31 de julho de 2016

— Sakura? Vai sair? – Harumi indagou ao ver a sobrinha descendo a escada.

— Vou. Estão me chamando no estúdio da Kyuubi. – Respondeu sem a empolgação dos dias anteriores. – Não vou chegar tarde.

— Eu sei que não. – A abraçou. – E sei também que algo aconteceu com você, ontem. – Assistiu os olhos verdes vacilarem. - Quando estiver pronta para falar ou se precisar de ajuda, estarei aqui. – Depositou um beijo na testa da garota.

— Obrigada.

...

Abriu a porta do estúdio.

A situação na cafeteria do dia anterior indo e vindo em cabeça.

Depois de muitas mensagens insistentes de Sasuke, pedindo para se encontrarem ali, lá estava ela, adentrando o local sem saber o que falar, sem saber o que esperar.

— Já estava indo te buscar. – Ele disse assim que a viu surgir na entrada da espaçosa sala.

— Me embananei na hora de comprar o ticket. – Se colocou na frente dele, mas permaneceu de cabeça baixa.

O meio sorriso nos finos lábios masculinos se desfez e as sobrancelhas se arquearam.

— Sakura. – Chamou-a em um tom suave. – Eu sei que aconteceu alguma coisa, ontem na cafeteria, mesmo você dizendo o contrário.

Ela apenas desfez o espaço entre eles, o abraçando pela cintura e afundando o rosto no peito masculino. O cheiro único dele trouxe um leve confortou a ela.

— Me conta o que aconteceu. – Pediu, a envolvendo num abraço de urso.

Novamente, sem resposta por parte dela, permanecendo abraçados por alguns minutos, até que soluços romperam o silêncio e ele sentiu a camiseta úmida.

— Por que está chorando? – Perguntou alarmado, sentindo o peito apertar ao ouvir mais um soluço.

Rapidamente, a conduziu para o sofá, onde se sentou e trouxe ela para o seu colo, como se estivesse embalando uma criança. Mas, ao invés de acalma-la, o choro se intensificou, desesperando Sasuke.

— Sakura, você tem que me dizer o que está acontecendo. – Exigiu aflito. – Está sentindo falta dos seus pais? Eu fiz alguma coisa de errado? Se arrependeu de estar comigo?

A Haruno respirou fundo, tentando controlar o choro. Seria possível ele não ter passado por isso anos atrás?

— Por que sua ex-namorada tem que ser uma tremenda de uma filha da puta? – Explodiu, falando em português. Ela não queria estar brava com ele.

— O que a Chizuru fez? – Perguntou confuso, após processar as palavras de Sakura.

— Eu não precisava saber que vocês namoraram no ensino médio e muito menos que perderam a virgindade juntos!

Um silêncio tenso se instalou entre eles.

Ela vinha engolindo o choro desde ontem, no intuito de esquecer a humilhação e todos os sentimentos ruins que a acompanhavam, pois Tomonaga não estragaria as suas férias.

Porém, ver Sasuke alheio àquilo foi o suficiente para trazer as lágrimas.

— Mas não foi isso não precisa te afetar, está na passado. O que Chiruzu fez? – Tornou a perguntar. 

— Ela não é legal como você pensa. E, por que você demorou tanto para voltar do banheiro? – A mesma fúria do dia anterior a tomou. – Como você pôde ter se envolvida com uma pessoa como ela?

— Sakura?

— Eu nunca pensei que seria discriminada. – Disse num tom baixo. – Foi isso que aconteceu.

... 

Os olhos ônix foram se arregalando em assombro a medida que as palavras de Sakura iam ganhando sentidos profundos dentro dele. 

— Isso é muito grave. Tem certeza disso? – Perguntou desacreditado. - A Chizuru não faria uma coisa dessas. Talvez, ela tenha se expressado mal ou você entendido errado...

Os olhos brilharam em incredulidade ao encara-lo.

— Se não acredita em mim, ligue para ela e pergunta qual é o conceito dela sobre as brasileiras da minha idade! – A voz dela soou alta e indignada.

