Princeward escrita por AnnaP


Capítulo 1
De Príncipe à Fera


Notas iniciais do capítulo

Crepúsculo não me pertence.

Olá! Essa fic faz parte do POSOward, onde autoras do fandom de Crepúsculo se uniram para criar uma One-shot narrada pelo Edward, afinal, agora é a vez dele!

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De Principe à Fera

Domingo

Eu estava parado, pensando na vida enquanto esperava minha mãe sair do prédio do meu irmão quando olho para minha esquerda e vejo uma mulher correr pela rua. Mesmo de longe eu podia ver que ela tinha um longo cabelo castanho que voava atrás dela parecendo uma capa. Sua boca se mexia enquanto ela gritava algo que eu não compreendia. Antes que eu compreendesse, senti uma presença perto de mim. A mulher gesticulou algo em minha direção. Olhei ao redor e não vi ninguém, foi então que abaixei a cabeça, encontrando uma menininha com as mãos para trás e dois olhos azuis arregalados em minha direção. A primeira reação foi ficar surpreso, depois com uma vergonha fodida por estar sendo encarado tão intensamente no meio da rua. Por uma criança, ainda por cima.

— Segure essa criança! – A mulher falou sem fôlego enquanto se aproximava. – Eu imploro!

Eu não precisei segurá-la, a menina ainda estava paralisada olhando para mim. E eu não sabia se a encarava de volta, ou olhava para a mulher que parava ao meu lado tentando ganhar a atenção da criança.

— Você quer matar a nós duas!? O que diabos deu na sua cabeça para correr assim, Sisi?

Ao ouvir o nome Sisi, a menina virou a cabeça para, com todo o respeito, a bela mulher de cabelos castanhos armando uma cara emburrada.

— Não é Sisi! É Cinderela!

— Princesa errada. – A mulher rolou os olhos. – Perdão vossa alteza. Se você não mudasse de nome a cada cinco minutos, eu poderia acompanhar.

Que porra era essa?

— Peça desculpas para o moço, e vamos. – A mulher esticou a mão, para ser ignorada.

— Ele é bonito!

Uow, o que eu acabei de ouvir aqui?

— Hanna!

— Não sei quem é Hanna. – A menina debochou, e voltou a olhar para mim. – Qual é o seu nome?

— Hanna Whitlock, sua mãe vai nos matar! Vamos! Deixa o moço em paz!

— Ele não me respondeu.

Respirei fundo e me abaixei à mesma altura dela. Pelo jeito, se eu não falasse ela não ia sair. E ela era muito bonitinha e inocente para ser ignorada.

— Edward Cullen, prazer em conhecê-la, Vossa Alteza.

Alguém diz que eu não estou flertando com uma criança?

— É o nome do príncipe da Giselle! – A menina falou abrindo um sorriso. Girando a cabeça rápido demais entre mim e a... – Tia Bella, eu agora sou Giselle! – tia.

Que merda. Cadê minha mãe que não aparece?

— Minha sobrinha linda, - Bella falou entre dentes. – chega. Por favor. Desculpa por isso. – Falou dessa vez para mim. Não entre dentes.

— Não tem problema. Criança é assim mesmo.

— Você tem filho? – Hanna, ou Giselle, perguntou.

— Infelizmente não. – Minha mãe respondeu aparecendo ao meu lado. – Quem é essa menina linda.

— Eu sou Giselle.

— Hanna. – Bella corrigiu.

— Prazer, eu me chamo Esme. – Minha mãe esticou a mão e cumprimentou a pequena mão estendida para ela.

— Giselle é uma princesa de um desenho. – Completei quando vi as rugas na testa de Esme.

— Um filme. – A pequena me corrigiu. – Você nunca viu? Você tem que ver!

— Não, acho que nunca vi.

— A minha festa vai ser de princesa, vai ter toooooooooodas as princesas, a gente pode ver o filme dela! Não pode, tia Bella?

— Claro que você pode assistir um filme no seu aniversário, meu amor.

— Você vai assistir comigo, Edward? Você pode ir na minha festa na minha casa e ver comigo e com o meu pai e a mamãe e a tia Bella. Não tem príncipe na festa porque a tia Bella e a mamãe não gostam de príncipe então eu também não gosto. Mas o meu paipai vai estar lá e você já é um príncipe e pode ir também e ir para a festa e ver filme com a gente. Sabia que meu bolo vai ser um unicórnio da Barbie?

Os três adultos estavam com os olhos esbugalhados acompanhando o rompante daquele pequeno ser. Olhei para a tia dela e pedi ajuda.

— Mas você é uma espoletinha. – Minha mãe falou. – Quantos anos você vai fazer.

— Eu misqueci! Tia Bella!

— Cinco anos, Hanna. E você não pode intimar as pessoas para irem na sua festa, elas têm outras coisas para fazer.

Iutimar? Mas o nome dele é Edward e ele nunca viu o filme! Ele vai para ver o filme comigo, não vai? Você disse que a gente podia ver o filme na minha festa de aniversário, tia Bella!

— Quando é o seu aniversário? – Minha mãe perguntou.

— Sábado. O outro dia depois de depois do dia de amanhã. Diz que você vai! Tia bela, fala para ele ir!

Hoje era domingo.

