Cowboys and Angels escrita por Alina Black


Capítulo 11
Um difícil adeus




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— Eu quero a minha filha Edward, eu acho bom você encontrá-la ou o nosso casamento termina aqui!

A voz da esposa ecoou pela cobertura em um prédio luxuoso de Holmby Hills, a mulher bateu a porta ao sair da suíte do casal, a porta se abriu novamente e o homem a seguiu pelo corredor.

—Bela, volte aqui! O homem gritou enquanto a seguia.

A discussão seguiu pelo corredor continuando na sala, a esposa parou se distanciando do homem, seu olhar era um misto de fúria e revolta, seus pensamentos estavam em uma única pessoa, sua filha caçula que fazia  mais de um mês que não via.

— Por favor Bela vamos conversar!

— Conversar? A mulher riu ironicamente em seguida virou o rosto tentando controlar toda a raiva e desespero que sentia, respirou fundo, contou até três e voltou a olhar para o marido – Edward Cullen, ou você encontra a minha filha ou você terá um novo escândalo pelo qual seu preocupar, o nosso divórcio.

O Cullen fechou os olhos e baixou a cabeça cerrando os pulsos, seu semblante se fechou então encarou a esposa – Eu estou fazendo o possível para encontrá-la! Respondeu de forma calma apesar da fúria que sentia pela ameaça feita pela esposa que o olhou após ouvir sua resposta com um semblante de desespero e tristeza, Isabella caminhou até um dos sofás do ambiente e sentou-se, uniu ambas as mãos encostando os dedos indicares no espaço entre seu nariz deixando as lagrimas escaparem.

—Bela...o marido sussurrou.

— Eu deveria ter sido menos covarde! Isabella falou com a voz embargada, balançou a cabeça negativamente sentindo que algo se prendia em sua garganta a ponto de tirar seu ar, em seguida voltou a olhar para o marido – Eu devia ter ido embora com ela quando você a expulsou, eu não sei se minha filha tem o que comer, eu não sei se ela tem onde dormir, talvez não tenha porque o próprio pai tirou dela o direito a ter isso!

Mesmo que as palavras de Bela não fossem ofensivas Edward as sentiu, cada frase dita pela esposa era como facas cravadas em seu peito, mas apesar de todas as acusações feitas pela mulher que ele tanto amava ele tinha consciência que era culpado, a fúria inicial em saber que sua menina não era mais uma menina, que teria um neto e que não tinha o controle sobre a vida da sua filha havia passado e nos últimos dias tinha dado lugar a culpa e a preocupação, Edward tinha total consciência do mal que havia feito a própria filha em um momento tão delicado de sua vida.

O celular do Cullen tocou e ele atendeu, olhou para o numero do filho mais velho e suspirou, a três dias Eliot rodava pelas ruas de Los Angeles atrás de notícias da irmã mais nova, naquela manhã o jovem advogado havia saído em busca de sua ultima esperança, a loja em que a irmã havia procurado emprego a cinco dias atrás e o pai havia feito com que não a admitissem.

— Eliot! Edward sussurrou ao atender a ligação, o olhar de Isabella se fixou sobre ele, sentiu o coração apertar em seu peito ao ver o marido receber a ligação, fechou os olhos e pediu a Deus que filho tivesse uma notícia da caçula. Sua ansiedade aumentava enquanto via o marido em silêncio balançando a cabeça de forma positiva, e sua frequência cardíaca aumentou ao ouvir a resposta de Edward – Tudo bem eu estou a caminho.

— O que ele disse? Isabella perguntou levantando-se do sofá.

— Eliot conseguiu o endereço de uma pensão, em Santa Mônica! Edward respondeu pegando sua carteira que estava sobre a pequena mesa próximo a um dos sofás – Vou encontrá-lo lá! Concluiu pegando a chave do carro.

— Santa Mônica! Isabella repetiu sentindo novamente o nervosismo a dominar, o Cullen deu as costas para ela dando alguns passos em direção a porta, mas parou ao ouvir o chamado da esposa – Edward!

Edward Cullen virou o rosto olhando para trás.