O rosto ficou vermelho e quente em pura fúria, não acreditando que Sasuke a estava culpando. Justo ele! Desprendeu-se dos braços masculinos, decepcionada, e saiu do colo dele, sentando-se no outro canto do sofá.

— Sakura. – Chamou-a ao se dar conta do que havia piorado a situação. Sentiu o peito se apertar em arrependimento. – Eu não quis dizer...

— Você quis sim dizer isso! – Cortou-o. – E, era a última coisa que eu esperava vindo de você.

Encolheu as pernas e abraçou-as, apoiando o fino queixo entre os joelhos.

— Me desculpa! – Reaproximou-se dela num pulo. – Por favor, me desculpa. – E segurou o rosto de traços delicados com as duas mãos.

— Eu pensei que você me entenderia. – Disse ao fixar os olhos nos dele. – Que acreditaria em mim, e não na sua ex-namorada que só é legal com você.

— Mas eu entendo e acredito em você! – O Uchiha limpou os resquícios de lágrimas, com os polegares. – Por favor, me desculpa. – Suplicou vendo a tristeza refletidos nos olhos verdes. – Eu teria impedido você de passar por aquilo. – Beijou rapidamente os lábios vermelhos. - Não teria demorado no banheiro, nem te deixado sozinha com ela. – E a abraçou.

Com certa urgência, Sakura puxou o rosto para si e selou os seus lábios nos dele. O beijou já começou afoito, diferente das outras vezes em que eles iam intensificando os movimentos aos poucos, para desfrutarem do momento deles. Afinal, cada encaixe de suas bocas era um momento único, que fazia o mundo virar de ponta cabeça pela explosão de sentimentos.

As pernas femininas se esticaram e se separam levemente para acomodar o corpo do Uchiha, assim foi permitido que seus corpos se colassem, moldado um ao outro, sem nenhum espaço entre eles.

Se afastaram para recuperar o ar que lhes faltou. Sasuke começou a distribuir beijos por toda a pele exposta do pescoço alvo, enquanto deslizava pela lateral direita do corpo de Sakura, finalizando com um aperto na cintura. Em resposta, ela levou a mão esquerda para a nuca dele, enfiou os dedos nos curtos fios da região e os puxou. Em seguida, resvalou as pontas dos dedos da mão direita pela extensão do braço masculino.

Voltaram a se beijar, permitindo que o desejo se instalasse em seus corpos e nublasse suas mentes. Sasuke começou a levantar o tecido da blusa dela, mas teve parar no segundo seguinte ao senti-la sugar seu lábio inferior, para em seguida, traçar uma linha de beijo pelo pescoço até a clavícula esquerda, onde também sugou.

Ele olhou-a de cima e apertou-se contra ela. Os olhos se cruzaram quando um choque passou pelos dois.

— Eu não conhecia esse seu lado. – Disse a vendo ofegar de bochechas coradas. – Pensei que fosse tímida.

— E eu sou, mas isso não me impede de saber dar uns amassos. – Riu da cara embasbacada de Sasuke.

— Então sabe que onde vamos parar se continuarmos.

— Sim. – Concordou.

— E está certa disso? – Perguntou receoso.

— Ah, Sasuke-kun! – Exclamou segurando uma risada, deixando-o confuso. – Pode não parecer, mas eu também não sou mais virgem.

A Haruno riu quando a expressão embasbacada voltou ao rosto do Uchiha. Ela ergueu o corpo, ajeitando a blusa e, consequentemente, o fazendo se sentar também. Pegou o rosto dele entre as mãos e depositou um selinho nos lábios.

— Não foi só você que namorou ano passado. – Falou e observou ele franzir o cenho em desagrado. – Está bravo?

— Não, mas eu acho que não precisava saber desses detalhes. – Respondeu, admitindo somente para si que estava enciumado.

— Agora você sabe como eu me senti quando a sua ex-namorada resolveu abrir a boca.

