Exilados escrita por L S


Capítulo 4
I Follow Rivers


Notas iniciais do capítulo

eu aodrei escrever esse capítulo, espero que gostem



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Amon

Eu tava em meu quarto já, sentado no tapete felpudo branco. Recostado à janela de vidro, meu quarto não parecia tão bagunçado. A minha cama estava arrumada, o tapete gigante (sério, ele era um quadrado que ia do guarda-roupa até a janela, com um pequeno espaço de sei lá, três passos mostrando o piso) estava esticado. Mesmo assim um ou outro instrumento jogado no chão, invés de estar na parede da porta, como meus violões, violinos, flautas e minhas duas liras.

Eu sei, meu quarto era simples falando assim, mas meu teto era o melhor daqui: o azul se estendia até o começo das paredes, com estrelas e uma grande lua cheia que brilhavam no escuro, numa imitação quase perfeita do próprio céu noturno (com direito à constelações).

Sorri, me levantando e fechando as grandes cortinas azul escuro, quando ouvi batidas na porta

—Entre - gritei, olhando Aura aparecer por cima dos ombros - Minha lady, como vai?

—Eu que te pergunto foguinho - Ela fechou a porta atrás de si - as fúrias estavam muito perto daqui?

— Alguns quilometros, sim - respondi me sentando na cama - Conseguimos matar antes de alguém perceber 

— As caçadoras perceberem - assenti - é estranho ter monstros aqui, era para eles estarem na direção do Acampamento meio sangue.

—Talvez elas só estivessem aqui por causa das caçadoras, dá pra perceber que praticamente ninguém, muito menos semideuses, vem pra cá - me virei sorrindo, mas Aura prestava mais atenção na camisa preta jogada - o que foi?

—Você gosta da Zoe? - ri baixinho

—Não, eu não gosto da Zoe assim meu lírio - ela revirou os olhos pro apelido que dei quando tinha 10 anos - é como se você estivesse gostando do Castellan

—Não fala assim. É que... Quase sempre vocês saem pra caçar juntos

—Você sabe que eu sou apaixonado por outra pessoa já - refutei, minhas bochechas esquentando

—E eu me pergunto por que ainda não se declarou - ela franziu o cenho - você é lindo cara, não tem porque ter medo de rejeição

—Se você soubesse como ela é, teria medo até de falar oi - ela riu

—Por favor Amon - ela se levantou, ficando na minha frente - Se você consegue ficar perto de mim sem ter medo ou ser mandado pro tártaro, você consegue se declarar pra menina que você gosta

—Certeza? - me levantei, ficando próximo a ela - Ela é mandona, cabeça dura, quase sempre tá séria...

—Certeza - ela sorriu - ela parece ser perfeita pra você, já que você também é um cabeça dura

—Não sou não senhorita - ajeitei uma mecha que caia do seu rosto e acariciei seu rosto - por que acha que sou um cabeça dura?

—talvez por ainda não ter se declarado para uma moça de sorte por aí - ela pegou minha mão, seus dedos macios davam a impressão de ser a criatura mais delicada do mundo

—talvez por eu achar que ela já tem um companheiro - ela observou minhas mãos calejadas

—Amon, você já é quase um deus adulto - os olhos azuis se voltaram para os meus - se ela for mortal, precisa lembrar que um dia, ela morrerá. Ela pode te ter o resto da vida, mas você não. Ela ter um companheiro ou não, você vai ser apenas um caso.

—Eu sei, mas mesmo que ela fosse imortal… Ela não iria me querer. Digo, mal conheço meus pais - ela sorriu, respondendo depois de um tempo que pareceu uma eternidade.

—E o meu acha que estou morta - uma lágrima caiu solitária - todos carregamos algum peso aqui foguinho, sendo nosso passado ou a própria imortalidade.

—Já disse quão inteligente você é? - me aproximei, nossos rostos estavam tão próximos que conseguia ver pequenas sardas no nariz dela

—Não - nossos nariz se encostaram, dando um pequeno choque - e eu não costumo dar conselhos a ninguém

—Pois deveria - nos olhamos, com o quarto escuro só conseguia ver o azul dos seus olhos e um pouco de seu cabelo, brilhando cálido por causa das estrelas acima de nós. 

—Não acha que estamos perto demais? - senti suas mãos segurarem meus braços

—Acho que estou perto suficiente - a segurei pela cintura, finalmente a beijando

Eu poderia ficar minha eternidade com elas em meus braços, acariciando sua cintura, tocando os cabelos negros sedosos, olhando para ela na fraca luz das estrelas do meu quarto, mas uma batida na porta nos fez nos separar. Nos olhamos, ambos surpresos.

