Mas ainda te amo escrita por Ana Paula Canuto


Capítulo 1
Capítulo 1




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Um violão afinado derramava seu som pelo quarto do hotel enquanto outro se juntava ao mesmo dando ao quarto uma harmonia perfeita de uma melodia triste e serena. Dedos sutis e concentrados dedilhavam as cordas fazendo as mesmas vibrarem e pularem em um ritmo paralisante.

No chão do quarto havia um cinzeiro onde pontas apagadas eram depositadas desordenadamente. Um ré surgiu no lugar do dó e tudo desandou um pouco tirando a concentração e o clima harmônico dos quatro homens que se encontravam jogados de maneira confortável no chão do quarto.

— vamos lá Edward! – Emmet reclamou. – estava indo tudo bem cara, que merda, eu todo concentrado.

— desculpa cara, voei agora, desculpa cara. – Edward se desculpa da sua desconcentração momentânea.

— ei Emmet pega leve aí, dá tempo aí pro cara. – Jasper pede num tom de repreensão.

— desculpa cara é que tava bem legal, eu saí do corpo agora. – Emmet se desculpa e coloca o violão bem ao lado de seu corpo.

— poxa, a gente vai parar?! – reclama Sam.

— um pouco véi. – Emmet se levanta indo em direção ao banheiro.

— vou pegar um pouco mais de cerveja. – Sam sai.

Jasper olha para o amigo cabisbaixo e se aproxima abraçando-o pelo pescoço.

— isso tudo vai passar cara, você vai ver, isso tudo sempre passa, é sempre assim, não é a primeira vez que passamos por isso não é? – ele dá uma tapinha nas costas do amigo.

— você sabe que é tudo diferente Jasper, é ela cara, você sabe que é diferente. – Edward fala em um suspiro cheio de dor.

— ela também ta sofrendo cara. – ele argumenta.

— ela o quis Jasper, ela o quis. – ele segura seu rosto com as mãos e respira soltando fortemente o ar pela boca.

— eu sei que ta sendo muito difícil tudo isso cara, mas quero que saiba que a gente ta aqui por você, você sabe disso não é? Somos irmãos certo? – Jasper abraça-o mais uma vez e fortemente.

Edward o abraça e o segurando fortemente se derrama nos braços do amigo que o aperta mais. O choro é algo explosivo saindo do peito como um trovão que rasga o céu em uma noite de tempestade. Os amigos entram no quarto e ficam tristes e solidários com a cena em sua frente. Sam e Emmet se aproximam e num abraço grupal dividem toda aquela dor. Seus corpos tremem à medida que as lágrimas de Edward descem molhando toda a sua face.

— ei cara, cerveja é sempre bom, toma a tua, vamo passar por isso. – Sam fala bem próximo ao seu ouvido.

— é isso aí Edward, vamo esquecer tudo isso. – Emmet dá um tapinha nas costas do amigo.

Edward se vira encarando os amigos com olhos vermelhos e segura sua garrafa erguendo-a com uma mão e com a outra enxugando as lágrimas.

— assim que se fala filho de uma puta! – Emmet brinca fazendo-o rir.

— a tua mãe desgraçado! – Edward sorri antes de virar para a primeira golada.

— sabe qual a minha vontade? – Edward se levanta andando pelo quarto e os amigos o esperam. – eu queria poder quebrar a cara daquele desgraçado cara, eu ia deixar ele todo quebrado. – ele solta esmurrando a cadeira fazendo-a cair.

— a gente te ajudava. – Sam sorri e recebe um olhar repreensivo de Jasper que olha para o amigo atentamente. — porra, mas que é tentador é sim. – Sam ainda dá uma gargalhada.

Edward senta novamente no chão e termina a cerveja, pegando logo em seguida outra.

— obrigado mesmo caras, você são os melhores. – ele agradece.

— um brinde a nós! – Emmet levanta sua garrafa e os outros o imitam.

— ela ta sofrendo cara, você sabe disso. – Jasper fala alisando o fundo da garrafa.

— sabe... – Edward segura a cabeça com a mão e a garrafa. – eu não entendo o porquê. Ninguém é de ninguém, a gente sabe disso, mas eu não entendo o porquê. – ele fala baixando seus olhos para o chão.