— Gente, desculpa. – A tia Bella falou, o rosto vermelho de vergonha pela sobrinha. – Era para ser um inocente passeio para tomar sorvete.

— O sorvete! – Hanna de repente gritou. – Tia Bella... – A pequena chamou a tia, que se abaixou ao lado dela e ouviu o que era falado no seu ouvido.

Bella olhou para mim e fez “me desculpa” com os lábios. Foi estranho, porque eu tive que desviar os olhos para evitar que meu sangue fosse pra lugares não apropriados para o momento. Eu estava tentando não pensar em quão bonita Bella era. E ao mesmo tempo estava tentando memorizar cada rubor, cada mordida de lábio, cada rolar dos olhos que ela fazia enquanto interagia com a sobrinha.

Minha mãe colocou a mão no meu ombro e me tirou do meu devaneio.

— Edward, acho que você deveria ir a essa festa. – Falou para apenas eu ouvir. – Você pode até levar Eric, eles têm quase a mesma idade. Emmett e Rosalie não se importariam em ter um dia livre.

— Não tem nada a ver eu ir nessa festa, mãe. Mas também, eu não sei como dizer não.

— Você sabe o que você quer, Edward. – Minha mãe apertou meu braço.

Bella acabou de conversar com Hanna e se levantou.

— Edward, Esme, mais uma vez, me desculpa a minha sobrinha.

— Imagina, Bella. – Falei.

— Hanna é um amor! E muito inteligente. – Minha mãe completou.

— Obrigada. – Bella agradeceu sem graça.

— Vocês se importariam se nós nos juntássemos a vocês para o sorvete? – Hanna olhou para a minha mãe sem entender nada do que ela falou. Eu também não entendi, mas por motivos diferentes. – Podemos ir tomar sorvete com você?

Eu olhei para a minha mãe como se ela tivesse duas cabeças.

— SIM! – Hanna pulou e começou a bater palmas.

Logo em seguida uma pequena mão agarrou a minha e me rebocou até a sorveteria.

— Hanna. – Bella gemeu atrás de mim.

— Está tudo bem, querida. – Minha mãe a assegurou por mim.

Enquanto minha mãe e Hanna se sentavam, fui até o balcão com Bella fazer os pedidos. Tentei não olhar para o bem que aquele jeans estava fazendo para a bunda dela, mas não deu.

— Eu sinto muito mesmo, Edward. Hanna é uma bola de energia e simpatia, eu mesma não consigo acompanhar.

— Ela é adorável... – E você é linda. – Eu posso te chamar de Bella?

— Sim, claro. Bella. – Desviou os olhos dos meus, as bochechas novamente rosadas.

O que a sobrinha tinha de extroversão, a tia tinha de timidez.

— Então, Bella, minha mãe, eu, não. – Eu não falei nada com nada, e foi a minha vez de ficar sem jeito. E eu escondi com um pigarro, claro. – Seja sincera, você acha que eu deveria ir na festa? Seria ruim? Porque eu não sei como dizer não para Hanna, e não é como se eu tivesse alguma coisa para fazer no dia.

— Eu acho que seria legal se você fosse. Se você quiser, claro. Não se sinta pressionado, por favor, eu vou entender se você não quiser ir.

— Eu gostaria de ir, sim. Está decidido.

O sorriso que Bella abriu foi lindo. Essa festa seria interessante.

Quando voltamos para a mesa, Hanna estava desenhando em um papel que minha mãe arrumara na bolsa. Entregamos os sorvetes e nos sentamos de frente para elas.

— Olha! Edward! Eu desenhei um convite da minha festa para te dar!

Eu peguei o convite e me preparei para ver desenhos e letras aleatórias, Bella estava ao meu lado vendo junto. Ela cheirava a morango.

— Hanna! Meu amor, você escreveu muito bem. – Bella elogiou.

— Eu esqueci! – Hanna bateu na própria testa de forma dramática. – É Giselle!

— Tarde demais. – Bella fez careta para ela.

O convite tinha todas as informações que eu precisaria: hora e endereço. E o meu nome. Eu achei impressionante ela ter cinco anos e saber o próprio endereço. Vou ter que perguntar para o meu próprio sobrinho com seus seis anos se ele sabe o endereço dele.

— Tia Esme me ajudou. TIA BELLA, você sabia que Edward vai levar o sobrinho dele no meu niversaurio, e que o sobrinho dele tem o mesmo nome do príncipe da Ariel que é Eric, e que Esme é quase que igual a Esmeralda do Cocunda de Notre Daime?

— Uow, que fôlego! – Brinquei.

— Que? – Hanna perguntou, a cabeça para o lado, o nariz franzido.

Não passou despercebido que minha mãe já havia confirmado a minha presença por mim. Ela estava empenhada em me fazer ir nessa festa. Eu sei que eu não tinha lá a vida social mais agitada de Seattle, mas não é como se eu estivesse a perigo de virar um ermitão se não fosse a essa festa.

— Eu elogiei o seu convite. – Falei para o rosto curioso na minha frente. – Parece que eu vou precisar sair para comprar um presente.

— Hanna, não! – Bella falou desesperada antes que a menina pudesse terminar de puxar o fôlego para falar alguma coisa. – Desculpa, mas minha irmã não deu limites para ela.

— Qual sua princesa preferida, Hanna? – Perguntei.

— Todas!

