediatamente ela se teletransportou para o lugar onde tentaria conseguir respostas. Assim que o seu poder cessou o efeito, ela surgiu diante de uma modesta porta. Literalmente apenas uma singela porta, presa em um portal. Abrindo e passado por ela chegou em uma pequena antessala com sofá e uma planta. Ao lado do móvel havia outra porta, a qual abriu e viu o que havia do outro lado: um lugar pouco escuro pois, a pouca iluminação vinha de tochas que estavam fixadas em alguns dos inúmeros pilares que seguiam formando um caminho. Por entre os pilares ela percebeu o tapete vermelho no chão. Ela passou pela outra porta e, pelo tapete vermelho, seguiu até o balcão. Era um móvel não tão grande, e feito de madeira e vidro. Ali era possível ver alguns itens como brincos, anéis e colares, mas apenas isso já que, olhando para os lados a escuridão encobria tudo. Sem outra opção ela aguardou atendimento. E foi depois de longa espera que o funcionário apareceu diante da pequena figura. Ele se apoiou no balcão para conseguir olhá-la melhor.

— Saetele ao seu dispor. Em que posso ser útil?

Ela o encarou achando interessante a armadura do atendente. Nela predominavam três cores: prata, cobre e branco. A base era branca, e as inúmeras figuras eram desenhadas com as outras cores. A impressão que passou à cliente é de que nele, havia algo de circense.

— Preciso de ajuda.

O atendente ouviu o pedido, mas estranhou o fato dela não se identificar. Resolveu focar na questão:

— Que tipo de ajuda? Exércitos temporários? Armas? Poderes? Informações?

— Não sei ao certo. Estou passando por um várias situações e não sei o que fazer. — Então ela fez a proposta: — Se eu te contar você pode me ajudar?

Ele pensou um pouco, tamborilando os dedos no móvel como se fizesse cálculos mentais, e voltou a atenção à ela.

— Vou tentar.

Despreocupada com o tempo, ela fez uma narrativa dos acontecimentos naqueles últimos dias: as missões, o tédio, os sonhos do humano, a carga parcial de energia, as coisas estranhas no Reino. A tudo Saetele ouvia atentamente e, em um caderninho, fazia as anotações que achava pertinentes.

— Mais alguma coisa? — Perguntou assim que ela parou de falar, e negativamente ela meneou a cabeça. — Tudo bem. É o seguinte, eu mesmo já presenciei muitas coisas estranhas nesses milênios de serviços prestados a Brasholais. Confesso que o que acaba de me narrar não foge em nada disso. Na verdade, se trata de uma história única assim como todas as outras. Apenas isso. No mais, eu precisarei consultar meus consortes para ter alguma ideia do que pode ser feito.

— E isso demora?

— Não tanto. Me dê dois dias.

Ela nada falou e, diante os olhos do atendente, desapareceu, se teletransportando para o segundo círculo do Inferno. Nem sabia exatamente o porque fizera isso, mas talvez porque lá era o lugar como maior predominância de sua classe. E assim que se materializou, algo estranho acontecia naquela região. Grupos e mais grupos demoníacos, se aglomeravam diante de um equipamento que emitia forte luz, como num preparativo para algum experimento.

“Mas o que é isso?”

Ela queria observar mais, porém temia ser localizada por alguma das falanges, e optou em sair dali retornando para o seu lugar. Chegando ao Abismo pensou em Boidelas que, no segundo círculo, era das mais temidas falanges. A entidade perdeu a conta de quantas vezes viu o grupo afrontando até mesmo os próprios consortes infernais, buscando armas ou acessórios mas, principalmente, almas que caíam ali. Ela assistiu batalhas épicas que duravam dias ou até anos. E, no fim, o prêmio era tudo, ou nada.

E sobre as falanges não havia muito segredo. Eram subordinadas aos Príncipes Infernais, e formadas por toda a sorte e classe de entidades. O que importava era que rastreassem e trouxessem despojos, tanto de combate quanto de captura, de dentro ou de fora do Inferno, conforme a possibilidade. Não importando o tempo gasto na ação, desde que fosse executada a ordem. O desenho de uma falange era simples: um comandava e os outros obedeciam. Mas, internamente, havia uma disputa pela liderança, a cabeça como era conhecido quem chefiava. E ali não havia em quem confiar.

Uma coisa ela sabia bem. À medida em que os níveis desciam rumo à Lúcifer, as falanges se tornavam menores, mas com visível melhora técnica. Por isso, em muitas situações, elas prestavam excelente suporta às ações dos exércitos infernais, fosse no Inferno, na Terra, ou nas Zonas de Conflitos Celestiais. Dependia do poderio que tinham.

Mas ali, em seu ambiente não tão natural, porém familiar, ela se sentia mais segura.


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