O Desejo De Edward Cullen escrita por Egocêntrica


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Enquanto escrevia ouvi muito You Make It Easy do Jason Aldean, recomendo que ouçam durante a leitura, pode ser uma experiência interessante. Boa leitura!



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Chego em casa logo após o horário de almoço, é meu aniversário então eu deveria aproveitar o meu dia. Obviamente é coisa de Esme, minha mãe. Ela mora em Londres, junto com meu pai e Emmett, então um dia que deveria ser divertido e proveitoso se tornou solitário. Aos 30 anos eu sou considerado um sucesso. Tive uma infância incrível com pais amorosos, seguido de uma adolescência com amigos, festas e estudos. Na faculdade me formei com honras, e minha vida profissional estava além do ótimo. Imaginava que com três décadas de vida eu teria realizado vários sonhos e objetivos, e eu alcancei, talvez até tenha chegado além das minhas ambições profissionais. Então porquê me sentia incompleto? Como se algo estivesse faltando? Não compreendia e me sentia além da frustração. Tirando o casaco e prestes a arrancar minha gravata, entro no meu quarto e me assusto pra cacete ao ver uma pequena mulher sentada na ponta da minha cama, pernas cruzadas e as mãos nos joelhos. Porra, eu deveria saber quem ela é? Como ela entrou? Meu apartamento é praticamente um cofre impenetrável. — Quem é você? E como entrou aqui? – Rosno em sua direção, tentando lembrar onde coloquei minha arma, a mulher é pequena mas se conseguiu entrar na minha fortaleza, então é perigosa. — Ora, Edward! Não precisa disso! Vim atender seu desejo de aniversário, bobinho! - disse com a voz risonha. Não acredito que uma mulher bêbada entrou em minha casa e a abusada ainda por cima senta na minha cama. Que belo presente de aniversário. — Olha, que tal a gente resolver isso de forma civilizada? Se você me contar como entrou e prometer nunca mais aparecer, juro que não te denuncio. - digo tentando ser racional, justo hoje que eu queria descansar antes de ir pra alguma balada. Nunca disse que sou santo. — Edward, meu querido amigo, como você mesmo pensou, sou uma mulher pequena, mas acredite, totalmente inofensiva! Sua fortaleza é bem segura. Acontece que eu simplesmente brotei - deu uma pequena pausa, como se tentasse prender o riso - no seu quarto. Vim realizar seu desejo de aniversário! Soube que não assopra velinhas há muitos anos! Então agora você poderá desejar algo que anseia do fundo da alma, viverá esse desejo e depois é por sua conta! Vai poder tomar as decisões certas para que esse desejo se realize! — Meu Deus, eu vou chamar a polícia - falo assustado, estou lidando com uma maluca! - Não! Vou ligar para o hospício mais próximo! Corro em direção a sala, quase caindo no processo. Meu Deus não poderia acreditar que estava acontecendo comigo, quando eu contasse ao Emmett iria morrer de tanto rir, mas agora estava assustado. — Edward, você foi um bom menino durante esses anos, recebeu um baita presente! Se acha que é insanidade, que mal a em desejar algo e ver o que acontece? Vou ficar paradinha, eu juro! Pondero sua proposta e decido colaborar, quem sabe assim ela vai embora por vontade própria? — Tudo bem... — Meu nome é Alice! Sou um tipo de fada madrinha moderna. - Diz parecendo muito orgulhosa de si. Puta merda, ainda por cima vive no mundo encantado. Penso no que poderia desejar. Mais contratos milionários? Nah, só essa semana fechei quatro com os asiáticos. Qualquer item material eu poderia comprar, não havia nada que eu pudesse querer. Ah não ser uma companhia, algo como o que meus pais têm. Quem sabe também uma garotinha linda e ruiva, com os meus olhos e que me tivesse envolvido em seu dedo mindinho? Eu poderia lidar com aquilo — Certo...E eu preciso falar alguma coisa antes? Não há vela nem uma pelo que posso ver - meu tom de voz escorre sarcasmo, mas não posso evitar - Ou