— Você não me ajudou, mas tudo bem.

— Ela brinca com qualquer coisa. – Bella falou. – Literalmente qualquer coisa que encontra pela frente. – Bella fez uma careta, como se uma memória não muito boa tivesse passado por sua mente. – Não é difícil dar presente para ela.

— É, eu gosto de tuuuuuuuudo! Eu gosto de brincar muitão. Você gosta de brincar, Edward? Meu pai brinca comigo de princesa que é super herói.

— Heroína. – Bella corrigiu.

— Ele vai se vestir de príncipe na minha festa mesmo não sendo uma festa de príncipe e sim de princesa. Tia Bella não quer se vestir de Bela. Ela disse que é um micão.

Olhei para Bella ao meu lado, levantando uma sobrancelha para ela, que se engasgou com o sorvete.

— Você vai ser quem? – Voltei minha atenção para Hanna.

— Eu!

— Melhor do que qualquer princesa. – Minha mãe falou para ela.

— Sim! Tia Bella e minha mãe contaram a historinha para mim que as princesas são só para brincar. Eu gosto de brincar com as princesas. Edward, você vai fantasiado de príncipe igualinho ao meu paipai? Fala para tia Bella ir de Bela! Você pode ir de fantasia de qualquer príncipe porque você já é príncipe. Só você vai ser o príncipe de verdade da minha festa, só tem princesa que não é princesa. Você vai?

Eu consegui acompanhar pouca coisa antes de me perder.

— Mas eu já sou o príncipe Edward, eu já me visto como um príncipe. – Pisquei para ela.

— Incrível. – Bella riu do meu lado e sacudiu a cabeça para si mesma.

Nós conversamos por mais um tempo, até nosso sorvete acabar e Bella ter que levar Hanna de volta para casa. Eu esperei minha mãe se distrair com Hanna e toquei o cotovelo de Bella.

— Será que... Não seria melhor nós trocarmos telefone. Para quando eu for comprar o presente. Ou se a ficha de vocês cair e ficarem assustadas de ter convidado um completo estranho e quiserem cancelar o convite.

— Claro! – Bella desbloqueou o celular e me entregou. – Minha irmã vai investigar toda a sua vida com esse número.

— Vou facilitar a vida dela. – Acrescentei meu Instagram e devolvi o telefone.

O dela não veio com @ para eu fazer pesquisa.

/

Segunda-feira

Na hora do meu almoço eu pensei em ligar para Bella. Fingir que eu estava comprando o presente de Hanna só para ouvir a voz dela. O que me impediu foi o sonho muito real que eu tive na noite anterior. Parecia que ainda estava vivendo na realidade paralela do meu sonho, que a qualquer momento Bella é quem ia me ligar, me chamando de amor e perguntando se marquei a consulta com o açougueiro. Não tive a sorte de ter um sonho erótico com ela, uma pena.

Antes de dormir dei uma olhada no meu Instagram, eu tinha dois seguidores novos, os pais de Hanna: Alice e Jasper. Eu ia dormir rezando para não ser desconvidado para a festa.

/

Teça-feira

Acordei frustrado por não ter sonhado com Bella. Para compensar, liguei para ela na hora do almoço.

Oi, Edward! Deixa eu adivinhar, minha irmã te envergonhou na Internet?

— Olá, Bella! Não, nada disso. Ela e seu cunhado me adicionaram e se mantiveram bem quietos. Não chegaram nem a curtir foto sem querer.

Eles não devem ter passado de três fotos, estão indo bem devagar, investigando todos os detalhes.

— Eu preciso ter medo? O que eles acharam?

Na verdade, você está sim encrencado! Hanna não parou de falar de você um segundo! Seria o fim da infância dela se Alice cortasse você da festa. Obrigada mesmo, Edward.

Eu não quero ser responsável por quebrar o coração de uma garotinha.

Claro, claro. Ei, eu tenho que desligar agora. Se minha irmã fizer alguma coisa, não deixa de me falar.

— Aguarde minha reclamação. Até mais!

/

Quarta-feira

Alô?

— Eu estava pensando em ir fantasiado de Batman.

O que? Não, Edward, Hanna tem medo do Batman.

Hmm

Você está no trabalho?

— No elevador indo almoçar.

Eu também! Será que estamos perto?

— Tem um restaurante chinês três quarteirões daqui, Chi alguma coisa, com um dragão verde imenso no telhado, fica em uma esquina.

Eu sei aonde é! Eu também não sei falar o nome dele! Eu não acredito que eu entendi a sua descrição. – Bella riu. — Até logo!

Bella havia acabado de se convidar para almoçar comigo. Eu apressei o passo para chegar ao restaurante e garantir um lugar para a gente, não querendo dar chance para a o encontro dar errado. Para minha surpresa, éramos dois sem fôlego na porta que tiveram a mesma ideia.

— Eu preciso entender, por que você achou que se vestir de Batman fizesse algum sentido?  – Bella perguntou levando os rashis até a boca.

— Obrigado pelo apoio. – Pisquei para ela.

Bella deu uma tossida e bebeu alguns goles de suco antes de pedir para eu continuar.

— Bella, está tudo bem? – Algumas lágrimas desciam por suas bochechas vermelhas.

— Por favor, finja que nada aconteceu. Como você ia dizendo...

