1911 escrita por Lola Royal


Capítulo 1
1911


Notas iniciais do capítulo

Crepúsculo não me pertence.
Olá! Essa fic faz parte do POSOward, onde autoras do fandom de Crepúsculo se uniram para criar uma One-shot narrada pelo Edward, afinal, agora é a vez dele!
Confira todas as histórias na página https://t.co/xK4oMtUc5s ?“ na aba "Favoritas” e “Estou Acompanhando”.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/792280/chapter/1

1911

 

Alinhei os soldadinhos sobre o piso do meu quarto, como se eles estivessem marchando. Eu adorava aqueles bonecos, os ganhei de presente no último Natal e por todos aqueles meses se tornaram meus brinquedos favoritos.

 

Não fazia ideia de qual seria meu presente de aniversário aquele dia, o dia do meu aniversário de dez anos, mas achava difícil superar meus soldadinhos. Algumas vezes minha mãe, Elizabeth, precisava até os guardar em um armário bem alto para eu não me distrair com eles na hora do jantar.

 

— Edward, hora de acor… — Minha mãe se interrompeu quando entrou em meu quarto e me viu já acordado e brincando.

 

Ela soltou uma risada suave e se aproximou de mim.

 

— Querido, você acordou cedo.

 

— É meu aniversário, quero brincar o dia inteiro — falei entusiasmado, aquilo fez com que ela risse outra vez e passasse uma mão por meus cabelos. Ela e eu tínhamos cabelos da mesma cor, acobreados, nossos olhos eram igualmente verdes.

 

Meu pai dizia que eu era muito parecido com minha mãe, não só na aparência, dizia que ser tão sensível quanto ela não era algo bom para um homem. Quando meu pai não estava escutando mamãe sussurrava em meu ouvido:

 

Você é um garoto doce, continue assim.

 

Mamãe fez com que eu levantasse do chão e me deu um abraço apertado.

 

— Feliz aniversário, meu garotinho. Eu te amo muito, querido. — Então ela beijou o topo da minha cabeça e depois minha bochecha. — Como se sente tendo dez anos? Você está crescido!

 

— Me sinto muito feliz, mamãe. — Sorri para ela. — Posso faltar a aula hoje e ficar brincando?

 

Mamãe riu pela terceira vez aquela manhã e negou, apertou a ponta do meu nariz e disse:

 

— Você precisa ir para a aula, Edward. Hora de se arrumar.

 

(...)

 

Meu pai estava tomando seu café da manhã quando cheguei à sala de jantar com mamãe, ele tirou os olhos de seu jornal e falou com sua imponente voz:

 

— Aqui está o aniversariante! — Ele se colocou de pé, se livrou do jornal e apertou minha mão de forma firme. — Parabéns por seu dia!

 

— Obrigado, pai — agradeci e o abracei, ele deixou o abraço durar poucos segundos antes de me afastar.

 

— Vamos, sente-se e tome seu café! — ordenou apontando para meu lugar de costume.

 

— Ele está tão grande, não é? — mamãe perguntou para meu pai quando todos já estávamos sentados.

 

— Quase um homem feito — ele respondeu e voltou a pegar seu jornal enquanto mamãe servia a si mesma e a mim. — Aqueles assassinatos continuam acontecendo no Sul, ninguém tem pista alguma...

 

— Não é hora de conversar sobre isso — minha mãe repreendeu meu pai quando ele começou a falar sobre tal assunto, porém com apenas um olhar severo ele a calou, fazendo com que ela ficasse cabisbaixa.

 

Quando o meu olhar e o dela se encontraram eu sorri para mamãe, isso a fez voltar a sorrir.

 

— Chegarei tarde hoje, tenho muito trabalho — meu pai anunciou depois do fim da refeição, isso queria dizer que por mais um ano eu estaria apenas com minha mãe em meu jantar de aniversário.

 

(...)

 

Mamãe já esperava por mim na frente da escola quando minhas aulas acabaram, eu andei até ela e ganhei um novo abraço seu de feliz aniversário. Não me importei que alguns colegas de colégio pudessem zombar de mim por estar sendo paparicado por mamãe, o abraço dela era o melhor do mundo.

 

Seguimos até nossa casa conversando sobre meu dia de aulas, ela também contou sobre tudo que prepararia para meu jantar especial, todos meus pratos favoritos. Estávamos na esquina quando mamãe contou:

 

— Tenho uma surpresa para você em casa.

 

Eu pensei que fosse meu pai, talvez ele tivesse voltado do trabalho mais cedo. Entretanto, não era o advogado.

 

Quando entramos em casa mamãe cobriu meus olhos com uma mão, me guiou até onde queria e por fim exclamou:

 

— Feliz aniversário, filho!

 

Ela deixou meus olhos livres, foi quando avistei o piano na sala de estar. Eu prendi a respiração, depois soltei e questionei:

 

— É meu? 

 

— É sim, querido. Estava na hora de você ter seu próprio piano, está indo tão bem nas suas aulas de música.

 

Abracei minha mãe com força, depois corri até meu piano. Ele conseguia ser melhor do que todos meus soldadinhos, muito melhor.

 

— Vamos, toque algo — mamãe incentivou.

 

Eu me sentei ao banco, ela sentou junto de mim. Olhei para ela e comecei a tocar em seguida, ainda não era tão bom assim, mas estava me esforçando.

 

— Eu amo você, Edward — disse emocionada quando parei de tocar, seus olhos cheios de lágrimas e orgulho.

 

— Também amo você, mamãe.

 

2004

 

Domingo, 20 de Junho. 103 anos atrás eu tinha nascido naquele mesmo dia, há muito tempo não comemorava aniversários, mas quase sempre acabava pensando em minha mãe na data, ainda que as lembranças do meu tempo como humano fossem nebulosas.

 

Ouvi Esme se aproximar, eu estava tocando piano. Seus pensamentos eram preocupados, ela estava se perguntando se eu estava bem, temia que estivesse me sentindo muito só.

 

— Estou bem — respondi suas perguntas quando ela parou perto do piano, Esme sorriu e passou uma mão por meus cabelos antes de sentar ao meu lado.

 

"Tem certeza?"

 

Continuei lendo seus pensamentos para manter nossa conversa.

 

— Absoluta. — Parei de tocar e perguntei. — Algum pedido de música especial? 

 

— Alguma alegre. — Eu assenti, começando a tocar uma canção animada, quando acabei Esme afagou meus cabelos novamente e disse:

 

— Feliz aniversário, querido. Eu te amo.

 

Aquilo me fez sorrir.

 

— Obrigado, também amo você, mãe. — Beijei seu rosto. — Outra canção alegre?

 

— Sim!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Beijos!
Lola Royal.
20.06.20