é só pensar e é isso? — Edward, Edward... Anda assistindo muita animação! Isso não é um feitiço, pode apenas desejar o que quer, mas gostei da ideia de assoprar uma vela - Comenta olhando em volta - Quero um cupcake com velinha! E então há um cupcake verde com uma velinha acesa em suas mãos. Então ela é uma bruxa afinal! Vou pra trás com o susto, e caio sentado no enorme sofá marrom. Antes que eu possa falar alguma coisa - queria dizer que iria ligar para o sanatório imediatamente - ela para na minha frente com o cupcake no meu nariz e diz: — Feche os olhinhos e deseje algo que venha da sua alma! Obedeço rapidamente - a mulher é bruxa pelo amor de Deus - e faço o que mandou. Desejo ser verdadeiramente feliz, com uma pessoa que amo e uma linda bebezinha, uma família que eu possa amar e me dedicar. Assopro a vela, e ao abrir os olhos novamente, não estou mais no meu apartamento. Estou deitado, encarando um teto branco e me pergunto se a pequena bruxa me deu uma porrada na cabeça a ponto de me fazer parar no hospital. Confuso pra cacete, e com a cabeça doendo como se tivesse com ressaca, tento levantar da cama. Me deparo com um quarto decorado de branco, azul e cinza, a cama king size é gigante e fico tentando lembrar o que diabos aconteceu. Depois de assoprar a vela, eu fui para a balada, bebi muito e vim parar na casa de uma desconhecida? Deus me ajudasse, não precisava de mais dor de cabeça. Seja de quem for essa casa, preciso ir embora. De cueca, ando pelo quarto tentando achar o resto das minhas roupas, mas não encontro nada a não ser um roupão. Bem vai ter que ser assim, então. Vou para o corredor andando em direção as escadas, escada que tem um cercado? Confuso, continuo a caminhada e da porta aberta escuto sons. Balbuciando? Dando uma pequena espiada - não vai machucar ninguém - no quarto, o que vejo me deixa paralisado. Uma garotinha adorável e linda está de pé no berço, falando a língua dos bebês, enquanto brinca distraída com uma boneca de pano. Não sei o que me deixa mais petrificado, ter uma bebezinha na casa onde eu passei a noite ou essa garotinha parecer uma versão feminina minha. Devo ter feito algum barulho, pois de repente ela ergue a cabecinha ruiva e olha diretamente para mim, com aqueles olhos verdes iguais aos meus. — Papai! - solta um gritinho extremamente feliz, como se só de me ver colorisse seu mundo inteiro - Papai! Me apoio no batente da porta, colocando a mão no coração, temendo estar tendo um infarto. Eu não bebi como tinha pensado, tomei tanta droga que agora estava tendo alucinações? Eu não sabia. Não sabia que porra tava acontecendo. Então me lembro do pedido, desejei aquilo. Desejei uma bebê com toda a minha força, e nem nas melhores imaginação eu poderia sonhar com essa garotinha linda. Eu sou a porra de um artista! Ela solta reclamações irritada, como se tivesse impaciente. Continua com os bracinhos estendido, e imagino que nunca neguei nada a ela. Provavelmente fazia tudo o que queria imediatamente. Mesmo em estado de choque - eu entrei num universo alternativo ou estava drogado - me pergunto vagamente onde está a mãe dela. Consequentemente a minha esposa. Como se pudesse ler a minha mente, um par de braços me abraça por trás. Mãos femininas e delicadas pousam no no meu peitoral. Olho para baixo imediatamente e vejo uma aliança dourada e um anel de noivado - não um anel de noivado qualquer, o anel da minha mãe, que pertenceu a minha avó e que deveria ser colocado no dedo na mulher que eu amasse e quisesse passar o resto da minha vida - nos dedos delicados e mãozinhas atrevidas! Pois entram no meu roupão e tocam na minha pele quente. Está um calor absurdo. — Papai não encheu de beijos a princesinha ainda, meu amor? - fala com a voz rouca - Ele brincou muito ontem, precisa ir ao banheiro primeiro.

Me pergunto do que diabos ela está falando. Eu brinquei? Nem lembro de ir nada desde que assoprei aquelas velas.

