That Girl escrita por Amurat


Capítulo 1
Capítulo Único




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Era por volta das 17h25min da tarde, o sol do entardecer passava por entre as janelas, iluminando a classe, onde os alunos olhavam para o relógio com certa expectativa. Depois de mais alguns minutos, a sirene finalmente tocou, anunciando o fim das aulas, os alunos correram imediatamente porta a fora, um deles em especial era Napstablook, que estava acompanhado de seus amigos Mike e JJ.

─ Finalmente livres! ─ Gritou Mike assim que chegaram a calçada da escola.

─ E essa nem é a melhor parte. Sabem que dia é amanhã? ─ Disse JJ, colocando seus braços nos ombros de Napstablook e Mike.

─ Hã... Sábado?

─ Não só isso Blook. Amanhã é halloween. ─ Os outros dois garotos fizeram um “o” com a boca, JJ levou a mão até sua testa, como forma de indignação. ─ Não acredito que vocês dois esqueceram da festa a fantasia do Asriel.

─ Puts cara, a festa do Asriel.... Eu tinha esquecido completamente.

─ Também suponho que os dois não têm nenhuma fantasia, certo? ─ Os dois balançaram a cabeça negativamente. ─ Bem, então acho melhor corrermos, a loja de fantasia fecha ás 18 horas.

─ Aí vamos apostar corrida até o ponto de ônibus! Quem chegar por último é um ovo podre. ─ Mike segurou sua bolsa pelas alças e saiu correndo em disparada.

─ Fala sério, da pra acreditar nesse cara Blook? ─ Quando JJ se deu conta, Napstablook estava correndo logo atrás de Mike. ─ Ah, qual é? Assim não vale. ─ Ele começou a correr atrás dos dois, que aceleraram sua corrida, logo os três chegaram ao ponto de ônibus.

─ Acho que você é o ovo podre JJ. ─ Disse Mike enquanto tentava controlar sua respiração ofegante.

─ Vai á merda. ─ JJ deu uma tapa leve na cabeça do amigo e logo os três começaram a rir.

─ Se as mocinhas já pararam de conversinha, vamos entrar no ônibus antes que ele nos deixe. ─ Disse Napstablook apontando para o ônibus, que havia acabo de parar. O trio logo subiu no veículo, junto com outros passageiros, e sentaram-se no fundo.

 

                           [...]

 

Quando os garotos chegaram ao seu destino, eles desceram do ônibus correndo rapidamente, sendo repreendidos pelo motorista. O trio correu em direção á loja de fantasias, pois estava quase na hora de fechar, ao chegarem em frente a loja, se depararam com o dono da mesma, que estava prestes a fechar a porta.

─ Desculpe darlings, mas estamos fechados por hoje.

─ Qual é Metta? É urgente, a gente promete que não vai demorar. ─ Napstablook o encarou fazendo cara de cachorro sem dono, Mettaton apenas revirou os olhos e se deu por vencido.

─ Ok, mas sejam rápidos, está quase na hora do meu programa de TV favorito. ─ Ele abriu a porta e adentrou a loja, sendo seguido pelos garotos que se direcionaram as prateleiras.

Eles ficaram olhando as fantasias por alguns minutos, até que Mettaton começou a tossir, indicando que eles fossem rápidos. Mike acabou optando por uma fantasia do que se parecia ser um monstro amarelo, já Napstablook ficou com uma fantasia de espantalho. Depois de pagar pelas fantasias, o trio saiu da loja e foram para suas respectivas casas.

 

                           [...]

 

─ Anda logo Blook, a gente vai se atrasar. ─ JJ gritou para a porta.

─ To indo. ─ Napstablook saiu de sua casa e avistou JJ que estava fantasiado de vampiro, e Mike que estava usando sua fantasia de monstro. Blook foi até eles e o trio começou a caminhar em direção ao local da festa, que ficava apenas a algumas ruas de distância dali.

Após alguns minutos de caminhada, o trio começou a ouvir uma música alta, indicando que estavam bem próximos da festa, logo conseguiram avistar a casa, onde se encontravam algumas pessoas no gramado dançando com copos nas mãos.

─ Senhores, isso sim é uma festa de halloween. ─ Os três adentraram a casa, se deparando com mais pessoas. JJ foi até um grupo de garotas, Mike começou a dançar e Blook foi até a mesa de bebidas para pegar um copo.