— Por tudo que mais ama nesse mundo, se a encontrar traga ela de volta!

O Cullen nada respondeu, apenas sacudiu a cabeça positivamente e então saiu de maneira apressada. Isabella apenas o observou fechando a porta e desabou sobre o sofá da sala se deixando vencer pelas lagrimas.

Durante os trinta minutos o qual se dirigia ao local indicado pelo filho mais velho, os pensamentos de Edward se perderam nos últimos momentos em que esteve com a filha, não haviam sido os melhores, comparando com todos os momentos ruins que já tivera passado em família aqueles haviam sido os piores da sua vida, lembrou da surra que quase havia dado na filha, suspirou sentindo-se arrependido.

Estacionou o carro atrás do carro do filho que o aguardava diante de uma casa mais simples, saiu do veículo indo de encontro ao seu herdeiro mais velho – Eu estava a sua espera! Eliot falou ao ver o pai se aproximar.

Edward concordou com a cabeça e entrou com o filho chamando a atenção de alguns hospedes que saiam do local, aproximaram-se da recepção enquanto observavam atentamente o local – Meu Deus o que eu fiz com a minha filha? Murmurou Edward ao perceber que o local era um tanto “humilde” comparado com tudo que sempre tinha dado a ela, pararam diante de um balcão e um rapaz os olhou da cabeça aos pés e sorriu de forma gentil.

— Posso ajudá-los?

— Bom dia! Eliot Cullen cumprimentou o rapaz – Estamos atrás de uma moça, tivemos a informação que ela está hospedada aqui – o filho mais velho de Edward pegou o celular mostrando uma foto de Renesmee, o rapaz olhou a foto e sorriu confirmando com a cabeça – Ela esteve aqui, mas a dona a despejou a moça estava devendo 15 dias de diárias!

Edward levou uma das mãos ao rosto sentindo-se envergonhado – O que eu fiz? Sussurrou consigo mesmo. O filho o olhou de soslaio e voltou a atenção ao rapaz – E não sabe me dizer para onde ela foi?

— Infelizmente não! O jovem respondeu – Faz quatro dias.

Edward baixou a cabeça e levou uma das mãos ao bolso tirando de dentro um talão de cheque, colocou sobre o balcão o preenchendo e entregou ao rapaz – Espero que isso pague a dívida dela! Em seguida deu as costas caminhando em direção a porta, desceu alguns degraus e parou diante do carro. Seu peito apertou. Sentiu a mão do filho tocar seu ombro e o olhou por cima do ombro – Nós vamos encontrá-la, tenho certeza de que ela está bem, Nessie é esperta!

O pai concordou com a cabeça e enquanto se dirigiam aos seus carros um adolescente os parou.

— Estão atrás daquela garota linda ruiva?

Edward virou o corpo se aproximando do garoto – Você a viu? Sabe para onde ela foi?

— Depende quanto o senhor vai me dar? O garoto respondeu.

Eliot sorriu com o canto dos lábios e enfiou a mão no bolso tirando uma nota alta e entregou ao garoto – Nossa! O menino sussurrou surpreso.

—Onde? Edward perguntou com um tom de voz rude.

— Meus amigos e eu a vimos no Baker Beach, ela passou o dia lá no domingo, depois ela caminhou na direção do Golden Gate..

— Meu Deus!   Edward murmurou não deixando o garoto terminar sua explicação, correu na direção de seu veículo o abrindo e entrou de forma apressada, em seguida saiu cantando pneus. Acelerou o carro pegando a estrada para o São Francisco, por um breve momento achou que não conseguira dirigir pelo tremor em seu corpo, olhou pelo espelho retrovisor do carro e viu que Eliot o seguida, ao se aproximar da ponte estacionou no encostamento e saiu do carro. Eliot estacionou logo atrás e saiu o seguindo.

—Pai, ela pode ter apenas passado o dia no Baker, pode estar em algum hotel aqui por perto – O filho mais velho falou tentando acalmar o pai.