— Eu sinto muito por tudo o que aconteceu ontem. – A trouxe para perto de si ao perceber que a tristeza retornava. Fê-la se sentar sobre suas pernas, ficando um de frente para o outro. – Quando vim para cá, eu não passei por isso, porque ainda estava na idade de frequentar a creche, e lá todos eram bem receptivos. – Colocou uma mecha atrás da orelha dela. - Mas Itachi sofreu bulliyng até o final do ensino fundamental. As crianças daqui podem ser bem maldosas quando querem.

Sasuke se lembrou das vezes em que flagrou o irmão mais velho chorando silenciosamente no quarto, depois de voltar da aula. E, quando era questionado se estava gostando da escola, ele prontamente respondia que sim com um sorriso, escondendo a tristeza e a solidão dos pais e dele.

Essa situação foi só mudar no ensino médio, onde fez amizades, que mantem até os dias hoje, e não era mais alvo de bulliyng, pelo contrário, o combatia.

— Sério, se eu pudesse faria ele esquecer o sofrimento que passou na escola. – Levantou o rosto de Sakura pelo queixo para olha-la intensamente. – E faria você esquecer o episódio de ontem.

A Haruno viu ele pela primeira vez vermelho de raiva.

— Não se julga uma pessoa por sua nacionalidade. – Sasuke respirou fundo para conter sua revolta. - Na verdade não se julga ninguém por nacionalidade, cor, etnia, religião, orientação sexual. – Olhou-a determinado. – Eu prometo que Chizuru vai se arrepender pelo que te fez.

O Uchiha trouxe uma das pequenas e macias mãos para próximo de sua boca e beijou, surpreendendo-a.

— Não quero nada vindo da filha da puta da sua ex-namorada. – Falou em português. - Ela já fez o suficiente.

— Você falando palavrão fica muito sexy. – Sorriu com segundas intenções.

— Idiota! – Afagou a bochecha direita de Sasuke e se remexeu sobre o colo dele. – Eu só quero esquecer. – Falou baixo, como se estivesse contando um segredo.

O clima entre eles voltou a esquentar. Os olhos de ambos brilharam em expectativa.

— Só me faça esquecer, Sasuke-kun. – Sakura falou devagar, olhando fixo nos olhos ônix.

Ele apertou a cintura feminina com a mão direita, para em seguida colar os corpos, atacou os lábios vermelhos e apetitosos dela ao segura-la pela nuca com mão esquerda, e sentiu sua calça apertada quando houve o atrito entre eles.

Ela só conseguiu ofegar e corresponder ao beijo na mesma intensidade, enquanto seu baixo ventre se aquecia.

— Eu acho que devíamos para o chão. – A Haruno disse ao se afastar para respirar.

— Não seríamos os primeiros a usar o sofá para transar. – Contrapôs. – Sakura, está certa disso?

— Estou.

— Não quero que se arrependa por estarmos indo rápido.

— Começo a pensar que é você que não quer. – Falou e tirou a blusa.

— Céus! – Suspirou ao vê-la de sutiã. – Eu quero desde o dia do parque aquático. – Admitiu envergonhado.

Ela selou os lábios, iniciando mais um beijo carregado de desejo.

Era o sinal de consentimento que ele precisava. 

Sasuke não se refreou mais e apertou a bunda dela, uma das partes que ele mais achava ser bonito no corpo feminino e que era o local das suas constantes olhadas discretas. Suspirou em deleite ao sentir a maciez das nádegas.

Sakura teve interromper os beijos molhados intercalados com leves chupadas na clavícula direita masculina, uma das regiões mais sensíveis dele, para deixar um quase inaudível gemido escapar quando sentiu as mãos em sua bunda.

Então, o restante das roupas foi tirado num piscar de olhos, e o preservativo colocado. O Uchiha a deitou no sofá, ficando por cima novamente. E, com o olhar preso um no outro, se completaram.

...

— Podíamos pedir pizza. – Ela sugeriu para romper o silêncio em que estavam envolvidos.