Ele ficou observando seus amigos por um tempo, dando algumas risadas quando JJ levou uma tapa de uma garota, então Blook começou a se sentir um pouco sufocado pelo ambiente e resolveu ir até o lado de fora, para tomar um ar.

─ Não ta gostando da festa? ─ Ele se virou para trás e se deparou com Asriel, que estava usando uma fantasia de cabra.

─ Ah, é que eu não sou muito fã de multidões. ─ Blook virou-se e dessa vez, ficou encarando uma colina onde se encontrava um casarão, aparentemente abandonado. ─ Ei, que lugar é aquele?

─ Não acredito que você não conhece a história do orfanato. ─ Os dois garotos acabaram se assustando, pois não haviam percebido que uma terceira pessoa tinha chegado ali.

─ Chara! Já te disse pra parar de chegar silenciosamente nos lugares, isso assusta as pessoas. ─ Asriel repreendeu a garota, que revirou os olhos.

─ Vocês que são uns medrosos.

─ Aí, então é aqui que você estava. ─ Disse Mike se aproximando do grupo, sendo acompanhado por JJ.

─ Que fantasia é essa Chara? Não combina nada com você. ─ Falou JJ, referindo-se a fantasia de anjo que Chara usava.

─ Nem me fale. Era para ser uma fantasia de anjo caído, mas um certo alguém se confundiu na hora de ir pegar as fantasias. ─ Ela direcionou seu olhar para Asriel, que apenas deu de ombros.

─ Eu já pedi desculpas.

─ Sim, pediu. E eu as recusei.

─ De certa forma a culpa foi sua, você poderia ter ido comprar as fantasias junto comigo se não tivesse ficado de castigo.

─ Chara, você pode brigar com seu querido irmão outra hora, agora me conta qual a parada daquela casa.

─ E lá vamos nós...

─ Há muito tempo, aquele casarão foi um orfanato, então crianças começaram a desaparecer misteriosamente, nunca descobriram o que aconteceu com elas. O orfanato eventualmente foi fechado, mas dizem que todos aqueles que entram lá, somem para sempre.

─ Que bobagem. ─ Asriel se pronunciou, levando uma cotovelada de Chara.

─ Ei Asi, já que você acha que é bobagem, porque não vai até lá? ─ Desafiou Napstablook.

─ E-eu? Claro que não! Isso é idiotice.

─ Seu medroso. ─ Chara riu, debochando do irmão.

─ Se vocês são tão corajosos assim, por que não vão lá vocês mesmos?

─ Boa ideia. Blook desafio você a passar a noite lá. ─ JJ disse, com um olhar desafiador.

─ Ué, por que só eu?

─ Aí, ta com medo de ir sozinho é?

─ Quer saber? Eu aceito o desafio. ─ Falou dando um olhar confiante.

─ Isso vai ser bom. Bem, vamos logo seus medrosos. ─ Chara começou a caminhar e o resto do grupo a seguiu, então eles foram até o topo da colina e pararam ao chegar em frente a um portão enferrujado. ─ Então Blook, até amanhã. ─ Chara entregou uma lanterna para ele e começou a caminhar colina abaixo, sendo seguida pelo resto do grupo.

─ Ei, pra onde vocês vão? ─ Chara parou e virou sua cabeça na direção de Blook.

─ Vamos voltar pra festa ué e nem pense em amarelar, a gente vai conseguir ver de lá se você resolver descer a colina antes da hora. ─ Ele ficou observando seus amigos irem embora, quando eles não podiam mais ser vistos, Napstablook ligou a lanterna, se virou para o portão e o abriu.

O portão rangeu, o som acabou fazendo com que os pelos do pescoço de Blook se arrepiassem. Ele caminhou até a casa e abriu á velha porta de madeira, ele entrou no local e a porta se fechou atrás de si. A casa tinha três andares e era feita de madeira, estava cheia de teias de aranha e poeira.

Napstablook foi em direção a escada e começou a subi-la, os degraus rangiam debaixo de seus pés, ao chegar no topo da escada ele ouviu barulhos de passos na parte debaixo da casa, ficou um pouco preocupado no inicio, mas logo assumiu que deveria ser um de seus amigos querendo lhe pregar uma peça.

