-Hei Deneve, o que houve entre vocês e o olhos – de – prata?

-Tivemos desavenças no passado... Outra hora de conto.

-Acho bom mesmo.

Ela limitou-se a sorrir .

Quando já estávamos á dois quarteirões da rua da casa da Selena. Deneve de súbito ficou seria.

-Acelera, Valquiria – disse ela

-O que foi?

-Você não está escutando?

-Escutando o que?

-O choro! É ela!

-Como você sabe? Nunca vi ela chorar.

-Acelera, Valquiria!

Estávamos á 120 km/h passamos para 180. Mal acabo de estacionar, ela se projetou para a porta da casa.

Ela tinha razão, ouvi um choro e vozes discutindo.

-Está trancada – disse Deneve

- Não está mais – disse destrancando a porta

Ao entrarmos no jardim, comecei a sentir cheiro de sangue. Deneve agarrou meu pulso e começou a correr me puxando junto.

Ela não pensou duas vezes, fez a porta da frente vir abaixo. Ela estava estranha. Ouvíamos agora nitidamente uma discussão.

-Por aqui – disse Deneve indo pro segundo andar.

-Pare, por favor – disse Selena

Foi a única coisa que ouvi antes da Deneve arreganhar a porta.

Ambas ficamos impressionadas ao ver Selena caída de camisola com a cabeça sangrando, seu pai segurando sua mãe que estava toda machucada. Não contive a raiva.

-O que pensam que são entrando na casa dos outros assim? – perguntou o pai dela irritado

-Cale-se – disse Deneve com uma voz e um olhar assustador

Ela definitivamente estava furiosa.

-Valquiria, Deneve – disse Selena nos olhando surpresa

-São suas amiguinhas – disse o pai dela

-Eu disse pra você se calar! – disse Deneve demonstrando raiva

O pai de Selena jogou a mãe dela contra a parede.

-Querem participar da minha festinha? – indagou ele

-Seu verme – disse lhe dando um soco

Não tinha como controlar minhas emoções. Ele limpou sua boca, estava desequilibrado.

-Hei garota. Não se pode bater nos mais velhos – disse ele

-Por favor, vão embora se não vocês vão se machucar – suplicou Selena

-Idiota! Por que não nos contou? Somos suas amigas, não somos? Temos que te ajudar até mesmo nas piores horas – disse deixando as lagrimas correrem

-Vocês – disse ele me agarrando pelo pescoço

-Valquiria! – gritou Selena

Ele começou a apertar meu pescoço. Era hora de por fim, quebrei seu braço. Deneve aproveitou e o empurrou para a parede, Seus olhos brilhavam de fúria e sede.

-Deneve não – disse antes que ela fizesse besteira

-Seu desgraçado – disse ela o empurrando na minha direção.

Não hesitei, o arremessei contra uma parede.

-Selena, ajude sua mãe a se vestir e você também pegue as suas coisas – disse

-O que vão fazer? – perguntou ela

-Apenas faça o que peço, por favor – disse sem tirar os olhos do pai dela

-Tudo bem – disse ela saindo carregando sua mãe

Aos poucos minha raiva foi cedendo

-Deneve, o que fazemos com ele?

-Eu não sei, se o atacarmos Genesis me esfola e a Kaori e o Samuel caem em cima de você

-Ham

-Eles estão substituindo bem o Argos, não é?

-Posso dizer que sim.

Escutamos passos.

-Vamos deixá-lo do jeito que está – disse ela saindo

-Ok

Deneve me emprestou seu casaco parra cobrir o rosto da mãe de Selena que estava machucado. Ao sairmos, fiquei surpresa ao ver Kaori, Kris, Genesis e Jake.

-Por que não tô surpresa de ver vocês? – perguntou Deneve sorrindo

Os vizinhos estavam nas portas, curiosos, comentando.

-Eu vou levá-la - disse Kris pegando a mãe de Selena

-Selena, você pode ir com o Jake? – perguntou Kaori a olhando

-Tudo bem – disse ela acompanhando ele

-As duas pro carro – disse Kaori seria

“Lá vem bronca”

Depois de entrarmos no meu carro, Kaori não me deixou dirigir.

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