O jogo estava bastante acirrado, pois ambos os times eram competentes. George Weasley observou um balaço passar raspando por sua cabeça, virou-se procurando sua origem e deparou-se com Macmillan o encarando com um sorriso cínico. Ajeitou a postura sobre a vassoura, se o idiota queria guerra não seria ele que desperdiçaria a oportunidade. O batedor emparelhou com Fred que entendeu rapidamente o que o irmão desejava, ambos sorriram de forma petulante. Quantos balaços o lufano imbecil era capaz de rebater?

— E Potter pegou o pomo! – Lee gritou no minuto que um balanço acertava a lateral de Ernest Macmillan que se segurou mais firme na vassoura enquanto chiava de dor. - Partida encerrada, Grifinória ganhou!

Todos os jogadores foram ao chão, George ainda estava imerso na adrenalina do jogo e somente o fato de ser envolto por inúmeros alunos da Grifinória o impediu de continuar a brigar com o lufano irritante... O batedor ruivo relaxou ao sentir os braços gentis de Luna ao redor de seu tórax e a levantou do chão beijando seus lábios.

Alguns passos dali, Hermione era alegremente agarrada por Fred. E Ginny ainda voando foi ao encontro de Lee Jordan na cabine de locução para comemorar sua vitória, ela estava tão feliz que parecia mentira.

Até Harry Potter beijava uma satisfeita Cho Chang.

Todos felizes não notaram quando Ronald saiu cabisbaixo do campo.

A verdade era que o caçula dos Weasley estava orgulhoso com sua atuação na partida, ele tinha defendido vários goles. Porém, quando assistiu seus amigos e irmãos comemorando sentiu que não era Lavander que queria beijar apaixonadamente. Ele queria Hermione... E era impossível.

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A comemoração na sala comunal estava muito animada, até alguns alunos de outras casas foram permitidos a participar como Cho Chang que sentia a ansiedade correr por suas veias porque gostaria que os melhores amigos do namorado realmente a provasse. Lembrou-se do ano anterior quando Hermione tinha sido muito enfática que não deixaria a garota brincar entre Cedric e Harry, aquele recado foi o suficiente para ela seguir seu coração e se declarar para o grifinório. A corvina até teve uma queda por Cedric, principalmente porque ele sempre corria atrás dela. No entanto, seu coração vibrava mesmo por um par de olhos esmeraldas.

— Você e Fred formam um casal muito bonito. – Cho comentou encarando a grifinória que sorriu. - Como ele te pediu em namoro?

— Sendo irritante. – Hermione riu levemente enquanto tomava um gole de sua cerveja amanteigada que foi contrabandeada da cozinha. - Tudo aconteceu nas férias e eu estava na Toca, ele pediu ajuda num dos logros para a futura loja, na realidade era tudo um plano para me deixar louca por ele.

— Qual era o plano?

Hermione corou profundamente e a outra abriu um sorrisinho malicioso. - Fred ficava me provocando de todas as formas imagináveis. Era ridículo e desconcertante, então quando eu perdi a paciência... Ele me beijou. – A monitora suspirou com a lembrança. - E nossa! Eu nunca vou esquecer aquela sensação, foi surreal. Então, Fred colocou uma aliança no meu dedo e correu gritando por toda a casa que eu disse sim, sendo que nem tinha recuperado o fôlego.

— E você diria sim? – Cho sorriu imaginando a cena, suspirou.

— Quem diria não para um bruxo lindo, inteligente, engraçado e que faz seu mundo tremer? – Hermione perguntou em retórica. - Com certeza, sempre será sim para aquele ruivo. Contudo, isso não me impediu de ir atrás dele gritando que ele era um imbecil. Fred ficou tão assustado, eu o fiz ajoelhar na frente de toda família e me pedir decentemente em namoro. – Hermione fez sua melhor expressão mandona.

— Por Merlin, você é realmente uma garota desafiadora. – A corvina estava impressionada. – Esse é um dos motivos que vocês combinam, pois vocês nunca ficarão entediados juntos.