─ Haha, muito engraçado pessoal. ─ Ele se virou e congelou, deixando a lanterna cair no chão. Parado debaixo das escadas estava um homem com as roupas esfarrapadas, seu rosto estava repleto de cicatrizes, seus cabelos pareciam ter sido raspados e ele segurava um machado.

O homem parecia tentar falar algo, mas tudo o que saiu de sua boca foram apenas ruídos incompreendíveis, então ele começou a subir as escadas lentamente, Napstablook rapidamente pegou sua lanterna e correu em disparada até as escadas que levariam ao terceiro andar, quase tropeçando em seus próprios pés.

Ele gritou por socorro, mas obviamente ninguém iria ouvir, os passos estavam cada vez mais próximos e Blook não fazia ideia do que fazer. “Sou um homem morto.” Pensou.

─ Ei, aqui dentro. Rápido. ─ Ao olhar na direção de onde havia ouvido a voz, ele avistou uma garota que segurava uma lamparina em sua mão, ela estava dentro de uma sala cuja porta era feita de ferro. Blook foi até a sala e entrou nela sem cerimônias, em seguida a garota fechou a porta, então foram ouvidos sons de alguma coisa golpeando a porta. Depois de algumas tentativas, o homem parecia ter desistido de arrombar a porta e logo o silêncio voltou a reinar no lugar.

─ Isso não ta acontecendo, isso não ta acontecendo, isso não ta acontecendo. ─ Napstablook sussurrou enquanto deslizava de costas na parede, ele estava tremendo de medo.

─ Você está bem? ─ A garota finalmente se pronunciou. Ele levantou e se recompôs, havia esquecido completamente dela.

─ Apesar do fato de que estou preso em um orfanato abandonado, com um maluco querendo possivelmente me matar, estou bem isso. ─ A garota acabou rindo da frase.

─ Bem, parece que vamos passar um tempo presos aqui, então acho melhor nos apresentarmos. Eu me chamo Frisk, e você?

─ Napstablook. ─ Frisk se sentou com as costas para a parede e Blook sentou-se ao seu lado.

─ Então, Napstablook, você estava pedindo doces ou algo do tipo? ─ Disse se referindo a fantasia que ele usava.

─ Ah, eu estava em uma festa.

─ Então por que veio para cá?

─ Resumindo a história, uns amigos me desafiaram a passar a noite aqui. E você? O que uma garota faz aqui sozinha?

─ Sabe o ditado “a curiosidade matou o gato”? Vamos dizer que se aplica bem a minha situação. ─ Logo eles voltaram a ficar em um silêncio mortal, que parecia estar durando uma eternidade. Até que Napstablook resolveu quebrá-lo.

─ Você tem ideia de quem é aquele cara e o que ele quer?

─ Eu não sei. Apenas entrei aqui e ele começou a me perseguir, então achei esse quarto que parecia ser a antiga sala de castigo, e essa lamparina. ─ Disse enquanto levantava o objeto.

─ A porta parece ser resistente, então acho que podemos ficar a noite aqui. Quando amanhecer, meus amigos irão dar pela minha falta e virão buscar a gente. ─ Frisk deu um suspiro desanimado e Blook a encarou confuso, aquele lhe parecia um bom plano.

─ Eu não quero te desanimar, mas... Eu não vim até aqui sozinha. Tinham outras pessoas comigo, porém, todos eles... Então teremos que fugir ainda está noite, se não... Seus amigos terão o mesmo destino dos meus. ─ Eles voltaram a ficar em silêncio, Napstablook se levantou e foi até a única janela que tinha no lugar, por onde passava um pouco da luz da lua. ─ Nem pense em pular daqui, seria morte na certa.

─ Tem alguma outra saída?

─ Só a porta da frente, as janelas do primeiro andar parecem todas emperradas, então melhor não arriscar nelas. ─ Napstablook se abaixou e sentou-se debaixo da janela.

─ Talvez nossa única saída seja sair e lutar.

─ Você viu aquela coisa que ele carrega, não viu? Ele iria nos fazer em pedaços em questão de minutos. ─ O mesmo barulho do machado batendo contra a porta voltou, fazendo com que os dois se levantassem e ficassem em estado de alerta. ─ Falando no diabo.

