Os dias na Ilha de Esme estavam cada vez mais bonitos, e, passar um tempo com Edward, somente com ele, era muito bom.

Fazíamos de tudo um pouco, Edward agora se controlava, não acontecia mais de ele rasgar minhas camisolas, rasgar travesseiros ou arrancar pedaços da cabeceira da cama. Estávamos felizes, e eu, mais ainda, porque ali tinha a certeza da minha vida: Edward. E estava mais humana do que nunca, regida por meus hormônios.

Fazia seis semanas que estávamos lá, então decidimos voltar. Arrumei minhas coisas com um peso no coração, por saber que estaria indo embora. As lembranças daquela vida estarão comigo para sempre, porque passei momentos inesquecíveis, momentos únicos, divertidos, momentos com Edward.

  Estava tudo perfeito, exceto por um detalhe: Jacob. Não sabia o que tinha acontecido com ele depois do casamento. Eu estava feliz, Edward estava feliz, e como ficaria Jacob?

Mas não deixei que a lembrança dele trouxesse as mesmas lágrimas de sempre, de quando era solteira. Nada poderia tirar a minha felicidade, nada poderia estragar a minha vida, nem mesmo Jacob. Este poderia ser um pensamento egoísta, mas não penso assim. Eu escolhi meu caminho, ele, o dele. Se não deu certo, ambos não podem fazer nada.

Com o mesmo barco que viemos, agora voltávamos. Não pude impedir as lágrimas que caíram dos meus olhos. Edward me abraçou gentilmente, e com a voz de veludo, perguntou, com um pouco de preocupação.

– O que foi meu amor? Por que está chorando?

– Não sei se com você é assim, mas é como se eu tivesse deixado uma parte de mim aqui – era a verdade, os melhores momentos da minha vida, as melhores noites...

 Como na vinda, pegamos o avião, a viagem foi longa, mas confortável. Dormi, estava inconsciente quando Edward me dizia que iríamos pegar o avião para o aeroporto Sea-Tac. Da penúltima vez que voltei ali, os Cullen nos esperavam. E agora, como seria?

Chegando no aeroporto, a mesma recepção: Alice, Jasper, Emmett, Rosalie, Esme e Carlisle. O sorriso maternal de Esme era muito grande, Rosalie sorria, tanto para mim e para Edward, sabendo da minha decisão de continuar humana. Alice estava radiante, de certo imaginando que ela tinha me ajudado, com toda aquela lingerie francesa. Emmett estava dando risadinhas maliciosas e Jasper se orgulhava do próprio irmão, por ter conseguido algo que aparentemente, era impossível.

– Bella! – Esme vinha ao meu encontro, com o sorriso maternal ainda maior e de braços abertos. Apesar de estar um pouco sonolenta, retribuí o abraço, e gentilmente, Edward me tirou de seus braços.

Cumprimentei a todos, e Edward estava tendo uma discussão silenciosa com Emmett. Ele se segurava para não rir, mas Edward, com a boca presa em uma linha rígida, deixou bem claro que agora não era hora para aquele tipo de brincadeira.

Agora perguntas começavam a surgir em minha mente, como, onde iríamos morar? Iríamos aparecer em público? E se Jacob aparecesse? O que eu faria? O que ele faria? O que Edward faria? Perguntas que eu não tinha resposta.

Chegamos na familiar casa dos Cullen, a casa dos meus vampiros. Nada tinha mudado, a não ser que agora eu não teria que voltar para a casa do Charlie, não teria que fazer mais nada. Iríamos para New Hampshire, ver a Renée. Meu futuro, meu Edward.

Ficaríamos no quarto de Edward, já que tinha uma cama, grande. Aliás, muito grande. E era temporário, porque era uma visita a Charlie, e depois iríamos para New Hampshire.

– Bella! – era engraçado ver o desespero de Charlie.

– Oi, pai! – antes que pudesse fazer oura coisa, ele me abraçou muito forte. Coisa que nunca tinha feito, nem no meu casamento. Deveria estar sentindo falta.

Conversamos, rimos, e parecia que aquela não era mais minha casa. Eu e Edward ficamos na sala, não fomos para outros cômodos. É, realmente, aquela não era mais minha casa.

Depois de um tempo, surgiu o assunto que eu queria, mas não devia: Jacob.

– Ele andou ligando muito ultimamente. Quer notícias – Charlie dizia, mas tentava não me induzir a ligar para Jacob.

– Hm, sério? – eu disse, surpresa.

– Sim. Poderia ter avisado a ele. – ele me olhou, depois fitou Edward. Mas é claro que eu não ligaria. Não depois do desastre do casamento. E também o que eu falaria? “Jacob, eu estou me divertindo muito aqui com Edward, em uma ilha particular dos Cullen no Brasil”. É claro que eu não faria isso. – Ligue para ele, diga que você está bem. É o mínimo, Bella.

E Charlie tinha razão. Era o mínimo que eu podia fazer por Jacob.

Só íamos ficar mais um dia em Forks. E de noite, me debatia mentalmente, pensando no que eu falaria para Jacob. Pedi sugestões para Edward, mas ele disse, sincero, que não sabia o que eu deveria fazer. Perguntar para Alice não adiantaria, ela não consegue ver Jacob. O jeito seria ligar, independente do que acontecerá.

Respirei fundo, e disquei o número da casa do Billy.

– Alô? – atendeu a rouca e familiar voz, fazendo com que eu me sentisse mais ansiosa.

– Jacob? – perguntei, indecisa com o que eu deveria falar.

– Bella? Eu não acredito, er... você não morreu!

– Não, Jacob, eu não morri. – disse, insegura.

– Venha me ver, não posso ir aí com os seus sanguessugas. Ah, Bella! Me perdoe! Fui um idiota! Não deveria ter me descontrolado, é a sua vida, não devo me intrometer... – interrompi ele antes que pedisse desculpas por coisas que não tenha feito.

– Ok, Jacob, está desculpado. Não se preocupe, eu só liguei para saber como você estava.

– Ah, eu estou bem! E você? Como você está? Eu estou tão feliz! Preciso te ver...

– Jacob, não vai dar. Amanhã vamos direto para New Hampshire, para Dartmouth.

– Então você... não vai virar uma – ele demorou para falar, tentando encontrar a palavra certa – vampira?

– Não Jacob, não tão cedo. – ele não disse nada, devia estar espantado, porque eu estava muito certa da minha decisão. – Jacob, eu preciso desligar. Se cuida. Beijos.

– Tchau – foi o que ele conseguiu responder.

Estava tudo pronto, tudo certo. Agora iríamos para New Hampshire. Alice, Jasper, Emmett e Rosálie iriam também, mas Edward e eu teríamos uma casa só nossa. Só nossa.