Cormac continuou bebendo sua cerveja amanteigada enquanto observava a namorada sabichona de Fred Weasley, ele teria que ser sutil o que não era de seu feitio. Coçou a nuca, impaciente. Por que Granger não saia de sua cabeça?

— Você devia tomar mais cuidado. – Dean Thomas exclamou. - Fred Weasley é conhecido por ser muito ciumento.

— Eu também seria se namorasse uma bruxa como aquela. – Rebateu grosseiramente com um sorriso imprudente.

— Depois não diga que não foi avisado. – Thomas revirou os olhos e saiu, preferia gastar seu tempo com Seamus.

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Harry achou Ron pensativo próximo à lareira, o moreno sabia que algo estava errado com o melhor amigo. O grifinório andava ainda mais distraído, calado e parecia infeliz com o namorico com Lilá. No fundo, sabia que o problema que tanto incomodava o ruivo era ser só o cunhado de Hermione Granger, só não queria admitir.

— Por que não está comemorando? – Perguntou forçando um sorriso. - Você fez ótimas defesas. – Elogiou, sincero.

— Valeu, cara. – Sorriu desanimado. - Harry... – Respirou fundo. - Você acha que Mione é completamente feliz com meu irmão?

— Sim. – Respondeu com franqueza. - Você acha que Fred roubou sua chance com ela, não é? – Agradeceu o barulho de todos que não prestavam atenção neles.

— Acho. – Amargou aquela constatação em seu corpo. - Era eu que devia ter a atenção de seus olhos, os seus sorrisos, os abraços e beijos. – Ron fechou os olhos desgostosos. - Eu queria até as brigas... Hermione mudou. – Desabafou.

— Sinceramente, você deveria desencanar disso. – Potter afirmou com convicção. - Hermione mudou e isso não é ruim, não há mais uma guerra para vencer e ela está apaixonada. – Explicou com paciência. - Ela nunca olhou para você da forma que olha para Fred, e isso antes deles começarem a namorar. Hermione sempre te viu como um grande amigo.

— Como sabe? – Questionou, ferido.

— Somos como você e Ginny, ela é minha irmãzinha. – Bateu nos ombros do amigo. - Francamente, se seu irmão não a amasse eu seria o primeiro a intervir nessa relação porque eu só quero a felicidade dela.

— Eu acredito em você. – Seus ombros caíram. - Você viu Lavander por aí?

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Luna conversava a melhor amiga Ginny, as garotas faziam planos para o feriado de natal e qual seria a reação de Molly com a nova namorada do filho. A loira tinha algum receio de Molly Weasley implicar que ela não fosse à nora adequada para George devido sua excentricidade, as opiniões alheias não lhe importavam. Contudo, a matriarca era uma pessoa importante e não queria decepcioná-la. Aquele era um sentimento novo para a bruxa que nunca tinha ligado para o que outros achavam de si. O amor pode ser estranho.

— Acha que devo levar ameixas para minha sogra? – Questionou com semblante preocupado.

— Acho que sim. – A ruiva respondeu risonha, mas solidária com o temor da amiga.

— Mamãe vai amá-la. – George sentou ao lado da namorada e beijou afetuosamente seu rosto. - Não posso falar o mesmo do seu namorado, maninha. – O ruivo debochou e mostrou a língua pra irmã.

— Ela já adora o Lee. – Ginny não caiu na provocação.

— Vou sentir falta disso. – O grifinório disse com um sorriso nostálgico. - Passou tão rápido, não acredito que é meu último ano.

— Ainda vamos namorar quando sair de Hogwarts? – Luna indagou com seus grandes olhos azuis alarmados.

— Eu vou namorar contigo até quando você quiser. – Respondeu acariciando os fios loiros. - Lembra que eu sou seu. 

 - Meu ruivo. – Luna confirmou e beijou os lábios do namorado com muito carinho. - Papai também vai amá-lo.

— Vocês são tão fofos quanto filhotes de niffler roubando tudo que é brilhante. – Fred comentou risonho, dando um longo gole em sua cerveja amanteigada. - Ei Gin, acho que Roniquinho está com problemas com Lavander.