— Edward a gente já falou muito sobre isso, inúmeras vezes cara, eu não to defendendo ela, você sabe disso, mas a gente conhece ela cara, a gente sabe que ela gosta de você, a gente conhece vocês porra, a gente sabe que são loucos um pelo outro, o ser humano faz coisas...comete erros que não tem explicação. – Emmet argumenta.

— é cara. Vocês se gostam. A gente sempre viu isso. – Sam complementa.

O silencio entra pelo quarto deixando todos ali pensativos. Nesse instante o telefone de Jasper toca e Edward rapidamente levanta a cabeça olhando para o amigo. Ele reconhecia o toque e sabia que era o toque que Jasper colocou para Bella. Jasper segura o celular e olha para Edward que baixa mais uma vez os olhos para a garrafa — oi querida. – Jasper fala em um tom solidário.

Os meninos ficam calados se entreolhando e notando a reação sofrida de Edward que encosta a cabeça na parede e olha para o teto perdido.

— sim. Estou. – ele responde. – você sabe que sim. – ele responde. – claro. Um momento.

Jasper se aproxima de Edward e lhe estende a mão com o celular, os garotos o olham com pena e ele pede ajuda com seus olhos marejados. Os rapazes assentem.

— ela só quer uma chance Edward. – Jasper suplica pela amiga. – só fale com ela, não a negue isso cara, por favor. Por tudo que já viveram. – ele intensifica apontando o celular.

Edward, hesitantemente segura o telefone e mirando-o em sua mão ele o leva até seu rosto encostando-o em sua testa e logo em seguida silenciosamente coloca-o em seu ouvido. Pode se notar que sua respiração está puxada e dificultosa.

— oi. – ele fala fracamente.

— oi. – ela responde da mesma maneira.

Os rapazes se levantam saindo do quarto e lhe dando privacidade, cada um indo até o amigo sentado no chão e apertando de leve seu ombro e assim com tal ato demonstrando todo o apoio para ele. Por um instante somente o silencio é o único som que sai de ambos.

— pensei que não fosse me atender. – ela fala deixando o ar bater no telefone.

Depois de um silencio. – hesitei, mas isso é mais forte que eu. – ele suspira derrotado.

— Edward... – ela hesita. – sei que não estou em posição de pedir nada a você, sei que você tem todo direito de não falar comigo se quiser, mas tudo isso está me matando como nunca e... – o choro é perceptível. – queria poder olhar pra você e poder falar tudo que quero dizer, queria ter ao menos uma chance. – o soluço sai. – só uma chance é o que te peço uma chance de poder te ver e te falar, só uma. – mais silêncio.

— não sei se já posso fazer isso Bella, não sei se posso. – ele sussurrou pesaroso. – preciso de mais tempo para digerir tudo isso. Preciso de ar. Você não tem idéia do que me fez.

— eu sei...eu sei..mas... – ele a interrompe.

— não Bella, você não sabe! – ele eleva um pouco a voz. – você não sabe o que é dar a uma pessoa tudo que você mais tem de importante dentro de você. – ele chorou. – o que mais me irrita é que não consigo me imaginar te fazendo sofrer. – ele exaspera.

O silencio se espalha entre eles e apenas os soluços e os suspiros são ouvidos.

— você desistiu da viagem. – ele afirma.

— sim.

— não devia. Você a queria muito. – ele falou entre lágrimas.

— o que me importa tudo agora se eu fiz a maior cagada da minha vida? – ela soluça.

— não entendo, não entenderei nunca. – ele fala. – alguma vez te tirei a liberdade ou alguma vez disse que você era minha prisioneira? – ele pergunta procurando respostas. – só me responde isso. Alguma vez te deixei sem alternativas ou coloquei uma arma em tua cabeça dizendo que você não poderia me deixar? – sua voz era de súplica.

— não, Edward, não, não. Por favor, vamos ter essa conversa pessoalmente, é isso que te peço, por favor. – ela soluça mais uma vez e ele fica em silêncio. – é o meu único pedido. - pensa em tudo que a gente já viveu, já passou, tudo que a gente já fez, você sabe que eu te amo, sabe disso não é?

— não sei mais de nada Bella. – ele fala fracamente. – só tenho duvidas.

— não tenha, nunca, o que fiz foi algo imperdoável eu sei, mas foi algo que não tem importância pra mim, só você tem importância Edward, só você.

