Contos de Uma História Sem Fim escrita por Leh


Capítulo 2
Lucky


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/792516/chapter/2

Uma chuva fria caía por fora, mas dentro de casa tudo era quente. Ginny arrumava uma estante no quarto onde ela e Harry costumavam dormir, quando não cochilavam no sofá ou viravam a noite em conversas longas e divertidas. O pequeno Teddy Lupin, nos seus recém completos cinco anos, se encontrava sentado na beirada da cama de casal, olhando um retrato de seu padrinho com um bebê de cabelos azuis no colo, provavelmente o colocando para dormir. Ambos esperavam Harry chegar do ministério, onde trabalhava como auror.

A ruiva, percebendo que o menino estava com um olhar vazio, se apressou em perguntar:

 

Está tudo bem, Teddy?

  Ele logo a olhou nos olhos, mas foi rápido em desviar o olhar.

Sim.

Tem certeza?

Teddy largou o retrato e olhou novamente para Ginny, com certo receio de que ela achasse que ele estava sendo estúpido em se preocupar com certas coisas.

Minha avó está estranha  começou.  Ela está triste, eu acho. É porque o aniversário da Vic está chegando, não é?

Era sempre assim. Quando maio se aproximava trazia consigo alguns dores nunca superadas. De qualquer forma, era pior para pessoas como Andrômeda, Molly e Arthur, que haviam perdido seus filhos. No geral, os aniversário de Victoire eram sempre deprimentes.

Eu sei que foi o dia que a minha mãe e o meu pai morreram, mas eu não gosto de ver ela assim  Teddy disse.  Eu queria ter conhecido eles. Minha mãe era uma auror igual o Harry, não é?

Ginny sorriu tristemente e foi se ajoelhar em frente ao menino de cabelos azuis, com olhos que lembravam muito os de seu pai.

Teddy, você sabe quem foi o meu primeiro amor?

Harry?  ele perguntou.

  Ginny negou com a cabeça e passou a mão pelos cabelos do menino.

Foi você. Você e Vic foram as pessoas que me ensinaram o que é o amor.

Ela sorria enquanto falava. Era um sorriso calmo, como o de uma mãe ao admirar seu filho.

Mas você foi o primeiro, e foi você quem chegou pra iluminar a minha vida e a de todas as pessoas ao seu redor, inclusive seus pais. E agora, eu quero que você me prometa uma coisa.

Ele a olhou de uma forma profunda, mesmo para uma criança, e esperou que ela continuasse.

Me prometa que nunca, nem por um segundo na sua vida, você vai esquecer do quanto eu o amo  era uma pergunta complexa, mas foi dita de uma forma tão leve que fazia parecer que eles estavam tendo uma simples conversa cotidiana.

Ginny estendeu o dedo mindinho para que ele o entrelaçasse com o seu. Teddy assim o fez, sorrindo abertamente.

Eu prometo  disse, por fim.  E eu te amo também, titia Ginny.
  Ela devolveu o sorriso e então ouviram a porta se abrir, acompanhada de um barulho de passos na sala.

Harry chegou, por que não vai lá dar um abraço nele e mostrar que está aqui?

Nem precisou de resposta pois o menino correu pela casa e praticamente se jogou nos braços do padrinho, que devolveu o abraço, o levantando do chão e erguendo-o em seu colo.

Ginny suspirou e olhou pelo quarto, vendo algumas fotografias postas em bonitos e detalhados retratos. Em uma delas encontrava-se ela própria com Teddy e Victoire, sua primeira e, até então, única sobrinha. Era uma menininha linda de cabelos loiros e salpicada de sardinhas na região do nariz e nas bochechas.

Mais adiante, uma foto de si mesma com seus pais e irmãos. Seus olhos pararam em Fred e ela deu um leve sorriso. Por fim, uma foto de James e Lily Potter, que Harry havia tirado de um álbum que ganhara aos 11 anos e colocado ali, perto de sua cama.

Com um olhar melancólico, pôs-se de pé para cumprimentar o marido.

Harry e Teddy estavam na sala, tagarelando sobre assuntos banais e um pouco infantis. Ginny parou, encostada na parede e observou os dois.

Amava a forma como Harry era extremamente carinhoso com o afilhado, mais do que já fora com qualquer outra pessoa em sua vida. Mas talvez isso também se desse ao fato de que Teddy era uma das pessoas mais carinhosas que ela já conhecera. Estava sempre abraçando as pessoas ao seu redor, e eram incontáveis as vezes em que ele a olhava nos olhos e dizia “eu te amo, titia Ginny”, ou “você é a melhor tia do mundo”. Também se apegava facilmente a qualquer pessoa que fosse gentil com ele, talvez por sua carência natural. Molly e Arthur praticamente o adotaram como neto mais velho e ele foi ensinado a chamá-los de vovô e vovó e consequentemente todos seus filhos eram chamados de “tio”.

Também era uma criança bastante calma se considerarmos que era filho de Nymphadora Tonks e por isso estaria destinado a ser um pequeno furacão. Mas ele era bem calmo e paciente, diferente de sua amiga Victoire Weasley. Essa sim era um verdadeiro furacão.

Ainda assim, mesmo que cercado por pessoas que gostavam dele e sendo criado por uma avó que o amava mais do que tudo no mundo, era triste que nunca tivesse a chance de conhecer seus pais. O menino que gostava tanto de abraços nunca teria a sensação reconfortante de um abraço de uma mãe, a única coisa que, não importa o que esteja acontecendo na sua vida, vai lhe deixar calmo e seguro. Tampouco teria seu pai o olhando nos olhos e o dizendo que ele era a razão de toda sua felicidade. Que, para Remus, seu filho era a representação de toda a esperança e alegria que haviam nele.

E, por fim, olhando os dois, ela percebeu o quão sortuda era por ter seus pais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Teddy Lupin é o amor da minha vida, então provavelmente haverão muitos capítulos sobre ele.
Espero, do fundo do meu coração, que tenham gostado. Inclusive, se puderem comentar sobre o que acharam ou sobre personagens que gostariam de ver, eu ficaria muito feliz! Conselhos e críticas construtivas também são muito bem vindos.
Beijos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Contos de Uma História Sem Fim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.