— Ele parecia mesmo chateado esses dias. – Comentou, intrigada.

— Hermione falou que escutou a pobre menina chorar no dormitório, porém não conseguiu conversar ainda com nossa cenoura preferida. Você sabe de algo?

— Eu não, eu acho devíamos conversar com Harry.

— Talvez ele não goste mais dela, sabe que Ron é meio desajeitado nesses lances. – George opinou. 

— Ou talvez ele goste de outra garota. – Luna expressou sua opinião tranquilamente. - Ele parecia gostar bastante da Mione.

A careta de Frederick foi inevitável. - Hermione nunca se interessou por Ronald. – Argumentou.

— Eu sei. – A loira rebateu, indiferente. - Eu disse o contrário, na verdade.

— Eu realmente espero que ele não seja tolo, vou procurar minha namorada. - Fred saiu com as orelhas vermelhas e cheio de ciúme.

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Harry conversava com sua melhor amiga e a namorada, os grifinórios contavam às aventuras que viveram nos primeiros anos em Hogwarts e como os laços entre eles era indestrutível. Irmãos em tudo, menos no sangue. Cho sorria carinhosamente para o namorado, era bom vê-lo livre da ameaça de você-sabe-quem.

Fred aproximou-se do trio, ele observou Hermione sorrindo lindamente para ele e seu coração acelerou como sempre acontecia ao vê-la. O bruxo permitiu-se respirar aliviado, ao menos ela ainda estava apaixonada por ele.

— Onde está Ron? – O Weasley perguntou com as orelhas ainda avermelhadas.

— Acho que ele saiu com Lilá. – A namorada respondeu impassível. - Espero que ele pare de fazer a menina chorar, é desconcertante. – Elucidou. - Parvati sempre me encara como se a culpa fosse minha por ser melhor amiga dele.

— É besteira da Parvati. – Harry rebateu um pouco afoito. - Sabe como Ron é.

Todos riram, mas Fred reparou que o menino-que-sobreviveu parecia muito desconfortável com o comentário de Hermione, então Luna poderia estar correta sobre Ron, um sentimento ruim atravessou seu coração com a constatação. A monitora notou como Fred parecia alheio a conversa ao redor, ela segurou sua mão e beijou sua bochecha.

— Algo errado, ruivo? – Questionou num sussurro, preocupada.

— Nada errado, Leãozinho. – Garantiu com um sorriso que não chegou aos olhos. - Que tal passearmos no jardim? – Convidou ansiando por ficar mais próximo da garota que era apaixonado.

— Você leu meus pensamentos, Weasley. – Hermione brincou já o puxando pela mão para longe dos amigos que riram da pressa da morena.

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Ron observou ao longe sua melhor amiga beijar Fred com afeto explícito, uma careta surgiu em seu rosto e Lilá reprimiu a vontade de xingá-lo. A grifinória realmente gostava do menino de cabelos flamejantes, porém estava cansada de ser a segunda opção dele.

— Você está ficando óbvio, Weasley. – Falou largando sua mão e cruzando os braços. - Eu não posso nem culpar Hermione porque ela está tão apaixonada por Fred que não percebe você babando, contudo, você deveria ficar mais esperto porque seu irmão não é bobo.

O susto do grifinório fez um sorriso amargo nascer nos lábios da loira, uma vez que ao menos parecia envergonhado. Sentou-se no gramado e deixou seus ombros caírem entristecidos. 

— Desculpe, Lav. – A garota amava quando ele a chamava assim, então uma lágrima desceu por sua face. - Eu queria muito retribuir seu sentimento, pois você é linda e doce. – Ron exclamou cansado daquele emaranhado emocional.

— Sabe que ela não vai ficar contigo, né? – Lilá perguntou com sinceridade, deprimida.

— Eu sei disso. Mas, não é justo ficar enrolando você. – O ruivo sentou ao seu lado, os olhos brilhando com lágrimas contidas.

O soluço foi mais forte e os braços fortes do goleiro da Grifinória estavam ao redor da estudante, ela não queria chorar. E estava fazendo exatamente isso! Era tão injusto ele consolá-la por partir seu coração.