— ainda me dói tudo por dentro Bella. – ele segura seu peito e o aperta fechando fortemente seus olhos fazendo com que mais lágrimas transbordem dos seus lagos. – não sei se serei capaz de confiar em você Bella, em suas palavras, não suporto a idéia de te ouvir e suas palavras soarem para mim como mentiras.

 eu farei com que confie, eu juro, eu juro, eu te amo mais que a mim. – ela suspirou suplicando. – só o que te peço é que me deixe te ver. – mais silencio.

— ok. – ele falou fracamente e derrotado.

— obrigada. – o alívio sai por sua boca em um suspiro. – obrigada.

— onde quer me encontrar? – ele quer saber.

— eu posso ir até onde está. – ela falou.

— sabe onde estou?

— sim.

— Jasper? – ele perguntou.

— só quero te encontrar Edward.

— você pode vir onde estou Bella.

— obrigada.

— ok.

— posso ir hoje? – ela pediu.

— já são cinco da tarde, acho que...

— por favor. – suplicou.

— está bem. – suspirou mais uma vez derrotado.

— ok. Estou indo. Até já.

— até já Bella. – ele falou baixo.

O telefone foi desligado e colocado bem ao seu lado no chão. Suas mãos foram para seus cabelos bagunçando-os bravamente. Edward se levantou indo até a sala e os três pares de olhos mirando-o eram de expectativa.

— ela está vindo pra cá. – ele fala baixinho e olha para Jasper que sorri.

— ela quer conversar.

— vocês precisam disso cara. – Emmet o apóia.

— vamos dar uma volta por aí. – Jasper se levanta chamando os outros dois.

— acho que vamos levar Mike. – Sam fala animado.

— não! – ele solta rapidamente. – talvez ela queira vê-lo. – ele baixa os olhos com aparente vergonha.

— não deixe de fazer o que tem que fazer por orgulho ou por se preocupar com os outros, Edward, nós não somos assim, você não é assim. – Jasper abraça o amigo.

— é isso aí véi, a gente faz o que o coração manda, o que importa é o que nos dá prazer. Faz o que tem que fazer. – Sam também o abraça.

— nem preciso falar né. – Emmet sorri dando outro abraço.

— vocês têm sido tudo que tenho. – ele os encara.

— a gente volta depois quando você chamar. – Jasper já segue para a porta.

— ok.

Os minutos seguintes se arrastaram e a ansiedade crescia em cada movimento pelo quarto. Ora sentava, ora ficava em pé. Sentou-se e se apoiou com os cotovelos nas pernas. Sentiu um focinho em seus pés e abriu os olhos vendo o seu grande amigo balançar o rabo e choramingar algo.

— já está sentindo seu traidor? – ele deu um sorriso fraco e o cachorro se empolgou mais. – não quero que diga nada do que eu falei pra você. – ele segurou o focinho do cachorro. – está me entendendo?! – soltou o amigo e sorriu vendo-o balançar o rabo.

De repente dois toques na porta soaram como trovões e ele ergueu os olhos observando a porta fechada. Ele constatou que seria ela e seus passos hesitantes foram lentos, ele parou ao pé da porta e percebeu que já podia sentir o seu perfume, ele a sentiria mesmo que fossem portas de chumbo. Segurando fortemente a maçaneta ele girou-a e assim como o sol nasce saindo de uma montanha, ela surgiu para ele. Seus olhos a sondavam por todo seu rosto e os olhos dela faziam a mesma coisa. Um misto de sentimentos bons e ruins o dominava, a raiva e a paixão. Ele abriu mais ainda a porta.

— posso entrar? – ela falou insegura.

— claro. – ele se afastou dando passagem.

Bella entrou e sondando a sala girou sua cabeça rapidamente. Ouviu latidos entrando sala adentro e foi recebida calorosamente por um Mike traidor, assim pensava Edward.

— você cresceu mais seu danadinho. A mamã... – ela parou acariciando o cachorro e dando uma rápida olhada para Edward. – você está lindo Mike. – beijou o cachorro e se levantou deixando seus braços caídos tentando relaxar.

Edward a olhava e o conflito em sua mente continuava. Os por quês ainda martelavam sua cabeça, a vontade de agredir-la de alguma forma o atormentavam, mas essas eram coisas de momento, não de razão, e como poderia fazer isso em alguém que sempre teve admiração? Seus olhos, de ambos, ardiam e as palavras se juntavam entre a língua e o céu da boca, prontas para serem ditas. Tudo estava sendo por aquele momento pensado e cuidadosamente envolvido em algodão para que nada trouxesse mais sofrimento.