— Certo. – Falei meio duvidoso. – Batman. – De repente, eu estava inseguro de contar para ela de onde eu tirei essa ideia de idiota. – Na verdade... – Comi para ganhar tempo. – Isso nunca foi uma opção. Eu só queria puxar assunto com você.

— Bem... – Bella sussurrou. – funcionou.

/

Quinta-feira

Ontem, antes de dormir, Bella me ligou para avisar que algumas coisas haviam mudado, perguntando se eu poderia me encontrar com ela na hora do almoço novamente.

Nós estávamos de frente para uma loja de fantasias, não um restaurante.

— Essa festa está indo longe demais. – Bella mordeu o lábio inferior. – Vamos. – Respirou fundo e entrou, me puxando pela manga da camisa para ir junto.

— Você ainda não me explicou o que estamos fazendo aqui.

— Proposital, não queria que você negasse. – Sorriu, nem um pouco constrangida. Como se eu fosse negar alguma coisa para ela. – Eu contei, brincando, para Alice sobre a fantasia do Batman, e Hanna ouviu a parte da fantasia. Ela agora está achando que nós dois vamos realmente nos fantasiar para festa dela. Eu não ia, mas... Bem...

— Deixa eu adivinhar, você não conseguiu dizer não para ela. É, eu conheço esse sentimento de impotência muito bem.

— Então... O que você vai ser, Edward? Quer dizer, qual príncipe você vai ser?

— Achei que a festa fosse apenas para princesas e o Jasper seria o único vestido de príncipe?

— Então, Edward, nunca foi. – Bella deu alguns passos e pegou uma fantasia do Batman da arara. – Escolha qualquer príncipe, menos esse.

— O Coringa é príncipe, não o Batman.

— Sério? – Pendurou de volta, franzindo as sobrancelhas. – Hanna ainda não chegou nesse nível de obsessão pela realeza.

Peguei uma roupa de Fred Flintstone e coloquei na frente do corpo. Ganhando uma enrugada de nariz bonitinha para porra e uma sacudida de cabeça como resposta.

— Eu não posso ir vestido com a minha própria roupa? Achei que tivéssemos chegado a um consenso de que eu já sou príncipe.

— Boa tentativa, mas não. – Um pequeno dedo me cutucou. – Talvez eu possa te ajudar a não pagar tanto mico em uma festa que nem é da sua família.

Eu não estava entendendo mais nada do “precisa de fantasia, não precisa de fantasia”, mas preferi não pedir mais explicações e apenas aceitar.

— Ei, você não está me vendo reclamar. – Peguei uma fantasia da Elsa e rodopiei no lugar, fazendo Bella soltar uma linda gargalhada.

— Não mesmo. Mas, quem errou agora foi você, Elsa é rainha.

Nós tivemos a fase do vício em Frozen em casa, mas, com tantas princesas, não era fácil lembrar que existia uma ali no meio que era rainha.

Eu sabia que o Olaf é um boneco de neve.

— Bella, você não saiu de perto dessa fantasia do Batman, qual o problema?

— Não é a do Batman que eu estou vendo, é a da Bela. Esquece o Batman, ele morreu, pronto. – Foi a minha vez de sorrir para ela.

— A azul, ou a amarela? – Peguei as duas e segurei uma de cada lado.

— As duas.

— A azul é quando ela é plebéia, a amarela é de algum baile do príncipe, certo?

— Essas histórias de princesa são tão óbvias. – Bella rolou os olhos.

— Eu vi os filmes faz pouco tempo, por isso sei a história. Mas, sim, são. – Continuei com as duas fantasias nas mãos enquanto Bella as estudava.

Ela pegou a amarela e foi até um espelho, segurando-a na frente e tentando enxergar alguma coisa através do plástico que cobria a roupa. Rodou para um lado, rodou para outro, voltou, trocou pela azul, descobriu que podia tirar as fantasias do plástico, repetiu os movimentos... Eu estava tão embasbacado por essa mulher, que podia ficar horas só observando-a. Ela podia experimentar qualquer coisa, fazer qualquer coisa, que eu não me cansaria.

O vestido de baile amarelo era mais cheio dos detalhes chiques, o que realmente representava o que se espera de uma princesa. Mas Bella combinava muito mais com a cor azul. Se ela não o escolhesse, eu ia ficar decepcionado. Por outro lado, se ela o escolhesse, eu estava fodido. E era só a porra de uma fantasia de princesa. Camponesa.

— E aí? Me ajuda! – Bella fingiu desespero. – Ainda temos que ir almoçar.

— Você vai ficar linda com qualquer coisa, até a fantasia do Fred. Mas o vestido azul... – Perdi-me em pensamentos imaginando como ela ficaria usando-o.

— O que? – Bella sussurrou.

Ela estava mais perto de mim agora, as fantasias fazendo volume entre nós. Eu vi que ela olhou para a minha boca logo antes da ponta rosada de sua língua aparecer e humedecer seus lábios. Engoli em seco.

Eu podia beija-lá agora. Não devia. Não, eu não posso. Ia ser muito errado beija-lá no meio de uma loja de fantasias. Em público. Tendo que correr para voltar ao trabalho. Eu tinha certeza de, quando beijasse Bella, eu ia querer levar o meu tempo com ela. Fazer da forma certa, com calma. Eu não ia conseguir parar apenas em um beijo. E não tinha maneira desse beijo ser só um beijinho. Por tudo que é mais sagrado, preciso parar de pensar em beijá-la.