— Edward o ignorou, caminhou alguns metros pela ponte sentindo o vento forte causado pelos carros que passavam ao seu lado – Você não fez isso filha, você não fez isso! Repetiu em meio ao seu desespero, Eliot ficou em silêncio olhando para o chão enquanto acompanhava o pai e algo refletindo a luz do sol chamou sua atenção próximo a uma as pequenas muretas de aço.

O herdeiro mais velho apressou seus passos passando pelo pai e agachou-se, de repente era como se seus olhos tivessem cheios de terra, juntou a pulseira de ouro arrebentada com a chapa gravada com o nome Renesmee Cullen e fechou os olhos a apertando em sua mão, respirou fundo e se levantou virando seu corpo na direção do pai que o olhou confuso, estendeu a mão e entregou a pulseira a ele.

Edward Cullen sentiu que seu mundo desabou, um filme passou em sua mente lembrando de quando a filha havia nascido, ele havia levado aquela pulseira e colocado em seu braços, desde então ela nunca havia a tirado de seu braço, caiu de joelhos no chão e apenas chorou olhando para o rio, o filho mais velho se abaixou o abraçando.

Quando retornaram para casa já era noite, durante todo o caminho procurou palavras para dizer aquilo a esposa, entrou em seu apartamento acompanhado do filho, Isabela e a filha Belina levantaram-se do sofá ansiosas por notícias.

O semblante do filho e do marido era tão devastador que a mulher se sentou no sofá antes mesmo que ambos dissessem algo a ela – O que aconteceu? Ela perguntou esperando que a resposta fosse diferente do que seu coração falava. Edward se aproximou e ajoelhou-se diante da esposa que balançou a cabeça se rendendo as lagrimas e negando com a cabeça – Por favor! Ela sussurrou engasgando-se em sua própria saliva.

O marido pegou sua mão e colocou a pulseira sobre a palma da sua mão, ouve um silêncio seguido de um grito, um grito de uma mãe que acreditava que a filha estava morta, os filhos se aproximaram a abraçando mas aquela dor nenhum deles seria capaz de acalmar.

Bella chorou durante horas até ser vencida pelos calmantes dados pelo médico chamado por Eliot, Edward Cullen se trancou em seu escritório, pegou o porta retratos com a foto de Renesmee sentando-se no chão e então chorou, sentia dor, tristeza, arrependimento, culpa e remorso, ele era o único culpado, ele havia matado sua própria filha.

(...)

Nessie caminhou na varanda da luxuosa casa, em seguida saiu sentando-se na frente da piscina e seus pensamentos se perderam por alguns segundos, pensou em sua mãe, se perguntou se ela estaria bem, levou uma das mãos ao canto dos olhos enxugando aquilo que era o início de uma lagrima.

— Você ta bem? Jacob perguntou a tirando de seus pensamentos.

A ruiva concordou com a cabeça e sorriu – De repente eu senti um aperto no peito, senti falta da minha mãe! Respondeu voltando a olhar para a piscina.

O Cowboy aproximou-se sentando-se ao seu lado – Num qué liga para ela?

Renesmee sorriu – Não, daria problemas a ela! A ruiva suspirou e olhou para o céu.

— Se sabe que amanhã a gente casa e no dia seguinte vamo pro rancho e vamo demora a volta aqui! O Cowboy falou tentando convencê-la.

A ruiva girou o corpo ficando de frente para ele, Jacob se sentiu nervoso como sempre se sentia quando Renesmee ficava tão próxima – Hoje é meu último dia como Renesmee Cullen, amanhã serei Renesmee Black!

— E, ce ta triste por causa disso? O Cowboy perguntou observando o olhar triste da noiva que negou com a cabeça e sorriu timidamente.

— Não Jake, eu estou feliz porque finamente eu vou recomeçar.

O Cowboy sorriu e a puxou para o seu peito, apesar de surpresa Renesmee se aconchegou no peito dele, ergueu o olhar e sorriu o olhando, Jacob sorriu beijando a testa da ruiva que pela primeira vez sentiu-se protegida como nunca havia se sentindo desde que fora expulsa de casa.

E ambos ficaram em silencio, abraçados, olhando para o céu como dois namorados, sem perceberem o que já significavam um para o outro.


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