— não sei por onde começar. – ela admitiu baixando os olhos.

— pediu para conversar. – ele suspirou e sentou. – sou todo ouvidos. – ele não foi tão suave e ela tremeu com o medo da rejeição.

— existem explicações para tudo e para todos Edward. – ela se sentou. – existem explicações que mesmo sem serem entendidas ainda assim são explicações. – ele a olhava sem desviar recebendo todas as suas palavras e percebendo todos os movimentos já conhecidos em todas as situações.

— você está mais magra. – ele falou de repente e ela ergueu os olhos para ele.

— você também está. – ela sorriu fracamente e o silencio pairou no ar e Bella baixou seus olhos mais uma vez. – você me fez algumas perguntas ao telefone que eu queria responder agora olhando para você. – ela o olhou rapidamente e voltou seus olhos para as mãos.

— então olhe para mim Bella. – ele falou baixinho.

Ela lentamente atendeu a repreensão olhando-o em seus olhos.

— bem. Você me perguntou se alguma vez me tirou a liberdade ou alguma vez disse que eu fosse sua prisioneira. – ela repete suas perguntas examinando sua reação, ele apenas a ouve atentamente. – me perguntou também se alguma vez me deixou sem alternativas ou colocou uma arma em minha cabeça dizendo que eu não poderia te deixar. – ela suspira. – nunca fez isso, tudo sempre foi o contrario. Sempre me deu a liberdade e me deu alternativas para o que fosse fazer. Sempre foi um homem maravilhoso Edward, sempre me apoiando, sempre me admirando e demonstrando isso sem medos e inseguranças e sempre me passou essa segurança, e era sempre com você que que eu me sentia segura e pronta. – ela esperou que dissesse algo, mas ele apenas continuava a ouvindo. – não estou querendo me livrar das conseqüências do meu erro Edward, não tenho forças para tanto, sei o que causei a todos que me rodeiam, e principalmente sei o que causei a você.  – ela segurou um pouco o choro ao sentir seu queixo tremer, respirou fundo. – me arrependo como nunca me arrependi de uma coisa que tenha feito como me arrependo do erro que cometi.

— de sua loucura momentânea? – ele falou fazendo-a travar seu olhar no dele, sorriu fracamente.

— as palavras soam diferentes no calor do momento. – ela segurou seu olhar.

— então fala pra mim como seria. – ele a desafiou calmamente.

— Edward, por favor. – ela baixou os olhos.

— veio aqui para me explicar tudo não foi Bella? – ela assentiu com a cabeça. – então, estou aqui e quero todas as possíveis. – ele remexeu na poltrona ficando mais atento.

Bella não conseguia dizer uma palavra ou se quer olhá-lo novamente, de repente sentiu a vergonha preencher o quarto e a covardia se entranhar em seu corpo, e parecia como se estivesse nua.

— loucura momentânea é uma expressão romântica e bonita para descrever uma traição, uma punhalada pelas costas, uma quebra de confiança e uma infidelidade. – ele sorriu irônico. – quando te falei um dia que ninguém é de ninguém eu estava te dizendo que você era livre, eu te disse que eu não te obrigaria a nada, mas você só me deveria respeito, clareza nos seus sentimentos e acima de tudo sinceridade. – ele suspirou e ela o olhou. – o que mais me martelou na cabeça no momento em que vi você com Jacob naquela cena de terror, foi a seguinte pergunta: o que ela viu em mim que a fez acabar e esquecer com todo respeito, com toda clareza e com a sinceridade? Eu me culpei por isso...

— você não teve culpa de nada Edward. – ela deixou as lágrimas caírem.

— eu me culpei porque sempre havíamos tido um relacionamento bom, sempre fomos companheiros e acima de tudo amigos, eu me culpei porque alguma coisa eu havia feito para que você deixasse para trás tudo que havíamos construído cuidadosamente por uma loucura momentânea – suas ultimas palavras aumentaram de tom fazendo-a pular.

— como estou falando você não teve culpa de nada, eu reconheço que fui idiota e insensível. Reconheço que o maior erro de minha vida eu cometi com a pessoa menos merecedora de tal tratamento. Não medi conseqüências e reconheço que desrespeitei todos ao meu redor, mas principalmente o homem que eu amo. – ela falou as ultimas palavras olhando em seus olhos.