De qualquer forma aproveito a deixa e estou dando a volta nela e quase passando pelo vão dá porta, quando a dita princesinha solta choramingo e então percebo. Ela me tem enrolado em seu dedo mindinho minúsculo. O som de sua tristeza - embora eu saiba que é apenas chantagem emocional - me dói como se tivesse algo pressionando meu coração.

Me dando por vencido, volto para dentro do quarto e vou parar ao lado do berço. Observando bem de perto, a doce criança é minha cópia fiel, nem preciso de alguma confirmação para saber que é minha. Tudo nela é meu, apenas a boquinha em formato de coração, que imagino ser da sua mãe. Pegando meu pequeno pacotinho - cinco minutos com ela e virei um desses pais babões - a abraço e a encho de beijos, como ela queria que eu fizesse e aparentemente era a minha forma de acorda- la, ouço sua risadinha alegre. Ouço também uma risada feminina, da sua mãe - e minha esposa - olho em sua direção e perco o fôlego. Seu cabelo castanho avermelhado brilha por causa do sol entrando no quarto, e seu olhos são como chocolate derretido, e sei que estão nas mãos dessas duas.

— Amo esse seu jeito de papai urso, bateu o recorde de tentar não fazer o que ela quer - brinca e seu olhar vai para o relógio - três minutos! Embora eu viva falando para não mima- la assim, o seu tempo máximo antes foi de um minuto.

Seu jeito é brincalhão, mas sinto o tom de repreensão no fundo.

— Certo, então vou descer e dar o café da manhã dela - falo tentando escapar e ter um minuto sozinho, é muito coisa pra absorver agora

Sua risadinha me faz parar.

— E desde quando você tem leite? - pergunta cheia de curiosidade, noto sua desconfiança no fundo - me dê ela aqui, precisamos de nosso momento matinal.

Antes que possa me deter, meu olhar desce para seus seios, cobertos pela camisola fina. Engulo em seco, meus pensamentos vão para um lugar totalmente maior fé dezoito anos.

Ela percebe, e solta um sorrisinho malicioso. Me vejo amando essa mulher. Como isso é possível? Eu sequer sei o nome dela. Mas ela me deu meu coração fora do peito, e ao sorrir daquela maneira, como se houvesse um segredo que apenas nós dois sabemos, sinto que posso ser quem sou com ela.

Logo me vejo sentado a mesa para o café da manhã. Peguei tudo o que achei na enorme geladeira, que era suco de laranja, geleias, torradas, iogurtes e mamão. Fico indeciso se posso comer sem ela ao meu lado na mesa, mas antes que eu possa tomar qualquer decisão, ela aparece.

— Ué, cadê seu suco verde? - pergunta com a voz escorrendo cinismo. - pensei que ia começar a ser totalmente natureba agora.

Puta que pariu, virei um rato de academia que bebia suco verde sem açúcar?

— Agora eu tomo suco verde? - questiono assustado, não tomaria de jeito nenhum! - não pode ser.

Agora ela me olha com estranhamento, como se eu tivesse louco. Talvez eu esteja.

— Estou sacaneando você, amor. Sei que só finge por causa da Nessie. - fala bebendo um pouco do suco de laranja - está estranho essa manhã, aconteceu alguma coisa?

A maneira como me olha, sinto que consegue enxergar a minha alma. Me pergunto como achei uma mulher como ela, e o que ela viu em mim, como me tornei digno de seu amor.

O resto da manhã foi uma prova de fogo. Precisei dar banho em Renesmee, descobri que a pequena era uma verdadeira danadinha. Ela tinha 1 ano, mas já sabia como me ter em suas mãos. Super manhosa, quis passar o tempo inteiro no meu colo - que não neguei em nenhum momento, amava a manter pertinho de mim - e na hora do almoço, dei papinha. Custou muito esforço e maneiras divertidas de fazê-la comer tudo. Depois tirou uma soneca no colo do papai aqui. Descobri que minha esposa se chamava Isabella - e se eu fosse um cara esperto só a chamaria de amor - e era uma escritora. Estava trabalhando no seu segundo conto policial, e dizia a todo momento como era sortuda que nossa filha me amasse mais, assim teria tempo para focar totalmente no trabalho - eu conseguia ouvir o ciúmes em cada palavra - afinal nossa bebezinha passou nove meses dentro dela e era justo que tivéssemos essa ligação extremamente forte, sem falar que era minha cópia fiel. Descobri também que Bella era feita de beleza e sarcasmo.