— Você devia levar a azul.

— Vamos de azul.

E o momento passou.

/

Sexta-feira

— Vamos comer sanduíche de novo no almoço porque você esqueceu de comprar o presente. Muito bem, Edward.

Andávamos pela loja de brinquedo mais conversando do que procurando de fato o que dar para Hanna.

— Eu ia comprar ontem depois do trabalho, porém, notei que eu não fazia ideia do que dar para uma menina de seis anos.

E imaginei que seria muito mais produtivo se eu estivesse a companhia de Bella por mais um dia.

— Você lembra a idade dela! Quer dizer, quantos anos ela vai fazer.

— Sim? Não entendi.

— Homens geralmente são... relapsos nos quesitos datas, aniversários e idades. E nomes, se formos nos aprofundar no assunto.

E eu aqui achando que Bella estava impressionada pela minha boa educação, enquanto ela só me achava mais um, como Rosalie diz, lixo.

— Você está andando com o tipo merda de homem.

— Com certeza estou. – Sussurrou.

Educadamente dispensei a vendedora que se ofereceu para nos orientar pela loja, querendo a companhia de Bella o máximo possível. Peguei um cachorro colorido e barulhento que parecia ser interessante, mas a idade indicada dele era três anos. Coloquei de volta na prateleira enquanto Bella ria.

— Acho que nem um sanduíche hoje. – Balançou a cabeça para si. – Vem, vamos para a parte de quebra-cabeças.

— Crianças não odeiam quebra-cabeça?

— Você está andando com o tipo errado de criança. – Bella pareceu se lembrar de que tenho um sobrinho da idade de Hanna e começou a se desculpar.

— Nunca reparei se Eric gosta disso, para falar a verdade. A gente talvez passe tempo demais no videogame.

— Entendi. Desculpa, de qualquer forma. – Bella alcançou a prateleira e pegou uma caixa com o mapa mundi. Eu tinha muitas dúvidas se Hanna ia gostar de um quebra cabeça de mil peças. Bella bateu com a caixa no meu braço e andou mais para frente. – Esse é meu. Você quer mesmo impressioná-la com o presente, não quer?

— Claro! Quero que no aniversário do ano que vem ela se lembre daquele estranho que deu um... dominó do Baby Shark. – Apontei o jogo.

— Você quer dar uma princesa para ela, mas vai por mim, ela tem tantas que a sua vai ser só mais uma.

Sim, bem, eu queria impressionar Hanna. Se é de princesa que ela gosta, é princesa que ela vai ter.

E eu queria impressionar Bella também.

— O que você vai dar?

— Roupa. – Bella deu de ombros. – Ela escolheu, claro.

Eu girei o corpo e foi como se todos os meus problemas não existissem mais.

— Um cachorro de pelúcia! – Minha animação foi tão grande, e alta, que Bella andou para longe de mim para o lado contrário. – Não não, - Segurei-a pelos ombros e fiz virar. – vamos lá, eu deixo você escolher um também.

Saí da loja com uma Mulher Maravilha de pelúcia, e um cachorro que eu insisti em comprar para Bella.

Depois que almoçamos nossos sanduíches, fiz questão de levar Bella até a porta do escritório que ela trabalhava. Depois de descobrir que eu não seria rechaçado se a beijasse, resolvi que tentaria a sorte e a chamaria para sair. Em um encontro, não para comprar alguma coisa. Estava em dúvida se perguntava antes ou depois da festa. Tinha que perguntar logo, Bella era incrível e cada segundo que eu passava com ela era o mais interessante que tudo que eu já vivi na vida.

— Edward, pelo amor de Walt Disney, não esquece de me avisar quando estiver chegando amanhã, você precisa chegar de coroa para a roupa ter efeito. – Fiz uma reverência para ela. – Eu estou falando sério! Você tem mesmo o lenço amarelo e a gravata branca? A gente pode procurar rapidinho. – Apontou com o dedão por cima do ombro.

Eu quase disse que não, para que ela não fosse embora e eu pudesse passar mais tempo da minha miserável vida com ela.

Eu nunca disse que não era exagerado.

— Tenho, Bella.

— Ótimo!

— Ei, o que você vai fazer hoje à noite?

— Ajudar a arrumar a festa. Será um fim de semana cansativo.

— Segunda você está livre?

— Vou trabalhar no modo zumbi, e depois dormir até o dia seguinte.

Desisti. O sono de uma pessoa é sagrado, eu não ia mexer com o dela.

— Boa sorte.

/

Sábado

Quando fui jantar com Rosalie e Emmett na terça passada, eles já sabiam sobre a festa hoje. Minha mãe ligou para minha cunhada no domingo mesmo para contar sobre o nosso encontro e o convite. Como ela havia dito, minha cunhada e meu irmão ficaram mais do que felizes em ter um dia apenas para os dois. Eu até fiquei feliz em poder levar Eric para longe desses malucos por algumas horas.

Estávamos os dois no banco traseiro do Volvo de Rosalie, nos aproximando da casa de Alice e Jasper. Bella estava de pé no jardim nos aguardando. Ela estava magnífica com o vestido azul, o cabelo castanho amarrado para o lado sobre seu ombro direito.

