Faltavam apenas três dias para o aniversário de seis anos de Teddy. Era um menino de boas intenções, mas ainda era uma criança e crianças precisavam de atenção.

  Harry e Ginny se sentiam um pouco mal por não o convidarem mais para dormir em sua casa tantas vezes, como antes, mas não sabiam o que fazer. Tinham um bebê recém nascido em casa que não dormia direito e não parava de chorar, no entanto, morriam de medo de que Teddy achasse que com o nascimento de James, eles o esqueceriam.

  E foi então que um dia o pequeno Teddy Lupin, com seus cinco anos, perguntou a seu padrinho se podia dormir na casa dele para ajudar ele e sua tia Ginny a cuidar de James. Harry olhou para o afilhado e foi covarde demais pra dizer não.

  Sempre que Teddy dormia lá eles brincavam, e mesmo quando estava cansado demais pra isso, eles conversavam e o menino recebia toda a atenção de Harry, mas como poderia gastar todo o seu tempo com o afilhado e deixar seu filho recém nascido abandonado?

  Quando a madrugada se aproximava, Teddy adormeceu no sofá e Harry não fazia ideia de como ele havia conseguido. James Sirius chorava, e chorava, e chorava, e chorava. Só parava de chorar quando estava sendo alimentado, mas Ginny não aguentava mais amamentar. É claro que não o deixaria com fome, mas estava pensando seriamente em devolver o bebê para a maternidade e pega-lo de volta somente quando completasse cinco anos.

  O casal quase chorou de emoção quando o bebê finalmente dormiu. Sendo assim, Harry pegou Teddy no colo, o levando para o quarto no qual ele dormia quando estava lá e o depositando na cama, enquanto Ginny colocava James no berço de seu quarto com todo o cuidado do mundo. Os dois então foram para o próprio quarto e desabaram na cama sem trocar de roupa, escovar os dentes ou ter tempo de olharem um para o outro.

  Estavam cansados como nunca estiveram. Quando Teddy era bebê, quem sofrera com as noites mal dormidas fora Andromeda, e Harry não fazia ideia do quanto aquilo era difícil. De qualquer forma, o menino não costumava chorar tanto quanto James. É claro que aquele bebê não entendeu por que de repente seus pais não estavam mais ali com ele, e parecia não se aquietar com mais ninguém. Era como se pedisse por Remus e Tonks.

  Mas James tinha Harry e Ginny ali, não havia motivo algum pra chorar. Estava bem alimentado, não estava com frio, estava limpo e recebia toda a atenção do mundo. Por que chorava tanto, então?

  O cansaço era tão grande que não ouviram seu bebê chorando no quarto ao lado, sabe-se lá, Deus, como.

  Quem ouvira o choro fora Teddy, que se preocupou e foi até o quarto de James Sirius ver o que estava acontecendo.

  Assim que chegou no cômodo, tudo o que passou pela sua cabeça, com sua inocência infantil, foi que James estava triste. Era óbvio, afinal. Pessoas choram porque estão tristes, então era esse o motivo dos berros do bebê.

  Teddy se aproximou do berço e começou a conversar com James, mudando as cores de seu cabelo e o formato de seu nariz, imitando focinhos de animais. Em poucos segundos o quarto era invadido por gargalhadas de bebê.

  Em determinado momento, naquela madrugada, Harry acordou e resolveu checar se estava tudo bem com James. A primeira coisa que pensou ao perceber que o menino estava quieto foi que algo ruim havia acontecido. Seu filho nunca se aquietava, afinal.

  Chegando à porta do quarto de seu bebê, ele parou, observando aquela cena. Nenhuma palavra dita aqui expressaria corretamente a sensação que ele sentira naquele momento. Mas saibam que a maior certeza que ele teve foi que estava olhando para as duas pessoas que mais amava no mundo.