— Podemos. – Concordou, deslizando os dedos pelos fios cor de rosa. – Já quer fazer o pedido? – Pegou o celular.

— Depende, que horas são?

— Quatro.

— Eu aguento mais trinta minutos. – Respondeu e o abraçou mais forte.

— Ótimo, eu já volto. – Cessou o carinho no cabelo dela e ergueu o tronco.

— Onde você vai, Sasuke-kun?

Mas a reposta não veio, pois ele já tinha saído do cômodo. Um bico se formou nos lábios dela.

Sakura fechou os olhos, decidindo esperar ali mesmo, porém a falta de barulho o deixou inquieta, a fazendo se sentar no sofá para descobrir o porquê da demora. Qual foi sua surpresa ao visualizar Sasuke carregando um notebook e o seu violão.

— O que você está aprontando?

— Um show particular como anos atrás. – Respondeu, depositando o notebook na rack e ligando-o, após se sentar em posição de lótus com o violão no colo.

O coração da Haruno deu um solavanco.

— Já vou pensando nas músicas que vou querer. – Disse empolgada.

— Não precisa. Eu já escolhi. – Fez um gesto para que ela se aproximasse. – Serão as suas músicas favoritas. Tenho que fazer você esquecer do que aconteceu completamente. – Deu um sorriso de canto.

Naquele final de tarde, Sakura sentiu que estava completa ao assisti-lo cantar apenas para si, ela foi tomada por uma felicidade que não lhe cabia no peito.

Começaram com as músicas brasileiras. “Céu Azul” de Charlie Brown Jr. foi a primeira, seguidas de “Só os loucos sabem” e “Ela vai voltar”; “Passarinhos” de Emicida em colaboração com Vanessa da Mata foi a próxima; “Cobertor” de Anitta com Projota a pegou de surpresa; “Dom Quixote” de Engenheiros do Hawaii; e “Sutilmente” da banda Skank fechou aquele bloco.

“How to save a life” de The Fray abriu o bloco das músicas em inglês, “Look after you” da mesma banda foi a próxima; “I’m yours” de Jason Mraz; “Good enough” e “You and me” de Lifehouse; “Leave out all the rest” e “NUMB” de Linkin Park não podiam faltar; assim como “Wonderlwall” de Oasis; a música “Sugar” de Maroon 5 encerrou o bloco.

No entanto, para deixar o ambiente mais descontraído, Sasuke arriscou “What makes you beautiful” de One Direction, a fazendo rir quando ele quase não deu conta de cantar e tocar pelo tempo da música.

Por fim, o bloco das músicas japonesas. É claro que os OSTs das live-action de Rurounin Kenshin foram os primeiros, seguido de “Nobody’s home” e “Cry out”; “Alones” e “Mayonaka no orchestra” de Aqua Timez; “Sign” de FLOW; “Toumei data sekai” de Motohiro Hata; “Tsuioku merry-go-round” de Onelifecrew; e por último, “Aoi shiori” de Galileo Galilei.

No fim do show, três garrafas de água estavam vazias e jogadas próximos a eles, que se encontravam ofegantes. Os trinta minutos de música ao vido se estendeu para duas horas, e em algum momento, Sakura resolveu acompanhar com a sua voz, o que resultou em alguns duetos totalmente improvisados, erros na entrada e saídas, e backing vocal praticamente errados.

Porém, aqueles erros não faziam diferença, pois o importante era a diversão e a felicidade em poder cantar juntos, ao vivo e a cores.

Encerram aquele domingo dividindo uma pizza grande, com bastante queijo, e um refrigerante de cola bem gelado.

...

A última semana em solo japonês se iniciou para Sakura. A saudade dos pais estava presente toda vez que conversavam pelo Skype, sendo assim, ela não via a hora de voltar para o país verde-amarelo e abraça-los, mas a vontade de permanecer em Tóquio também crescia na mesma proporção. O que a deixava ansiosa.