— Eric, não deixa seu tio se encostar no canto da casa escondido. – Rosalie falou enquanto estacionava o carro. – Vai atrás dele e carrega de volta para a festa.

Conhecendo as piadinhas que minha família fazia comigo, ele apenas riu e concordou distraído. Mesmo assim, não tinha dúvida nenhuma de que ele faria exatamente o que lhe foi dito. Sendo filho de quem era, Eric era até muito quieto, porém o fruto não cai muito longe da árvore.

O carro parou e nós descemos dele. Não tive sorte de me afastar rápido o suficiente. Bella estava a apenas alguns passos.

— Seu puto, traz o meu filho aqui para eu dar um beijo nele. – Rolei os olhos e agarrei Eric pelos sovacos, levando até Rosalie pendurada por cima de Emmett na janela do carona.

— Aquela é a Bella? Oi, Bella! – Emmett gritou por cima do filho, ganhando um aceno e um enorme sorriso em retorno. – Cara, ela é bonita para caralho.

— Tudo bem, foi o suficiente. – Abaixei Eric e nos afastamos do carro.

Obviamente, não foi o suficiente para eles pararem de me envergonhar.

— Bella, obrigada por convidar as crianças para brincar! – Rosalie, novamente, gritou, apesar de Bella estar agora do meu lado ouvindo perfeitamente. – Edward não sai muito de casa, se você, por favor, puder fazer com que ele se divirta hoje, vai ser maravilhoso!

— Pode deixar... É Rosalie, não é? – Sussurrou a última parte para mim.

— Sim, mas se você quiser entrar no clima e chamar de bruxa má, fica à vontade. – Ela abriu um sorriso divertido para mim e continuou a falar com a minha cunhada.

— Eu vou cuidar bem dele, Rosalie. – Virou para mim e piscou.

Eu tenho certeza que minha boca estava no chão e a baba escorrendo.

— Edward, não faça nada que nós não faríamos!

— Tchau, princeso! – Emmett gritou.

Princeso! – Bella repetiu e caiu na gargalhada.

— Fico muito feliz por ser responsável pela sua diversão.

Bella demorou algum tempo para parar de rir. Eric ainda se juntou a ela.

— Desculpa, desculpa. – Ela falou sem fôlego, o rosto vermelho. Eu queria deixá-la sem fôlego de outras formas. – Toma, coloca essa coroa na cabeça logo, Princeso. – E novamente os dois riram de mim. – Edward, não acredito que você realmente tinha um paletó tão azul.

Bella me olhou de cima abaixo, avaliando a “fantasia” de Fera.

— Sim. – Dei de ombro, tentando fazer com que certa parte do meu corpo não se mexesse sob a avaliação dela.

— Vem, Hanna vai amar te ver!

Seguimos Bella para dentro da casa a procura da aniversariante, parando para as devidas apresentações a Alice e Jasper. Ambos vestiam seus trajes de princesa e príncipe, com direito a mangas bufantes e sapatos com bico estranho. Éramos os únicos adultos fantasiados na festa.

— Vou procurar Hanna, comportem-se. – Bella estreitou os olhos.

— Cerveja? – Jasper ofereceu.

— Não, obrigado, tenho que ficar de olho nesse baixinho aqui. – Apertei os ombros de Eric, que estava olhando para as outras crianças doido para ir brincar.

— Edward, Bella disse que a gente não precisava ficar se desculpando ou agradecendo a você, mas parece que eu não consigo obedecer. – Alice falou.

Bella voltou nesse momento e deu um tapa no braço da irmã.

— EDWARD!!! – Hanna correu pela casa e se jogou em mim. Ela vestia uma jardineira preta e All Star cinza, nada de princesas por aqui, como ela mesma havia anunciado.

— Meu Deus, Hanna! – Alice gemeu.

— Se não é a menina mais especial de todas! – Agachei-me para ficar da altura dela, quase derrubando a coroa na cara da menina no processo. Bella correu e segurou o objeto a tempo.

— Cuidado com a coroa, Princeso.

Não tive tempo de formular nada para falar de volta, Hanna estava tagarelando na minha frente, dizendo que amou a princesa Daiana de pelúcia, as presilhas de cabelo e pulseiras (que eu não fazia ideia de como tinham ido para dentro da sacola de presente), perguntando se eu tinha uma máscara da Fera para colocar, contando para Eric sobre o sorvete e convidando-o para ir com a gente da próxima vez, explicando para os pais quem eu era, perguntando se eu ia na outra festa que vai ser na casa dos avós na semana seguinte, se eu sabia que a minha fantasia combinava com a da tia dela...

— Amorzinho da tia, por que você não leva o Eric para brincar com seus amiguinhos e deixa o Edward respirar?

Hanna a ignorou.

— A tia Bella é sua namorada? A Bela e a Fera são namorados, a tia Bella nem tá de princesa, Edward, você tem que casar com a tia Bella para ela ser princesa igual no filme. – Eu achava que crianças só soltavam essas coisas vergonhosas nos filmes. Que merda estar errado.

Eu ainda estava ajoelhado com Hanna, e Eric, na minha frente, não consegui ver a reação de Bella, mas podia ouvir Alice e Jasper rindo. Eles se dariam muito bem com Emmett e Rose.