Depois de contar uma historinha para Nessie, e zelar seu sono por alguns minutos, fui para o quarto. Me deitando no colchão macio, penso na loucura que estava sendo meu dia. Era verdade? Ou apenas um sonho louco e realista? Seja o que fosse, eu quero aquilo. Acordar ao lado de Bella, e encher minha garotinha de beijos matinais. Todos os dias, era assim que eu desejava em minha minha toda e não sabia.

O dia deve ter me esgotado, pois quando percebi estava caindo no sono. Mas ainda consegui ouvir uma voz, a voz do meu anjo.

— Bons sonhos, amor. Te amo tanto - a voz sussurrada na escuridão.

Quando abri os olhos novamente, estava no meu quarto. O meu quarto antigo, da minha vida antiga. Me sentei desesperado, desejando do fundo do coração que minhas garotas estivessem no apartamento.

Chegando a sala, não havia nada. Então era isso? Tive esse sonho mais incrível e realista e não passou disso? De um sonho?

UMA SEMANA DEPOIS

Eu estava devastado. Ninguém conseguia entender o que havia acontecido comigo, mas eu não queria ser internado numa clínica psiquiátrica. Me sentia um homem pela metade sem o meu coração. Minha princesinha ruiva e minha linda esposa sarcástica. Não existiam. A conclusão desde fato me deixavam nauseado. Minha menininha não passava de um sonho. Uma obra da minha imaginação.

Uma semana de lamentos e decidi comprar um livro de auto-ajuda. Lembrei de Alice e talvez eu comprasse um espírita também. Precisava entender o que nos cercava.

A livraria mais próxima do meu apartamento estava relativamente lotada. Era pequena, então o espaço estava tomado por adolescentes e adultos. Tentando entrar sem esbarrar em ninguém, peguei o livro que estava na montra. Era Isabella, a mãe da minha filha nos meus sonhos. Como, se eu nunca a tinha visto? Se eu jurava que ela sequer existia? Pagando pelo seu livro - uma comédia romântica - entro na fila também. Me lembro bem da tal de Alice dizendo que eu deveria tomar as decisões certas para que meu desejo de realize. Ali estava o meu futuro, a minha felicidade.

Enfim chega a minha vez, e estendo o exemplar de É Desejando Que Acontece para Isabella Swan. Num futuro não distante Isabella Cullen. Eu sei.

— Boa tarde, senhor... - deixa a frase no ar, esperando que me apresente.

— Edward Cullen - respondo sua pergunta silenciosa.

Ela me encara por alguns segundos, como se tivesse deslumbrada.

— Certo, Edward - Bella engole em seco e me divirto com seu nervosismo. - gostou da leitura?

— Na verdade, acabei de comprar e de conhecer a estória pela sinopse - falo sendo sincero - mas tenho a sensação que vou me tornar fã número um!

Não resisti e flerto, torcendo para que não seja comprometida e nem que me ache um abusado.

— Espero mesmo que goste! Tenho planos de lançar outros dois livros até o final do ano, não irá faltar livros para você, caso goste da minha escrita. - Bella fala enquanto escreve o que espero ser uma dedicatória - Obrigada e até logo!

Queria dizer mais, continuar conversando, esperando por uma brecha para que pudesse chamá-la para um café, mas a fila atrás de mim está enorme.

Frustrado além da razão, digo:

— Até. - saio andando em direção a porta enquanto abro o livro distraído, e ao ver a dedicatória, vejo uma nota abaixo.

*Com um enorme Carinho, para Edward Cullen. Espero que aprecie a leitura*

E abaixo estava seu número de telefone.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Obrigada por ler e comentem o que acharam!
Xoxo