─ O que diabos você quer da gente? ─ Blook gritou para a porta, então uma pancada mais forte que as outras foi ouvida em seguida passos descendo as escadas.

─ Acho que, apesar da porta ser de ferro, ela talvez não vá aguentar por muito tempo.

─ Você tem razão, temos que pensar em um plano.

─ Olha. Eu tenho um, mas eu queria não ter de usá-lo. ─ Frisk disse olhando para o chão.

─ Por que não?

─ Bem, o plano consiste em um de nós servir de isca para que o outro fuja e procure ajuda. É muito arriscado e pode ser que um de nós – ou os dois – morra. Mas pelo que vejo, não temos outras opções.

─ Eu vou.

─ O que? ─ Frisk encarou-o confusa.

─ Eu serei a isca. ─ Disse em um tom decidido.

─ Você tem certeza disso? Sabe, você pode-

─ Eu sei, eu sei. Mas como você mesma disse, não temos outras opções. ─ Napstablook estava morrendo de medo, ele não queria servir de isca e morrer, mas não poderia simplesmente pedir que Frisk fosse a isca, entre os dois, ele era o que tinha mais chances. ─ Então, eu conto até três, no 3 você abre a porta e nós dois corremos, eu atrairei a atenção dele.

Os dois se aproximaram da porta e Frisk colocou a chave na fechadura, prestes a abri-la.

─ Um, d- ─ Blook acabou se interrompendo, ao receber um abraço inesperado de Frisk.

─ Obrigada. ─ Disse dando um sorriso. ─ Bem, agora pode continuar. ─ Napstablook demorou uns segundos para se recuperar do abraço e então começou novamente a sua contagem.

─ Um, dois, três! ─ Frisk abriu a porta e logo os dois começaram a correr escada abaixo, pararam ao darem de cara com o homem que estava os esperando no segundo andar.

Napstablook escondeu Frisk atrás de si, então o homem veio correndo rapidamente na direção dos dois. Blook apagou a lanterna, deixando o ambiente quase todo na escuridão total, então ele a mirou nos olhos do homem e a ligou, deixando ele cego por alguns minutos, Frisk aproveitou dessa distração para fugir.

O homem logo se recuperou, mas em vez de atacar Napstablook, ele tentou correr na direção de Frisk, porém, foi parado por Blook que o segurou, então os dois começaram a brigar pelo controle do machado. Napstablook não era muito forte, então acabou sendo empurrado contra a parede, ele tinha certeza de que aquele seria seu fim, mas de repente, um som de passos foi ouvido sendo seguido pelo som de algo se partindo, então o homem foi ao chão.

Blook pegou sua lanterna do chão – que havia caído devido á “luta” – e iluminou o chão, onde se encontrava o homem com um cutelo enfiado em seu crânio, e Frisk que estava em estado de choque pelo que havia acabado de fazer. Ele se aproximou dela e a ajudou a se levantar, então Frisk lhe deu um abraço.

─ Está tudo bem, acabou. ─ Falou enquanto afagava os cabelos de Frisk, de repente ele sentiu uma picada em seu pescoço, como se uma agulha o tivesse furado, Blook se soltou do abraço e encarou Frisk, que estava com um sorriso irônico no rosto. ─ O que você... ─ Sua visão ficou turva e ele começou a cambalear para trás.

─ Aposto que você está pensando “O que está acontecendo?”. Acho que não esperava por isso, não é mesmo? Bem, eu me esqueci de perguntar, você veio para cá por causa da tal lenda, não é? ─ Napstablook não conseguiu se manter de pé e acabou caindo no chão. ─ Acho que eu deveria agradecer a pessoa que criou essa história idiota, graças a isso nem preciso me dar ao trabalho de atrair ninguém. O gado vem ao abatedouro por conta própria, não acha engraçado?

─ Você não... Vai... Se safar... ─ Frisk se aproximou dele e se agachou, ficando cara a cara com ele.

─ Não vou? Ta falando dos seus “amigos”? Não se preocupe, eles irão te fazer companhia. Ah, esqueci de te agradecer, sem você eu provavelmente não teria escapado desse idiota aqui. Bem, como forma de agradecimento, deixaria você ser o primeiro a morrer, agora descanse bem, amanhã será um dia agitado. ─ A última coisa que ele viu foi o sorriso debochado de Frisk, então tudo ficou escuro...


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