Com a devida permissão de Harumi, ela chamou Sasuke para passar a segunda-feira (01/08) ali na casa. As suas férias estavam acabando, então nada mais justo do que curtir os últimos dias ao lado dele, ou melhor, agarradinha a ele. E foi o que aconteceu na terça (02/08) e na quarta (03/08) também. 

Que sua tia a perdoasse, mas acabaram cedendo a tentação, resultando em muitas rodadas de sexo em seu quarto. Apenas em seu quarto.

É por isso que na quinta-feira (04/08), logo pela manhã, ela saiu da casa da tia para ter um encontro com Sasuke e abaixar o fogo que os consumiam quando estavam sozinhos, entre quatro paredes. 

O local escolhido para o encontro foi o famoso Zoológico Ueno, onde eles passaram o dia inteiro observando e interagindo com os diversos animais dali.

À noite, aconteceu uma apresentação de última hora da Kyuubi, em um bar muito movimentando do bairro de Shinjuku. No final, Sakura e Sasuke acabaram entrelaçados no sofá do estúdio, enquanto que começavam a se preparar, mentalmente, para a despedida.

...

05 de agosto de 2016

A sexta-feira foi marcada pela agitação dos amigos tomando conta do estúdio da banda logo após o almoço, com salgadinhos, doces e bebidas em isopores. Desta vez, as frutas foram deixadas de lado.

Se tinham comemorado a vinda da Haruno, realizariam uma festa de despedida também, pois a expressão cabisbaixa que mostrou no dia anterior não passou despercebido por nenhum deles. Assim, tentariam tornar o regresso o mais leve possível.

A confraternização se iniciou com uma competição de ‘Just Dance’ no Playstation 4. Altas risadas eram soltas a cada passo de dança engraçado que o jogo comandava. Pela primeira vez na vida, Sakura jogou ‘Guitar Hero’ e, mesmo perdendo feio para Sasuke, adorou a experiência, tentando mais três vezes. 

Em seguida, partiram para os jogos de tabuleiro. Começaram com o mundialmente conhecido ‘War’. Tiveram que formar duplas por meio de um sorteio, pois o jogo permitia o máximo de 6 jogadores. Ela acabou caindo com Ino, ambas inexperientes, ao contrário das duplas Shikamaru – Neji, Naruto – Hinata e Gaara – Sasuke, ou seja, o embate aconteceu entre as três duplas.

Porém, quando ‘Imagem e Ação’ foi o escolhido, Sakura sorriu empolgada, porque aquele jogo ela dominava, e sua vitória foi certeira quando formou trio com Sai - o estudante de artes plásticas – e Tenten – educação física.

— Vocês fizeram a minha estadia aqui em Tóquio a melhor de todas! – Rompeu o breve silêncio, chamando a atenção de todos que estavam acomodados no chão da sala, depois que Sai guardou o jogo de tabuleiro. - Muito obrigada, gente! Cada momento está guardado bem aqui! -E colocou a mão sobre o próprio coração.

Os olhos verdes brilharam pelas lágrimas, mas o grande sorriso que moldava os lábios da Haruno era mais destacado. Em um piscar de olhos, as quatro garotas abraçavam ela, como na primeira vez que se viram.

— Nós que somos gratos, Sakura-chan! – O Uzumaki deu o seu típico sorriso de orelha a orelha.

— Não chorem, meninas e Naruto. – Provocou Gaara.

— Ou vão sair zoados no vídeo. – Neji segurava uma câmera semiprofissional.

— O que vocês estão planejando? – Kiba se mostrou curioso.

— A pergunta correta é o que Sasuke está planejando. – Respondeu Shikamaru, encostado no batente da porta. – Está pronto.

— Valeu! – Sasuke agradeceu e levantou com uma expressão travessa.

— Finalmente vamos estrear a sala de gravação! – Naruto vibrou, se colocando de pé.

Empolgação estampavam as expressões dos integrantes da Kyuubi.