— talvez não me ame como acha Bella. – ele suspirou cansado. – talvez tenha se acostumado com nosso mundinho fechado, comigo, com nossa amizade, linda amizade eu diria, mas agora pensando nisso tudo penso que talvez tenha se enganado com o conforto de minha amizade. – ele parou olhando em seus olhos. – não a culpo pela infidelidade, sabe que não sou assim, mas o que me dói é a deslealdade em relação ao que tínhamos em termos de cumplicidade. Nunca prometemos diante de nada nem de ninguém que viveríamos felizes para sempre, nem que fosse a morte que nos separaria, isso nunca foi dito. – ele silenciou.

— eu entendo tudo o que diz e percebo que fui ainda mais errada...

— não estou aqui querendo te fazer ficar mal Bella, não estou aqui para te apedrejar, estou aqui te dizendo que só uma coisa devíamos um ao outro, e não devíamos tal coisa pelo fato de sermos namorados, mas pelo fato de sermos confidentes e amigos acima de tudo. – mais um suspiro e seus olhos fincaram-se mais nos dela. – uma vez você disse que não importava o que as pessoas achassem o que éramos, o que importava era que éramos acima de tudo amigos, e é disso que estou falando, você só me devia lealdade e sinceridade por nossa amizade. Eu me sentia assim em relação a nós dois. – ele parou e olhou para as mãos.

— entendo que esteja duvidando de tudo que sinto por você em relação ao nosso amor, entendo que duvide realmente do meu amor, mas não duvide Edward, não duvide de uma história de quatro anos, não submeta nossa historia as duvidas por causa de um erro meu, um único erro, é só o que te peço. Não duvide que minha amizade sempre foi verdadeira, que meu amor sempre foi e é verdadeiro por causa de um deslize. E quanto ao nosso mundo fechado eu me acostumei sim, mas porque isso me traz tudo que é bom e prazeroso, porque o fato de te amar me faz forte e estar nesse mundo com você é o que mais quero.

— não sei se poderemos Bella, não sei se eu posso. – ele suspirou mais uma vez cansado. – o que mais odeio agora é olhar para você nesse instante e perceber o quão estamos distantes e que o tempo ainda é pouco para agirmos.

— entendo. Entenda que o tempo é meu inimigo nesse instante. – ela puxa o ar e respirando fundo ela hesita na próxima pergunta. – sei que não tenho direito a tal resposta, mas me atrevo a perguntar. – ele sobe seus olhos em expectativa, olhos tristes por saber da pergunta que estava por vir. – você me ama? – ela segura seus olhos em silêncio.

Ele pesa todas as suas palavras para que não saiam tão fortes ou mesmo tão fracas, mas que saiam mostrando a racionalidade.

— um amor não pode se acabar em tão pouco tempo Bella, um amor não pode desaparecer porque queremos que aconteça ou até mesmo se destruir. Mas isso não significa que ele fique intacto ou até mesmo receptivo em meio à dor e a sofrimento. – ele baixa seus olhos novamente para as mãos.

— queria poder voltar no tempo. – ela declara baixando os olhos e deixando mais lágrimas caírem.

— eu só gostaria que o tempo passasse o suficiente. – ele não levanta a vista.

O silêncio se aproxima espremendo seus corações e ainda olhando em suas mãos Bella se levanta tendo a atenção dos olhos verdes marejados.

— então é isso? – ela fala desconsolada.

— não deixe de fazer o que tem que fazer Bella, lembre-se dos nossos ideais, lembre que você é uma mulher forte, não mudei minha opinião em relação a você, você ainda é pra mim uma das melhores, não deixe que as pessoas ao nosso redor tire o seu brilho, eu queria poder estar sendo um escudo para você nesse momento, mas não tenho nem força para mim mesmo. Só quero que mostre para o mundo que pode tudo, assim como sei que pode. Eu sempre torci e sempre torcerei por você Bella, não importa as circunstancias.

— é muito difícil sem você ao meu lado. – ela fala chorosa. – tudo sem você é difícil.

Ela se aproxima dele e sem dizer uma palavra se atira em seus braços o abraçando fortemente e sentindo todo o calor que precisa para estar forte. Edward sobe seus braços e os lança ao seu redor apertando-a em um abraço cheio de dor e sofrimento. Seus corpos tremem pelo choro e ali pode se ver dois corações entregues ao mesmo sofrimento. Lentamente o abraço se desfaz com um adeus silencioso e a porta emite o som de um fim incerto.


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Notas finais do capítulo

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