— Eu não preciso casar com ninguém para ser princesa, eu posso ter uma avó perdida em alguma Genóvia. Agora vá para sua festa, vai! – Bella empurrou as crianças.

— E nós vamos socializar, fingir que somos pessoas normais. – Jasper nos levou para junto dos outros adultos.

De vez em quando eu ia até a “ala das crianças” disfarçadamente para ver como Eric estava se saindo.

— Pede logo para eles deixarem você brincar, Edward.

Virei de costas para as crianças e fiquei de frente para Bella. Eu tinha esquecido de dizer o quanto ela estava bonita hoje.

— Bella...

— Vem comigo.

Nós andamos pela casa até chegar em um cômodo que era a mistura de escritório, ateliê de costura e pintura.

— Pronto. Área proibida. O que você ia dizer?

— Que você está deslumbrante. Eu sabia que você ia ficar linda, você é linda, mas... Porra.

— Sim... É... Obrigada. – Bella deu um passo para frente e arrumou a minha gravata. – Você também.

Ela estava muito perto de mim, mordendo o lábio inferior e direcionando aqueles orbes chocolates para a minha boca.

— Bella...

Ela ficou na ponta dos pés e colocou a boca na minha, as mãos torcendo as lapelas do meu paletó. Segurei seu rosto, tentando manter uma distância e não me empolgar demais, mas Bella não estava na mesma sintonia, me puxando para si e explorando a minha boca com vontade. Joguei a cautela para o alto e agarrei sua bunda, não tinha como ficarmos mais próximos do que isso.

Aproveitei a mesa atrás de mim e me apoiei nela, minha altura agora dando mais acesso à boca de Bella ao meu pescoço. Eu nem sabia que poderia sentir tanta coisa somente no pescoço. Minha ereção estava mais do que evidente, não incomodando nem um pouco minha companhia. Talvez o vestido estivesse no caminho? Projetei o quadril para frente e a fiz com que Bella chegasse mais ainda para frente. Parece que tinha como estarmos mais próximos, afinal. O gemido que ouvi, e a meia dúzia de cabelo que perdi nos punhos dela, foram a resposta de qualquer que tenha sido a minha dúvida.

Ficamos um bom tempo nos amassos. No meio da porra de uma festa infantil. Eu sabia que ia ser assim quando finalmente a beijasse. Em um momento eu só ouvia nossas respirações ofegantes e gemidos, no outro, vozes e risadas entravam pelo cômodo.

— Opa! – Eu e Bella nos separamos, mas não nos afastamos, ao ouvir Alice. – Desculpa atrapalhar, mas vamos cortar o bolo daqui a pouco... Eu espero vocês se desamarrotarem. – E saiu.

Segurei o rosto de Bella mais uma vez, iniciando eu o beijo. Sabia que ia ser difícil me afastar dela novamente. O bom é que ela também não tinha essa intenção. Mas uma batida na porta não concordava com a gente. Dessa vez, andamos para longe um do outro e começamos a nos desamarrotar.

— Posso chamar você para sair agora, ou você vai dizer novamente que prefere dormir? – Perguntei.

— Quando eu disse isso? – A cabeça de Bella tombou para o lado enquanto ela tentava se lembrar do que eu estava falando. A boca vermelha dos nossos beijos me dava vontade de puxá-la de volta para mim.

— Ontem. Quando eu perguntei se sua segunda estava livre.

 - Meu Deus, Edward, achei que você estivesse perguntando por causa da festa, o tanto de coisa que eu tinha para fazer!

— Então... Não era isso.

— Eu queria ir até você e te beijar agora, mas não é uma boa ideia. Alice devia ter deixado a porta aberta.

— Vem cá. – Estiquei a mão para ela e a envolvi nos meus braços por alguns segundos. O coração dela ainda fazia um carnaval em seu peito. Beijei sua cabeça e a deixei sair.

— Você quer mesmo esperar até segunda? – Bella perguntou com a mão na maçaneta. – Acho que Jasper e Alice podem limpar a casa sozinhos.

Ela estava linda e pronta para voltar para a festa. Eu ainda estava completamente despenteado e amassado. E com uma puta ereção. E ainda fiquei igual a um idiota olhando para ela, o que não me ajudava em nada.

— Edward... Você precisa... de um banheiro?

— O que? – Com um movimento do queixo ela me mostrou ao que se referia. Melhor do que se falasse. – Não, não. Só abre a porta e o som vai fazer todo o trabalho.

Bella se colocou entre a porta e o corredor, rindo da minha cara enquanto eu pensava no que acontecia do lado de fora e me acalmava.

— Melhor? – Perguntou quando abri os olhos novamente.

— Ouvir sua risada e imaginar você sorrindo atrapalhou um pouco, mas então Alice no gritou mais uma vez e... foi fatal.

Depois de achar a coroa jogada no chão, peguei a mão que Bella estendeu para mim e saímos de lá. Jasper perguntou se precisaria desinfetar algum móvel, ganhando um beliscão da cunhada e achando rapidamente o caminho da mesa do bolo.

Depois da festa, estávamos novamente com Bella no jardim, agora esperando Rosalie. Eu segurava a mão dela na minha, era impossível me manter afastado.