—Ok, eu.. Eu… - ela me olhava, o rosto em clara confusão - Eu não deveria estar aqui a essa hora da noite né? E se for minha mãe? - ela me soltou, andando de um lado pro outro

As batidas continuaram

—Calma -olhei ao redor do quarto - se esconde no guarda roupa, não sei

Ela ficou atrás do guarda roupa, bem no canto do quarto, onde ninguém iria vê-la. Fui para a porta, com minha melhor cara de “não está acontecendo nada aqui” e abri. Aura acertou em cheio: era Métis

—Lady Métis - ela sorriu, seu robe azul cintilava - o que te trazes aqui?

—Amon querido, Aura está aí? Eu fui ver se ela estava bem, mas ela não tá no quarto - olhei para em cima dos ombros magros dela, a porta do quarto de Aura estava aberto, tudo escuro e sem vida

—Ela passou aqui no quarto, mas saiu. Ela não deve estar vendo Kenai e Koda no quintal? - falei a última parte um pouco mais alto, torcendo pra Aura saber o que fazer agora

—Não pensei nisso - ela franziu o cenho, como se tivesse deixado de ir conferir os lobos - Obrigada Amon, desculpe atormentá-lo. Realmente pensei que ela estava aqui

—Tudo bem minha senhora, tenha uma boa noite ok? - me curvei minimamente

—Pra você também - ela sorriu, deu um beijinho na minha bochecha, e voltou para os corredores principais

Fechei a porta, indo rapidamente para o canto do quarto.

—Você tem minutos antes da sua mãe ver que não está no quintal - Aura assentiu e sumiu numa nuvem com cheiro de flores.

Me virei para encarar um nada. Me deitei sem me trocar mesmo, olhei para meu teto que brilhava. Fiquei viajando entre os últimos acontecimentos, um sorriso que saía do meu rosto. Adormeci assim, sonhando com os olhos azuis brilhantes, cabelos negros longos e aquela maldita expressão que iria matar o primeiro que aparecer na frente dela quando estava com raiva.

 

****

 

Acordei com um grito abafado. Demorei alguns segundos para processar a voz e acordar de fato, mas me levantei num pulo, magicamente vestindo um calção do bob esponja e saindo do meu quarto.

No corredor, vi que a porta do quarto de Milena estava aberto “não foi ela que gritou, então por quê…?”  me aproximei, ouvindo a voz de Nick:

—Posso?

—Não, Nick, eu já falei - Milena o respondeu

—Então quando vou poder minha pequena?

—Quando você provar que é capaz de controlar essa sua impulsividade

Arregalei os olhos diante de tal afirmação, pensando no contexto daquilo e indo para o quarto de quem gritara. Graças aos deuses, a porta estava aberta, e a dona do quarto, acordada.

—Trovãozinho..? - Pela luz do corredor, dava pra ver uma parte de seu rosto assustado e pensativo

—Pode entrar - fecho a porta atrás de mim e ando com cuidado para a cama, onde ela estava sentada agora na beirada - você ouviu né?

—Meio que acordei com seu grito. O que aconteceu? 

—eu tive um sonho - ela se esgueirou para pegar um papel e alguns lápis que estavam na mesa de cabeceira e acendeu o abajur - eu tava num quarto todo branco, meio deitada na cama, segurando um bebê. Eu era loira e o bebê também, ele tava enrolando em um manto branco felpudinho sabe? - assenti me sentando do lado dela - mas não tinha um nome escrito ou alguma cor que desse pra saber se era um menino ou menina. Enfim, Zeus chegava e tomava a criança de mim e mesmo eu chorando e gritando pra ele me devolver, ele só saiu em falar nada.

—Isso foi realmente esquisito, você só viu isso?

—Sim. - ela terminou o desenho e me mostrou.

Era um retrato do sonho. A mulher segurava o bebê coberto pela manta, bochechas grandes sorriam, e o nariz era arrebitado. Também dava pra ver o fim de pequenos cachos loiro claro caindo no canto do desenho.

—Que gracinha de bebê - sorri olhando - será que um dia ela vai achar o bebê?

—É Zeus. Se ele tirou do colo dela e levou assim… Não posso saber o que aconteceu. Ele pode simplesmente ter se livrado da criança

—Ele não… - E parei pra pensar. Ele já tinha feito isso, seria fácil fazer de novo. Aura me olhou tristemente - Eu espero que esteja bem, e não no Tártaro

—Ou morta.


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Notas finais do capítulo

algum palpite de quem seria a criança? heeeiin?



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