— Apesar da banda ser um hobby, estamos pensando em levar a sério, porque chegamos ao nível de compor músicas e montar melodias, não ficando só nos covers. Então, montamos um estúdio propriamente dito na sala que guardamos os nossos instrumentos.

— Que ideia maravilhosa, Naruto-kun!

— A sala já tem o formato de um estúdio de gravação, só tivemos que ir atrás dos equipamentos. – Explicou Gaara, girando uma das baquetas. – Vamos, vocês estão convidados para assistir a estreia do espaço. – Apontou para o outro cômodo.

— E você está convidada para cantar com a banda. – Sasuke tirou Sakura dos braços femininos.

— Oi? – Indagou, achando que entendeu errado.

— Canta com a banda. – Repetiu, enlaçando-a pela cintura e conduzindo-a para a outra sala. Os outros começaram a segui-los.

A sala tinha o mesmo tamanho da outra, mas com a diferença que uma parede, feito de material antirruído, dividia o ambiente em local dos instrumentos musicais e microfones, e o de computadores com programas para gravação. Hinata, Kiba, Sai, Shikamaru, Temari e Tenten permaneceram neste último. 

— Espera! Você está falando sério? É um momento só da Kyuubi.

— Mas nós vamos gravar uma música autoral e precisamos de uma voz feminina, porque é um dueto.

— Aquela música? – Questionou, assistindo pela sua visão periférica os outros integrantes se posicionando nos respectivos instrumentos. – Conseguiu encaixar ao estilo da banda?

— Não – Sasuke riu pelo nariz. – Essa ainda está me dando dor de cabeça. A música que quero que cante comigo é uma que compus essa semana. – Disse sereno e a colocou em frente a um tripé, onde uma folha estava presa a ele e um headphone pendurado na lateral. – A gente ficou a manhã toda fazendo a melodia.

— Vamos lá, Sakura-chan!

— Será mais uma boa lembrança. – O Hyuuga reforçou.

— E você vai poder falar que foi a primeira a fazer uma colaboração com a Kyuubi, quando nós ficarmos famosos. – Gaara apontou com a baqueta direita Ino no canto do estúdio, segurando a câmera. 

Os olhos verdes passaram pelos rostos, visualizando a empolgação estampada em cada um. De repente, Naruto dedilhou a guitarra, reproduzindo a introdução da nova melodia. Gaara entrou com a bateria e foi seguido por Neji, mostrando a ela o ritmo e tempo.

A Haruno fixou o olhar no Uchiha e respirou fundo, resignada. Somente balançou a cabeça em afirmação e recebeu um selinho como resposta.

— Obrigado. – Levantou a mão esquerda e o som parou.

— Não garanto que ficará bom. – Resmungou, colocando os fones e leu a música impressa no papel com suas partes destacadas de marca-texto rosa.

— Só cante. – Sasuke contrapôs, colocando uma mecha cor de rosa atrás da orelha dela. – Pronta?

— Acho que sim. – Se aproximou do tripé que estava instalado o microfone, que dividiria com ele.

[https://www.youtube.com/watch?v=vOrU8p49jZI]

O Sabaku bateu as baquetas em sinal de contagem. O som da guitarra se iniciou e depois de cinco segundos, a bateria entrou. A melodia que produziam era alegre. Passou-se mais dez segundos e o baixo se juntou, para então Sasuke iniciar o canto.

Ao ouvir a voz rouca e melodioso dele, Sakura fechou os olhos e respirou fundo.

Chegou a sua vez.

Tornou a abriu os olhos e se deparou com a sua paixão de verão, lhe dedicando um sorriso motivador, ao mesmo tempo em que fazia sutis sinais para conduzi-la na música.

O refrão chegou e fez as duas vozes cantarem juntas, surpreendendo a todos pela combinação. Podia ser o ambiente equipado apropriadamente ou, os sentimentos deles sendo transmitidos através de cada verso, ou as duas opções, pois eles cantavam com o coração.

— Não pare de cantar, Sakura! – O Uchiha disse assim que a melodia foi encerrada.

...