O príncipe babaca e a florista iluminada escrita por Elizabeth Darcy


Capítulo 2
Vida na Europa - p.2 - Final


Notas iniciais do capítulo

Aqui temos o fim da jornada da nossa querida Eliza na Europa.



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E foi ali em Madrid que conheci o modelo que me ajudaria a me descobrir e me aceitar como uma mulher adulta e que poderia ter uma relação completa e rápida com um “estranho”.

Depois que possamos juntos, Ramon me convidou para jantar no Txapela na Gran Via, fazia muito tempo que não ria tanto, conversamos sobre tudo  e sobre nada, ele prometeu me mostrar a cidade, disse que tinha lugares maravilhosos, passamos quase a madrugada inteira caminhando pela Gran Via, o lugar fervilhava com a vida noturna.

Quando chegamos ao hotel, Ramon me surpreendeu ao roubar um beijo rápido, e me prometeu que amanhã iriamos passear no Parque del Buen Retiro, e assim passamos pouco mais de dois meses, nesse “relacionamento” maluco, visitamos museus, parques, praças, e no fim tivemos uma linda noite de amor pouco antes de eu partir para a Itália, na qual ele me disse algo que me marcaria para sempre, que a noite tinha sido maravilhosa, mais que estava claro nos meus olhos que para mim, junto com o prazer tinha que ter o amor.

Dias depois viajei para a Itália onde conheci Lucca, ele era um jovem atendente no café em frente ao hotel onde estava hospedada. Nos primeiros dias passei algumas tardes lá conversando enquanto ele se dividia em me dar atenção e atender seus clientes, depois evoluímos para jantares, passeios aos finais de semana, cinemas, ele inclusive foi me visitar algumas vezes nas minhas locações, me buscar no fim do expediente, parecíamos um casal apaixonado segundo a equipe com a qual estava fotografando, no entanto nem sequer tínhamos nos beijado, antes de partir para Portugal (aparentemente o pessoal da Excalibur estava disposto a me manter internacional), estávamos no meu quarto no hotel, abraçados na cama assistindo um filme, quando me virei para beijá-lo, e depois do beijo ele me fez um carinho e disse que esse não era nosso tipo de relacionamento, tínhamos sido um casal que compartilhava um sentimento puro, que serviu para nós nos curarmos de feridas antigas.

No aeroporto internacional de Portugal, peguei minha mala pessoal, e me dirigi para o hotel, estava cansada da viagem, e no dia seguinte começaria a fotografar, então assim que cheguei no meu quarto, simplesmente me joguei na cama e apaguei. Acordei com o toque insistente do meu celular, ao pegar notei que era um número estranho, então resolvi ignorar, porém o mesmo número continuou me ligando até que me dei por vencida e atendi.

— Alo, e Eliza de Assis? - uma voz masculina perguntou.

— Sim, quem gostaria de saber? 

— Me chamo Santiago, e acredito que tenhamos trocado nossas malas no aeroporto, poderíamos nos encontrar para fazer a troca, preciso muito da minha mala e acredito que você queira a sua. - assim que ele terminou, pulei da cama e fui em direção a mala, e notei que apesar de parecida realmente não era minha.

— Poxa vida e verdade, nem tinha notada, você poderia me encontrar no restaurante do Hotel Real Palácio, próximo ao Castelo de São Jorge?

— Claro, chego em uma hora, procuro por você na recepção. - Falou isso e encerrou a ligação.

Pouco depois disso, peguei o livro que estava lendo e a mala do estranho Santiago, e desci para o bar do hotel, me sentei em um canto mais distante e fiquei aguardando o homem que estava com minha mala. Cerca de 40 min depois entrou no bar um homem alto, com os cabelos levemente compridos, olhos escuros e barba por fazer, usava uma calça jeans escuros, camiseta branca e jaqueta de couro, e trazia minha mala.

Acenei de leve e ele veio em minha direção, larguei o livro na mesa e me levantei para cumprimenta-lo.

—Eliza? - ele perguntou.

—Sim, é você deve ser o Santiago. - estendi a mão para trocar um aperto de mãos, porém ele me surpreendeu quando ao invés de retribuir, puxou minha mão e a beijou de leve, como um verdadeiro cavalheiro. Quando soltou, seus olhos desviaram para o livro em cima da mesa.

—Gosta de poesia? - me questionou.

—Aprendi a gostar com um antigo amigo. - definir Arthur assim parecia um pouco estranho, mas não me sentia confortável em falar com um estranho sobre minha história.

—Bom não vou ficar lhe incomodando, aqui está sua mala, peço desculpas pela confusão, só notei a troca quando cheguei em casa.

—Imagina você não está me incomodando, e eu também devo pedir desculpas, afinal também não notei a troca, se você não tivesse me ligado e possivel que so notasse amanhã, então devo agradecer na verdade.

—Bom se você quer me agradecer pode me pagar um drink. - bem direto ele.

Depois disso passamos algumas horas conversando, descobri que Santiago era arqueólogo e estava tirando um período sabático, antes de iniciar a próxima escavação, além disso ele tocava violão e cantava, quando estava em Portugal gostava de se apresentar em um barzinho de um amigo no centro da cidade, me convidou para aparecer por lá na sua próxima apresentação.

Dias depois encontrei com ele no Templários Bar, onde ele iria se apresentar, foi uma noite muito divertida, conheci alguns amigos de Santiago, e todos ficaram pegando no pé dele por estar saindo com uma modelo.

No fim das contas, acabamos saindo mais algumas vezes, e ele me pediu em namoro, eu disse que não valia a pena, pois nosso relacionamento teria prazo de validade, em cinco meses tanto ele quanto eu iríamos embora de Portugal para caminhos bem diferentes, ele me falou que não se importava, pois deveríamos viver nossos momento, e ali naquele instante ele foi bem piegas e copiou uma frase de “A culpa é das estrelas”, me olhou e disse que queria me dar uma eternidade dentro dos nossos dias numerados, piegas como eu disse mais me conquistou.

Nem preciso dizer que foi maravilhoso, sempre que tinha um tempinho entre os editorias saímos juntos, fomos a espetáculos de teatro, shows, saraus, apresentações do próprio Santiago, vivemos intensamente, cada dia era especial e marcante e quando infelizmente chegou a noite anterior a nossa partida, ele me fez um jantar maravilhoso e me disse que tinha sido inexplicável viver essa pequena vida comigo, e que ele seria eternamente grato por nossas lembranças.

No dia seguinte nos despedimos no aeroporto, eu finalmente voltaria para o Brasil, e ele iria para o Egito passar uma temporada indeterminada por lá.

Quando embarquei no avião, as lágrimas já não escorriam mais, tinha sido lindo e intenso com Santiago, mas tínhamos tido um começo, um meio e um fim, tínhamos vivido ao máximo, mas era hora de voltar ao meu lar, com a sensação de estar pronta para qualquer coisa, finalmente estava vivendo minha vida.


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