Rosalie estava no banco do carona dessa vez. Precisei soltar nossas mãos para abrir a porta para Eric, e beijei a mão dela antes de me afastar. Despedi-me do meu sobrinho dentro do carro e fechei a porta. Minha cunhada olhou para o filho no banco de trás, olhou para mim do lado de fora e resolveu que era hora de me fazer passar vergonha de novo.

— Seja bem-vinda a família, Bella! – Gritou da janela.

— Obrigada! – Ela respondeu corando.

— Rose, - Alice gritou da porta, fazendo com que tanto Bella quanto eu virássemos a cabeça rapidamente na direção dela. –   obrigada pelo presente, Hanna adorou!

— Por nada, amor! – Nossas cabeças viraram de volta para Rose. Dessa vez ainda tive que lidar com Rosalie Hale chamando alguém de amor. – Dá um beijão na Hanna por mim! Tchau!

E se foi.

— Alice? O que aconteceu aqui? – Uma Bella ainda chocada questionou.

Como resposta, ela teve a chave do carro e a bolsa estendidas na cara.

— Só... – Alice nos enxotou com as mãos, ainda segurando os pertences da irmã. – Vão embora daqui. Está impossível ficar perto de vocês. Vão! Xô!

Peguei tudo das mãos dela e puxei Bella. Alice correu para dentro de casa e fechou a porta.

Bella rolou os olhos.

— Seu carro? – Apertei o alarme, fazendo um Honda apitar na porta da garagem. – Esquece.

No caminho para casa, Bella freou o carro e quase nos jogou para fora dele. Tirei o sinto de segurança e me virei para ela.

— Bella, está tudo bem? Você está sentindo alguma coisa?

— Que? Não. Edward, desculpa.

Ela estava desistindo? Que merda. Não, Bella, vamos lá! Não me diz que você repensou tudo, não diz isso.

— Desculpo o que?

— Eu não... tenhocamisinhaemcasa.

A gargalhada que explodiu foi incontrolável. Talvez eu tenha até cuspido sem querer em Bella, não dava para ver porque meus olhos estavam fechados de tanto que eu ria.

— Fico muito feliz por ser responsável pela sua diversão. – Debochou, o que só me fez rir mais.

Bella estacionou o carro, foi até uma farmácia, voltou, e só então eu estava controlado. Mas um riso ainda escapou quando ela se sentou novamente.

— Agora você para de rir. – E jogou a sacola pesada no meu colo. Não estava pesada, mas era uma área sensível.

— Porra, você quer usá-lo, ou quebrar? O que tem aqui?

Bella tirou o carro da vaga e me ignorou. Quando abri a sacola, encontrei duas caixas fechadas de camisinhas.

— Eu estou... – Ficando duro mais uma vez. – dividido entre te jogar no banco de trás, e perguntar se você quer um sócio para ajudar a vender isso tudo.

— Eu senti que seu pau é bem grande, tá bom. E...

Seja o que for que ela falou adiante, eu não ouvi.

— Bella, eu preciso que você me diga que estamos chegando na sua casa.

— Eu nunca quis tanto ser vizinha da minha irmã!

Conseguimos nos comportar no carro, na garagem, na cozinha, mas quando Bella me levou até o quarto dela, não nos demos nem o trabalho de tirar a roupa toda. Ou de chegar na cama. A parede foi o apoio que precisávamos.

Eu transei com uma princesa da Disney. O quão estranho é isso?

Depois que o sangue voltou a circular por todo o meu corpo, me livrei da parte de cima da minha roupa e ajudei Bella a tirar o vestido.

— Minha intenção nunca foi pegar o vestido azul. – Falou enquanto eu descia o zíper nas costas dela e abria seu sutiã.

— Como assim?

— O amarelo é O vestido. – Ela continuou a se despir, agora de frente para mim, enquanto falava comigo. – Mas o jeito que você me olhou quando eu mexi no azul...

O vestido escorreu pelo corpo dela, virando uma poça no chão.

— Como? – Admirei-a nua na minha frente.

— Exatamente como agora. Eu só comprei esse vestido...

— Para eu tirá-lo. – Bella mordeu o lábio inferior e fez que sim com a cabeça. – Meu Deus, Bella...

Peguei-a no colo estilo homem das cavernas e a deitei na cama, beijando toda parte de seu corpo que alcançava.

— Edward, será que unicórnios existem?

Parei de beijar sua barriga e olhei para cima.

— Por que, eu estou fazendo você enxergar unicórnios no quarto?

— Estou pensando no que dar para Hanna no próximo aniversário. É o mínimo que ela merece.

— Eu devo estar fazendo alguma coisa muito errada aqui para você estar pensando nisso.

— Ah não, você está fazendo muito certo, isso sim!

Subi até estar com o rosto pareado ao dela.

— Então eu vou continuar a fazer, e ano que vem te ajudo a escolher o presente dela, que tal?

— Fechado! – Voltei a beija-la, mas não na barriga.

Mas para estar presente na vida dela daqui há um ano, eu teria que fazer por merecer. E pelos gemidos que Bella estava me dando agora, eu estava no caminho certo.


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Notas finais do capítulo

Oiê! Tirando a poeira de novo.

Como vão todas? Espero que bem!

Espero que vocês gostem dessa historinha bem levinha para comemorar o aniversário do melhor dos melhores. Edward Cullen merece o mundo!

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AnnaP



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