Filipe

Era como ver um anjo. Tá posso estar exagerando, mas a Lívia era a garota mais linda, interessante, bacana que conheci. Além de linda ela era simpática, inteligente, de certa forma parecida comigo. Ainda lembro de quando nos conhecemos, de quando no vimos pela Primeira vez.

Eu estava no posto, em mais um dia de trabalho, quando a Ana, mãe da Lívia, precisou abastecer o carro, assim que a vi se aproximando com o carro, segui até a bomba de gasolina e a cumprimentei, muito simpática, Ana me cumprimentou de volta, ela me entregou a chave para que eu pudesse abastecer o carro, enquanto isso ela iria até a loja de conveniências do posto, foi aí que notei a presença da Lívia.

Ela estava linda, usava um vestido florido, o cabelo estava solto, os fios caíam como uma cascata, um castanho que possuía um brilho dourado.

Por um segundo perdi a noção dos meus atos, estava enfeitiçado por sua beleza, ao notar que estava aéreo, me recompus e abasteci o carro.

—Oi - a cumprimentei, era tão complicado para mim, cumprimentar uma garota bonita.

—Oi - respondeu simpática com um pequeno sorriso nos lábios.

— Voltei - Ana se aproximou e entregou a Lívia um chocolate.

— Aqui está a sua chave - a entreguei.

— Obrigada e aqui está o dinheiro.

— Espere só um segundo que eu vou trocar o dinheiro para lhe dar o troco.

— Não, não precisa, pode ficar com o troco.

— É sério?! Obrigado - A Ana realmente era uma pessoa bastante generosa.

Ambas se despediram e seguiram, segundo elas, para casa. E eu fiquei completamente bobo, apenas lembrando do sorriso da Lívia.

Pensar na Lívia era o que eu mais fazia recentemente, depois que descobri que ela era amiga da Luciana e que frequentava os mesmos lugares que eu, me deixou ainda mais animado, assim poderia encontrá-la com maior frequência.

Narrador(a)

Filipe encerrou seu dia de trabalho e passou rápido em casa para tomar um banho antes de ir para a escola. Mesmo acostumado, sempre achou essa rotina de trabalhar e estudar, bem cansativa, mas por um motivo especial, ele se sentia bem, estava bastante animado até.

—Aconteceu alguma coisa Filipe?! - Nanda, uma grande amiga o acompanhou - Você está com uma cara tão boa.

—Ah, oi Nanda - cumprimentou - Do que você precisa?

— Filipe você está bem? - Nanda logo notou que os pensamentos do amigo estavam longe.

— Estou, por quê?

— Sei lá, você está tão aéreo, estranho, por acaso aconteceu alguma coisa boa?

—Não, não aconteceu nada demais, tudo aconteceu, como sempre aconteceu.

—Tá bom - Nanda não estava convencida, mas descobriria depois o que Filipe estava escondendo - Mas me diz, ainda está de pé o cineminha nesse fim de semana?

— Ai, não vai dar - Filipe lembrou do compromisso que assumiu com seu chefe - Eu vou ter que trabalhar.

—Ah não Fil, a Jéssica já não vai poder ir por que não foi liberada lá da lanchonete, agora você também, fala sério.

—Desculpa Nanda, mas é trabalho, eu não posso negar entende?!

—Tá Filipe, eu entendo, mas poxa, a gente nunca mais saiu juntos, quando não é trabalho é os estudos, sempre tem alguma coisa para atrapalhar.

—Eu sei Nanda que você está chateada, mas esse final de semana não vai dar mesmo, mas no próximo a gente vai.

— No próximo, você sempre diz isso e nunca dá certo.

—Mas dessa vez eu prometo - o jovem se aproximou a abraçando de lado.

—E eu vou cobrar hein, se você não for, eu nunca mais falo com você.

—Tá bom Tetel, agora vamos para aula, que eu não quero me atrasar - Nanda apenas revirou os olhos com o que Filipe disse. Para ela, Filipe só pensava em duas coisas, estudar e trabalhar.

Filipe

A Nanda é a minha melhor amiga, nos conhecemos desde o fundamental, ela é uma garota incrível e sempre foi minha amiga, mesmo eu sendo esse cara na minha, considerado cdf e tímido. Ela nunca se importou com esse meu jeito, é por isso que nos damos tão bem, mas mesmo assim não era hora de contar sobre a Lívia, ela com certeza iria querer dar palpite e se meter nesse assunto, a conheço bem.

O melhor mesmo é manter em segredo por enquanto, pelos menos até eu conseguir avançar um pouco com a Lívia.

—Filipe, você que também é amigo da Nanda, que conhece ela há bastante tempo e que também é homem, pode colocar na cabeça dessa louca que é uma grande besteira ela dar mole para esse playboyzinho do Roger - Jéssica como sempre cuidando para que a Nanda não se dê mal nos relacionamentos dela.

—Nem vem Filipe, eu já falei para a Jéssica que o Roger e eu estamos apenas nos conhecendo melhor.

—Amiga - Jéssica segurou nos braços de Nanda - Isso é uma grande burrice.

—Ta bom Jéssica, pode até ser, mas eu não sou uma garota ingênua, eu sei onde estou me metendo, relaxa.

—Eu só queria dizer que …

—Lá vem o Filipe.

—Deixa o menino falar Nanda.

—Eu só queria dizer que se é o que você quer, conhecer melhor o Roger, você deveria seguir em frente.

—Como é que é?! Eu não acredito nisso Filipe, eu te chamo, porque sei que você é a voz da razão na vida da Nanda e você me vem com essa?!

—Eu também não estou acreditando nisso, logo você Filipe.

—Qual o problema? Até porque, se eu falar para você desistir do Roger, você não vai fazer isso, então, o melhor é te apoiar.

—Ai eu te adoro Filipe - Nanda me encheu de beijos na bochecha, até parece que eu dei um bom conselho, na verdade eu considero esse Roger um idiota, a Nanda merece coisa melhor, mas se eu disser isso para ela agora, é capaz dela brigar comigo por causa disso e não é o que eu quero.

—Esse mundo tá perdido mesmo - Jéssica como sempre dramática, mas se bem que eu a entendo.